No quadro Protagonistas, conheça a trajetória inspiradora de Dafna Blaschkauer, executiva com 25 anos de experiência em gigantes como Apple, Nike e Microsoft. Ela compartilha insights sobre liderança, alta performance e o poder das Power Skills para transformar carreiras e negócios. CEO do Superjump e autora best-seller, Daphna revela estratégias para liderar com propósito e disciplina, destacando o impacto do esporte em sua jornada.
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00:00Hora do quadro protagonistas que traz histórias inspiradoras de mulheres que transformam as áreas em que atuam.
00:07A entrevistada de hoje tem uma trajetória brilhante como executiva de grandes empresas multinacionais.
00:14Hoje ela é uma escritora best-seller, uma palestrante muito requisitada, além de ter aberto a própria empresa.
00:21A protagonista de hoje é Daphna Blaschkauer, uma mulher que conquistou as quadras antes de conquistar o mundo corporativo.
00:35Foi campeã brasileira de tênis e depois fez histórias gigantes como Apple, Microsoft e Nike, onde ocupou cargos de liderança no Brasil e no exterior.
00:46Daphna liderou o lançamento do iPhone aqui no Brasil, comandou a área feminina da Nike durante as Olimpíadas do Rio e foi diretora global da marca nos Estados Unidos.
00:57Autora do best-seller PowerSkills, ela é uma defensora incansável da liderança consciente, da diversidade e da alta performance com propósito.
01:09Daphna também é fundadora e CEO da SuperJump.
01:12Daphna, muito obrigada, prazer receber você aqui.
01:16Minha primeira pergunta é sempre a mesma para todas vocês.
01:19Quem é Daphna Blaschkauer? Como você se define?
01:22Obrigada, Cris, em primeiro lugar, pelo convite.
01:24Um prazer e uma honra estar aqui com você.
01:27Bom, eu me defino como uma executiva global, são 25 anos de experiência em posições de liderança, como a Nike, Apple e Microsoft.
01:35Eu também sou uma esportista, joguei tênis por 10 anos da minha vida, fui tricampeã paulista e campeã brasileira com 18 anos.
01:45Sou uma educadora, professora, eu dou aula como professora convidada no curso de alta gestão para CEOs da faculdade de Túlio Vargas
01:54e também no curso de pós-graduação da USP, Fé-USP, faculdade que eu me formei em administração.
02:02E atualmente também como autora do best-seller Power Skills, as habilidades-chave para destravar seu potencial máximo.
02:10E empreendedora, CEO e founder do Superjump, junto com a minha super co-founder, Anitta Fischer, que também atua como diretora de Customer Success.
02:24Vamos começar falando então do Superjump. Você chama de O Superjump.
02:28O Superjump, vamos.
02:30Porque significa o super salto de conhecimento para o seu crescimento e desenvolvimento.
02:36O Superjump é sobre uma plataforma de educação e treinamento corporativo com foco no desenvolvimento de líderes e liderados,
02:46aonde eu desenvolvi trilhas de conhecimento nas áreas de liderança, vendas, inovação, com um fio condutor de alta performance.
02:57No fim do dia, Cris, todo mundo busca atingir resultados e é esse nosso papel, ajudar as pessoas a realmente se realizarem,
03:07atingirem seus objetivos e do que eu chamo da sua máxima potência, com soluções super customizadas.
03:14A gente realmente entende os objetivos e as necessidades de cada empresa.
03:19E por fim, acho que vale complementar, a gente disse que a frase que melhor define o Superjump
03:25e que traduz, traz a alma da marca é Learning is the New Cool.
03:31Traduzindo ao pé da letra, tentando traduzir, significa aprender é super legal, é descolado,
03:38porque a gente quer desmistificar essa ideia de que aprender é chato.
03:44Eu concordo com você plenamente.
03:46Então, já que a gente está falando de aprendizado, quais foram as grandes lições que o esporte te deu,
03:53que você trouxe para a sua vida corporativa?
03:56Que bacana a sua pergunta, Cris, porque eu digo que o esporte me moldou,
04:00não apenas como executiva, mas para a minha vida.
04:03Basicamente, foi através do esporte competitivo que eu desenvolvi três habilidades que eu entendo que são fundamentais,
04:10não apenas para a minha carreira, mas para a minha vida.
04:12A começar, eu falo sobre a disciplina. Eu falo que a disciplina é a mãe de todas as habilidades.
04:19Afinal de contas, a gente precisa da disciplina para desenvolver ou aprimorar qualquer outra habilidade.
04:24Mas mais do que isso, Cris, disciplina, no fim do dia, é sobre a gente fazer o que a gente tem que fazer da melhor forma possível,
04:31mas principalmente quando a gente não tem vontade de fazer.
04:34E eu aprendi isso com esporte, Cris, porque eu tinha que treinar oito, dez horas por dia,
04:39sete por sete, faça sol ou faça chuva, quando eu não tinha vontade de treinar.
04:44E a verdade é que na nossa vida, no nosso trabalho, a gente vai ter que fazer coisa que não necessariamente a gente queira fazer.
04:52A segunda habilidade que eu desenvolvi com esporte, tão importante nos dias atuais, é a habilidade do foco.
04:59Eu falo que foco é sobre você saber distinguir as poucas coisas essenciais das muitas triviais.
05:06No mundo dos negócios, a gente fala muito da lei do Pareto, que é o 80-20, e que conecta com foco.
05:12No fim do dia, 20% daquilo que a gente focar vai trazer 80% do resultado.
05:19Eu falo que foco é sobre trade-off, é sobre escolha. Em que sentido?
05:23A gente pode fazer tudo o que a gente quiser na nossa vida? Eu falo que a gente pode, mas a gente não pode se destacar em tudo.
05:32A gente precisa aprender essa habilidade de saber falar não. Foco também é sobre isso.
05:38E eu confesso aqui para você que no começo da minha carreira como executiva, eu tive muita dificuldade em falar não.
05:44Porque eu sou de uma geração, Cris, que falar não era basicamente sinônimo de eu não estar comprometida.
05:49E eu tive que aprender a saber falar não de forma elegante. Inclusive, eu revelo isso no meu livro,
05:59para que de forma que as pessoas entendam e me percebam como se uma profissional super comprometida,
06:06e mais do que isso, que eu fosse valorizada pela forma como eu canalizo a minha energia para fazer aquilo que eu preciso fazer.
06:16Você tem toda a razão. Falar não, antigamente, lá atrás, significava que ela não quer crescer na carreira.
06:24Ela não quer ir além de onde ela está. Eu concordo com você plenamente.
06:27E aí, aproveitando que você já entrou no assunto do livro, o seu livro é um best-seller, Power Skills.
06:33O que te levou a escrever esse livro? Por que escrevê-lo? Onde você queria chegar com ele?
06:41Primeiro, o livro surge de um convite da editora Gente, que entende que eu tinha uma história interessante e que precisava ser compartilhada.
06:50E aqui, eu tenho que fazer mérito ao meu querido amigo, que faz o prefácio do livro, Gustavo Caetano,
06:57porque, na real, foi ele que vislumbrou a minha potencialidade em transformar a minha história num livro.
07:05Ele me convidou para fazer uma palestra para o time dele. Quando terminou a palestra, ele me fala,
07:11Daphna, você tem aqui que compartilhar essa história em um livro.
07:16Então, surge desse momento. Converso com a editora Gente e o livro, Cris, eu preciso te falar, ele basicamente estava pronto na minha cabeça.
07:24Por quê? Porque, desde o começo da minha carreira, eu entendi que esse conjunto de habilidades sócio-comportamentais
07:33eram determinantes, não apenas na carreira, mas na nossa vida.
07:38E eu confesso para você que, quanto mais eu aprendia, quanto mais eu estudava, quanto mais eu aplicava na prática,
07:45o termo que a gente até então usava, e muitas pessoas ainda usam, de soft skills,
07:50confesso que me incomodava, Cris. Elas não são frágeis, elas não são delicadas, elas não são tangíveis,
07:57elas não têm uma linha de chegada. Você não se torna MBA de colaboração, de disciplina, de foco, de empatia.
08:04Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto, eu não sei você e a audiência que está nos assistindo,
08:09mas eu, que amo estudar, eu gosto de estudar algo que seja cool.
08:13E vamos combinar? Soft skills não tem nada de cool.
08:16Vou dar uma estudadinha aqui em soft skills. E o termo power skills, eu entendia que representava
08:23exatamente o que são essas habilidades. São habilidades poderosas, são habilidades determinantes
08:29na nossa carreira e na nossa vida. E dali surge a ideia, o desejo e a minha paixão em compartilhar conhecimento.
08:39Vamos falar um pouco mais do livro, porque eu li o livro, o livro é incrível, eu super recomendo
08:44esse livro, o power skills, mas você diz que você ensina de maneira elegante a dizer não.
08:50Então, traz aqui rapidamente para a nossa audiência, como falar não de maneira elegante.
08:55Primeira dica, ou melhor, como eu chamo no livro, eu chamo de rec.
08:59O primeiro rec, que significa os recados, as recomendações.
09:03Parece básico, mas acredite em mim, esse é o ponto de partida, que é pausa.
09:08Pausa. Em que sentido? Quando alguém te solicitar algo no pessoal, no profissional.
09:14Pausa. Por que essa pausa é tão importante?
09:16Porque nós, a maioria de nós, estamos já no modo piloto automático de falar sim para tudo.
09:24Principalmente os latinos, Cris, porque a gente associa a questão da gente ser bem querido.
09:31A gente vai falar sim para um compromisso social.
09:34A pausa é importante para você proteger a sua agenda.
09:39Você nem checou a sua agenda.
09:41Pausa. Agradece o convite. Obrigada, Cris, para fazer essa gravação.
09:45Eu volto para você logo mais.
09:48Partindo ali, opa!
09:51Segundo ponto, checa a sua agenda.
09:54Em outras palavras, checa a sua prioridade.
09:57D. Em que sentido? Quantas vezes ao longo da minha carreira eu recebia uma série de e-mails de convite para reuniões de 3, 4, 5 horas.
10:06E eu ia no piloto automático de dar o sim.
10:09Aceitando.
10:105 horas, 3 horas de reunião.
10:12Eu aprendi a fazer essa pausa.
10:15E a segunda dica é a seguinte.
10:17Aquela prioridade não é.
10:19Como que eu vou falar não de uma forma elegante?
10:21Primeira coisa que eu fazia, eu voltava para a pessoa que me convidou para essa reunião, agradecia o convite e perguntava, qual o seu objetivo da minha participação?
10:32O que você espera?
10:33Por que essa pergunta é crucial, Cris?
10:35Porque a partir dali, você vai entender qual é o seu papel naquela reunião.
10:40A maioria dos convites que a gente recebe não tem uma ginga, não tem uma expectativa da sua participação.
10:45Não tem uma pauta para reunir.
10:46Não tem uma pauta.
10:47E a partir dali, número 1, você já mostrou o seu comprometimento.
10:51Obrigada pelo convite.
10:52O que você...
10:53O Dafa, eu gostaria do seu ponto de vista aqui.
10:55Que legal.
10:56Deixa eu te contar.
10:57Eu não tenho esse horário, mas eu posso te passar isso ainda hoje por e-mail.
11:00E se você tiver uma dúvida, depois a gente toma um café.
11:04Você mostrou comprometimento.
11:06Senioridade, protegeu a sua agenda.
11:09Um outro rec que eu sugiro e que eu aplico no meu dia a dia é sobre você delegar.
11:18A gente não precisa participar, estar presente em tudo.
11:22É oportunidade não apenas de você proteger a sua agenda para aquilo que é prioridade,
11:27mas de você também desenvolver o seu time, dispô-los em outras reuniões.
11:33E, por fim, para finalizar essa pergunta, eu também aprendi que o não, simplesmente o não, ponto, é uma excelente resposta.
11:43O não, ponto, é praticamente impossível.
11:45Exato.
11:46É não.
11:46Obrigada pelo convite, mas eu tenho um conflito de agenda.
11:49Dafa, você foi a primeira diretora de vendas da Apple aqui no Brasil.
11:53Você foi a primeira diretora brasileira da Nike com atuação na Ásia, no Pacífico, na América Latina.
12:00Como é abrir espaços como mulher em ambientes tão competitivos, em segmentos que são ainda muito masculinos?
12:09Sem dúvida nenhuma, Cris.
12:10O primeiro ponto, eu digo, é nós termos clareza daquilo que a gente quer.
12:17Eu costumo dizer que tem gente que sabe o que quer e tem gente que acha que sabe o que quer.
12:22É aquela clássica, se você não sabe o que você quer, qualquer caminho serve.
12:25Mas eu aprendi que mais do que isso, a clareza é fundamental
12:28porque nós vamos ter momentos extremamente difíceis, principalmente em espaços predominantemente por homens
12:35e que a gente, quando sabe o que quer, é muito mais fácil da gente resistir.
12:41O segundo ponto que eu aprendi ao longo da minha carreira é sobre conhecimento.
12:48Em que sentido?
12:49É nosso papel sermos protagonistas, de entender quais são as habilidades que a gente precisa desenvolver
12:56em ambientes desafiadores.
12:59Entender esses vieses inconscientes, por exemplo, do estereótipo feminino,
13:04para a gente realmente mitigar.
13:08Um terceiro componente que eu entendo que foi fundamental na minha carreira,
13:13comportamento.
13:14Em que sentido?
13:15Da gente não se vitimizar.
13:17E aqui eu tive o privilégio de ter duas referências, como a gente diz,
13:22o role models feminino.
13:24Começar a minha avó, que foi uma sobrevivente de guerra, de holocausto,
13:29que veio para o Brasil com nada no bolso, Cris, e sem saber falar português.
13:35Que cria três filhos separados numa época que basicamente não tinham pais separados.
13:41E minha mãe também, do zero, vai empreender para poder nos oferecer a melhor educação.
13:46Então, para mim, é esse olhar de realmente nos empoderar e não nos vitimizar.
13:52Quer dizer, você já tinha exemplos femininos muito fortes e isso evidentemente te ajudou?
13:58Sem dúvida nenhuma.
14:00E por fim, eu acho que um último componente, eu digo, é coragem.
14:03Coragem no sentido de nós sermos autênticas, de nós sermos nós mesmas.
14:08Muitas vezes os caminhos não vão estar abertos.
14:12E é sobre a gente seguir aquilo que a gente sente, buscar realmente realizar os nossos sonhos,
14:19desafiar o status quo.
14:22E no fim do dia, quando eu falo de autenticidade, quando eu falo sobre sermos nós mesmas,
14:28sobre a gente não se preocupar com rótulos, com sociedade, com os desejos dos outros.
14:36E para isso, exige coragem da gente bancar, da gente se bancar para buscar realmente os nossos objetivos e sonhos.
14:45Sem dúvida nenhuma.
14:46Você liderou o lançamento de iPhone e iPad aqui no Brasil.
14:50Como foi para você estar à frente de algo tão simbólico nesse momento de transformação digital que a gente está passando?
14:59Sem dúvida. Eu falo que esse foi um dos meus momentos de sonho de carreira, sem dúvida nenhuma.
15:07Porque eu começo na Apple, eu digo, quando tudo era mato.
15:10Eram basicamente 30 funcionários, uma startup.
15:13Naquele momento, a Apple vendia basicamente Mac para um nicho.
15:17Você está falando de que ano? Que ano você entrou?
15:18Estamos falando de 2010, se não me engano.
15:22Ela vendia basicamente Mac e Cris para um nicho de agentes de propaganda e publicidade e iPod, que não existe mais, e acessórios.
15:31Basicamente, 70% do que era vendido era Mac.
15:34E quando eu começo na Apple, o meu trabalho, o desafio junto com o meu time, foi justamente o de fazer o desenvolvimento de todo o marketplace.
15:42Em outras palavras, abrir os canais de vendas e distribuição, direto e indireto.
15:46Abrir as primeiras lojas da Apple aqui em São Paulo, no Shopping Morumbi e no Rio de Janeiro.
15:52Tive o prazer e o privilégio de sentar com a Bílio Diniz, um dos maiores empreendedores do nosso país, na época no CBD,
15:59expansando o canal de franqueados para justamente preparar o mercado para fazer o lançamento de dois produtos que transformaram a nossa vida.
16:09O iPhone e o iPad no varejo.
16:11Então, foi uma experiência fantástica, com muitos erros, muitos aprendizados.
16:17Quando a gente fala de Apple, normalmente, todo mundo associa, sem dúvida nenhuma, a inovação, a excelência, a experiência.
16:24Eu gosto de trazer um componente do que eu vivenciei, que a maioria das pessoas não conhece o que está nos bastidores.
16:31Primeiro, é um mantra da Apple para quem trabalha, falar inglês, depois eu vou traduzir.
16:39The devil is on the detail, ou seja, o diabo mora nos detalhes.
16:44E para mim, esse foi um grande aprendizado, onde eu lapidei a minha obsessão pelo consumidor.
16:53Eu entendi o que é você colocar, literalmente, o consumidor no centro.
16:56Muitas empresas falam sobre isso, colocam o quadro na parede, mas, na prática, você tem essa obsessão, quase que uma paranoia.
17:06A Apple, realmente, você vivencia isso.
17:09E uma segunda curiosidade diz respeito à área de supply management, que eu entendi.
17:16Como que a Apple gera esse desejo, até hoje, de ser essa marca super cool, super hot, e, principalmente, de fazer essas filas quilométricas em qualquer lançamento, com um produto de high ticket, que está relacionado, sem dúvida nenhuma.
17:33Produtos caros, produtos, exato.
17:35Um preço alto para o grande consumidor, para a média do consumidor, né?
17:39Exatamente. E que conecta com a estratégia de supply management, em outras palavras, de gerenciamento, ou melhor, micro-gerenciamento de estoque das suas próprias lojas e das lojas dos seus varejistas e distribuidores.
17:56De forma que ela controla muito bem o que a gente chama do life cycle, o ciclo de vida do produto a cada ano tem um lançamento.
18:03Então, foi uma escola, foi um MBA na prática, mas eu também confesso, muita pressão, sem dúvida nenhuma, para você entregar um excelência resultado.
18:14Não tenho a menor dúvida disso. Agora, falando de Nike, você estava à frente da Nike durante as Olimpíadas do Rio.
18:19Como é que foi esse momento? O que você nos conta aí? O que mais você lembra? O que mais te chama a atenção naquele momento?
18:27Perfeito, Cris. Primeiro, eu digo que esse foi meu dream job em vários aspectos.
18:32Imagina, eu, uma atleta apaixonada por esportes. E contar uma curiosidade, acho que eu nunca falei em uma entrevista.
18:41A Nike, eu era apaixonada, era a minha empresa dos sonhos, quando eu jogava tênis, porque naquele momento eu não tinha nenhuma referência de tenista mulher.
18:51A minha referência de ídolo era o André Agassi, patrocinado pela marca, eu conhecia toda a roupa dele.
18:59E naquele momento, minha mãe, com todos os esforços para nos sustentar, nunca me faltou nada, Cris, mas não tinha condição de comprar um tênis Nike.
19:09Então, era a minha marca de desejo em todos os sentidos.
19:12Então, em primeiro lugar, eu trabalhar numa marca como atleta, que eu era apaixonada, foi incrível.
19:18Dois, eu estar numa posição como executiva e o chapéu não só representando uma executiva, mas nós mulheres.
19:24Qual era o grande desafio quando eu assumi essa posição?
19:28Era justamente de conectar e servir melhor essa consumidora feminina.
19:34Por quê, Cris? Você deve se lembrar.
19:36Em 2014, estamos falando basicamente há 11 anos, as marcas esportivas, de uma forma geral, Cris, elas eram e ainda continuam sendo o que a gente chama de male-driven, orientada para o consumidor masculino.
19:48Em que sentido? Desde o ponto de vista de product creation, criação de produto.
19:53Quantas vezes eu, como consumidora, ou depois, quando eu fiz inúmeros focos grupo com mulheres, eu escutava o seguinte feedback.
20:01Duff, eu adorei esse sneaker, mas não tem a minha grade, ou seja, não tem meu número.
20:06Adorei esse tênis, né?
20:07Exatamente, eu adorei essa camiseta, mas não tem meu fit, vamos combinar? O fit para mulher é mais acenturado.
20:14E agora eu vou te contar uma curiosidade, que faz parte da sua pergunta.
20:17O que eu mais me lembro foi o seguinte, sabe o que eu fiz nos meus primeiros 60 dias nessa cadeira, Cris?
20:24Primeiramente, eu costumo dizer que antes o consumidor estar no centro, o seu time tem que estar no centro.
20:29Eu conectei com o meu time para entender e conhecê-los o que está funcionando bem, o que não está funcionando, quais são as oportunidades, quais são os desafios.
20:39E depois desse período, Cris, eu fui conectar com as consumidoras, mas eu fiz algo diferente.
20:46Fiz o focus group, que é um clássico e multinacional, onde você faz pesquisas, conhece por que o consumidor compra, quais são os atributos.
20:53Mas, Cris, o que eu fiz de diferente, que eu guardo até hoje, que foi fundamental.
20:58Sabe qual é a melhor forma de você conhecer um consumidor?
21:02Não é através de pesquisa, esse foi o meu aprendizado.
21:05Eu fui conhecer, com a permissão delas, o closet dessas mulheres.
21:09Sabe por quê?
21:10Não tem nada mais revelador do que você abrir o closet de uma mulher e entender quais são os tênis que ela compra.
21:19Ela compra tênis para performance ou para lifestyle?
21:22Ela compra tênis coloridos ou tênis lisos ou com print?
21:26Quais são os tipos de cores?
21:27Quais são as marcas que ela usa?
21:29Ela é orientada a preço?
21:32A partir dali, eu comecei a entender quais eram, de fato, os principais atributos, desejos dessa consumidora para a gente servir melhor.
21:43E a segunda parte que a gente fez foi levar essas consumidoras, sair do closet, levá-las para aquilo que a gente chama de retail tour, na loja física e online, para entender qual é a jornada de compra.
21:56Como ela compra, o que é importante para ela, não apenas do ponto de vista de produto, mas de experiência.
22:03Então, foi marcante, memorável.
22:05Eu tenho muito orgulho do resultado que nós entregamos, todo o time cross-funcional de todas as áreas, para entregar dois QPIs, que significam dois índices de performance, que eram não negociáveis.
22:18Um era tornar a Nike a marca número um favorita da nossa consumidora e o outro, o QPI, era sobre ser a marca número um em market share, em participação de mercado.
22:30E a Nike do Brasil se tornou referência para a Nike Global.
22:34A gente ganhou o case de best practice, de melhores práticas.
22:38Então, que incrível.
22:39Tenho as melhores memórias e muito orgulho do trabalho que o time fez durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro.
22:45Que incrível.
22:46Você também é mentor e conselheira.
22:49Que conselho você daria para a mulher que está aqui, nos assistindo nesse momento, que está no começo da carreira e sonha em ocupar o cargo de liderança?
22:57Primeiro conselho, autoconhecimento.
23:00E eu falo sobre autoconhecimento no último capítulo do meu livro e não à toa.
23:05O que significa autoconhecimento de forma super simples?
23:08Para a gente falar sobre carreira, primeiro a gente precisa fazer uma investigação individual sobre o que a gente quer, o que a gente gosta, o que a gente não gosta, quais são as suas fortalezas, quais são as suas fraquezas, as áreas que você precisa desenvolver, qual é o tipo de ambiente que você performa melhor, quais são os seus valores, o que você não tolera.
23:31E é curioso, Cris, porque a gente não aprende isso.
23:34A gente começa uma carreira e entra também no piloto automático.
23:39Então, o primeiro ponto de partida é você saber responder essas perguntas que são fundamentais.
23:44Porque a partir daqui, o que acontece?
23:47Qual é o segundo passo?
23:48A partir daqui, você vai saber fazer as melhores escolhas, tomada de decisão para que empresa você quer trabalhar, que área você quer trabalhar.
23:58O segundo conselho, após esse primeiro passo, é sobre, a partir dali, você entender com o seu gestor quais são as habilidades, técnicas e sociocomportamentais que você precisa desenvolver para você atingir os seus objetivos.
24:17Você precisa escutar esse feedback do seu gestor e, a partir dali, traçar um plano executável de desenvolvimento, de projetos, de forma que você possa desenvolver e, principalmente, para que você esteja pronta quando o momento chegar.
24:36Porque eu costumo dizer, Cris, que tem variáveis que a gente controla e tem variáveis que a gente não controla.
24:41A gente controla a nossa preparação, mas a gente não controla quando a vaga vai estar à disposição.
24:49A gente não controla a concorrência.
24:52Então, eu fecho com o último conselho.
24:54Faça sempre o melhor que você possa fazer, para que você seja a escolha e esteja preparada quando essa oportunidade chegar.
25:03Tenha um sponsor na empresa que você trabalha.
25:08Em outras palavras, tenha alguém que validou com você esse seu plano, além do seu gestor, para que tenha clareza de quais são os seus objetivos e que seja o seu defensor nas reuniões-chave de decisão, de promoção, de efetivação.
25:27Isso é interessante.
25:28Bom, o nosso tempo já acabou e eu sempre termino com a mesma pergunta para todas vocês.
25:33O que significa ser protagonista da sua própria vida?
25:37Perfeito, Cris.
25:38Protagonista, no meu ponto de vista, é sobre você ser CEO da sua vida.
25:43É sobre você ter as rédeas.
25:46É sobre você fazer as melhores escolhas que façam sentido para você.
25:54É sobre você ser CEO e ser líder da sua vida no sentido de ser uma liderança intencional e não acidental.
26:05Muito obrigada, prazer te receber.
26:07Obrigada, você.
26:09Delícia de conversa.
26:10Igualmente.
26:11Obrigada.
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