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Daniela Cachich, presidente da unidade Beyond da Ambev, compartilhou sua trajetória de mais de 20 anos liderando marcas icônicas como Guaraná Antártica, Pepsi e Gatorade. Ela falou sobre inovação, sustentabilidade, diversidade e como transformar desafios em oportunidades estratégicas no setor de bebidas.

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Transcrição
00:00E chegou a hora do quadro Protagonistas, que traz mulheres inspiradoras que transformam as áreas em que atuam.
00:06A convidada de hoje acumula mais de 20 anos de trajetória, comandando operações em grandes multinacionais do setor de bens de consumo.
00:14Atualmente, ela ocupa o cargo de presidente da unidade de negócios Beyond, na Ambev.
00:19A protagonista de hoje é Daniela Caxias, presidente da unidade de negócios Beyond, na Ambev, o portfólio de bebidas não alcoólicas, além de drinks prontos para a América do Sul.
00:36Ela lidera marcas que fazem parte do dia a dia dos brasileiros, como Guaraná Antártica, Pepsi e Gatorade, além de iniciativas de inovação e sustentabilidade.
00:47Daniela é uma executiva que está transformando um dos segmentos mais estratégicos da empresa.
00:54Tem mais de 20 anos de experiência liderando negócios em multinacionais de bens de consumo, como Unilever, Heineken e PepsiCo.
01:03Hoje, ela combina visão de negócios e sensibilidade para estar à frente de um mercado altamente competitivo.
01:11Também integra o conselho consultivo do Grupo Boticário e o conselho de marketing do Insper.
01:16Dani, um prazer ter você aqui com a gente no quadro protagonista.
01:20Acho que bom que deu certo.
01:21Deu certo.
01:22Deu certo.
01:23Deu certo.
01:23Eu também.
01:24A minha primeira pergunta é sempre a mesma para todas vocês.
01:27Quem é Daniela Caxias?
01:29Nossa, eu vou falar em uma frase, que foi uma frase que marcou muito quando eu a conheci, de um escritor que chama Zaki Magiesi,
01:38que é...
01:38Ela é uma bailarina que aprendeu a dançar conforme o caos.
01:42Olha, que frase maravilhosa!
01:44Eu fiz balé durante 15 anos na minha vida e eu acho que quando eu vi essa frase, eu falei, sou eu!
01:51Assim, pensando na minha vida, eu falei, sou eu!
01:54Mas a Daniela é mais que isso, né?
01:55Eu tenho uma filha de 17, um filho que vai fazer 14 agora.
02:01Eu sou...
02:01Assim, eu estou com o meu marido há mais de 20 anos.
02:04Então, eu costumo dizer que eu sou uma mulher, mãe, executiva, que durante a minha trajetória eu passei por diferentes experiências que foram me deixando cada vez mais forte
02:16e cada vez acreditando mais que nós, mulheres, podemos sim chegar aonde a gente almeja.
02:23E como foi essa sua trajetória até aqui?
02:27Quais foram os momentos mais marcantes que você destacaria aqui para a gente até você assumir a presidência dessa unidade de bebidas não alcoólicas e drinks prontos?
02:36Olha, eu acho que para mim o que mais me marcou foi, durante essa trajetória, ver poucas mulheres em cargos de alta liderança.
02:45E aí você se pergunta, será que eu posso? Será que existe um lugar ali?
02:50E conforme eu fui crescendo na minha carreira, eu fui vendo mais mulheres.
02:53Eu fui vendo mais mulheres chegando, mulheres que acho que nem sabem que elas me impactaram e me inspiraram.
02:59E depois teve um momento na minha carreira que eu virei uma dessas mulheres, onde outras mulheres chegam para mim e falam
03:06Poxa, eu te vejo aí, sendo mãe, sendo executiva, então é possível, né?
03:11Então, eu acho que eu passei de um lugar onde eu tinha poucas referências, eu vi muitas mulheres virando referência
03:18e depois de um momento eu virei uma referência.
03:20É muito legal você partir de um lugar e chegar em outro e perceber que a gente está evoluindo,
03:27que a gente está, assim, chegando mais longe e que é muito bacana ver.
03:33Eu acho que a combinação dos gêneros, a combinação das experiências diferentes, ela é muito potente.
03:38Você pode citar para a gente alguma ou algumas mulheres que foram referência para você?
03:44Ah, tem, assim, teve uma executiva que eu admiro muito, que eu trabalhei com ela na Unilever.
03:50Tem duas executivas da Unilever que eu trabalhei.
03:52Uma foi a Silvia Lenhado, que foi a mulher à frente da campanha de Real Beleza de Dove,
03:58na qual eu tive o privilégio e a oportunidade de ser uma das pessoas que estava na marca naquele momento.
04:04E aquilo, para mim, foi um clique muito grande, porque eu sou administradora de empresas,
04:08mas eu sempre trabalhei nas áreas de marketing das grandes multinacionais.
04:12E naquele momento, a Silvia, ela mostrou para o mundo que autoestima podia ser um tema para uma marca de beleza.
04:21E hoje a gente vê muitas marcas colocando vários tipos de mulheres, mas há 20 anos atrás isso não existia.
04:28Então, naquele momento eu falei, nossa, essa mulher, além dela, também era casada, tinha filhos e ela está fazendo uma transformação.
04:35E uma outra da Unilever, que depois foi minha parceira, como no Conselho do Boticário, que é a Andréa Salgueiro,
04:43que também é uma mulher que me ajudou muito, uma profissional que me ajudou pessoalmente, profissionalmente.
04:47Então, eu falo muito sobre aliados e aliadas, porque eu já tive mulheres que me ajudaram muito,
04:53já tive homens que me ajudaram muito.
04:55Então, eu gosto muito desse conceito de aliado, sabe?
04:57É, a gente pode dizer que é rede de apoio, isso é fundamental, na sua opinião?
05:01Fundamental, eu acho fundamental e eu acho que, assim, é legal quando você vê que tem pessoas que apostam em você,
05:07que fazem, que acreditam que você pode voar, que te impulsionam.
05:11E eu encontrei muitas pessoas assim no caminho, encontrei homens, encontrei mulheres
05:15e eu tento ser assim também para outras pessoas que estão chegando e que estão me encontrando no caminho, sabe?
05:21Você sempre soube que queria trabalhar com marcas de bens de consumo ou foi algo que surgiu ao longo do percurso?
05:28É curioso, porque assim, o meu pai foi executivo na IBM durante 26 anos.
05:34Então, eu cresci com uma mãe que trabalhava com moda e um pai que era executivo.
05:40E meus pais tinham um acordo comigo que era assim, você pode dançar o quanto você quiser, desde que você estude.
05:46Então, a educação...
05:47Você chegou a ser balanera profissional?
05:49Quase profissional.
05:50Eu dancei no estágio, dancei no Sérgio Cardoso, no Cultura Artística.
05:54Então, é assim, eu dançava muito.
05:57Então, eu tinha um combinado, meu pai tinha um combinado que é assim, olha, você dança, mas você estuda conforme...
06:02Se você começar a ir mal, esquece.
06:04Então, eu sempre fui muito, assim, eu fui muito disciplinada, muito rígida.
06:08O balé te ensina uma coisa que é muito interessante, porque muitas vezes você está na sapatilha de ponta dançando
06:14e seus pés estão em carne viva, mas você tem que parecer uma pessoa, assim, algo muito...
06:19Plena, que você está feliz.
06:20Uma pluma dançando, né?
06:22Então, essa dualidade da rigidez, mas ao mesmo tempo da leveza, da disciplina, mas ao mesmo tempo da entrega,
06:30foi algo que eu fui me moldando ao longo da minha carreira.
06:32Então, eu cresci, da minha carreira, da minha vida, né?
06:35E aí, eu cresci vendo um pai executivo e aí, de alguma maneira, eu falei, bom, eu quero trabalhar numa multinacional.
06:40Eu quero trabalhar, eu não sabia exatamente que categoria, enfim.
06:46Mas aí, quando eu comecei a trabalhar com bens de consumo, o bichinho me picou e eu falei,
06:51é muito gratificante quando você está na frente de uma gôndola de supermercado
06:56e você vê uma consumidora escolhendo o produto que você desenhou, a embalagem,
07:02que você participou do líquido, que você participou do lançamento.
07:06De repente, você vê alguém que pega e fala, essa pessoa vai consumir.
07:09O que eu idealizei, e assim, imagina 200 milhões de brasileiros, né?
07:14Então, é muito, eu gosto muito.
07:16E aí, eu fui indo e eu sempre soube que eu queria ser a número um de marketing.
07:22Falava, eu quero ser vice-presidente de marketing, eu quero ser CMO.
07:26E aí, eu fui indo.
07:27E toda vez que eu tinha que tomar uma decisão de carreira, eu pensava,
07:31isso me leva mais perto, mais longe do que eu quero.
07:35E essa é uma dica que eu dou para muita gente, quando as pessoas me perguntam.
07:38Essa dica é excelente.
07:39Tenha muita clareza se o seu próximo passo te leva mais perto ou mais longe do que você almeja.
07:46Porque isso vai te ajudar a tomar as decisões da sua carreira.
07:50Vai te ajudar de alguma maneira.
07:52Eu fui indo, fui indo.
07:53Quando eu cheguei e virei CMO, falei, nossa, cheguei.
07:57E agora?
07:59E aí, depois eu falei, mas agora eu acho que eu quero mais.
08:01E eu acho a palavra ambição, eu acho muito poderosa, sabe?
08:05Às vezes, a gente olha para a palavra ambição de uma forma negativa.
08:10É ambicionar algo maior, é querer mais.
08:14E aí, eu falei, não, eu acho que agora eu quero mais.
08:16E aí, foi muito bacana.
08:18Aos 47 anos, hoje eu estou com 51,
08:20o Jean Gereissatis, que na época era CEO da Ambev,
08:25me convidava para me juntar à Ambev.
08:28Assim, uma companhia que eu sempre,
08:31tendo feito administração e sendo brasileira,
08:34a gente sempre olha para a Ambev como uma referência.
08:37E, de repente, eu achei muito interessante,
08:39porque eu estava com 47 anos.
08:40E, às vezes, a gente acha que quando a gente está perto dos 50,
08:42nossa, estou perto dos 50.
08:45Não, essa companhia está me chamando
08:48para justamente eu ser presidente de uma divisão
08:50que vai liderar inovação, que vai liderar tendência.
08:55Então, para mim, é quase como...
08:57Talvez, acho que eu nunca falei isso,
08:59mas eu acho que a Ambev não imagina
09:01o quanto ela injetou de energia para mim
09:04quando estou chegando na metade da minha vida
09:06para poder ficar mais muitos anos trabalhando com isso.
09:10Ela me relembrou o quanto eu amo trabalhar com isso.
09:12Você está com brilho no olhar.
09:15Falando disso, eu também fico quando falo do meu trabalho.
09:19Mas é...
09:20E é muito bom trabalhar com o que a gente ama
09:22e no que a gente acredita, sem dúvida nenhuma.
09:25Aí, puxando algo que você falou,
09:27inovação, tendência, fundamental.
09:29Mas você trabalha com marcas icônicas.
09:32A gente está falando de Guaraná Antártica,
09:34a gente está falando de Pepsi,
09:36a gente está falando de Gatorade,
09:37de drinks prontos, que são muito conhecidos também.
09:40Como equilibrar essa tradição de marcas tão fortes
09:45com inovação e com tendência?
09:47Essa é uma boa pergunta,
09:49porque, assim, Guaraná tem mais de 100 anos.
09:51Sim.
09:51Guaraná Antártica tem mais de 100 anos.
09:53Eu acho que é uma combinação
09:55entre tudo o que eu sei até hoje
09:59com um time que é muito plural
10:02e que vem de diferentes lugares
10:05e que não vem só de São Paulo,
10:07vem de diferentes lugares do Brasil,
10:09com diferentes faculdades, experiências de vida,
10:12que me ajudam a manter o pulso
10:14do que está acontecendo.
10:16Eu acho que é uma combinação disso.
10:18Então, minha experiência,
10:19um time bastante plural
10:21e eu vou muito para a rua, Cris.
10:23Eu vou muito para a rua.
10:25Eu faço muita visita em supermercado,
10:27eu faço muita visita em bar.
10:28É pesquisa para você.
10:30Eu vou com os times de venda do Brasil inteiro
10:32ver quem está consumindo a gente,
10:35como que está a nossa execução no ponto de venda,
10:39como que está o nosso preço,
10:41se a gente pode melhorar ou não,
10:43se tem uma embalagem que não aparece tanto no ponto de venda,
10:46como é que a gente melhora ela.
10:47Então, eu acho que, assim,
10:48estar na rua com a equipe de vendas,
10:52com a equipe que está executando,
10:53com quem está ali na ponta,
10:55é muito importante.
10:56A gente assiste, às vezes, o mundo
10:58através de muitas lentes.
11:01E eu acho que, quando eu estou ali,
11:02ninguém me contou.
11:04Eu estava lá e eu vi.
11:05E eu crio conexão,
11:06as pessoas me contam o que está acontecendo.
11:08Eu fico muito mais antenada.
11:10E é muito interessante,
11:11porque, às vezes, você está num bar
11:12e você faz uma pergunta,
11:14a pessoa te responde com um monte de insights.
11:17Aí você volta para o escritório e fala,
11:18nossa, isso aqui está acontecendo
11:20nessa região do Brasil.
11:22Vamos voltar.
11:22E você sente a diferença de uma região para a outra?
11:25Sim.
11:25Os insights que chegam.
11:26Sim.
11:27A gente é um país de muitos brasileiros, né?
11:29Sim, com certeza.
11:30Muitos.
11:30Eu sempre falo assim, gente,
11:32a gente não pode liderar uma divisão de negócios
11:34sentadas, assim, num bairro de São Paulo.
11:36Não.
11:37Num bairro de São Paulo.
11:38A gente tem que ir para a conta.
11:40E eu vou muito também nos eventos que a gente patrocina.
11:43Assim, a Ambev tem muitas plataformas, né?
11:45A gente faz há muitos anos o São João,
11:47há muitos anos o Carnaval,
11:49há muitos anos festivais de música, Copa do Mundo.
11:51Então, isso também te proporciona
11:53estar perto dos consumidores,
11:55te proporciona ver como a sua marca,
11:57como eles estão se relacionando com as suas marcas.
12:00E eu acho que isso é o que retroalimenta a gente.
12:02Como é que você definiria o seu tipo de liderança?
12:06E como evoluiu ao longo dos anos?
12:08Você sente que houve uma diferença
12:10nesses mais de 20 anos de carreira?
12:13Teve, porque eu acho que quando você está
12:14no seu começo de carreira,
12:16pelo menos eu acho que a disciplina
12:17e a dedicação do balê me ensinaram isso,
12:20era muito sobre eu tenho que ir,
12:22eu tenho que crescer, eu tenho que entregar.
12:24Eu sempre fui muito, assim...
12:25Focada.
12:26Focada e determinada naquilo, assim,
12:29que eu queria entregar e que eu acreditava
12:31que estava gerando valor para a companhia.
12:33Ao longo do tempo, você começa crescendo,
12:36você começa a perceber que não é sobre você
12:37se automotivar.
12:38É como você vai motivar diferentes perfis
12:42que estão no seu time.
12:43E isso é muito importante.
12:44E eu vejo isso, assim, também com os meus filhos.
12:46Eu tenho uma filha e um filho.
12:48O que move um, não move o outro.
12:50O jeito de eu falar com um é diferente do outro.
12:53E eu acho que quando você...
12:55E isso, a maternidade me ensinou muito
12:57a ser uma melhor líder.
12:58Porque a maternidade do casal me mostrou
13:02que é diferente com mulher e homem
13:06e é diferente também porque cada um tem um estilo,
13:10tem uma personalidade.
13:12Então, eu acho que como líder,
13:14a gente também tem que aprender
13:15a entender como que a gente motiva,
13:19como que a gente pega na mão.
13:20Tem pessoa que precisa pegar mais na mão,
13:22tem pessoas que menos.
13:23Então, foi interessante a maternidade
13:24junto com o meu crescimento profissional
13:27e ver como que eu posso também
13:29ser uma melhor líder, né?
13:31As pessoas me ensinam muito.
13:33E quanto mais diverso o meu time,
13:35mais eu aprendo.
13:36Eu ia perguntar exatamente sobre isso.
13:37A diversidade é algo que você sempre persegue.
13:41É fundamental que você tenha um time muito diverso.
13:44Muito.
13:45Muito, porque vai me desafiar.
13:48E eu acho que a gente...
13:49É uma trajetória de aprendizado sempre.
13:50E não é pela idade.
13:52Não é porque eu tenho mais idade
13:53de que outras pessoas que eu sei mais que elas.
13:55Eu posso saber sobre determinado tema
13:56que eu pratiquei mais durante a minha carreira.
14:00Eu acho que tem uma questão
14:01de trazer perspectivas diferentes.
14:04Eu acho que quando a gente...
14:05Uma vez eu escutei uma frase que é
14:06se você é a pessoa mais inteligente da sala,
14:08você está na sala errada.
14:09É, já ouvi isso também.
14:09Essa frase é bem comum.
14:11E eu acho que se você acredita
14:13que só o seu estilo
14:14ou só o que você acredita é a verdade,
14:17você está no mundo errado.
14:18Porque o mundo é muito maior que isso.
14:20Então, essas pessoas, elas me...
14:23Às vezes, acho que elas nem também percebem
14:25o quanto que elas só estarem exercendo
14:27a função delas todos os dias ali.
14:31Elas estão me desafiando.
14:32Elas estão me fazendo pensar diferente.
14:35Eu gosto muito de estar...
14:36Eu sou muito curiosa, assim.
14:38Eu gosto muito de tentar entender
14:39o que é isso de novo.
14:41Por que está acontecendo isso?
14:42Qual a correlação que essas coisas têm?
14:44E o meu time me ajuda muito.
14:47Ninguém faz nada sozinho.
14:48Como engajar, de fato,
14:50um time tão diverso,
14:52um time criativo,
14:53um time multidisciplinar?
14:56Realmente, você tem que tratar cada um,
14:59falar com cada um de forma diferente?
15:01Mas eu acho que tem.
15:02Óbvio que tem uma semelhança,
15:04mas tem as suas nuances.
15:06Particularidade.
15:07Mas eu acho que tem uma coisa de propósito.
15:10Quando você tem um propósito muito claro
15:11sobre um objetivo de negócio,
15:14mesmo que seja assim,
15:14a gente precisa construir essa nova categoria.
15:17A gente precisa expandir esse negócio.
15:19Quando você tem um propósito muito claro,
15:21as pessoas, elas normalmente,
15:24se você exerce uma boa liderança,
15:25se aquilo faz sentido para a companhia,
15:29para onde a gente quer ambicionar estar,
15:31as pessoas vêm junto.
15:32Eu digo muito sobre contextualizar
15:35para as pessoas o porquê das coisas.
15:37Mais do que só dizer, vamos fazer.
15:40Por que a gente está fazendo isso?
15:42O que significa essa conquista?
15:44Eu acho que é assim que a gente consegue
15:45trazer as pessoas com a gente.
15:48Isso eu aprendi com a Silvia, por exemplo.
15:49Quando a Silvia falou,
15:50a gente vai desafiar o mercado de beleza
15:53mostrando mulheres reais e não só celebridades.
15:57Você fala, eu quero estar nesse bonde.
16:00Eu quero ir junto.
16:02Eu quero ser uma das pessoas que fez isso.
16:03E eu falo isso muito para o meu time hoje.
16:05Eu falo assim,
16:05daqui a cinco anos,
16:07a gente vai ser conhecido como o time
16:09que liderou o crescimento de drinks prontos no Brasil.
16:13Eu quero estar nesse grupo.
16:15Vocês querem estar comigo?
16:17Maravilhoso isso.
16:18Você, o consumo de bebidas não alcoólicas
16:22vem mudando muito ao longo desses últimos anos
16:25de drinks prontos também.
16:27Quais são as principais tendências, na sua opinião?
16:30Tem algumas tendências que elas são meio que comuns
16:34dentro do universo de bebidas.
16:37Tem uma que a gente fala, tem uma expressão em inglês
16:39que é balance choices,
16:40que são escolhas que estão mais ligadas ao mundo,
16:43mais do equilíbrio.
16:45Então, a gente tem hoje, dentro da companhia,
16:47a gente tem, por exemplo, Guaraná Zero e Pepsi Black
16:50crescem números altíssimos de dois dígitos
16:54porque as pessoas estão fazendo uma escolha
16:55onde elas querem continuar tomando refrigerante,
16:57mas elas não querem ter a ingestão do açúcar.
17:00Isso é em todas as idades ou é algo mais geração C?
17:03Não, eu acho que é em geral.
17:05Quando a gente olha, obviamente, você pode ter uma nuance,
17:08mas em geral, para ter o crescimento que tem,
17:10não pode ser só uma fatia.
17:13A gente, por exemplo, dentro do universo de cerveja,
17:16que não é a divisão que eu atuo,
17:17mas a gente tem Stella Pure Gold,
17:19que é uma cerveja sem glúten,
17:20uma cerveja com menos caloria.
17:22Então, hoje, eu sinto que o consumidor
17:24está querendo fazer escolhas e está buscando equilíbrio.
17:27Então, ele quer continuar consumindo,
17:31mas ele quer ter as escolhas e os equilíbrios.
17:34A gente vê o crescimento de cerveja zero também crescendo muito.
17:37A gente acabou de lançar a Gatorade zero
17:39porque tinha muita gente que queria consumir
17:41e não queria com um pouco de açúcar que o original tem.
17:46Então, é interessante ver as pessoas querendo opcionalidade,
17:51que é, eu vou continuar na categoria,
17:53mas eu quero ter opção de quando eu quero com álcool,
17:56ou quando eu quero sem álcool,
17:57ou quando eu quero sem açúcar,
17:58ou quando eu quero com açúcar.
17:59Essa é uma tendência que está acontecendo muito.
18:01Dar cada vez mais opção para o público de vocês.
18:04É o nosso papel.
18:05Para o consumidor.
18:06Se a gente for focado no consumidor,
18:08entender quais são as dores, quais são os desejos,
18:11a gente vai desenvolver um portfólio, né?
18:13Para que cada pessoa no Brasil possa ter uma ambebe para chamar de sua.
18:18E aí, eu acho que vem o papel da inovação,
18:21onde a gente testa quais são os sabores que as pessoas estão mais buscando,
18:26quais são os tipos de funcionalidade no produto que elas estão mais buscando.
18:31Então, acho que tem...
18:32Hoje, o consumidor, ele cocria com a gente, né?
18:35A gente tem uma série de ideias,
18:38a gente testa com o consumidor, a gente volta.
18:41Então, eu acho que tem um pulso de entender o que está acontecendo
18:45e como que a gente pode ir mantendo o nosso portfólio relevante
18:49e trazendo inovações que vão perpetuar a relevância do portfólio.
18:54Você é uma mulher, líder, presidente, dentro de uma empresa,
18:59de um segmento, não só a Ambev, um segmento como um todo,
19:02que é majoritariamente masculino.
19:04Tem muito mais homem do que mulher.
19:06Queria te ouvir sobre as principais barreiras pelas quais você passou
19:10e como você fez para superá-las.
19:13Eu imagino que você tenha já entrado várias vezes numa sala
19:16em que você era a única mulher.
19:18Sim, várias vezes.
19:21Mas você sabe que eu acho que...
19:23Isso te intimidava, não?
19:25Sim e não.
19:26Tá.
19:26Eu acho que toda vez que você é a primeira pessoa
19:31a sentar numa cadeira onde tem uma homogeneidade,
19:36já gera um estranhamento.
19:38Então, acho que tem um estranhamento para a audiência
19:39e um estranhamento para você.
19:41Mas eu pensava assim, se alguém tem que sentar nessa cadeira,
19:45que seja eu.
19:45Aham.
19:46E eu acho que isso liga muito com o nome desse programa,
19:50protagonista.
19:51Porque muitas vezes é sobre você ser a primeira a sentar ali.
19:54Eu acho que um dos maiores desafios
19:56é o peso que você carrega nas costas
20:00pelo fato de você ser a primeira e você ter que dar certo.
20:03Porque se você é a primeira e você dá errado,
20:06você de alguma maneira coloca nas suas costas
20:08o peso de que então uma mulher não deu certo.
20:11E eu acho isso muito duro para as mulheres.
20:14Então, é menos sobre o contexto
20:16e é mais sobre o peso que eu automaticamente levava
20:21quando estava numa posição assim.
20:23E eu te digo que...
20:24Se cobrando muito.
20:25É, eu acho que as mulheres se cobram bastante assim.
20:27E eu acho que às vezes a gente tem que se provar
20:29três vezes mais do que se a gente não fosse mulher
20:34assim, naquele contexto.
20:36Mas eu vejo também, Cris, uma evolução tão grande.
20:40Eu vejo uma evolução assim.
20:41Eu vejo aliados de verdade.
20:45Assim, gestores que escolhem colocar uma mulher
20:49para justamente ter a diversidade no time
20:52e que também oferecem a elas o suporte que elas precisam ter
20:58para justamente conseguir passar por essa pressão
21:03que a gente tem com a gente mesma.
21:05Eu me lembro quando eu fui convidada
21:08para ser conselheira do Grupo Boticário
21:11e era minha primeira vez como conselheira.
21:15Nossa, eu tinha uma pressão tão grande em mim
21:19porque eu queria mostrar que uma mulher
21:21sem estar lá naquele conselho iria funcionar.
21:24E aí no dia onde eu falei...
21:25O dia que eu falei, Daniela, você chegou até aqui.
21:29Você sabe o que você está fazendo.
21:31Seja você.
21:33Seja autêntica.
21:34E traz todo o teu conhecimento para a mesa.
21:37Melhorou muito.
21:38Mas melhorou para mim.
21:39E aí, consequentemente, se eu estou bem,
21:42eu consigo mostrar meu full potential.
21:44É difícil você colocar todo o seu potencial
21:47quando você está se sentindo insegura.
21:49E tem quantos anos que você está no conselho do Boticário?
21:51Estou há quatro anos.
21:52Quatro anos.
21:52Quatro anos no conselho.
21:53E é muito interessante, assim,
21:55quando você está já numa posição
21:58e você se vê mais vulnerável
22:00porque você está tendo um outro desafio.
22:03E eu falo sempre que a gente tem que regar
22:04a nossa coragem todos os dias.
22:06Todos os dias a gente tem que regar a nossa coragem
22:08e lembrar tudo o que a gente já passou
22:10para chegar até aqui.
22:11Mas os homens não precisam fazer isso, né?
22:13Isso é algo que nós, mulheres, temos que fazer?
22:15Eu não sei dizer porque eu não sou homem.
22:17Eu adorei essa frase.
22:19Tem que regar a coragem.
22:21É, porque todos os dias a gente tem que lembrar
22:22porque às vezes tem um contexto.
22:24Às vezes tem dias que não são tão bons quanto outros.
22:27E a gente não pode deixar que...
22:30Aquela coisa fica assim...
22:32Ai, será que então você é tão boa?
22:33Será que então...
22:34Porque a gente se...
22:35A síndrome de impostora, né?
22:36A gente se questiona muito ao longo da jornada.
22:39E eu sim concordo que às vezes tem um contexto
22:42que é mais difícil.
22:43Mas às vezes é a gente com a gente mesma, né?
22:46Então...
22:47E quando eu me deparava com alguma situação
22:49onde eu sentia que talvez a minha presença
22:51estava incomodando,
22:52eu sempre pensava...
22:53Eu estou ótima.
22:56Os incomodados que se mudem.
22:57Eu estou ótima.
22:58Não é mais sobre mim.
22:59É sobre esse contexto.
23:02E isso foi me ajudando também.
23:03Agora tem que ter autoestima alta.
23:06Não?
23:06É, não é sempre que a gente está.
23:07Não, não é.
23:08Não é.
23:09Autoestima alta.
23:10Mas é aí que eu acho que a gente tem que ter
23:12aliadas e aliados
23:15que a gente possa chegar e falar
23:17Poxa, está duro.
23:18E a pessoa liga e fala assim
23:19Cara, lembra tudo que você já passou
23:20para chegar até aqui.
23:21É, te bota para cima.
23:22Sabe?
23:22Assim, o meu maior aliado é o meu marido.
23:25O meu também.
23:26O meu também.
23:26O meu maior aliado.
23:28Assim, às vezes eu chego em casa,
23:29converso com ele.
23:31Aí ele me...
23:31Eu passo o filme.
23:32Ele passa o filme na minha frente
23:34e eu falo
23:34Vamos lá.
23:35E é bom.
23:36E eu faço isso com ele também, tá?
23:37Assim, porque eu acho que
23:38eu acho que tem muitos homens também
23:40que às vezes estão numa situação difícil
23:42e tem que ter alguém também ali
23:44para dar uma empurrada.
23:46Mas eu sinto que...
23:47E a gente ainda conversa com amigas.
23:49Eles menos, né?
23:51É.
23:52Pelo menos o meu.
23:53Então a gente vem, assim,
23:54e é interessante ver
23:56que, por exemplo,
23:57como eu tenho um casal
23:58e o meu marido também é executivo
24:00e aí eles veem a mãe e o pai
24:03sendo executivos,
24:04na cabeça deles,
24:05mulher e homem é igual.
24:06Ai, que massa.
24:07Porque a gente acaba mostrando isso
24:09dentro de casa, né?
24:10Então eu vejo que temas
24:11que talvez eram uma questão
24:13para mim e para o meu irmão,
24:15embora a gente tenha tido
24:15uma criação onde a gente
24:17sempre foi impulsionado
24:19a que todo mundo é igual,
24:20vamos nessa,
24:22mas eu vejo o quanto para ele
24:25já é muito mais natural, né?
24:27E isso me ajuda também,
24:30porque eu acho que...
24:32Reforça para mim
24:33que o fato de eu trabalhar
24:34e de eu estar...
24:35Eu sou uma mãe melhor
24:36porque eu trabalho.
24:37Isso também é uma coisa que...
24:39E eu sou uma líder melhor
24:39porque você é mãe.
24:40Eu sou uma líder melhor.
24:41Exato.
24:42Então, assim,
24:42eu acho que tem uma combina.
24:43Quando as pessoas perguntam assim,
24:44mas dá para ter os dois?
24:46Eu falo, não é fácil.
24:47Não é simples.
24:48Mas é possível.
24:51Então, acho que isso também
24:52foi me ajudando
24:53ao longo da minha trajetória
24:55e, obviamente,
24:56tive também um suporte
24:57muito grande dos meus pais
24:59em falar, vai lá, vai, né?
25:01Que eu acho que isso
25:02ajuda muito também.
25:03Concordo, eu também tive.
25:05Dani, nosso tempo
25:06está acabando, infelizmente.
25:08Podia ficar horas aqui
25:08conversando com você
25:09e eu sempre acabo
25:11com a mesma pergunta
25:11para todas vocês.
25:13O que significa
25:14ser protagonista
25:15da sua própria vida?
25:17Eu...
25:17Essa pergunta...
25:18Sabe que essa pergunta
25:19é uma pergunta
25:19que você vai falar assim,
25:20meu Deus,
25:21como é que eu vou responder?
25:22Mas eu acho que ser protagonista
25:24é justamente, às vezes,
25:26ser a primeira mulher
25:27a sentar naquele lugar.
25:29A primeira mulher
25:30a falar sobre temas
25:31que talvez não eram
25:32tão falados.
25:33ter coragem
25:35de endereçar temas
25:37e colocar temas na mesa
25:38que, historicamente,
25:40a gente não viu quase, assim,
25:42poucas pessoas fazendo.
25:43Eu acho que isso
25:44é ser protagonista.
25:45É você acreditar
25:47nos seus valores,
25:48acreditar, assim,
25:49em você
25:50e seguir adiante, assim.
25:53Eu acho que isso é...
25:55Sabe aquela coisa de
25:55para frente,
25:57um farol, assim?
25:58Eu sempre tento pensar
25:59como que eu posso ser um farol?
26:00e você é, de fato.
26:02Obrigada.
26:03Obrigada a você.
26:04É uma delícia
26:05te receber aqui.
26:06Muito obrigada.
26:06Obrigada.
26:07Adorei.
26:07E aí
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