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O ministro da Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil “não se acovardará a pressões externas”, durante um pronunciamento em Washington, nesta quarta-feira (30).

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Transcrição
00:00Agora, a fala do nosso ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
00:04Daqui a pouco eu volto com você.
00:05Hoje em Washington, com o secretário de Estado, Marco Rubio,
00:10para discutir o estado atual da relação bilateral.
00:14Reiterei que o Brasil está aberto a dar segmento às negociações comerciais
00:18iniciadas em 7 de março deste ano e paralisadas desde a divulgação
00:25da carta do presidente Trump de 9 de julho corrente.
00:31Enfatizei que é inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional
00:36no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil,
00:41inclusive a condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Bolsonaro.
00:50Afirmei que o Poder Judiciário é independente no Brasil,
00:54tanto como aqui, e que não se curvará a pressões externas.
00:59Nesse sentido, o governo brasileiro se reserva o direito de responder
01:04às medidas adotadas pelos Estados Unidos.
01:08Ao final do encontro, concordamos quanto à necessidade de manter diálogo
01:13para solucionar os problemas bilaterais.
01:16Volto hoje à noite ao Brasil e relatarei, ao chegar ao presidente Lula,
01:21o teor das conversas que mantive nos Estados Unidos,
01:25de forma a definir as respostas do Brasil diante das medidas anunciadas
01:31hoje pelos departamentos de Estado do Tesouro, bem como da Casa Branca.
01:37Bom, portanto, nós acompanhamos aí esse pronunciamento do ministro Mauro Vieira,
01:50relações das relações exteriores.
01:53Ele falou que o Poder Judiciário brasileiro não vai se curvar diante de pressões externas
01:57e que o governo brasileiro se reserva ao direito de responder.
02:01Vinícius Torres Freire, eu vou voltar com você, você pode completar o que a gente estava conversando antes,
02:06mas eu queria que antes você comentasse sobre isso que a gente acabou de ouvir.
02:10Foi super rápida a fala dele?
02:12Foi muito protocolar, mas manteve o tom brasileiro de não baixar a crista.
02:17Não criou mais crise, disse que tem um canal de negociação, mas não baixou a crista
02:21e responde em parte àquilo que eu não estava mencionando de início,
02:26que é um tom muito duro dos Estados Unidos.
02:29Que os Estados Unidos, no final das contas, colocou o Brasil na lista de países que ameaçam
02:32direitos humanos, liberdade de expressão, eleições livres e justas,
02:38ameaça política externa americana e empresas americanas.
02:40O comunicado foi muito duro, o decreto contra o ministro Alexandre de Moraes foi duríssimo,
02:47mas o que eu estava dizendo é que, em termos econômicos, o estrago foi menor do que esperado.
02:55Mais ou menos, as contas ainda estão sendo feitas, 40% a 50% do valor das exportações do Brasil
03:01para os Estados Unidos parecem ter ficado isentos.
03:03Essa conta é complicada, depende da análise de milhares de produtos,
03:07mas o que eu estava dizendo, indústria, aeronáutica ficou fora,
03:11parte da indústria siderúrgica e metalúrgica ficou fora, máquinas e equipamentos, celulose,
03:16agora teve danos no setor de, especialmente, café,
03:20que o Brasil exportou nessa safra 2 bilhões e meio de dólares para os Estados Unidos de café,
03:25a indústria de cerâmica, pedras e coisas assemelhadas também ficou de fora,
03:29parte da indústria de madeira também, que ficou fora não, foi sobretaxada,
03:33então tem aí um problema grave para essas empresas.
03:36Mas, na média, as primeiras contas que eu e várias pessoas estão fazendo dizem o seguinte,
03:41se a tarifa era de 50 pontos, 50% sobre todos os produtos brasileiros,
03:46com as isenções, ela baixa para um pouco menos de 30%,
03:50quer dizer, na prática foi menor, ela é nominalmente 50%,
03:53mas colocando as isenções, talvez não dê 30% a tarifa ponderada efetiva,
03:59tem que fazer conta precisa, mas o estrago foi bem menor
04:03e, aparentemente, tem uma abertura para negociar.
04:06Por um lado, o Mauro Vieira está dizendo, tem um canal com o Marco Rubio,
04:09que é o secretário de Estado, que é o chefe da diplomacia americana,
04:12por outro lado, o Brasil já começou a conversar sobre vantagens possíveis
04:17para big techs e para empresas que queiram instalar data centers no Brasil,
04:22então tem chance de que alguns setores escapem,
04:24especialmente o café, que foi especialmente prejudicado e de maneira um tanto surpreendente.
04:29Então a conversa continua, os riscos são muito sérios, o tom está muito duro,
04:32o Brasil continua sendo o país que mais apanhou até agora no mundo inteiro,
04:37mas tem alguma conversa e o prejuízo, por enquanto, foi menor do que o esperado.
04:41O que deve vir pela frente, Vinícius?
04:44Olha, tem coisas que estão andando.
04:47Por exemplo, os Estados Unidos abriram um processo para investigar várias práticas comerciais
04:52e regulatórias do Brasil por meio do escritório do representante comercial americano.
04:58São queixas muito antigas, de mais de uma década, que estavam parados,
05:02vindo para frente e vai ter essa investigação.
05:04Segundo, a tensão política permanece.
05:07O processo contra o Bolsonaro vai continuar e a gente não sabe
05:10se o Trump vai querer fazer questão de conseguir alguma coisa nessa linha
05:14ou de marcar, fazer pressão ou ao menos dizer
05:19se vocês querem continuar essa linha, eu vou causar mais prejuízos.
05:22Mas, por enquanto, a gente sabe que o interesse das empresas americanas,
05:27que seriam muito prejudicadas com essa tarifação de mais de 40 pontos,
05:33chegando a 50%, ajudou o Brasil a escapar um pouco.
05:37Mas tem riscos. Como eu falei, tem essa investigação das práticas comerciais
05:41e regulatórias brasileiras. Os Estados Unidos estão ameaçando a fazer mais sanções
05:46contra a Rússia e contra países que negociam com a Rússia.
05:50E o Brasil negocia com a Rússia e tem dois interesses principais.
05:54Importa muito fertilizante, essencial para a economia brasileira e para a balança comercial,
05:58e importa diesel. Então, se tiver sanção contra a Rússia, o Brasil vai ter problemas sérios
06:03na área de fertilizantes. A tensão política continua, tem o risco Rússia,
06:07tem as investigações regulatórias e o tom não está bom.
06:10A gente sabe que hoje o prejuízo foi menor do que o esperado,
06:15mas tem muito conflito aberto pela frente.
06:18Obrigada por enquanto. Já já a gente conversa mais.
06:20Agora eu vou para o Alberto Azental, nosso analista de economia.
06:23Alberto, boa noite para você. Você ficou surpreso com as exceções?
06:26Boa noite Cris, boa noite a todos. Eu fiquei surpreso que o Trump, ele cobre o escanteio
06:33e ele mesmo cabeceia para o gol, porque ele ia divulgar daqui a dois dias.
06:39Então adiantou dois dias e já mostrou todas as exceções e muito provavelmente não teve
06:44nenhuma negociação, nenhuma conversa. Então ele mesmo pressionou, ele mesmo adiantou
06:49e ele mesmo já fez as 700 exceções. O que eu não tenho surpreso,
06:55a gente já vinha cantando a bola aqui faz tempo, os americanos iam dar exceções em tarifas
07:02naquilo que interessaria a eles próprios. Eles não iam comprar um avião e pagar um avião e meio.
07:10Então eles já deram essa isenção em aviões e peças, zero de surpresa.
07:16Agora, commodities com baixíssimo valor agregado, a gente fala de cacau não chocolate,
07:24a gente fala de café verde, não café torrado, moído, embalado e distribuído e assim por diante,
07:30frutas in natura. São itens de baixo valor agregado e de baixo ticket médio.
07:37Então mesmo que se aumente as tarifas 50% do ponto de vista do consumidor norte-americano,
07:44não é que fica um produto extremamente caro para o consumidor,
07:49mas o custo de vida das famílias de alguns itens in natura, sim, vai subir
07:55e pode pressionar um pouco a inflação das famílias norte-americanas.
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