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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), Reinaldo Sampaio, afirmou que o setor interpreta como positiva a possível isenção de uma das principais categorias de exportação brasileira das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. A declaração foi feita em entrevista ao programa Real Time, do canal Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O governo Donald Trump deixou fora do tarifaço os principais produtos da cadeia siderúrgica,
00:06como minério de ferro e ferro guza, mas manteve a sobretaxa sobre rochas ornamentais.
00:13E para conversar sobre este setor, o impacto deste tarifaço de Trump ao setor de rochas ornamentais,
00:20nós vamos conversar agora com Reinaldo Sampaio, que é o presidente da ABI Rochas,
00:24a Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais.
00:29O Reinaldo, muito bom dia para você, seja bem-vindo aqui ao Real Time, tudo bem?
00:34Bom dia, Eric. Mais uma vez honrado com o convite para falar neste canal tão relevante,
00:39tão importante para a comunicação econômica do país.
00:42A honra é nossa de tê-lo aqui para falar um pouquinho das perspectivas do setor agora com esse tarifaço.
00:48O setor de rochas ornamentais já está fazendo a conta aí de perdas, vendo perdas e ganhos.
00:53Qual que é o impacto para o setor, hein?
00:56Olha, Eric, há uma interpretação do setor relativamente positiva,
01:03porque no decreto ficou isento desta sobretaxa uma NCM, uma nomenclatura de mercadoria,
01:11que é a 6802-9900, que é aonde se classifica as chapas de quartizitos exportadas para os Estados Unidos.
01:20Então, se esta interpretação estiver correta, uma parte dos produtos que exportamos para os Estados Unidos
01:27estaria a salvo dessa sanção.
01:30Se tomarmos o primeiro semestre como referência, nós exportamos 423 milhões de dólares de rochas ornamentais
01:39para os Estados Unidos nesse semestre, dos quais 280 milhões estão nesta nomenclatura que, pelo decreto, estaria isenta.
01:49Embora, na definição, nos Estados Unidos, não especifica chapas de quartizitos.
01:55Ele tem uma generalização de itens, mas é onde nós sempre classificamos esse produto para enviar para o exterior.
02:03Então, em tese, como esse ambiente ainda está muito confuso e impreciso, não tem muita clareza de todas as coisas,
02:11nós estamos interpretando como uma desoneração neste específico item das exportações.
02:18O Reinaldo...
02:18Disculpa.
02:21Então, eu ia dizer que este item, que representou no primeiro semestre 67% do valor exportado para os Estados Unidos,
02:30pode parecer que a sanção se limita a apenas 33% do restante possível.
02:37Isso, teoricamente, é isto, se essa tendência se mantiver.
02:41Porém, quando nós traduzimos isto para o mercado interno, para as empresas no Brasil,
02:46este impacto é de outra natureza, porque poucas empresas, nem todas as empresas, exportam chapas de quartizito.
02:54São as empresas mais robustas, que têm uma capacidade de pesquisar áreas,
02:57principalmente Bahia e Minas Gerais, que são os grandes polos de suprimento desses materiais,
03:03as empresas menores exportam outros materiais, marmos, granitos e estas estarão duramente impactadas
03:11e com consequências econômicas e sociais, do ponto de vista do emprego, que podem ser muito severas.
03:18Reinaldo, já tem um plano B, por exemplo, do setor.
03:21A gente sabe que o mercado norte-americano para as rochas ornamentais é fundamental.
03:27Tem um plano B, consegue, por exemplo, esses produtos que talvez não vão mais ser vendidos para os Estados Unidos
03:34serem realocados para outros players?
03:38Olha, eu não gosto de exaltar as adversidades, não,
03:42mas elas, às vezes, nos forçam a agir de uma maneira mais assertiva em busca de sair de uma situação de conforto,
03:52porque é muito confortável você ter o maior economia do país comprando 60% do que você vende,
03:59isso nos dá um conforto.
04:01Isso vai exigir das empresas um esforço maior em busca de novos mercados.
04:04Nós fizemos uma carta ao ministro Alckmin e também ao secretário de desenvolvimento
04:10fazendo algumas recomendações de políticas de governo nesse sentido,
04:18mas especificamente sobre novos mercados,
04:21eu trago já uma luta que eu venho, eu pessoalmente trato disto desde o período do governo Fernando Henrique,
04:27que é retirar no mercado chinês a tarifa de 25% sobre produtos beneficiados de rocha ornamental,
04:37enquanto que lá as matérias-primas têm tarifa zero.
04:41Se nós obtivermos no todo ou em parte, e ainda que seja por tempo limitado ou por cota,
04:49nossas exportações para a China, que giram em torno,
04:53o ano passado caiu um pouco, mas ela gerou em torno de 200 milhões de dólares,
04:57180, 200 milhões de dólares de matéria-prima.
05:00Se nós vendermos metade disto sob a forma de produto manufaturado,
05:04nós estamos falando de 400 milhões de dólares de exportação.
05:08Então, isso pode mitigar o impacto imediato da política dos Estados Unidos,
05:13que nós esperamos que ela não seja de grande duração,
05:17que tenha uma reversão aí em algum momento.
05:19Mas, esta é uma possibilidade e que eu penso que pode haver um campo de diálogo nesse sentido,
05:26dado este fortalecimento, digamos assim,
05:30que os BRICS estão construindo nas suas relações comerciais e estratégicas.
05:38Reinaldo, o mercado doméstico tem capacidade para absorver alguma parte dessa produção
05:44que vai para os Estados Unidos ou não?
05:47Teria que procurar realmente, como você disse, outros mercados como China?
05:51Olha, eu acho que sim.
05:53Não em percentual muito relevante, porque tem esse...
05:57Eu diria que o Brasil, apesar de uma robusta arquitetura nacional e até de expressão internacional,
06:07não há uma cultura dominante no Brasil, no campo dos especificadores,
06:13para o uso da pedra natural.
06:15Ela é usada em certa escala, mas nós apresentamos algo em torno de 8% a 10%
06:20do revestimento da construção civil no Brasil.
06:25Isto é muito pouco e tem espaço para crescer.
06:27Por exemplo, se nós conquistarmos dois pontos percentuais deste mercado,
06:32nós crescemos 20%.
06:34Então, mas isto...
06:38E este é um esforço que a Abirrochas tem feito no diálogo permanente,
06:42em parceria e convênio, em termos de cooperação com o setor de arquitetura,
06:47principalmente com a ABD, Associação Brasileira de Designers de Interiores,
06:53buscando sensibilizar e mostrar as virtudes da pedra natural
06:57comparativamente a outros elementos de revestimento.
07:00E não é uma linguagem de publicidade.
07:03Nós estamos falando de questões de meio ambiente, ciclo de vida dos materiais,
07:08inexistência de elementos químicos no processo produtivo,
07:12baixo consumo de energia, reciclagem da água utilizada,
07:16de modo que nós temos grandes virtudes para oferecer a construção civil brasileira,
07:24de maneira ainda mais expansiva.
07:26e eu espero que nós possamos continuar com essa sensibilização
07:30e vamos aprofundar esse esforço diante desta crise,
07:35de modo que...
07:37E se nossas rochas são reconhecidas e compradas por quase 160 países
07:42e pela maior economia do planeta, com as suas exigências de padrão,
07:48de poder aquisitivo, é possível que a arquitetura brasileira também eleve a demanda por pedra natural,
07:57inclusive na questão do urbanismo, que podemos ter resultados extremamente favoráveis
08:03do que usar materiais que são menos resistentes e que implicam em revisão de obras urbanas
08:10com relativa frequência, quando a pedra poderia dar uma sobrevida muitas vezes maior,
08:17com menor custo social e do poder público.
08:21Reinaldo Sampaio, presidente da AB Rochas,
08:24queria agradecer mais uma vez a sua participação aqui conosco no Times Brasil,
08:28licenciado exclusivo CNBC.
08:30Um ótimo final de semana.
08:31Muito obrigado e eu reitero aqui o extremo sentimento de honra
08:36de estar sendo convidado por este canal para ser ouvido.
08:40Muito obrigado, Eric. Um bom dia para vocês. Tudo bom.
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