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Artur Horta, sócio da GTF Capital, analisou os efeitos do PIB acima do esperado, da inflação dos EUA e das tensões entre China e Trump sobre o mercado. Bolsa caiu forte, dólar passou de R$ 5,70 e cenário político complicou ainda mais as projeções para a Selic.

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Transcrição
00:00Vamos entender o que provocou esses movimentos hoje, então, falando com o Arthur Horta, sócio da GTF Capital.
00:07Fala, Horta, boa tarde para você, deu um tapa no cabelo aí, está bonito, está ajeitadinho.
00:12Horta, o que explicou hoje, então, aí, entre tantas notícias, né, tivemos aí, então, a inflação americana saindo,
00:19o principal índice de inflação, tivemos essa declaração de Donald Trump, tivemos PIB aqui no Brasil também.
00:25Como é que esses ingredientes todos se misturaram aí na cabeça dos investidores?
00:30Boa tarde, Fábio, boa tarde a todos que acompanham.
00:33Pois é, hoje foi um dia bem difícil de desfrar aqui no mercado, mas que, no final das contas, acabou culminando aí
00:38nessa forte queda da Bolsa e forte alta do dólar, né, infelizmente.
00:42Então, a gente teve um mix de fatores ali, tanto políticos quanto econômicos do nosso lado aqui, do PIB,
00:51e também toda essa questão com a China, envolvendo a relação com os Estados Unidos.
00:55A relação entre China e Estados Unidos e esse tremecer é péssima para o Brasil, porque
00:59o Brasil, ele é um parceiro comercial da China muito relevante, aliás, a China é nosso
01:04parceiro comercial muito relevante.
01:06Então, isso traz desconfiança para os investidores com relação, por exemplo, ao minério de ferro,
01:12as outras commodities.
01:13E nossa Bolsa, ela tem um componente muito grande de commodities, né, na composição do índice.
01:19Então, a gente tem ações da Vale, da Gerdau, da Usiminas, da CSN performando mal, Petrobras e outras
01:26petroleiras indo mal também, por conta dessas tensões envolvendo a China.
01:30Isso tudo é muito prejudicial para a nossa Bolsa e para a nossa moeda.
01:34E aí, a gente teve o PIB também, um PIB que trouxe uma expectativa, Fábio, na minha visão, tá,
01:41de postergação de arrefecimento.
01:43Ou seja, o mercado esperava que a gente ia ter um arrefecimento da economia agora, no
01:49primeiro semestre, por conta dessa taxa de juros restritiva, mas, surpreendentemente,
01:53a gente teve investimento acima do previsto pelo mercado e um agro muito forte.
01:58Então, a gente deve ver uma desaceleração gradual da economia só a partir do segundo
02:03semestre.
02:04Isso pressionou a nossa curva de juros, né, porque eu lembro que eu comentei aqui nessa
02:08semana, né, o mercado queria ver o quê?
02:10Um PIB um pouquinho mais moderado ali para ter convicção do que ia acontecer com a
02:16nossa taxa de juros.
02:18Como o PIB veio mais forte, a gente teve um estresse na curva de juros e isso também
02:23acaba prejudicando a nossa Bolsa.
02:25Por isso, a gente viu essa queda tão expressiva.
02:27É possível que bancos, consultorias, comecem a rever as projeções para a taxa Selic
02:33esse ano, Horta, a gente está nesse momento com 14,75, né, muitas apostas de que ficaria
02:39por aí, mas é possível que o pessoal comece a rever para 15?
02:44Eu acredito que sim, tá, eu acredito que naturalmente o mercado vai colocar, vai ficar
02:50dividido.
02:51Algumas casas e bancos vão dar 14,75, outras casas vão colocar em 15%, isso vai depender
02:58muito do próximo dado de inflação que a gente vai ter, né, e a gente teve recentemente
03:02um dado de IPCA 15 que foi positivo, mas agora a gente precisa de ter o IPCA cheio,
03:07o IPCA mensal para saber como vai ser.
03:09Se o dado de inflação vier bom, reforça a convicção de uma Selic a 14,75, mas se
03:15o dado vier um pouquinho acima do consenso, aí eu acredito que a maioria das casas vai
03:19revisar a Selic para 15% no final desse ciclo.
03:22A expansão dos investimentos no PIB do primeiro trimestre é uma boa notícia, né?
03:28Sem dúvida, é uma notícia que surpreendeu, até difícil de explicar.
03:31Na verdade, se tem uma coisa que a gente pode explicar nessa expansão dos investimentos,
03:37é justamente essa expectativa de que a taxa de juros chegou ao seu pico, né?
03:41Então, se ela já está no seu pico, se daqui para frente ela vai cair, o empresário
03:45ele toma mais confiança para investir.
03:48Então, isso pode ter tido, sim, alguma interferência na questão dos investimentos no PIB, mas a gente
03:55vai ter que observar como que vai se dar essa dinâmica daqui para frente.
03:58já que a gente está num cenário onde o mercado está projetando uma desaceleração da economia
04:04à frente e, ao mesmo tempo, a gente está vendo um dado de PIB forte que, às vezes, não
04:08leve a essa queda da taxa de juros.
04:10Está um cenário bem complexo e, para completar o exterior, não ajuda em nada, né?
04:15Cada dia é mais volátil lá fora, mais difícil de decifrar.
04:18Agora, a gente tem um novo componente no mercado, que é o taco trade, é uma nova narrativa
04:24que tem surgido para justificar as altas das bolsas americanas.
04:28Então, está cada vez mais complexo esse cenário.
04:31Taco trade, só para a gente explicar aqui para quem não acompanhou, é que tem que ficar
04:35de olho no que Donald Trump diz, porque quando ele aperta, é bom comprar, é isso?
04:39Tem um livro do Donald Trump, escrito em 1987, que ele diz o seguinte, se você for previsível
04:47nas suas negociações, você já perdeu.
04:50E ele colocou em prática o que ele escreveu em 1987 nesse mandato dele, então colocando
04:55essas tarifas que todo mundo do mercado financeiro acha um completo absurdo, né?
05:00Menos ele e o Peter Navarro, que é o conselheiro econômico dele dessa parte.
05:04Então, o que o Trump tem feito?
05:06Ele tem colocado coisas absurdas na mesa e aí depois os países vêm negociar com ele.
05:11Ou seja, ele está trazendo imprevisibilidade e depois os países vão lá negociar melhores
05:16condições comerciais, que ele julga serem melhores condições comerciais.
05:20Só que se os países não negociam, o que acontece?
05:23Ele vem lá e afrouxa, aí tira o pé.
05:26Ou seja, ele volta e traz a economia para uma normalidade, porque ele sabe que essas decisões
05:33podem ser muito prejudiciais para o PIB lá, para a produção, para as indústrias.
05:37E aí criaram esse termo, que é taco, que é Trump always sticking out.
05:42Então, se a gente colocar para português, seria o Trump sempre amarela, o Trump sempre
05:46dá para trás na hora do vamos ver, porque ele não pode prejudicar tanto assim a economia.
05:52E aí o mercado foi se acostumando a essa dinâmica do quê?
05:55Ele chegar com os dois pés na porta, colocando alguma coisa absurda, e aí passa um tempo,
06:00passa uma semana, duas, ele vê que aquilo ali vai dar muito errado na economia americana,
06:05ele vai lá e tira a medida.
06:07Ou seja, sticking out.
06:08Então, por isso Trump always sticking out.
06:10E aí o mercado sobe.
06:11Agora, toda vez que ele faz isso, o mercado toma um sustinho de leve, mas já começa a
06:17comprar de novo, já apostando que ele não vai fazer essas coisas tão absurdas.
06:21Mas, inclusive, ele ficou muito irritado quando descobriu a existência desse termo.
06:25Eu não sei se é pelo efeito taco, mas nesses últimos dias, de quarta para hoje,
06:29com as decisões judiciais, e hoje com ele dizendo que a China violou o acordo,
06:34poderia se esperar até um susto muito maior nos mercados.
06:38Mas isso não aconteceu, as bolsas americanas ficaram na estabilidade, caíram um pouquinho.
06:44Exatamente.
06:45Essa é a narrativa do momento.
06:46Taco trade.
06:47Então, as bolsas não terem caído em meio a toda essa confusão de notícias,
06:52a única justificativa seria essa.
06:53O mercado já se acostumou e entende que o Donald Trump não vai tomar essas medidas tão radicais.
07:00Ele vai ser mais moderado no final, vai retirar as medidas que podem ter muito impacto negativo
07:04sobre a economia americana.
07:06E aí isso está ajudando a sustentar o mercado americano.
07:09Esse mês mesmo foi um dos melhores meses, desde 2023, para a bolsa americana,
07:14justamente nesse entre-side tarifas.
07:17Então, isso mostra que o mercado não está mais apostando que o Donald Trump vai ser tão radical
07:22quanto era no começo do mandato.
07:24Ora tá, agora o dólar hoje deu uma subida forte e voltou para cima dos 5,70.
07:29O que explica essa corrida para o dólar?
07:33Apesar da gente ter isso do Trump mais moderado, o fato de ter uma briga com a China
07:39e isso impactar as commodities é muito ruim para o Brasil.
07:42Então, a gente como país produtor de commodities, se a gente tem um cenário onde as commodities caem,
07:47um cenário de estresse na China, ou alguma ameaça de recessão e as commodities caem,
07:54isso é muito ruim para a nossa moeda.
07:56Então, isso contribuiu para a alta do dólar hoje.
07:58A gente viu a China bem fraca, afetando algumas commodities.
08:01Isso é péssimo para a nossa moeda, acabou se desvalorizando.
08:05Teve uma notícia política de que o Bolsonaro apoiaria um filho dele para as eleições de 2026.
08:15Essa notícia foi interpretada por alguns participantes do mercado como negativa
08:20por criar um racha na direita, ou seja, a direita teria dois candidatos,
08:25um filho do Bolsonaro e outro candidato.
08:27Isso dividiria os votos, levaria uma ameaça eleitoral lá para 2026.
08:31Isso acabou afetando a moeda em alguma medida.
08:34E junto com isso tudo, todo esse cenário de incertezas.
08:39Como eu falei que mais cedo, o mercado está num momento que está muito difícil de prever.
08:43Vocês até comentaram mais cedo durante a programação,
08:46o PIB sai de uma previsão negativa para uma previsão muito positiva lá nos Estados Unidos.
08:52Os dados estão muito bagunçados, ninguém sabe como é que vai ser.
08:56Nesse contexto de incerteza, o que o investidor faz é comprar o que é mais seguro.
09:02E a gente sabe que o ativo mais seguro é a moeda dos Estados Unidos,
09:06é a moeda forte que é o dólar.
09:07Isso acaba levando um fluco para o dólar.
09:11Arthur Horta, sócio da GTF Capital.
09:13Valeu, Horta.
09:14Obrigado por mais essa participação.
09:16Semana que vem tem mais.
09:17Bom fim de semana.
09:19Muito obrigado, Fábio.
09:20Espero que a próxima vez que eu voltar ao mercado esteja mais tranquilo para a gente decifrar.
09:23Até a próxima.
09:24Esperamos todos.
09:25Valeu, um abraço.
09:26Tchau.
09:27Tchau.
09:28Tchau.
09:29Tchau.
09:30Tchau.
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