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O setor brasileiro de revestimentos cerâmicos projeta uma forte retração nas exportações em decorrência da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A medida, que pode entrar em vigor já nesta sexta-feira (1º), é vista com preocupação por empresários do setor, que mobilizam entidades e governos para tentar mitigar os efeitos da política comercial norte-americana, afirmou Sérgio Waden, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmicas para Revestimentos (Anfacer), em entrevista ao Real Time, do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E os fabricantes de revestimentos cerâmicos tentam articular uma solução junto ao governo
00:05para reverter as tarifas impostas por Donald Trump.
00:09O mercado brasileiro é o terceiro maior produtor do mundo
00:12e estima uma queda de 40% nas exportações com tarifácio.
00:17E agora eu converso então com o Sérgio Walden,
00:20que é presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional
00:24dos Fabricantes de Cerâmicas para Revestimentos.
00:28Oi, Sérgio, muito bem-vindo, um bom dia para você.
00:32Tudo bem, apesar das notícias?
00:35Bom dia, sim, Eric, tudo bem.
00:39Eu tenho brincado ultimamente que estamos bem de saúde,
00:42porque realmente essas notícias não nos ajudam em nada na trajetória
00:47que a gente vinha desenhando para o ano.
00:50Você não é o primeiro a falar isso, viu?
00:51Vários representantes dos setores têm falado isso aqui conosco
00:56na programação do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:59Bom, mas no caso da cerâmica, com os Estados Unidos como principal mercado
01:04das exportações de cerâmica, vocês já estimam, já tem uma estimativa
01:09de qual será o impacto real ou em reais,
01:13caso as tarifas sejam realmente implementadas na sexta-feira?
01:16Sim, nós temos, na verdade, os estudos que a gente fez até aqui
01:21dão conta de que nós vamos ter esse impacto, como você comentou,
01:27dentro do ano de 2025 já, representando uma queda de 40%.
01:34Mas como a gente só tem o efeito disso no segundo semestre, praticamente,
01:41na verdade, a partir de agosto, a gente estima que, anualizado,
01:47esse efeito chega a 78% no impacto anualizado de exportações para os Estados Unidos.
01:57Bom, Sérgio, isso deve ter reflexo dentro das fábricas, né?
02:02Pode ser que tenha redução de empregos, aliás, demissões, vamos falar no popular,
02:07demissões, pode ter, vai reduzir um pouco a produção,
02:13pode encurtar também essa produção, as fábricas?
02:17Sim, a gente estima que são cerca de 6 milhões nesse segundo semestre
02:26de redução de metros quadrados exportados.
02:31E, então, levando isso para um efeito anual de um ano completo de impacto,
02:37a gente está falando de 12 milhões de metros quadrados a menos exportados.
02:42Isso, segundo...
02:44De comprar os nossos produtos, não existe outro player que tenha essa especificidade, né?
02:51De produtos menores, de cerâmicas menores?
02:55Não, essa tipologia de produto, ele não tem em outros países.
03:04Os outros países todos têm um consumo, em termos de volume,
03:09muito periférico em relação ao volume que consome o mercado norte-americano.
03:16Sérgio, o setor da indústria de pesca já pediu ou solicitou ao governo
03:21um crédito emergencial de 900 milhões de reais.
03:25O setor de vocês, de cerâmica, também já pensa, estuda em fazer esse pedido,
03:32em requisitar também a abertura de linhas de créditos para tentar minimizar o impacto do tarifácio?
03:38Caso, vou repetir, entre em vigor na sexta-feira?
03:42Sim, a gente tem já conversações encaminhadas e elas vão muito na linha de conversações com os estados.
03:54Então, de uma maneira, a gente está organizado através da associação,
04:02tratando sim o tema a nível nacional para procurar mitigar os efeitos
04:08e encontrar soluções paliativas para reduzir, minimizar esse impacto instantâneo
04:17e principalmente através dos contatos nos governos estaduais
04:25para procurar linhas de crédito, para procurar maneiras de sensibilizar o estado
04:33onde os fabricantes estão instalados, para oferecer alguma forma de compensação
04:42que ajude a aliviar, pelo menos, ou a minimizar esse efeito.
04:48Agora, uma pergunta.
04:49Eu venho fazendo desde sexta-feira, para alguns representantes,
04:52para pessoas importantes, como você é para a indústria, para o PIB nacional.
04:58Você acredita num acordo até sexta-feira
05:01ou já está ficando mais incrédulo em relação a essa negociação Brasil-Estados Unidos?
05:06Nós estamos trabalhando, até o último momento, nós vamos trabalhar acreditando
05:14que possa acontecer, no mínimo, uma postergação da entrada em vigor
05:20ou um acordo, efetivamente, para estabelecer um índice que seja menos impactante
05:28do que esse dos 50%.
05:31Mas, na última semana, essa hipótese ou essa variante
05:41realmente perdeu bastante possibilidade.
05:46Então, a gente tem trabalhado cada vez mais com a alternativa
05:52de que isso não vai ocorrer nesse momento.
05:54Mas, os esforços continuam sendo muito grandes,
05:58tanto a nível nacional como a nível estadual,
06:02de procurar influenciar, de alguma maneira,
06:05para que essa pauta seja uma pauta de negociação
06:09e não uma pauta de elevar o tom
06:14e de procurar medir força entre o Brasil e os Estados Unidos,
06:21e sim que seja uma pauta de procurar minimizar,
06:25porque também existem efeitos muito danosos
06:30para vários setores nos Estados Unidos,
06:34se essa tarifa for implementada.
06:36O Sérgio, é interessante, né?
06:38Porque, assim, o governo norte-americano,
06:41ele suspendeu com a China, né?
06:43Ou postergou as tarifas com a China em 90 dias.
06:47Agora, os chineses estão chegando na Escócia, onde o Trump está.
06:52E parece que vai também adiar novamente a entrada em vigor,
06:57está suspenso até agora, eles estão em negociações avançadas.
07:02E, para o Brasil, não tem esse canal, né?
07:04Parece que vai derrapando, vai patinando,
07:07até, pelo que a gente sabe do viés,
07:09não é tão econômico, não é tão de balança comercial,
07:12é mais político, né?
07:14Isso preocupa mais o empresário?
07:15Claramente, o efeito que está levando a essa situação
07:22não é um efeito econômico,
07:25porque, como você comentou,
07:27existe um superávit dos Estados Unidos em relação ao Brasil,
07:33tanto na balança comercial,
07:35como na balança de pagamentos.
07:36Então, esse viés técnico, econômico, ele inexiste,
07:45e, claramente, o que resta é um viés político,
07:49é um viés de falta de negociação,
07:53ou uma aposta numa tentativa de demonstrar forças.
08:00E a gente entende que não é esse o momento, principalmente agora,
08:06que deveria ser adotado,
08:09tendo como exemplos vários outros desses,
08:13como esse que você citou,
08:15de exemplos de outros países,
08:17que encaminharam ou estão encaminhando a negociação,
08:20e que acabam tendo resultados melhores
08:26negociando do que medindo forças.
08:31Sérgio Wadden, queria muito agradecer a sua participação,
08:35sua presença aqui no Real Time nesta segunda-feira.
08:37Uma ótima semana para você.
08:40E a gente espera que tudo acabe da melhor forma possível,
08:43que o empresário brasileiro consiga projetar 2025,
08:48consiga investir, consiga saber qual rumo tomar,
08:52porque o cenário até agora é incerto.
08:55Vamos torcer para isso e trabalhar para isso, Eric.
08:57Muito obrigado a você e a toda a audiência
09:00pela oportunidade de participar aqui do teu programa.
09:04Nós que agradecemos. Um grande abraço.
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