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O vice-presidente Geraldo Alckmin visitou o México com ministros e empresários para fortalecer laços comerciais e abrir novas frentes de investimento. A professora Marcela Franzoni, do Ibmec, analisou impactos para indústria, agronegócio e diversificação do comércio brasileiro.

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Transcrição
00:00E o vice-presidente Geraldo Alckmin lidera a missão oficial ao México com ministros e empresários para ampliar laços comerciais e abrir novas frentes de investimento entre as maiores economias da América Latina.
00:12A agenda inclui encontro com a presidente Cláudia Schenbaum e reuniões bilaterais em áreas estratégicas.
00:19Quem vai analisar junto com a gente os impactos desse assunto é a professora de Relações Internacionais do IBMEC de São Paulo, Marcela Franzoni.
00:26Tudo bem, professora? Boa tarde, seja muito bem-vinda ao Fast Money.
00:30Obrigada e obrigada pelo convite, é um prazer.
00:33A gente que agradece a sua disponibilidade.
00:35Bom, professora, Brasil e México movimentaram mais de 13 bilhões de dólares em comércio no ano passado, mas ainda não tem um acordo de livre comércio abrangente.
00:45E essa visita de Alckmin pode ser um passo nessa direção? Em que a senhora acredita?
00:50Eu acho que, de fato, essa visita vai atuar como uma tentativa de diversificar as relações comerciais do Brasil.
01:00Então, justamente, o governo brasileiro busca angariar novas oportunidades econômicas, principalmente agora em um cenário de muita instabilidade com o governo Trump.
01:08O México também vem passando por esse processo, apesar de no México ser um caso um pouco diferente, porque o país tem um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
01:18Então, alguns produtos mexicanos estão protegidos, vamos dizer assim, de certa forma, justamente por esse acordo comercial.
01:24Mas o governo brasileiro busca ampliar essas oportunidades.
01:28Agora, é difícil ainda dizer se, de fato, isso vai levar à negociação de um tratado comercial amplo.
01:33Os países têm um acordo de complementação econômica, que abrange os produtos automobilísticos e também algumas outras categorias de produtos.
01:43Mas ainda existe, o empresariado brasileiro e mexicano tem dificuldade em avançar nesse acordo,
01:49justamente porque a indústria mexicana é muito voltada para o mercado americano,
01:53enquanto a indústria brasileira produz muito para o mercado interno e também para os países da América do Sul.
01:58Então, nos últimos anos, a gente tem observado uma dificuldade dos dois países em avançar, em concluir um acordo mais abrangente.
02:05E, professora, o encontro que a gente anunciou aqui que vai acontecer entre o nosso vice e a presidente do México, Cláudia Schimbau,
02:12é visto como muito simbólico.
02:14Qual é o peso político de dois grandes países latino-americanos se reaproximarem nesse momento?
02:21Eu acho que existe muita convergência política e eu destacaria dois fatores.
02:25O primeiro fator são países que se colocam como países médios, países intermediários do sistema internacional
02:31e, portanto, possuem algumas bandeiras que são comuns.
02:35O multilateralismo, a negociação pacífica de conflitos, a soberania,
02:39que são temas que têm vindo bastante à tona agora devido ao governo Trump.
02:44E também existe uma convergência político-ideológica, porque, tanto no Brasil como no México,
02:49nós temos governos de perfil mais de centro-esquerda.
02:53Então, isso tende a favorecer, invariavelmente, alguns acordos e o aumento da cooperação bilateral entre os dois países.
03:01Então, acho que, do ponto de vista político, a convergência é muito importante.
03:05Agora, o fato de termos isso não garante uma relação com maior potencial no longo prazo,
03:12porque o México responde hoje por 2% só do nosso comércio exterior.
03:17Então, é muito pouco, justamente pensando em um cenário em que são os dois maiores países da América Latina,
03:22as duas maiores economias.
03:24Então, de fato, considerando o potencial dessa relação bilateral, ainda teria muito o que avançar
03:30e talvez esse cenário político possa ser, talvez, um grande motivador.
03:35É, aquele empurrão que talvez estivesse faltando.
03:39E aí, professora Marcela, a missão, a gente sabe que tem empresários e ministros da agricultura,
03:45planejamento, saúde.
03:47Então, olhando para essa composição, o que o Brasil tem mais a ganhar?
03:51Falando em setores mesmo, de uma forma mais prática.
03:54A gente está falando de agronegócio, de indústria automobilística, principalmente?
03:57Sim, né? O grande interesse brasileiro é justamente para o setor da indústria de manufaturados,
04:04porque é um setor que foi bastante prejudicado pelo tarifato do Trump,
04:08na medida em que grande parte dos produtos que a gente exporta para os Estados Unidos
04:12são produtos manufaturados.
04:14Então, a busca do governo brasileiro é justamente fomentar esses espaços
04:18e esses mercados de consumo para essa categoria específica de produtos
04:22e porque são produtos também que têm mais dificuldade em se colocar em outros mercados,
04:27justamente pela questão da competitividade.
04:29Então, acho que esse é o grande desafio do governo brasileiro
04:33e a grande oportunidade aí que se abre na relação com o México.
04:37Agora, é importante dizer que o México também é um país que produz muitos bens manufaturados.
04:42Então, em vários setores existe até uma certa concorrência entre as duas indústrias, né?
04:47Então, é preciso fazer um mapeamento desses setores e aí analisar.
04:52Dentro desses segmentos, nem todos teriam esse potencial de cooperação
04:58e de ampliação das relações econômicas.
05:00Então, isso vai depender muito dos interesses e também dos setores da indústria brasileira
05:04que conseguiriam chegar dentro desse consenso aí com o governo mexicano.
05:09E, professora, e tudo isso está acontecendo, né?
05:12Esse movimento em pleno fervor aí com as tarifas de Donald Trump.
05:19Brasil e México podem usar essa aproximação de alguma forma
05:22para fortalecer a posição da América Latina na negociação com o Washington?
05:26Isso pode ajudar ou tem potencial de atrapalhar mais?
05:30Como que você enxerga isso?
05:33É, eu acho que esse, né, do ponto de vista, então, pensando que são os dois maiores países,
05:37acho que seria super interessante a gente pensar em alguma possibilidade
05:40de negociação conjunta aqui na região.
05:43Agora, eu também acho isso muito difícil de acontecer, né?
05:46Tanto os Estados Unidos e também os governos nacionais aqui na América Latina,
05:50eles têm buscado avançar nessas negociações do ponto de vista mais bilateral.
05:55Então, como eu mencionei, a relação bilateral do México com os Estados Unidos,
05:59ela é muito diferente da relação do Brasil com os Estados Unidos.
06:02E isso faz mesmo com que esses governos nacionais,
06:05eles busquem sempre negociar binacionalmente com os Estados Unidos
06:09e não de uma perspectiva multilateral aqui da América Latina, né?
06:13Então, acho que essa visita, ela vem justamente no sentido de fortalecer
06:17esses outros mercados, né, essas relações comerciais para além dos Estados Unidos
06:22e possibilitar, no médio prazo, a diversificação de mercados,
06:26porque a diversificação lá não consegue ser feita no curto prazo,
06:29mas do ponto de vista da negociação com o Trump,
06:32eu acho muito provável ainda que a gente continue vendo uma negociação bilateral,
06:36justamente porque os interesses são muito divergentes
06:39e o México, ele tem, além da questão comercial,
06:42ele tem a questão da segurança, né, do combate ao narcotráfico,
06:45a questão migratória, que são outros temas na agenda com os Estados Unidos
06:49que ele também não leva através da América Latina, né?
06:53Ele prefere negociar também isso de uma maneira direta com os Estados Unidos.
06:57Então, eu acho muito difícil que esse alinhamento, ele leve a uma negociação mais ampla,
07:02o que seria super importante até para dar um peso maior à região, né,
07:06e facilitar esse processo negociatório.
07:08É, mas de fato o México tem uma posição, né, muito estratégica,
07:11e é muito ligado ali aos Estados Unidos, né, especialmente pelo USMCA.
07:16Agora sim, olhando para o potencial, então, dessa aproximação Brasil e México,
07:20é um potencial que seria mais para exportação de produtos brasileiros
07:25ou importação também?
07:27E o que muda na vida do cidadão comum aqui do Brasil,
07:30caso essa parceria dê certo?
07:33Eu acho que o principal impacto é expandir as oportunidades comerciais
07:37para o empresariado brasileiro, né,
07:39principalmente aí para o setor de manufaturados,
07:41mas também para setores do agronegócio,
07:43e principalmente, né, a ideia de que essa ampliação,
07:48ela possa diminuir a vulnerabilidade associada ao mercado americano.
07:52Então, basicamente, é utilizar, né, usar a diplomacia
07:55para fomentar novas oportunidades de comércio
07:58e justamente diminuir as tarifas,
08:01facilitando a exportação para outros mercados
08:03e dependendo menos do mercado americano, né.
08:06Agora, o processo de diversificação, ele é muito difícil de acontecer,
08:11porque ele é um processo de longo prazo, né,
08:13Então, o fato do Brasil, eventualmente,
08:15se a gente conseguir abrir esses novos mercados,
08:18e tem muita possibilidade de fazer isso no México, né,
08:21e também de atração de investimentos,
08:23que é outro ponto que o governo brasileiro também está olhando,
08:25isso é uma estratégia de médio prazo
08:28e ela não, ela deve ser feita em conjunto com outras estratégias.
08:32Por exemplo, o apoio que o governo brasileiro lançou
08:35em relação a alguns setores que vão ser prejudicados pelo tarifácio.
08:39Então, as duas medidas, elas são complementares,
08:41elas não se anulam, né,
08:42justamente porque uma delas é voltada para os setores aqui no mercado interno, né,
08:47e de dar um tempo maior para que esses setores se reorganizem
08:50do ponto de vista externo
08:51e, num futuro próximo, eventualmente,
08:54abrir novas oportunidades de comércio.
08:57E aí, nesse cenário, né,
08:58os Estados Unidos diminuiriam o seu papel na balança comercial brasileira
09:03e a gente poderia aumentar com outras regiões.
09:06E como eu falei com o México, né,
09:07já que a gente exporta só 2% de tudo que a gente produz,
09:10é um mercado que tem muito potencial
09:12para comprar os produtos brasileiros
09:15e também para investir aqui no Brasil em setores estratégicos.
09:18Certo.
09:19Quero agradecer, Marcela Franzoni,
09:20professora de Relações Internacionais do IBMEC de São Paulo.
09:24Muito bom falar contigo.
09:25Volto sempre.
09:26Muito obrigada.
09:27Obrigada e obrigada pelo convite.
09:29Tchau, tchau.
09:29Até a próxima.
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