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A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) acompanha com preocupação os desdobramentos de uma possível taxação dos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil, medida que pode afetar diretamente setores estratégicos da economia capixaba.

“É um perde-perde dos dois lados”, afirmou Paulo Baraona, presidente da Findes, em entrevista ao Real Time, do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC. Para ele, a medida impactaria tanto os exportadores brasileiros quanto as empresas americanas que dependem dos insumos fornecidos pelo Espírito Santo.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Os Estados Unidos compram quase um terço das exportações capixabas.
00:04O país é o principal parceiro comercial do Espírito Santo fora do Brasil
00:08e por isso a possível taxação americana pode trazer impactos profundos para o Estado.
00:13Eu falo agora com o Paulo Baraona, que é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo.
00:18Bem-vindo ao Real Time, Paulo. Boa tarde para você.
00:21Boa tarde, Marcel. Obrigado pela oportunidade.
00:24Quais são os setores da indústria capixaba, da economia capixaba como um todo,
00:28que devem sentir primeiro os efeitos se esse tarifácio for adiante?
00:33Bom, nós temos uma grande produção aqui de pellets de aço,
00:38temos a parte de papel e celulose, café e rochas ornamentais também é um setor muito atingido.
00:46São os principais setores, entre muitos outros, né?
00:49O Espírito Santo, ao contrário do Brasil, a balança é positiva para o Espírito Santo
00:54em relação aos Estados Unidos e, por consequência, isso está causando um grande desequilíbrio
01:00aqui dentro do Estado e ver quais são as possibilidades e o que é que nós faremos
01:07se isso, de fato, vier a acontecer, né?
01:10É, eu queria entender que cenários vocês estão traçando,
01:12caso a negociação não vá para frente e essa tarifa se mantenha.
01:15Bom, ainda há uma dúvida muito grande, porque, de fato, nós estamos trabalhando
01:22em cima de uma comunicação através das redes sociais do presidente Donald Trump.
01:28Na verdade, não existe documento oficial ainda, não existe nada oficial ainda
01:32de comunicação ao Brasil, né?
01:35Então, assim, mas, de fato, é uma fala do presidente americano que tem que ser levada
01:41em consideração.
01:43Nós já estamos, os setores, a gente está junto com a CNI, conversando com o governo
01:47federal, especialmente com o vice-presidente e ministro-geral do Alckmin, para que o diálogo
01:53seja aberto e o diálogo prevaleça em cima dessa situação que não tem justificativa
02:01econômica para que isso aconteça.
02:04Também estamos conversando com os nossos parceiros americanos, né?
02:07As empresas que compram do nosso Estado aqui, porque o problema não é só nós que vendemos,
02:15também quem compra também precisa desses produtos para poder fabricar e poder fazer
02:19negócios também nos Estados Unidos.
02:21Então, é um perde-perde de dois lados.
02:24Exatamente.
02:24O objetivo hoje é abrir um diálogo bastante intensivo para que a gente possa, de fato,
02:30entender e ultrapassar esse processo, arranjando alternativas para isso, né?
02:35Pensando na pauta exportadora de vocês, o café, por ser uma commodity, eu acredito
02:40que não seja tão difícil de realocar para outros mercados, embora, claro, exija um esforço.
02:45Agora, os outros produtos da pauta, você acha que também tem essa capacidade de serem
02:49realocados para outros mercados?
02:52É mais difícil, né?
02:53Porque são produtos muito específicos, como é o caso da celulose, por exemplo, e do
02:57aço, né?
02:58Muito específico.
03:00Obviamente que as empresas já estão começando a trabalhar com o plano B, mas é um timing
03:07totalmente diferente e cria um descasamento com a produção, né?
03:11Então, é claro que isso passa até a ser um alerta para o futuro, né?
03:16As empresas começam a pensar em alcançar novos mercados e ver novas opções, mas o momento
03:24de imediato é uma consequência bastante grave, né?
03:29Quando a gente analisa o todo da indústria capixaba, qual porcentagem disso vai para os
03:35Estados Unidos?
03:36Hoje, praticamente 30% das exportações capixabas vão para os Estados Unidos.
03:42Mas se a gente falar, por exemplo, do caso do papel e celulose, 51% de uma fábrica que
03:47nós temos aqui em Aaracruz vai para os Estados Unidos, as rochas ornamentais em torno de quase
03:5380% vão para os Estados Unidos e com algumas particularidades, porque no caso das rochas
04:02ornamentais, antigamente nós exportávamos só o bloco, hoje a gente começou a agregar
04:07valor, já se exporta chapas e até alguns projetos específicos.
04:11Então, é uma coisa muito difícil de você realocar, porque é um material muito específico
04:15também, né?
04:17É, é o tipo de material também que, por outro lado, você não acha facilmente em
04:21outros mercados para comprar, né?
04:23Exatamente.
04:24E aí que vem a parceria com os empresários americanos também, a discussão que tem que
04:29vir dos Estados Unidos junto com a nossa, exatamente porque são materiais muito difíceis de serem
04:34realocados, materiais muito específicos.
04:37As rochas ornamentais, na verdade, são materiais únicos, né?
04:40Porque cada bloco não é igual ao outro.
04:42Então, quando você corta essas chapas, esse material, é um material que não tem
04:47como ser repetido, né?
04:50Agora, como é que os empresários planejam o resto do ano dentro de um cenário de
04:54incertezas como esse?
04:56Bom, está um pouco ainda todo mundo um pouco aturdoado ainda, né?
05:02O objetivo, evidentemente, é que a gente consiga ultrapassar esse processo, o objetivo
05:06inicial e os esforços que nós estamos fazendo agora é exatamente essa interação com os
05:12empresários americanos e a conversa com o nosso governo, através do nosso governo
05:17federal, para que a gente consiga entender e consiga ultrapassar esse momento com negociação.
05:24Muita conversa, muita negociação, objetivo, evidentemente, e nesse interim, começando a olhar
05:31novos mercados.
05:33Mas, como a gente já falou, quer dizer, é difícil alguns produtos a gente relocar.
05:39De fato, o café hoje é mais fácil, mas também é um processo que não é rápido, né?
05:45O café hoje, por exemplo, a China ainda está precisando de café, outros países, mas,
05:51de qualquer forma, não é um processo muito simples também.
05:55É, e também tem um problema, assim, quando você perde o mercado e esse mercado, ele é
06:00preenchido por outro fornecedor, depois é muito difícil reconquistar, né?
06:05Sim, com certeza, é todo um processo.
06:07A exportação não é um processo de venda simples, né?
06:11Existe toda uma logística e também, obviamente, o comprador de outros países, né?
06:17Também precisa alocar esse novo produto no seu mercado local, né?
06:22Então, é um processo de negociação de médio e longo prazo, né?
06:26Então, assim, o problema hoje, e é o foco principal hoje, não descuidando, evidentemente,
06:33de olhar planos B e C, mas o foco principal hoje é a gente tentar com os parceiros americanos,
06:40que, ao fim do caso, nós estamos falando de comércio internacional, então, o comércio
06:44é feito por muitas pessoas, né?
06:46Muita gente envolvida nisso, é que a gente consiga, de fato, que esse diálogo chegue
06:51a um consenso razoável, né?
06:54Paulo Baraona, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, muito obrigado
06:59pela sua participação hoje, boa tarde.
07:01Eu que agradeço, Marcelo, e boa tarde a todos.
07:04Obrigado.
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