Marcopolo registra alta de 17,8% na receita do 2º trimestre, impulsionada por exportações

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Pablo Freitas Motta, diretor de controladoria, finanças e RI da Marcopolo, analisou no Money Times Brasil os fortes resultados do segundo trimestre de 2025. Mesmo com leve queda na produção, a empresa registrou receita líquida de R$ 2,3 bilhões, alta de 17,8% em relação ao ano anterior. O lucro líquido cresceu 28%, alcançando R$ 321,1 milhões, impulsionado pela demanda por ônibus rodoviários de maior valor agregado e pela expansão internacional.

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00:00O Money Time está de volta e a Marco Polo, empresa brasileira líder na fabricação de carrocerias de ônibus na América Latina,

00:08fechou o segundo semestre de 2025 com receita líquida consolidada de 2,3 bilhões de reais,

00:14o que representa um crescimento de 17,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

00:20O EBITDA totalizou 398,3 milhões de reais, com margem de 17,3%.

00:28E o diretor de Controladoria, Finanças e Relações com Investidores da Marco Polo, o Pablo Freitas Mota,

00:34já está aqui ao vivo com a gente para comentar sobre esses resultados do balanço mais atual.

00:39Tudo bem, Pablo? Seja muito bem-vindo ao Money Times.

00:43Tudo bem, boa tarde. É um prazer aqui estar participando do Money Times.

00:48É um orgulho aqui do nosso Marco Polo.

00:50É, prazer o nosso. Obrigada pela disponibilidade.

00:53E o Felipe Machado, nosso analista, vai participar também da entrevista, tá, Pablo?

00:57Bom, comentei aqui, né, sobre o crescimento expressivo que vocês registraram na receita líquida

01:02e também no lucro no segundo trimestre, mesmo com uma leve queda na produção, correto?

01:08Que fatores você destacaria, né, que levaram a esse desempenho e esse resultado positivo?

01:14Perfeito, né? Quando a gente olha, Marco Polo, ela já vem de alguns anos entregando valores

01:20e efetivamente demonstrando para o mercado um crescimento bastante sustentável

01:25do ponto de vista de rentabilidade e do ponto de vista também de relevância

01:29quanto à sua solução de produtos.

01:32E mais especificamente agora, nesse segundo trimestre,

01:35a gente vê que nós tivemos um trimestre que ele foi mais robusto em termos de resultado

01:40do que o primeiro trimestre desse ano.

01:42Nós tivemos uma maior participação de ônibus rodoviários

01:44e esses ônibus são ônibus de maior valor agregado

01:48e, principalmente, nós tivemos uma grande expansão das nossas operações internacionais.

01:53Então, a gente vê que a Marco Polo é uma empresa global

01:55e dentro dos resultados consolidados, as operações internacionais

01:59acabaram entregando efetivamente valores bastante representativos

02:03nesse segundo trimestre e isso, claro, demonstra, de fato,

02:08o quanto a Marco Polo é uma empresa polivalente,

02:11especialmente agora, num cenário doméstico um pouco mais desafiador.

02:15Certo. Felipe, sua pergunta para o Pablo agora.

02:16Legal. Pablo, boa tarde.

02:18Pablo, muitas empresas brasileiras, a WEG, mas não só a WEG,

02:22outras empresas de autopeças, elas fornecem, exportam para os Estados Unidos

02:26e estão sendo impactadas pela questão da tarifa.

02:29A Marco Polo exporta para os Estados Unidos nessa expansão internacional que você citou

02:34e, se sim, qual vai ser o impacto?

02:36Como é que você vê esse cenário atual?

02:38Excelente pergunta, né?

02:41A gente tem conversado muito com os nossos investidores.

02:44A Marco Polo, ela possui expansões geográficas,

02:50mas o mercado norte-americano não é o mercado que nós atuamos diretamente

02:53a partir do Brasil.

02:54Então, quando a gente olha para os nossos resultados,

02:57os impactos, eles são muito pequenos.

02:59Nós temos uma operação no México que ela tem exportações pontuais

03:03para os Estados Unidos e essa operação no México,

03:06ela sim está tendo alguns impactos em função dessas exportações,

03:10mas isso acaba não sendo relevante dentro de um contexto de materialidade

03:14para os nossos números consolidados.

03:16O que vem dos Estados Unidos que traz algum impacto para nós em termos de preocupação

03:20é que essa operação do México,

03:22que ela acaba tendo uma relevância e um direcionamento de produção muito maior

03:27para o seu mercado interno mexicano,

03:29A gente vê que o tarifácio, especialmente quando olha no contexto México-Estados Unidos,

03:36tem feito com que algumas empresas mexicanas,

03:38elas acabem postergando os investimentos para ter uma maior segurança

03:43e pelo menos um melhor cenário do que vai vir agora a partir desse novo contexto geopolítico.

03:50Então, isso tem feito com que alguns clientes no México

03:53acabem de fato postergando compras,

03:55mas nada ainda que seja muito preocupante para os negócios da Marco Polo

03:59do ponto de vista consolidado.

04:01Uma questão de cautela mesmo dos clientes de vocês no México, né, Pablo?

04:04Agora eu queria te ouvir mais, que eu fiquei curiosa,

04:06dessa estratégia aqui no Brasil de priorizar veículos premium,

04:10de maior valor agregado, especialmente nos rodoviários.

04:13Como é que vocês avaliam a evolução da demanda por esses produtos

04:16e o impacto dessa mudança de mix para os resultados,

04:19considerando o nosso contexto, o cenário econômico atual?

04:23Não, excelente pergunta, né, na prática a gente vê que a Marco Polo,

04:28ela sempre teve de fato seu diferencial em produto, né,

04:31os veículos rodoviários, eles são veículos de alto valor agregado, né,

04:36e eles acabam sendo uma alternativa para o passageiro

04:40que viaja aí média e longas distâncias, além do próprio turismo.

04:44E o que a gente vê, né, ao longo desses últimos anos?

04:47Após a pandemia, né, quando os passageiros começaram a voltar,

04:51a viajar, a voltar a se deslocar, né, eles acabaram encontrando um ambiente

04:55um pouco distinto do ponto de vista de custos nas tarifas, né,

04:59então a gente vê o segmento aéreo, né, naquele momento pós-pandemia,

05:04um custo de passagem aérea superior ao que vinha tendo anteriormente a pandemia,

05:09e isso começou a inibir um pouco aquele passageiro que viajava normalmente de avião.

05:13E quando ele volta para o sistema rodoviário, volta a buscar o ônibus como uma alternativa,

05:20ele encontra, né, naquele momento, soluções diferenciadas por parte dos operadores, né,

05:25então isso casa com o momento que a Marco Polo lançou a geração 8,

05:29uma nova geração de ônibus rodoviários,

05:31isso acabou acontecendo ali entre 2021 e 2022,

05:35e nesse contexto a gente vê que hoje as soluções que são ofertadas para esses passageiros

05:40acabam sendo soluções com mais conforto, com mais qualidade, ônibus de dois andares,

05:45então ele acaba tendo uma gama de serviços diferenciado,

05:49e isso faz com que ele volte para o sistema de transporte,

05:52num primeiro momento por uma questão até de preço de tarifas, né,

05:56que acaba sendo mais acessível a viajar de ônibus do que de avião,

05:59e num segundo momento ele acaba verificando que naquele momento que ele pega o ônibus,

06:04ele tem um nível de conforto, um nível de qualidade dentro do seu transporte,

06:08que acaba justificando, né, ele viajar cada vez mais de ônibus,

06:11e é isso que a gente tem visto, então, ao longo desses últimos anos,

06:14né, cada vez mais passageiros voltando para o sistema de transporte rodoviário,

06:18e nesse contexto, claro, para a Marco Polo é muito bom,

06:21porque a gente tem uma solução de produto diferenciado,

06:24e esse é um produto de alto valor agregado,

06:26que acaba agregando efetivamente bons resultados para as nossas receitas,

06:30e também para a nossa rentabilidade.

06:32Certo. Felipe, mais uma sua.

06:34Legal, Pablo.

06:34Pablo, eu fiquei curioso, você falou que os Estados Unidos não são um mercado tão relevante,

06:39eu queria saber para quem vocês exportam,

06:41fala um pouquinho mais da superação internacional.

06:45Não, excelente, né, então a Marco Polo, ela hoje,

06:47ela está presente em mais de 130 países,

06:50nós temos isso do ponto de vista de exportação direta a partir do Brasil,

06:55normalmente nós temos exportações aí para algo, então,

06:57de 30, 40 países, diferente a cada ano que se passa,

07:01e além disso, nós temos produção em outros seis países além do Brasil,

07:06nós temos plantas instaladas, né,

07:08a Marco Polo hoje, ela possui 11 plantas,

07:10tem três unidades de fabrizes aqui no Brasil,

07:12oito unidades de fabrizes no exterior,

07:14e nós estamos presentes fisicamente com produção local na Argentina,

07:19na Colômbia, no México, na África do Sul, na China,

07:23e também na Austrália, na qual nós temos três operações industriais.

07:27E, Pablo, o cenário cambial, a gente sabe, né,

07:32que ele pode beneficiar, dependendo do contexto,

07:34pressionar empresas exportadoras,

07:36como é que vocês estão lidando com isso,

07:38analisando o cenário atual nesse quesito,

07:40e fazendo a gestão dos impactos dessas oscilações, né,

07:44entre, do real sobre receita, custo, resultado financeiro?

07:48Perfeito, né, então, a gente vê o seguinte,

07:51atualmente, a gente vê que, dentro do histórico de Marco Polo,

07:55nós temos uma relevância significativa de exportações,

07:58boa parte das nossas linhas de captação,

08:01elas também acabam sendo em dólar,

08:03então, a gente se utiliza muito das linhas de capital de giro,

08:06hoje disponibilizadas aos exportadores,

08:09e, dentro desse contexto, nós conseguimos fazer um balanceamento,

08:12é um rédea natural da operação, né,

08:14protegendo ativo e passivo,

08:16de maneira que, quando a gente analisa o nosso fluxo de caixa em dólares,

08:20a gente consegue, pelo menos, neutralizar as nossas exposições.

08:24O que é o lado ruim, né,

08:26é que um dólar com muita oscilação,

08:28ele acaba sendo, sempre trazendo um desafio a maior,

08:32do ponto de vista de gestão de custos,

08:35e também gestão da margem nas exportações.

08:38Claro, o contexto atual, ele traz desafios pela volatilidade,

08:43mas a gente vê que o dólar no patamar que está,

08:45embora a gente tenha visto aí uma valorização do real,

08:48frente ao dólar, desde o início do ano,

08:50a gente vê que o patamar de dólar nos permite ainda ter boas margens nas exportações,

08:55e, claro, ser muito competitivo dentro desses países e mercados nos quais nós atuamos.

09:00Então, basicamente, essa é a nossa gestão,

09:02rédea natural, e no dólar, no patamar que está,

09:05ainda mantendo uma boa rentabilidade.

09:08Tá certo. Felipe, tem mais uma?

09:09Opa, Pablo, queria que você falasse um pouquinho da questão de sustentabilidade, né,

09:13até pouco tempo atrás, os ônibus eram todos movidos a combustíveis ou a diesel, enfim.

09:18Como é que é hoje os ônibus elétricos?

09:20Como é que é o mix de vocês?

09:21Vocês têm já ônibus elétricos, híbridos?

09:24Como é que é o mix de produtos entre combustível e elétrico?

09:27E como é que está avançando essa área?

09:29Ah, fantástico, né?

09:30Então, a gente tem se preocupado muito com relação à sustentabilidade.

09:33Então, a Marco Polo, ela sim tem as suas soluções integrais elétricas.

09:39Isso foi algo que nós nos vimos desafiados a estar desenvolvendo soluções próprias.

09:46E aí, nesse contexto, a Marco Polo, ela tem analisado,

09:50aí falando especialmente de Brasil,

09:52muitas condições de infraestrutura que nós temos hoje disponíveis no Brasil.

09:56Então, a gente vê que para rodar com uma operação 100% elétrica,

10:00isso acaba trazendo dificuldades e desafios do ponto de vista de infraestrutura.

10:06Então, num contexto como esse, e prezando pela pauta verde,

10:09o que nós temos buscado é desenvolver soluções híbridas,

10:13especialmente trazendo outras energias que o Brasil já serve diferenciado,

10:18no caso do etanol, movendo como se fosse um gerador,

10:23esse motor a etanol, que acaba carregando as baterias e alimentando o motor elétrico.

10:27Então, é tentar trazer um portfólio de soluções sustentáveis

10:32a depender, claro, da estrutura ou da infraestrutura disponível

10:36por cada um dos operadores.

10:37No final do dia, a Marco Polo, ela quer ter soluções de produtos,

10:42acreditando que toda essa pauta verde, ela vai ser eclética,

10:45do ponto de vista de elétricos, híbridos e outras soluções

10:49que vêm, de certa forma, se somar, como é o próprio biometano,

10:53que também é uma solução que acaba ajudando na descarbonização

10:57do sistema de transporte.

10:59Certo, eu quero agradecer ao Pablo Freitas Mota,

11:02que é diretor de Controladoria, Finanças e Relações com Investidores

11:05na Marco Polo, participou aqui ao vivo com a gente no Money Times,

11:09comentando os resultados da empresa no trimestre.

11:12Muito obrigada, viu, Pablo?

11:14Parabéns pelo trabalho aí e boa tarde para você.

11:17Muito obrigado, parabéns também por toda a condução aí no telejornal

11:20e aqui a gente fica à disposição.

11:22Muito obrigado pela atenção de vocês.

11:24Obrigada, boa tarde.

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