Na 17ª Cúpula do Brics, o Brasil defendeu reformas no FMI, novas regras para inteligência artificial e apresentou avanços no uso de moedas locais no comércio. Com apoio unânime à COP30 em Belém, o país reforçou seu papel estratégico na agenda climática global e na redefinição da governança internacional.
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NotíciasTranscrição
00:00E a gente vai agora direto com o Breaking News.
00:08Mauro Vieira fala nesse momento com a imprensa na 17ª cúpula do BRICS.
00:15Fortalecemos a cooperação na área da exploração espacial para fins pacíficos.
00:20Em preparação para a COP30, obtivemos o apoio de todos os países membros ao fundo de florestas tropicais para sempre.
00:28Defendemos o sistema multilateral de comércio ao condenar a imposição de tarifas unilaterais e medidas discriminatórias sob o pretexto de preocupações ambientais.
00:42O diálogo sobre o uso de moedas locais no comércio e investimentos sobre a convergência dos sistemas de pagamento dos países do BRICS
00:51seguirá avançando para reduzir custos do comércio internacional e do investimento.
00:57O BRICS também demonstrou, mais uma vez, a força da sua atuação conjunta ao adotar declarações sobre inteligência artificial e finanças climáticas.
01:09Nossa declaração marco na área de clima lança um mapa do caminho para, nos próximos cinco anos,
01:16transformar nossa capacidade de levantar recursos e enfrentar a mudança do clima.
01:21Tratamos também da inteligência artificial.
01:25Temos, pela primeira vez, uma visão compartilhada do sul global.
01:30Nosso objetivo é trazer para o centro da governança mundial aspectos muito concretos que afetarão a todos,
01:37como a questão do emprego e do acesso a dados, sempre com concorrência justa e soberania digital.
01:45Também estabelecemos uma parceria para eliminar doenças socialmente determinadas,
01:51como a tuberculose, a ranceníase e doenças tropicais negligenciadas, como a malária e o dengue.
01:58O propósito é combater as causas profundas dessas doenças, como a pobreza e a exclusão social.
02:05Lançamos ainda a parceria do BRICS para a restauração de terras degradadas.
02:11Esta é uma agenda que envolve múltiplas possibilidades, investimentos para a produção de alimentos,
02:18de biocombustíveis e restauração da mata nativa.
02:23Também alcançamos outros resultados relevantes.
02:26Lançamos uma iniciativa para avançar a reforma do Fundo Monetário Internacional
02:31e adotamos uma declaração em apoio a uma convenção da ONU sobre a cooperação tributária internacional.
02:40Em linha com as políticas de participação social deste governo, do presidente Lula,
02:45realizamos pela primeira vez um encontro do Conselho Civil do BRICS.
02:50E também uma reunião que permitiu que empresários, trabalhadores, mulheres empreendedoras,
02:56juventude e parlamentares, apresentassem recomendações aos xerpas do BRICS.
03:03Também gostaria de destacar a realização, no sábado, do Fórum Empresarial,
03:09que reuniu mais de mil participantes no Pier Mauá.
03:12Também gostaria de falar sobre a integração econômica e comercial, um eixo central do BRICS.
03:21Nosso trabalho não se esgota depois da cúpula de hoje,
03:25pois o Brasil exerce a presidência do BRICS até o final do ano em curso.
03:30No segundo semestre, daremos continuidade às iniciativas lançadas na cúpula.
03:36Quero agradecer aqui às autoridades da Prefeitura do Rio e do Estado do Rio
03:42que receberam essa cúpula e nos apoiaram na realização desse encontro tão importante.
03:51E, bom, mais uma vez agradeço.
03:54Queria também dizer que, nesta ocasião, o presidente, à margem da cúpula,
03:59teve a ocasião, o presidente Lula, de manter reuniões com vários líderes,
04:03reuniões bilaterais com vários líderes que estavam aqui presentes.
04:06No sábado e hoje, o presidente se encontrou, dentre outros,
04:12com o primeiro-ministro da Etiópia, o primeiro-ministro do Vietnã,
04:16o presidente da Nigéria, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi,
04:22o primeiro-ministro da China e o presidente de Cuba.
04:26Então, mais uma vez, muito obrigado pela atenção e cedo...
04:30Então, agora, o pódio ao presidente.
04:33Muito bem.
04:35Porra, obrigado.
04:37Se eu não falo, fica lá.
04:41Fala obrigado.
04:43Muito obrigado a todos.
04:51Passar a palavra para o presidente.
04:54Na sequência, a gente abre as perguntas.
04:57Primeiras palavras do presidente.
05:00Quis ler?
05:01Bem, deixa...
05:02Eu, antes de falar uma coisa para vocês,
05:06eu queria aproveitar a chance que vocês vão me dar
05:09e chamar o embaixador André Correia do Lago aqui, por favor.
05:15Eu queria que você falasse três minutos sobre a COP30,
05:20que a gente vai realizar aqui,
05:21porque está chegando a data da COP.
05:23Então, aproveitar a chance e você dá uma colher de chá para nós aí
05:28e fala da COP30.
05:33Obrigado, presidente.
05:34Bom, ficou claríssimo hoje o apoio de todos os países presentes à COP30
05:40e o desejo muito grande de que esse esforço brasileiro que vem dessa sequência
05:47da OTCA em Belém, depois o G20, agora o BRICS,
05:54de fortalecimento do multilateralismo e de concentração no esforço para combater mudança do clima.
06:01Então, a COP30 está avançando nesse sentido.
06:06Nós estamos nessa parte aí de mobilização internacional na preparação da COP30,
06:15em breve com uma sequência de informações sobre como vai ser a cúpula,
06:21como vai ser a negociação, como vai ser a agenda de ação.
06:25Mas eu acho que foi impressionante o apoio que a gente sentiu
06:30e a escolha do tema de mudança do clima hoje foi super bem recebida
06:37e eu acho que nos anima na preparação da COP.
06:43Foi muito curto?
06:44Tudo bem?
06:45Você quer um pouquinho mais?
06:46Bem, eu acho que é importante que ela vai ser mantida em Belém.
06:51Ah, uma dúvida.
06:52Vai ser mantida na Amazônia.
06:53Sim, sim.
06:54Aqui não tem só empresta brasileira, tem empresta estrangeira.
06:57Tem empresta estrangeira também.
06:58Tá.
06:58Falo de hotéis também?
07:03A COP vai ser em Belém o máximo.
07:07Belém está se preparando incrivelmente bem para a COP.
07:09Eu acho que vai ser o máximo fazer essa COP na Amazônia.
07:13Está todo mundo animadíssimo.
07:16Tem algumas situações, mas elas estão sendo contornadas.
07:19Não é isso?
07:21É bom.
07:21Está assim só.
07:23A coisa que eu arrecamei foi para o estúdio que eu vim aqui fazer um púlpito do tamanho
07:33do encontro.
07:35Isso aqui está tão flácido que é capaz de cair.
07:39Bem, companheiros e companheiras, eu acho que depois da apresentação do Mauro, das coisas
07:50que aconteceram nos BRICS, eu termino o dia extremamente feliz porque eu não tenho dúvida
08:00nenhuma que o Brasil já tinha realizado a melhor reunião que o G20 já tinha feito e o Brasil hoje realizou
08:10a mais importante reunião que os BRICS já fez.
08:13porque nós convidamos novas pessoas, gente importante para que a gente os convença de que o BRICS é um novo jeito de a gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo.
08:30Nos BRICS, a gente tem convicção que a gente não quer mais um mundo tutelado, a gente não quer mais guerra fria, a gente não quer mais de respeito à soberania, a gente não quer mais guerra.
08:49E é por isso que a gente está discutindo com muita profundidade a necessidade de mudança estrutural, inclusive no Estatuto da ONU, para que a gente possa recriar alguma coisa com base nos acontecimentos geopolíticos de 2021 e não de 1945.
09:14Aquele mundo ficou para trás.
09:16Só os saudosistas daquele mundo, do nazismo, do fascismo, são outros que não estão nos BRICS.
09:25Nos BRICS, a gente quer fortalecer o processo democrático, o processo multilateral, a gente quer a paz, o desenvolvimento e a participação social.
09:35Esses BRICS têm uma novidade extraordinária, que foi a participação, sabe, das empresárias mulheres, que é uma novidade boa,
09:44e a participação da sociedade civil, representada com um documento que será lido pelo chefe de Estado.
09:52Se a gente quiser criar alguma coisa nova no mundo, a gente vai ter que criar novos paradigmas de participação e não pode repetir os mesmos erros.
10:02A gente não quer mudança no FMI, porque eu não gosto do FMI.
10:09A gente quer mudança no FMI para o FMI ser um banco de investimento, sabe, para atender as necessidades dos países mais pobres.
10:20Não é para emprestar dinheiro e levar os países a falência, como tem acontecido, porque o modelo de austeridade que tem sido feito contra os países
10:32é fazer com que a dívida seja impagável cada vez mais.
10:36Então, o que nós queremos mudar é criar um sistema financeiro, e o Banco dos BRICS serve de modelo,
10:44que a gente possa criar um novo tipo de financiamento, em que a gente possa garantir, inclusive, que alguns países que devem
10:53possam ser utilizado a dívida como forma de investimento em infraestrutura, no setor da saúde, no setor energético, no setor de infraestrutura.
11:02Ou seja, alguma coisa tem que mudar, o que a gente não pode é continuar com a mesmice de sempre.
11:10Ou seja, nós já temos um século de experiência, depois da Segunda Guerra Mundial, nós já temos quanto?
11:16Nós já temos 55, 80 anos de experiência.
11:21Teve coisa que deu certo e teve coisa que não deu certo.
11:24O multilateralismo foi uma coisa que deu certo.
11:29Querem destruir.
11:32Então, essas coisas, nós precisamos ter consciência de que o mundo precisa mudar.
11:38Nós estamos vivendo hoje, possivelmente, depois da Segunda Guerra Mundial, o maior período de conflito entre os países.
11:47É guerra esparramada para tudo quanto é lado.
11:51E o que é mais grave é que o Conselho de Segurança da ONU, que deveria ser o paradigma para tentar evitar que essas guerras acontecessem,
12:00eles são os promotores, desde a guerra do Iraque, sabe, desde a invasão da Líbia, da morte do Gaddafi, até a guerra com a Ucrânia.
12:14Ou seja, ninguém pede licença para fazer guerra, vai tomar decisão e vai fazendo.
12:18E depois a ONU perde credibilidade e autoridade para negociar.
12:24Quem é que negocia?
12:26Quem é que negocia?
12:28A guerra Rússia e Ucrânia.
12:33Quem é que negocia?
12:35Não tem uma instituição capaz de sentar na mesa, os dois que estão em guerra, fazer uma avaliação e fazer uma proposta.
12:50Eu, de vez em quando, digo, eu já disse para algum jornalista brasileiro, no estrangeiro,
12:55de que o Putin já sabe o que vai acontecer.
12:59E os erentes que já sabem o que vai acontecer.
13:01O que eu acho que está acontecendo nessa guerra, eu dizia outro dia um exemplo, é que nem se fosse numa greve,
13:10o dirigente sindical radicaliza muito para fazer a greve, radicaliza muito,
13:15ele fica dizendo 100% ou nada, 100% ou nada, 100% ou nada, os dias vão passando,
13:21ele percebe que não vai vir 100%, mas ele não tem coragem de baixar os 100% para 80%, para 90%.
13:27Eu queria saber o seguinte, o que vai acontecer na Rússia e na Ucrânia se não houver uma instituição multilateral
13:38ou um grupo de países, como foi feito entre China e Brasil, um grupo de amigos que digam,
13:44olha, nem tudo que os erentes querem, nem tudo que o Putin querem, vai ser isso aqui.
13:49Coloca na mesma alternativa.
13:52Se não tiver alternativa, vai ficar, porque cada um tem o seu discurso para o seu público.
13:57E é muito difícil, depois do discurso, você voltar atrás.
14:02É muito difícil.
14:05Até vocês, quando escrevem um artigo, que uma pessoa reclama que não está correto,
14:09vocês têm dificuldade de voltar atrás?
14:12Você imagina numa guerra.
14:16Imagina numa guerra do setor público.
14:18Então, o mundo, vamos ser franco, o que está acontecendo em Gaza já passou,
14:29já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal no planeta Terra.
14:36Dizer que aquilo é uma guerra contra o Hamas?
14:42E só se matem inocentes, mulheres e crianças?
14:45E cadê a instituição multilateral para colocar um fim nisso?
14:49Não existe.
14:53A ONU deveria estar coordenando, mas a ONU não pode coordenar,
14:57porque ela está envolvida nisso.
15:02Então, companheiros e companheiras, quando eu digo a ONU,
15:06é porque a ONU tem três, até composta no seu Conselho de Segurança,
15:11sabe, pelos países que estão envolvidos nisso.
15:15Com raríssima exceção, a China que não está,
15:18mas o restante está envolvido,
15:21tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
15:23Então, você está sem interlocutor.
15:27Não existe interlocução para fazer uma proposta alternativa.
15:33Nem em Israel, nem na Ucrânia, nem no Congo, nem no Sudão.
15:39Não tem, não existe.
15:43É por isso que nós estamos reivindicando uma mudança, sabe,
15:48na governança mundial.
15:51Que participe país africano, país do Oriente Médio,
15:54que participe da América Latina,
15:58que participe, sabe, outros...
16:00Qual é a explicação de uma Índia não estar no Conselho de Segurança da ONU?
16:03De um país como o Brasil?
16:07Ou o México?
16:09Ou a Nigéria, que tem 240 milhões de habitantes?
16:13Ou a Etiópa, que tem 120 e poucos mil habitantes?
16:19Ou o Egito, que tem mais de 100 habitantes?
16:21Ou a África do Sul?
16:22Qual é a explicação?
16:23Nenhuma.
16:24Ou seja, os que ficaram no Conselho de Segurança em 1945,
16:33ou seja, não querem sair e não querem permitir que outros entrem.
16:37Então, é difícil.
16:38Então, os BRICS, que não nasceu para afrontar ninguém,
16:44os BRICS que apenas são um outro modelo,
16:46um outro modo de fazer política,
16:49uma coisa mais solidária,
16:51que o banco esteja muito mais preocupado
16:55em ajudar os países em desenvolvimento a se desenvolver,
16:58os países mais pobres,
17:01que na questão ambiental a gente tenha consciência,
17:04como foi demonstrada hoje nos BRICS,
17:06de que todo mundo tem consciência
17:09que a questão do clima é muito séria.
17:13As coisas estão acontecendo
17:16e nós não controlamos as mudanças das intempédias.
17:21Nós não mudamos.
17:24Então, o que a gente tem é que cuidar para que não haja,
17:28que não haja as coisas.
17:30Por isso que nós temos que cuidar dos oceanos,
17:32cuidar da floresta,
17:34cuidar do ar que nós respiramos.
17:37Não existe nenhum radicalismo,
17:39não é coisa de ambientalista,
17:40não é coisa de universitário,
17:42não é coisa de bicho-grilo,
17:44como se falava antigamente.
17:45Não.
17:47É coisa de gente que acredita na ciência.
17:51O mundo pode passar por uma catástrofe,
17:55como essa que aconteceu no Rio Grande do Sul,
17:57essa que aconteceu agora no Texas, nos Estados Unidos.
18:01Pode acontecer.
18:05Bem, então, eu acho que os BRICS
18:07são um modelo novo,
18:10uma coisa nova,
18:12uma coisa que se trata com muito mais cuidado,
18:14não é uma coisa fechada,
18:17não é um clube de privilegiados,
18:19é um conjunto de países querendo criar um outro jeito de organizar o mundo,
18:25do ponto de vista econômico,
18:27do ponto de vista do desenvolvimento,
18:30do ponto de vista da relação humana.
18:34Uma outra coisa tem que ser feita,
18:37inclusive sobre a questão da inteligência artificial.
18:41Sabe, é preciso que a gente, nos BRICS,
18:43crie um sistema de discussão em que todos possam ter acesso à inteligência artificial.
18:48Ela não pode ser uma coisa de dominação,
18:53de meia dúzia de empresas que vão controlar os bancos de dados no mundo,
18:58sabe?
19:00Quando, na verdade, os Estados têm que assumir a responsabilidade
19:05de garantir que não se usa banco de dados para fazer guerra,
19:11para contar mentira, para contar inverdade.
19:14Não é isso que está em jogo.
19:17E eu acho que, por conta disso, o BRICS está incomodando.
19:22Está incomodando.
19:24O que era o mundo antes do BRICS?
19:29Sabe?
19:29O que era o mundo?
19:32Inclusive, uma coisa importante,
19:34que nós vamos ter que tirar condições,
19:36é que, todo ano, a gente vai para a Assembleia Geral da ONU
19:40e cada presidente faz o discurso que quer e vai embora.
19:44Sabe?
19:44Não escuta o outro e cada um falha e vai embora.
19:47É como se fosse um shopping de produtos ideológicos.
19:51Cada um vende o que quer,
19:53compra o que quer,
19:54sem nenhum compromisso de ler ou não.
19:58Ou seja, é preciso que a ONU tenha conferência
20:00para discutir a questão das guerras.
20:02Vamos passar um dia, dois dias, uma semana
20:06discutindo essa questão das guerras.
20:07O que é que a gente vai fazer para acabar com as guerras?
20:13O que é que a gente vai fazer na questão do clima?
20:17Se a ciência nos ensina e nós tomamos decisão,
20:21quem é que vai cumprir?
20:24Quem é que vai cobrar?
20:25Se a gente não tiver uma instituição de governança mundial
20:32com mais representatividade, com mais seriedade,
20:36nós estamos entrando num sistema muito, muito, muito destrutivo
20:42do funcionamento da relação entre Estados,
20:48que não faz bem para ninguém.
20:49Me parece que os BRICS podem ser essa válvula de escape
20:56que a humanidade precisa para fazer alguma coisa nova.
21:02Eu, sinceramente, acho que a gente até deveria convidar os países,
21:08sabe, porque nós já somos 10 do G20 nos BRICS.
21:1110.
21:12É só convidar os outros 10 para vir para o BRICS.
21:16Aí fica uma coisa só, todo mundo discuta o mesmo assunto.
21:19Sabe, não precisa ter G7, TG20, fazer uma coisa só, todo mundo,
21:25que poderia ser a ONU.
21:29O grande centro de debates dos problemas mundiais.
21:35Não é mais.
21:37E todo mundo sabe que não é.
21:41Por isso é que o Brasil, há tempo, reivindica o direito de participar.
21:44Bem, eu estou muito feliz com essa reunião e estou muito feliz com o papel que o Brasil tem jogado nisso,
21:52porque nós já fizemos o G20 no final do ano passado,
21:56estamos fazendo agora os BRICS, vamos fazer a COP30, sabe, no final do ano.
22:04São três eventos magnânimo, muito importantes, e nesses três eventos o Brasil quer criar um novo paradigma de comportamento.
22:14Na COP30 no Brasil, nós vamos ter que discutir uma coisa muito séria.
22:19Os líderes do mundo acreditam no que a ciência está falando sobre a questão do clima.
22:25É verdade o que a ciência tem nos mostrado, que as mudanças são concretas e irreversíveis se nós não mudarmos de comportamento?
22:37Se nós não acreditarmos que é, nós vamos ter que tomar atitude.
22:43Nós vamos ficar esperando que os donos do foguete vá sobrevair para achar um planeta.
22:48Tem gente para um grande lugar para morar.
22:51Mas oito bilhões de seres humanos não têm onde morar.
22:55É aqui mesmo.
22:57É aqui.
22:59Então, nós precisamos cuidar disso.
23:01Está nas nossas mãos cuidar.
23:03O Brasil tem os seus compromissos.
23:05Aqui há, nos países do BRIC, muito compromisso.
23:09Eu quero lembrar vocês que, em 2010, 2009, na COP de Copenhague,
23:14a China era tratada como se fosse a bandida poluidora do mundo.
23:20É importante lembrar, eu estava lá.
23:26O Celso Amorim estava lá.
23:29O Mauro não estava, porque o Mauro é um jovem.
23:31Não estava lá.
23:32Pois bem.
23:32Naquele encontro, a China era tida como bandido.
23:36Estados Unidos, a França, a Alemanha, todo mundo queria punir a China.
23:42Nós nos recusamos a fazer parte, dizendo que tinha um contencioso a ser pago.
23:49Tinha um passivo.
23:50Os países industrializados tinham poluído o planeta muito mais do que a China.
23:56E eles não tinham pago nada.
23:59Então, o que nós queríamos é que eles pagassem esse contencioso.
24:03Hoje, possivelmente, a China seja o melhor modelo de país que está enfrentando a questão do clima.
24:12É o mais rápido na transição energética e está tentando fazer com que a economia, efetivamente,
24:20seja uma economia desenvolvida de baixo carbono.
24:24Deveria servir de exemplo para o G7, sabe, para muitos países ricos.
24:30É nisso que nós tratamos aqui e é nisso que eu acho que nós vamos fazer o debate daqui para frente.
24:35É importante dizer que o que foi decidido aqui é que nós não queremos continuar vivendo no mundo como estamos vivendo.
24:47É preciso mudar o nosso comportamento com relação ao tratamento da saúde do povo.
24:53É preciso que a gente mude o nosso comportamento com relação ao modelo de desenvolvimento.
24:57É preciso que haja mais financiamento.
24:59E precisamos mudar o modelo de financiamento e também que a gente precisa construir a paz no mundo.
25:09Essas são as coisas mais sagradas que nós decidimos.
25:12Eu, sinceramente, estou feliz.
25:13Acho que foi mais uma coisa forte que o Brasil mostrou que tem competência de articular.
25:20E eu termino aqui com vocês muito, muito, muito agradecido.
25:25Pense, eu estou triste de um lado porque o Corinthians não foi convidado para disputar essa Copa do Mundo.
25:31Se fosse, estaria na final, mas não foi.
25:35Então, fica aí a minha tristeza e a minha alegria porque os BRICS estão se tornando campeão do mundo
25:42em políticas ambientais, em política de inteligência artificial,
25:47em política de desenvolvimento e envolvimento da sociedade no debate.
25:52Dito isso, eu me coloco à disposição de vocês para a meia pergunta.
25:57Vamos começar como a gente acertou, jornalistas.
26:00Primeiro, Carlos Menezes, da Agência F.
26:04Boa tarde, presidente.
26:05Aqui, Carlos Menezes, da Agência F.
26:08Ontem à noite, ou...
26:10Você sabe o que acontece?
26:14Nós temos um sintoma de som muito ruim aqui.
26:17Nós temos um sintoma de som que a reverbalização, às vezes, não permite que a gente ouça,
26:25porque não tem nem caixa de som aqui e não funciona essa.
26:29É, eu tenho água.
26:31Agora, está me ouvindo?
26:33Sim, não?
26:36Está melhor?
26:38Sim.
26:39Boa tarde.
26:40Aqui, meu aparelho, aqui.
26:47Aqui, meu aparelho.
26:49Pode, pode, pode.
26:50Aqui, meu aparelho.
26:51Deixa ele falar, para ter uma pergunta.
26:52Deixa ele falar.
26:53Deixa ele falar português agora.
26:55Mas eu quero ouvir português também.
26:57Estou te ouvindo.
27:01Olha, eu, sinceramente, nem acho que eu deveria comentar.
27:30Porque eu não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República de um país
27:41do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet.
27:49Não é correto.
27:52Ele precisa saber que o mundo mudou.
27:56Sabe?
27:57Não, não, não.
28:00Nós não queremos imperador.
28:03Nós somos países soberanos.
28:06Se ele achar que ele pode taxar, os países têm o direito de taxar também.
28:13Existe a lei da retiprocidade.
28:20Eu acho muito, acho muito equivocado e muito irresponsável um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais.
28:34Sinceramente, tem outras coisas e outros fóruns para um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos falar com outros países.
28:44As pessoas têm que aprender que respeito é bom.
28:48Respeito é muito bom.
28:51A gente gosta de dar e gosta de receber.
28:54E é preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania.
29:01Cada país é dono do seu nariz.
29:05Vamos para a próxima.
29:14Agora, presidente, a Camila Zaru, do Valor Econômico.
29:18Alô.
29:19Está indo?
29:20Oi, presidente.
29:21Boa tarde.
29:22Ainda sobre o presidente Trump, ele fez um aceno ao ex-presidente Bolsonaro, falando que está acompanhando, aspas, uma casa bruxa que está sendo feita a ele.
29:33O senhor falou agora de soberania, tinha falado mais cedo sobre respeito e interferência.
29:39Existe, é cabível, medidas diplomáticas?
29:42O Brasil vai reagir?
29:44O que o senhor vê sobre essa situação?
29:47Olha, eu não vou comentar essa coisa do Trump e do Bolsonaro.
29:56Eu tenho coisa mais importante para comentar do que isso.
30:00esse país tem lei, esse país tem regra e esse país tem um dono chamado povo brasileiro.
30:10Portanto, dei palpite na sua vida e não na nossa.
30:15Vamos passar para a próxima, a Ana Ionova, do New York Times.
30:26O Ricardo está chegando aí.
30:28Só outro você, Ferginho.
30:29Obrigado.
30:30Olá, boa tarde, presidente.
30:33Minha pergunta é sobre a ameaça de tarifas, porque, nesse grupo que acabou de fazer esse encontro, tem vários países que, nesse momento, estão negociando, tentando conseguir algum acordo com os Estados Unidos,
30:57e tentar fugir de regimes tarifários duros.
31:03Eu queria saber se essas ameaças feitas pelo presidente Trump afetaram, de alguma forma, a dinâmica do grupo nesse encontro e se ameaçam a sintonia e o consenso do grupo.
31:20Obrigada.
31:21Eu só estou sabendo disso porque você me perguntou.
31:27Na reunião dos BRIC, ninguém, ninguém tocou nesse assunto.
31:33Ou seja, como se não tivesse ninguém falado.
31:37Não demos nenhuma importância para isso.
31:41Simona Iglesias, da Bloomberg.
31:51Oi, presidente.
31:53Boa tarde.
31:54O senhor está me ouvindo bem?
31:56Está me ouvindo bem, presidente?
31:58Boa tarde.
31:59Boa tarde.
32:00Tô.
32:01Nós gostaríamos de saber se avançaram as discussões para a nova plataforma de investimentos em moeda local,
32:07para reduzir o peso do dólar nas negociações entre os países dos BRICS,
32:12ou se isso, pelo tamanho e diferenças das economias dos países que integram o bloco, é um desafio gigantesco.
32:20E a gente também, o pessoal das agentes internacionais, quer perguntar sobre o Irã.
32:24O Irã discordou da posição de consenso dos países com relação à criação dos dois estados.
32:30Esse já era um assunto superado pelas 16 reuniões anteriores do BRICS.
32:36Então, como é que se navega nesse desafio de um novo país que tem esse desentendimento?
32:43Muito obrigada.
32:44Primeiro, eu queria dizer que, com relação à posição do Irã, ninguém vai pedir para o Irã mudar de posição.
33:00E a posição do Irã, na lógica dos outros países, é uma coisa do Irã.
33:07Como o Irã está lá perto, está no calor das disputas, ele pode pensar.
33:13Mas nós continuamos achando que é preciso criar os dois estados, sabe?
33:19E que vivam em harmonia, se desenvolvam sem nenhum problema de atropelo de um país sobre o outro.
33:30Essa é uma tranquilidade para nós.
33:33A outra pergunta, qual foi?
33:36Quanto a forma de investimento não é local?
33:39Veja, essa é uma coisa que, se vocês jornalistas brasileiros se lembrarem,
33:46em 2004, nós fizemos isso com a Argentina.
33:51Se vocês se lembrarem, em 2004, nós aprovamos, sabe, um comércio entre Brasil e Argentina que poderia ser feito nas moedas locais.
34:04E os bancos centrais, de tempo em tempo, se juntam, se reúnem e conseguem estabelecer, sabe, a liquidez das nossas relações.
34:19No caso do Brasil e Argentina, nós tivemos um erro que foi fazer optativo, não foi uma coisa determinativa.
34:27E é muito difícil você fazer as pessoas mudarem aquilo que já estão acostumadas há muitas décadas.
34:36Eu acho que o mundo precisa encontrar um jeito de que a nossa relação comercial não precise passar pelo dólar.
34:47Quando for com os Estados Unidos, ela passa pelo dólar.
34:50Mas quando for com a Argentina, ela não precisa passar.
34:54Quando for com a China, ela não precisa passar.
34:57Quando for com a Índia, ela não precisa passar.
34:59Sabe, quando for com a Europa, discute-se euro.
35:03Ou seja, ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão.
35:08Em que fórum foi determinado?
35:11E, obviamente, que nós temos toda a responsabilidade de fazer isso com muito cuidado.
35:17Os nossos bancos centrais precisam discutir isso com os bancos centrais dos outros países.
35:23Mas é uma coisa que não tem volta.
35:26É uma coisa que não tem volta.
35:29E isso vai acontecendo aos poucos e vai acontecendo até que seja consolidado.
35:38Bom, temos as últimas duas perguntas.
35:41O Bruno, da Agência Brasil.
35:44Boa tarde, presidente.
35:47A declaração final dos líderes fala de justiça tributária.
35:50Dá destaque a isso.
35:51Então, é um assunto que vai ganhando relevância no BRICS, no Sul Global, no cenário internacional.
35:56Como que essa relevância pode influenciar a agenda interna no Brasil,
35:59agora que no Congresso tem a discussão sobre eleição do imposto de renda, taxa santo super-ricos?
36:04E como pode pautar também o que o governo vai levar para a audiência de conciliação no STF na próxima semana?
36:11Olha, eu não estou participando de nenhuma mesa de conciliação.
36:21Veja, nós mandamos uma proposta para o Congresso.
36:25O Congresso resolveu fazer uma coisa, na minha opinião, totalmente anticonstitucional,
36:34porque decreto é uma prioridade do governo, do executivo.
36:41Houve um PDL do Congresso Nacional, que derrubou, nós entramos na justiça.
36:50Eu não li ainda a decisão do ministro Alexandre de Moraes, porque eu estava aqui nos BRICS.
36:57Mas nós temos outras decisões de outros ministros, diferente da decisão do Alexandre de Moraes.
37:04Nós temos decisões, no caso do ministro Jumar, aprovando IOF, quando o Fernando Henrique Cardoso era presidente.
37:12Nós temos IOF aprovada no governo Bolsonaro.
37:16Então, sabe, quando eu chegar hoje em Brasília, amanhã,
37:22eu ainda tenho que receber o primeiro-ministro Modi como chefe de Estado.
37:27amanhã e na quarta-feira, eu ainda recebo o presidente Prabowo da Indonésia.
37:35Depois eu vou conversar com o meu advogado-geral da União para ele cuidar desse assunto.
37:41É simples assim.
37:43Não tem nada de anormal.
37:46Tem uma divergência política que é própria da democracia, sabe?
37:52E vamos resolvendo os problemas.
37:55A última pergunta é da Carla Parelo, do Marcha Notícias.
38:02Obrigada. Boa tarde, presidente.
38:08Eu gostaria de perguntar para você qual é a importância da América Latina no bloco dos BRICS,
38:16que se tem o Brasil como representante permanente, depois da rejeição da Argentina e de que a Venezuela fosse vetada também.
38:25Então, qual seria o próximo passo agora?
38:28Se tem alguma intenção de ampliação do bloco em geral também?
38:33De repente poderia ser em esses outros mecanismos, como o foro empresarial, das mulheres, o foro civil, etc.
38:40Eu gostaria de saber isso. Obrigada.
38:42Obrigada.
38:43Obrigada.
38:44Obrigada.
38:45Obrigada.
38:46Obrigada.
38:47Obrigada.
38:49Obrigada.
38:50Obrigada.
38:51Obrigada.
38:52Obrigada.
38:54Obrigada.
38:55Obrigada.
38:56Obrigada.
38:57Obrigada.
38:58Obrigada.
38:59Obrigada.
39:00Obrigada.
39:01Obrigada.
39:02Obrigada.
39:03Obrigada.
39:04Obrigada.
39:05Obrigada.
39:06Obrigada.
39:07Obrigada.
39:08Obrigada.
39:09Obrigada.
39:10Obrigada.
39:11Obrigada.
39:12Obrigada.
39:13Obrigada.
39:14Obrigada.
39:15Obrigada.
39:16Obrigada.
39:17Obrigada.
39:18Obrigada.
39:19Obrigada.
39:20Obrigada.
39:21Obrigada.
39:22Obrigada.
39:23Obrigada.
39:24Obrigada.
39:25Obrigada.
39:26Obrigada.
39:27Obrigada.
39:28Muito tranquilo com os BRICS, sabe? Acho que o BRICS é a coisa nova que surgiu no mundo, sabe, em que a geopolítica estava determinada por meia dúzia de países considerados ricos.
39:47Se você vê o absurdo do que é o mundo, você veja o FMI, embora os BRICS representem, sabe, metade do PIB do mundo, o PIB só tem 18% no FMI de representatividade, os BRICS só tem 18%.
40:08Eu lembro que quando a gente estava disputando as Olimpíadas, sabe, a China tinha um delegado e a Suíça tinha cinco, a Itália tinha cinco.
40:24Ou seja, então, a verdade nua e crua é essa. Os países ricos tomaram conta das instituições multilaterais e nós ficamos, sabe, quase que na borda, vivendo de favores.
40:38O que nós queremos é construir um BRICS em que a relação seja justa, em que todos participem da decisão e que a decisão seja para sempre tomada da forma mais democrática possível.
40:53Eu estou convencido que nós estamos criando a única coisa nova que surgiu no mundo nos últimos anos, que é uma coisa que surgiu de nós, não surgiu de cima para baixo, surgiu de baixo para cima.
41:10E temos a sorte de ter países importantes, como a China, como a Índia, como a Indonésia, como o Brasil, como a África do Sul, e outros vão entrando.
41:24Nós não temos porteira fechada.
41:27Quem quiser entrar, diz que quer entrar, nós vamos avaliar.
41:31E na hora que a gente avalia, a gente faz o convite.
41:38É assim que é.
41:40Pessoal, muito obrigado.
41:42É isso, presidente.
41:44Obrigado pela participação.
41:45Todos agora somos fluminenses, hein?
41:47Obrigado por assistir.
42:04Obrigado.
42:05Obrigado.
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