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Com US$ 39 bilhões investidos em 122 projetos, o Banco do Brics reforça sua presença global e discute no Rio os próximos passos para o financiamento sustentável. Lula e Haddad destacam o papel geopolítico da cooperação sul-sul. O consultor Guilherme Athia explica a importância de reunião entre países.

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Transcrição
00:00Acontece hoje e amanhã no Rio a décima reunião anual do Banco do BRICS.
00:04O encontro antecede a cúpula do bloco e discute estratégias para financiar o desenvolvimento sustentável dos países integrantes.
00:13Os detalhes com a repórter Mônica Sanches.
00:16O encontro dos representantes dos bancos dos BRICS e também dos países que compõem o bloco
00:23aconteceu num hotel aqui em Copacabana, num forte esquema de segurança.
00:28Na abertura, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lembrou que o Banco do BRICS já investiu quase 40 bilhões de dólares
00:38em 122 projetos espalhados pelo planeta.
00:43O ministro afirmou que o banco passa por um momento de ampliação com a adesão de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos
00:52e mais recentemente Egito e Argélia.
00:55Mas o tom dos discursos na abertura também foi de muita apreensão.
01:01Tanto pela presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff, quanto pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
01:10Eles falaram sobre as pressões que o mundo sofre com as crises políticas e também com a crise climática.
01:18O presidente reforçou a necessidade de cooperação entre os países e usou como exemplo os planos do projeto de construção
01:28de um cabo submarino ligando os países do sul global.
01:33Lula também comparou os gastos com guerras e armamentos em relação aos esforços,
01:39a falta de recursos para os programas com o objetivo de acabar com a fome e a miséria no mundo.
01:46Ele disse que o problema do mundo atualmente é político e que há uma carência de lideranças.
01:53O ministro Fernando Haddad passou o dia todo neste encontro com representantes do Banco do BRICS
02:00e também teve uma reunião bilateral com a ministra de Finanças da Índia,
02:06Mônica Sanches, do Rio de Janeiro, para o Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
02:12Durante o discurso, o presidente Lula defendeu novos mecanismos de financiamento
02:18e disse que é preciso cuidar dos países que têm floresta em pé.
02:22Eu queria, meus amigos e minhas amigas, dizer que existe uma tarefa que possivelmente todos
02:33vocês tenham consciência de que é importante cumpri-la, que é a de criar novos mecanismos
02:41de financiamento, sobretudo para novas situações como a questão da transição climática.
02:48Todo mundo sabe que desde 2009, na COP15, em Copenhague, foi decidido que os países ricos
02:58iriam, sabe, compensar a ajuda aos países pobres, doando 100 bilhões de dólares por ano
03:07para enfrentar a situação climática.
03:09Já estamos em 2025 e esse dinheiro até agora não apareceu.
03:15Então, nós somos obrigados a começar a pensar um modelo de desenvolvimento que, primeiro,
03:23seja um modelo capaz de a gente ter garantido a diminuição de efeito de gala e tufa.
03:30Segundo, é preciso cuidar dos países que ainda têm floresta em pé.
03:35Não é possível que a gente queira que o Congo, que a Indonévia, que os oito países
03:39da América do Sul que têm a Amazônia cuide das suas florestas sem lembrar que embaixo
03:45de cada copa de árvores tem um pescador, tem um seringueiro, tem um extrativista, tem
03:50um indígena que precisam de ajuda financeira até para que a gente possa mantê-los como guardiã
03:58de proteção da floresta.
04:00Ou seja, é preciso que a gente reeduque as instituições de Brad Wood's de que não
04:06é possível continuar no século XXI com a mudança que aconteceu na geopolítica, com
04:13a mudança que aconteceu na questão do clima, tratando a questão de financiamento do mesmo
04:18jeito.
04:19O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também falou no encontro do Banco do Brics.
04:39Ele destacou a ampliação do número de membros ao longo dos 10 anos da instituição e a oferta
04:45de opções de financiamento para os países do bloco.
04:49Em 2014, durante a sexta cúpula do Brics, em Fortaleza, foi assinado o acordo que criou
04:55o novo Banco de Desenvolvimento, resultado da vontade conjunta de Brasil, Rússia, Índia,
05:01China e África do Sul, de contar com uma instituição financeira alinhada às suas próprias ambições.
05:07O diagnóstico à época identificou uma carência real de recursos de longo prazo para infraestrutura
05:13e desenvolvimento sustentável, não atendida pelo sistema financeiro internacional,
05:19que se originou no pós-guerra.
05:21Hoje, a solidez desse diagnóstico encontra plena confirmação nos resultados do NDB.
05:28Ao longo da última década, o Banco aprovou 120 projetos, totalizando R$ 39 bilhões em
05:35financiamento.
05:36Com esses recursos, foram construídos ou modernizados mais de 40 mil quilômetros de rodovias, aumentou-se
05:45a oferta de água potável em cerca de 250 mil metros cúbicos por dia, implementaram-se 293
05:53quilômetros de sistemas de trilhos urbanos e ergueram-se 35 mil moradias.
05:59Tirando lições da história das relações entre instituições financeiras e Estados
06:05soberanos, o Banco aprimorou sua atuação por meio de uma governança equitativa.
06:12Atua sob a égide da cooperação entre iguais, oferecendo soluções financiadas conforme as
06:19prioridades nacionais e dentro dos contextos de cada país.
06:23A última década demonstrou que esse modelo de desenvolvimento não apenas é financeiramente
06:29viável, como também se traduz em impactos concretos e sustentáveis.
06:36Vale sempre lembrar que esses dados representam mais do que execução orçamentária e boa governança.
06:43Traduzem escolas mais acessíveis, comunidades mais conectadas, famílias com acesso à água
06:51limpa, cidadãos vivendo com mais dignidade.
06:54São os exemplos mais concretos de como o multilateralismo dos BRICS tem impacto dentro
07:01da vida dos seus cidadãos.
07:03O Banco passa por uma importante ampliação do seu quadro de membros.
07:07De cinco países fundadores, hoje somos nove, com adesão de Bangladesh, Emirados Árabes
07:15Unidos, Egito e, mais recentemente, Argeno.
07:19Esse processo de expansão é uma demonstração clara da relevância e da atratividade do
07:25NDB, mas também deve enfatizar da liderança estratégica da presidenta Dilma Rousseff.
07:32Sob seu comando, o Banco conquistou uma nova dimensão geopolítica e internacional.
07:39Ao celebrarmos os dez anos do NDB, reafirmamos nossa convicção de que é possível construir
07:45um modelo de cooperação sensível às necessidades dos nossos países.
07:50Que a próxima década seja marcada por ainda mais ambição, mais parcerias transformadoras
07:56e mais impacto positivo para gerações presentes e futuras.
08:01A gente continua falando sobre os encontros dos países do BRICS.
08:06Para isso, eu converso agora com o Guilherme Atcha, ele é consultor em confiança, governança
08:11e assuntos públicos.
08:13Guilherme, boa noite para você.
08:14Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
08:16Bom, a gente acabou de ver o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad destacando a importância
08:22do Banco do BRICS para o financiamento dos países do bloco.
08:25A avaliação deles é correta ou esse é um discurso com viés político?
08:31Boa noite, obrigado pelo convite.
08:34Para os exportadores, para as cadeias produtivas, para as empresas que operam multinacionalmente,
08:40é preciso que isso se torne realidade de forma clara.
08:44Se isso está acontecendo ou não, é preciso avaliar com mais cautela.
08:49Porém, todos esses esforços de facilitar o comércio internacional são muito bem-vindos
08:55para essa governança da economia internacional.
08:59Vamos ver o quanto que isso vai progredir.
09:01É ainda um processo novo em amadurecimento, diferentemente de outros mecanismos de financiamento
09:09que já existem há algum tempo.
09:10Sua avaliação, o presidente Lula está buscando o protagonismo global ao destacar a relevância
09:16do BRICS e desses novos modelos de financiamento internacional, ressaltando essas questões ambientais?
09:24Com certeza o Brasil tem muito a dizer sobre questões ambientais.
09:29Uma das coisas que eu costumo dizer há muito tempo é que existem os acordos verdes da União Europeia,
09:34o acordo verde do Reino Unido, e o Brasil talvez não consiga demonstrar que exista,
09:40um esforço, uma cor do verde, claro, dentro do nosso país.
09:45Então, é preciso que, sim, tenha um diálogo sul-norte, um diálogo sul-sul,
09:49para que a gente possa mostrar as nossas características, as nossas qualidades
09:53e fazer com que a gente consiga estabelecer um diálogo que seja mais equilibrado
09:59do ponto de vista, por exemplo, até geográfico, cultural, histórico, econômico, por aí vai.
10:06Jeremy, economicamente falando, qual é a relevância dos BRICS hoje?
10:13A China é muito importante para o Brasil.
10:15A China sempre foi importante para o Brasil e continuará sendo, não há dúvida nenhuma,
10:21tanto do ponto de vista de mercado consumidor, de commodities brasileiro,
10:26como também de investidor em infraestrutura e agora cada vez mais no setor automotivo, por exemplo.
10:32Então, não há dúvida nenhuma.
10:34Os outros países têm pesos relativos, mas é importante destacar que não há uma escolha aqui.
10:41Quer dizer, não é porque a gente está fazendo um acordo com países do BRICS
10:44que a gente deixa de fazer acordo, por exemplo, com o G7
10:48ou com outros países como Coreia do Sul, como Austrália, enfim.
10:53É importante lembrar que o que mais vale para as cadeias produtivas,
10:57para as empresas, para os exportadores, é ter acesso a mercados.
11:02Essa reunião de cúpula dos BRICS, que vai acontecer nos próximos dias no Rio,
11:06é um evento de peso para a geopolítica global?
11:10É um evento de peso, sim.
11:12É importante que saia um documento que seja pragmático, que seja claro,
11:18que seja menos ideológico e mais focado nas questões econômicas,
11:24porque elas fazem sentido para as pessoas.
11:26As pessoas precisam de renda, precisam de emprego, precisam de produtos.
11:31Então, é isso que acho que a comunidade econômica espera de uma reunião importante como essa.
11:37Agora, não é a única, não é a última.
11:39Nós temos outras reuniões importantes vindo aí no Brasil, como, por exemplo, a COP30.
11:44Então, o Brasil tem, sim, um papel importante, sempre teve e deverá sempre preocupar-se
11:51como estabelecer critérios que sejam os mais claros e os mais transparentes possíveis,
11:58para que todos os envolvidos possam se aproveitar desses projetos,
12:03dessa cooperação, dessa governança internacional.
12:06Vou passar para as perguntas dos nossos analistas.
12:09Vamos começar pela Júlia Lindner.
12:11Guilherme, boa noite.
12:13Muito se especulou sobre a ausência do presidente da China, Xi Jinping,
12:17desse encontro de cúpula do BRICS.
12:19Como é que você vê essa ausência e se você acha que pode ter algum significado
12:23em relação à forma como a China vê o BRICS ou alguma mudança na relevância
12:28desse grupo para a China?
12:31Veja, não tenho uma informação específica, interna, sobre isso,
12:36mas é fato de que a China está negociando agora com os Estados Unidos.
12:41E eu não sei se isso, de certa forma, deixou a China dividida,
12:46mas ela não está ausente.
12:48Ela tem aí um representante de peso na reunião dos BRICS.
12:53Mas pode ser que tenha sido, sim, um fato de dividir aí os interlocutores,
12:59um com os Estados Unidos e um com o BRICS nesse momento.
13:02Mas eu não vejo nenhuma mudança nas relações entre China e Brasil
13:07por conta da ausência de um líder nessa reunião especificamente.
13:12Isso não é um sinal claro de nenhuma disruptura.
13:16Alberto Azental, pode fazer a sua pergunta.
13:19Guilherme, boa noite.
13:20É importante para o BRICS ter, eventualmente, uma moeda própria
13:24ou meios de pagamento próprios que não tenha que utilizar o dólar
13:30para fazer as suas transações.
13:33E o NBD deve ser uma peça importante nessa meta e nesse processo.
13:38Queria que você explicasse um pouco o porquê disso ou dessa eventual importância
13:43e se eles estão perto de atingir esse objetivo.
13:49Veja, as transações internacionais, elas sempre foram baseadas em dólar
13:56e cada vez mais a gente percebe que políticas nacionais podem alterar mecanismos globais,
14:05ou seja, interferir nas relações entre outros países, outros setores, outras geografias.
14:10Isso não significa que deve ser substituído.
14:13O que deve se buscar são mecanismos em que a gente possa escolher quais são as moedas,
14:20quais são as formas de pagamento e recebimento que mais cabem para aquelas situações específicas.
14:27A gente tem moedas digitais.
14:29O Brasil, por exemplo, tem um avanço muito grande do ponto de vista de transações financeiras.
14:34É um exemplo no mundo.
14:37Então, o que a gente precisa é muito mais mecanismos de facilitação do comércio,
14:42de facilitação de compra e venda de produtos, de vendas de serviços,
14:46para que a gente possa estar mais sintonizado e sincronizado com as tecnologias,
14:52com os avanços da economia.
14:54Sobre o ponto de vista de se está avançando ou não, parece que sim,
14:58mas ainda, como disse há pouco, é um processo que demanda tempo.
15:02E as proporções são ainda bastante menores em relação aos mecanismos mais tradicionais.
15:09E quais são as decisões que devem, de fato, sair desse encontro nos próximos dias, Guilherme?
15:15Há muita expectativa em relação a questões ambientais, a questões geopolíticas,
15:24mas o meu foco é muito na área econômica.
15:27E o que eu gostaria de ver, e acho que muitos dos atores econômicos,
15:31sejam cadeias produtivas brasileiras, sejam segmentos que exportam
15:36ou que fazem parte de importação de produtos, enfim, de comércio internacional,
15:43é de ver algo mais pragmático, que a gente possa ter previsibilidade.
15:47Porque os órgãos públicos, quando decidem, dão ao setor privado a capacidade de pensar,
15:56bom, se eu fizer esse investimento no Brasil de 10 anos, de 20 anos de expectativa de retorno,
16:03eu estou seguro?
16:04Eu vou ter esse dinheiro de volta daqui a 20 anos?
16:07Eu vou poder fazer esse investimento agora?
16:10E é basicamente isso que se espera de uma forma muito simples,
16:13ou seja, que a gente possa saber o que temos pela frente do ponto de vista de segurança jurídica,
16:21de segurança política, de segurança geopolítica, vamos dizer assim.
16:25Guilherme, muito obrigada, gostei muito de conversar com você.
16:28Volte mais vezes, bom fim de semana.
16:31Igualmente, obrigado.
16:32Obrigada a você.
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