- há 2 dias
- #jovempan
- #jornaljovempan
O cientista político Márcio Coimbra analisou as consequências da decisão do ministro Gilmar Mendes (STF) que limitou o poder do Senado de pedir o impeachment de ministros do Supremo. Segundo Coimbra, a medida reforça a "judicialização da política" no país.
Coimbra afirma que "o Judiciário brasileiro tem se tornado cada vez mais político", onde o Supremo passa a intervir e ditar as regras de funcionamento dos outros Poderes (Legislativo e Executivo).
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/bwbiM6xNTEM
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalJovemPan
Coimbra afirma que "o Judiciário brasileiro tem se tornado cada vez mais político", onde o Supremo passa a intervir e ditar as regras de funcionamento dos outros Poderes (Legislativo e Executivo).
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/bwbiM6xNTEM
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalJovemPan
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00A gente tem um convidado para analisar esse cenário político, o Márcio Coimbra.
00:05Ele é cientista político e CEO da Casa Política, a quem eu agradeço demais pela participação.
00:11Márcio, seja bem-vindo mais uma vez aqui à programação.
00:13Tivemos a oportunidade de conversarmos, interagimos um dia em um programa em que eu substituí o professor Vila.
00:19Muito obrigado pela gentileza mais uma vez.
00:23É verdade, excelente oportunidade, Daniel.
00:25Uma grande oportunidade de estar aqui de novo, conversando com toda a audiência da Jovem Pan, conversando contigo, com o Vilela,
00:35para a gente tentar aclarar um pouco esses pontos que ficaram um pouco nebulosos essa semana.
00:41Quero, inclusive, aproveitar, eu discutia com o Vilela, a manifestação, a tomada de decisão de Gilmar Mendes,
00:49e quais são as implicações, enfim, os argumentos e críticas que foram feitas por pessoas oriundas do universo jurídico.
00:57Mas queria também pedir sua análise a respeito dessa decisão do ministro Gilmar,
01:02e quais podem ser as implicações e medidas que viriam a ser tomadas a partir da tomada de decisão do Supremo Tribunal Federal,
01:12ratificando essa medida monocrática do ministro Gilmar.
01:18Queria pedir sua análise.
01:20Olha, infelizmente, o que a gente tem visto ultimamente no Brasil é uma judicialização da política e uma politização da justiça.
01:29E nos parece muito claro, nesse caso, que o judiciário brasileiro tem se tornado cada vez mais político,
01:39a ponto de querer evitar também que ele passe por um qualquer tipo de controle externo.
01:45O controle externo, ele é fundamental para qualquer um dos poderes.
01:50Nós vemos que o executivo e o legislativo, eles passam a cada quatro anos,
01:56por esse controle externo da população, do voto, para saber se eles mantêm os seus mandatos ou não,
02:03com exceção aí dos senadores que são oito anos.
02:05Mas os cargos executivos, governadores, prefeitos, presidentes da república,
02:10eles passam pelo escrutínio popular a cada quatro anos.
02:14O judiciário, ele se torna um poder que é intocável,
02:19que ninguém consegue questionar e que tem se colocado acima dos outros poderes.
02:25E mais do que isso, ele vem também legislando para muito além de se falar de sistema de freios e contrapesos,
02:36o judiciário está longe de exercer isso.
02:39Ele está claramente quebrando uma tripartização de poderes, como o Vilela colocou muito claramente.
02:46E a gente vê que esse equilíbrio entre os três poderes vem sendo colocado em xeque pelo poder judiciário,
02:55que ao longo do tempo, com a judicialização da política,
02:58vem se tornando e vem buscando cada vez mais um papel de protagonismo
03:04e agindo não como uma corte constitucional ou como uma corte jurídica,
03:09mas sim como uma corte política.
03:12Ela passa a fazer parte de Brasília,
03:15não com o mesmo grau que tinham os outros ministros.
03:22Eu me lembro de quando eu fazia faculdade de Direito na década de 90,
03:26quando ninguém sabia o nome dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
03:30Hoje, qualquer pessoa que está envolvida na política sabe o nome dos ministros do Supremo Tribunal Federal,
03:36porque efetivamente ele assumiu uma função que está muito além de blindar e garantir a Constituição.
03:44Pelo contrário, tem mexido com a Constituição para blindar a si mesmo.
03:49E eu acho que é vergonhoso para o Brasil, para um país que tem três poderes,
03:56que tenha um poder que se sinta muito mais importante e acima dos outros dois.
04:02Márcio Coimbra, cientista político, conversando ao vivo com a gente aqui na Jovem Pan.
04:08Vou pedir licença, o Cristiano Vilela fará a próxima pergunta.
04:11Com você, Vilela.
04:15Bom receber você aqui na Jovem Pan.
04:16Vilela, vou pedir por gentileza para você refazer a pergunta,
04:19só nós perdemos o início do áudio. Por gentileza.
04:23Pois não, Márcio. Boa noite.
04:25Sempre bom recebê-lo aqui na Jovem Pan.
04:27Você colocou bem sobre essa questão do protagonismo, talvez excessivo, do judiciário em alguns momentos.
04:35Na sua visão, em que ponto, em que momento essa confusão entre poderes começou no Brasil?
04:41O que levou a essa confusão?
04:43E aí eu falo não apenas focadamente em relação ao judiciário,
04:46mas nós temos hoje judiciário versus legislativo,
04:50legislativo versus executivo, executivo versus judiciário.
04:53Enfim, existe realmente um desacerto entre poderes.
04:57onde a gente errou no nosso caminho, no nosso percurso?
05:03Bom, Vilela, muito obrigado pela pergunta.
05:06Ela é muito boa.
05:08Para a gente conseguir analisar isso, a gente precisa voltar além do que a gente está vivendo.
05:15A gente precisa enxergar a Constituição de 1988
05:19e como ela trouxe o Supremo Tribunal Federal para um protagonismo
05:25que está muito além do que a gente imaginava que poderia ter.
05:33Ela, por julgar muitos casos, por se miscuir em muitos temas,
05:37ela se dotou desse poder em 1988.
05:41Mas nós não tínhamos uma formação dentro da Suprema Corte antigamente.
05:48Aí eu estou falando de Moreira Alves, Nélida Silveira, Otávio Galotti,
05:53esses nomes eram ministros que estavam claramente exercendo uma função jurídica,
06:00que não gostavam dos holofotes, que não lhes fazia ter nenhum tipo de função político.
06:12Aí a gente teve a introdução do STJ
06:16e ao longo da década de 90, o PT começou a utilizar dos instrumentos
06:22que foram trazidos para a Constituição de 88
06:25para judicializar a política brasileira.
06:29Ou seja, quando o PT era derrotado no Congresso Nacional,
06:33ele entrava no Supremo Tribunal Federal,
06:36sempre, claro, sabendo que ia perder,
06:38mas ele começou a questionar as regras o tempo todo,
06:42começou a questionar as decisões do Congresso Nacional
06:47e isso começou a dar um poder maior
06:51e o Supremo começou a descobrir esse poder que tinha.
06:54E aí, com a troca desses ministros ao longo do tempo,
06:58nós temos aí só os governos do PT, se não me engano,
07:02já nomearam nove dos onze ministros,
07:05nós vemos que foram ministros que têm um caráter,
07:11muitos deles eminentemente político,
07:18e acharam essa brecha.
07:20E tendo essa brecha, eles conseguiram claramente conseguir atuar de forma política.
07:28A gente vê afastamentos de mandatos parlamentares
07:33que foram otorgados pelo povo,
07:37afastamentos de presidentes da Câmara dos Deputados,
07:41feitas pelo Supremo Tribunal Federal.
07:44Quer dizer, e aí começa a se exacerbar esse poder do Supremo.
07:50Ele começa, sim, a se sobrepor aos outros poderes.
07:54E aí a gente vê que um embrião disso
07:58vem sendo construído lá na década de 90,
08:02especialmente com os partidos de esquerda,
08:04especialmente o PT fazendo o questionamento
08:07de várias das decisões tomadas e das aprovações
08:12que o Congresso conseguia ter,
08:15especialmente diante das privatizações, né?
08:18Com os processos de privatizações
08:19que o Fernando Henrique conseguia fazer
08:22e o PT vinha e questionava na justiça.
08:25Então, o Supremo, depois que mudou a sua composição
08:29e que percebeu essa brecha de atuação,
08:33tomou gosto pela sua atuação política.
08:35E hoje ele atua muito menos como um poder judiciário,
08:42mas muito mais como um poder que paira
08:45sobre os outros dois poderes.
08:46Ele tem muito mais poder do que o legislativo
08:49e que o executivo.
08:51Pois é, bons apontamentos do Márcio Coimbra,
08:53cientista político, senhor da Casa Política.
08:56Márcio, eu vou pedir por gentileza
08:57que você continue com a gente.
08:58Faremos um rápido break comercial,
09:00um minuto e meio.
09:01Daqui a pouco a gente volta para tratar
09:03entre crise de Congresso e Presidência da República,
09:06mas também da situação que envolve
09:08a indicação de Flávio Bolsonaro.
09:10É um intervalo super rápido.
09:12Voltaremos em um minuto e meio.
09:13Fique por aí.
09:14Até já.
09:14Bem-vindo a Salvador, coração do Brasil, do Brasil.
09:31BYUG, a marca que está mudando o mundo,
09:35chegou ao Brasil.
09:36Nova fábrica da BYUG em Camassari, Bahia.
09:41BYUG, que bom você chegou.
09:44BYUG é do Brasil.
09:50Dezembro é um mês de alegria e muitas festas.
09:53E para comemorar, a Sky preparou uma oferta incrível para você.
09:56Olha só que presentão.
09:57Assine Sky por menos de R$ 1,90 por dia
09:59e tenha todo o conteúdo dos canais HBO e HBO Max
10:03sem custo adicional, por 12 meses.
10:05Para assistir ao Paulistão 2026,
10:08a Champions League, além de filmes, séries e muito mais.
10:12Com a Sky você tem qualidade HD, praticidade, muito mais conteúdo
10:16e ainda três acessos ao app Sky Mais
10:19para assistir tudo o que você gosta em qualquer lugar.
10:22Então liga agora, 3003-0220.
10:25Sky, mais diversão a cada conexão.
10:28Sky.
10:31Para reconhecer a profissão que é a base de todas as outras,
10:35o Governo do Brasil criou o programa Mais Professores.
10:38Um conjunto de ações que valorizam quem tem um papel central na formação dos brasileiros.
10:43São iniciativas como a Carteira Nacional Docente do Brasil.
10:49Um reconhecimento à dedicação de quem trabalha todos os dias pela educação.
10:54Uma prova nacional, que é a porta de entrada para o serviço público.
11:01Tem também um portal cheio de oportunidades para se desenvolver profissionalmente.
11:05E apoio financeiro a estudantes que escolherem cursos superiores que formam educadores.
11:14Com Mais Professores, estamos valorizando quem está ao lado da educação,
11:18dos professores e do povo brasileiro.
11:22Ministério da Educação.
11:24Governo do Brasil.
11:25Um dos casais mais admirados da gastronomia brasileira.
11:33Ricardo e Márcia Trevisani, à frente do Laçu e do Grupo Ristorantino.
11:38Tudo que nós fazemos, nós servimos, nós procuramos sempre produção própria.
11:43Procuramos sempre fazer dentro de casa.
11:46Método Gastronômico.
11:47Hoje, às dez e meia da noite, na Jovem Pan.
11:55Estamos de volta com o Jornal Jovem Pan, reunindo os assuntos mais importantes deste sábado,
12:00dia 6 de dezembro de 2025.
12:02Sempre agradecendo demais sua participação, sua audiência, seu prestígio.
12:07Você que acompanha a Jovem Pan pelas emissoras de rádio, TV por assinatura e também plataformas digitais.
12:13Estamos entrevistando o Márcio Coimbra, está ao vivo aqui com a gente,
12:17tratando dos principais assuntos do dia.
12:19Abrimos essa entrevista, né Márcio?
12:21Falando da medida tomada por Gilmar Mendes e as expectativas e consequências,
12:28caso o Supremo Tribunal Federal acabe referendando essa decisão do ministro.
12:32É possível conectar esse posicionamento do ministro com o que tem sido chamado de crise
12:40entre Presidência da República e Congresso Nacional?
12:43Isso pode apimentar essa situação?
12:45A gente tem acompanhado manifestações do presidente da República, dizendo que o Congresso sequestrou o orçamento.
12:52Por sua vez, os chefes das casas legislativas também acabam tecendo comentários a respeito do posicionamento da presidência da República.
13:03Textos importantes, correndo e tramitando, tanto na Câmara quanto no Senado.
13:08Alguns falam em desidratação, o governo não teria como transformar essas aprovações em troféus na campanha eleitoral do ano que vem.
13:17Enfim, essa crise entre presidência e Congresso vai dar no quê?
13:23Olha, Daniel, o que a gente tem visto é uma perda de poder da presidência da República
13:30que vem lá desde os anos Dilma.
13:34E o que o presidente Lula não percebeu é que o governo que ele conduz nessa década,
13:43ele não tem nada a ver com o governo que ele deixou na década atrás.
13:49São dois governos completamente diferentes, porque as regras do jogo mudaram de lá para cá.
13:54O Congresso Nacional começou, desde o governo Dilma, com o governo Dilma entregando o poder ao Congresso para evitar o impeachment.
14:03Depois, com o governo Temer, eminentemente de caráter parlamentarista.
14:08E depois, com o Jair Bolsonaro, que acabou entregando as rédeas da administração pública do governo para o Congresso Nacional para evitar o impeachment.
14:19Nós vimos, aos poucos, muito aos poucos, isso se movimentar o poder, saindo do Palácio do Planalto e indo para o Congresso Nacional.
14:30O Congresso hoje detém o controle praticamente do orçamento federal e a gente não pode nem falar mais que a gente tem um governo de presidencialismo, de coalizão.
14:40Porque, diante dessas reformas, aquilo que se desenhou em 1988 não existe mais.
14:45Hoje, nós temos praticamente na Câmara dos Deputados, quando nós temos um presidente da Câmara forte, como, por exemplo, era Arthur Lira, nós temos ali praticamente um primeiro-ministro.
14:57É alguém que toma muitas das decisões de investimento que acontecem no país e o ONU fica todo com o Palácio do Planalto.
15:08E o bônus de mexer com o orçamento, ele fica com o Congresso Nacional.
15:13Então, Lula não soube manobrar e entender essa dinâmica que acabou acontecendo ao longo do tempo.
15:21E quando ele chegou para governar, ele achou que ia governar como se governava em 2003.
15:26Só que em 2023, precisava se governar de uma forma muito diferente de 2003.
15:32Então, passar para uma troca de acusações de quem manda mais e quem manda menos, é muita falta de habilidade política.
15:40Um bom político, ele precisa se adaptar às novas realidades e encontrar novas saídas.
15:47Existem vários outros regimes no mundo que têm um sistema muito parecido com o Brasil, onde o Congresso tem uma preponderância.
15:56E o presidente, ele precisa saber navegar nesse caminho para conseguir aquilo que ele quer.
16:03Me parece que Lula ainda não encontrou efetivamente esse melhor caminho para conseguir aprovar aquilo que ele precisa.
16:12E por isso que a sua reeleição acaba se tornando algo em risco diante de tudo isso.
16:19Vamos passar mais uma vez para o Cristiano Villela participando com a gente dessa entrevista.
16:23Vilela, fique à vontade. Se quiser tratar de crise entre os poderes, mas também abordar a indicação de Flávio Bolsonaro, fique à vontade.
16:33Eu quero falar justamente dessa questão de Flávio Bolsonaro.
16:37Márcio, na sua visão, essa indicação de Flávio Bolsonaro, até que ponto ela é mirando realmente uma articulação interna dessas forças oposicionistas?
16:49Ou no sentido de fazer com que o clã Bolsonaro continue forte, dando as cartas nesse campo de oposição para as eleições de 2026?
16:59Ou até que ponto é realmente para valer?
17:03E até quando dá para ter esse tipo de balão de ensaio?
17:06O fato de termos aí, Tarcísio, Zema, Ratinho, todos governadores e com necessidade de se desincompatibilizar.
17:15Esse timing, talvez ele já esteja se aproximando o momento de uma decisão?
17:20Ou a gente ainda tem um pouco de lenha para queimar para que haja realmente essa acomodação de forças?
17:26Sim, a gente tem ainda muita lenha para queimar para essa acomodação de forças, Vilela.
17:33Eu acho que existem várias nuances que a gente precisa colocar em perspectiva para conseguir entender isso que está acontecendo.
17:41A primeira é que a família Bolsonaro não quer ter poder e influência.
17:45E por isso lança o nome de Flávio Bolsonaro.
17:48E por que não o de Michele?
17:49Porque Michele não é uma pessoa dentro do clã que tem esse vínculo de sangue que tem os filhos de Bolsonaro com Bolsonaro.
18:02Então me parece claramente que ele quer deixar esse legado para alguém que ele confia e seria o nome de um dos três filhos.
18:11Não que ele não confie em Michele, mas efetivamente os seus filhos nascem e morrem seus filhos.
18:17Então me parece que ele enxerga dentro da sua ótica uma dinâmica muito próxima disso.
18:25De que os filhos seriam representantes legítimos e que nunca deixariam ele na mão.
18:31Então me parece que trazer o nome de Flávio Bolsonaro é esse movimento.
18:37Agora, eu pessoalmente acredito que nem Flávio Bolsonaro gostaria disso.
18:41Ele preferiria muito mais oito anos de reeleição para o Senado no Rio de Janeiro,
18:48que é uma reeleição muito tranquila, que inclusive blinda o seu nome, mantendo um foro privilegiado.
18:55E se jogando numa campanha presidencial, a gente já viu que Flávio Bolsonaro tem um teto de vidro muito fino
19:01e que o pai dele já teve que blindá-lo durante o seu governo e talvez ele não consiga.
19:08Uma candidatura dele não resista aos ataques de uma campanha presidencial,
19:13sabendo que ele tem muita coisa a ser explicada.
19:18E com certeza quem vai estar na oposição vai estar atento a isso.
19:24Ao passo que os outros candidatos, nós temos algo que os próprios filhos do Bolsonaro colocam,
19:33especialmente o Eduardo, colocou isso de forma muito clara.
19:36Tarcísio não é um candidato do bolsonarismo.
19:39Tarcísio seria um candidato do centrão.
19:42E ele tem razão quando ele fala isso.
19:45O Tarcísio é muito mais ligado aos partidos que gravitam em torno dele no governo de São Paulo.
19:51E aí a gente está falando desses partidos do centrão, né?
19:54Republicanos, PSD, PL, Podemos, todos esses partidos que gravitam ali,
20:00União Brasil em torno dele, são os partidos que gostariam de ver Tarcísio na presidência.
20:07Mas Bolsonaro sabe que se Tarcísio se tornar presidente, ele perde muito do protagonismo.
20:13E a sua família começa a passar a um segundo plano de relevância
20:18na estratégia política nacional e ele não quer que isso aconteça.
20:22Os outros candidatos que se colocam, como o Ratinho, como o Zema,
20:27são candidatos que vão entender ainda como esse tipo de força vai se acomodar,
20:33se a candidatura do Flávio é para valer, se ela vem realmente, ela pode acontecer.
20:38Porque com uma fragmentação da direita, um Ratinho, por exemplo,
20:42se Tarcísio não sai candidato, Flávio saindo Tarcísio não sairia e Ratinho sai candidato,
20:48ele pode beliscar uma vaga no segundo turno e pode eventualmente vencer Lula,
20:53porque ele tem muito mais chances de vencer num segundo turno Lula do que Flávio Bolsonaro.
20:59Se Flávio Bolsonaro não for candidato, se isso for um balão de ensaio,
21:04tudo leva a crer que o candidato será Tarcísio, porque as forças de centro vão se aglutinar
21:09preferencialmente em torno de Tarcísio.
21:13Então acho que vai depender muito se Flávio Bolsonaro vai levar essa sua intenção para frente,
21:21se ela vai até o fim, porque isso vai definir o desenho dos candidatos da oposição
21:28e pode sim definir quem iria para o segundo turno e inclusive se essa pessoa teria a capacidade de vencer Lula.
21:38Ou seja, essa decisão de Flávio Bolsonaro acaba por decidir se Lula talvez consiga ficar no Planalto ou não.
21:47Pois é. Agora, Márcio, na esteira inclusive dessa sua resposta, só para a gente encerrar,
21:52quando o Vilela perguntou se haveria tempo suficiente, lenha para queimar,
21:57até que essas forças se acomodassem, você fala em uma avaliação, né?
22:01Os próximos meses serão fundamentais para que os partidos de direita e de centro-direita tomem suas decisões.
22:08Vamos lançar o nosso candidato? Vamos abraçar algum desses que já se apresentam como pré-candidatos?
22:15Por exemplo, se PL mantiver a candidatura de Flávio Bolsonaro?
22:19Você entende que o cenário seria muito próximo ao que acontece no Chile, por exemplo?
22:24Uma porção de candidatos de centro-direita e de direita, e aquele que performar melhor,
22:29todos os outros apoiariam em um segundo turno.
22:32Você entende que neste cenário, Lula se fortalece, ficaria com uma grande força da esquerda,
22:40tendo a máquina na mão, ou na verdade seria difícil, inclusive, disputar com tantos players de direita e de centro-direita
22:47que fatalmente manifestariam apoio em um eventual segundo turno, aquele que ficar em segundo lugar, por exemplo?
22:55Olha, Daniel, essa questão é interessante, porque o bolsonarismo, ele tem, além de uma popularidade muito grande,
23:04ele carrega também uma rejeição muito grande.
23:06Então, Flávio Bolsonaro no segundo turno significa uma chance maior de reeleição de Lula.
23:13Agora, se a gente consegue enxergar os outros candidatos, por exemplo,
23:19se num eventual segundo turno Flávio não passa e passa Ratinho,
23:23eu acho que Ratinho aí sim tem uma capacidade de aglutinar toda a direita em torno dele,
23:29sem a rejeição do bolsonarismo e vencer Lula.
23:33Porque essa rejeição ao bolsonarismo é aquele pequeno percentual que evitou o Bolsonaro de vencer as eleições em 2022.
23:43São pessoas que são, inclusive, antipetistas e não gostam da esquerda,
23:48mas não gostam mais ainda do bolsonarismo depois da experiência que tiveram com o bolsonarismo no poder.
23:55E acabaram optando por Lula por uma falta de opção.
24:00Então, agora, me parece que se você tem um candidato mais ao centro, como o Ratinho, que vai ao segundo turno,
24:07ele tem sim condições de vencer Lula.
24:10Agora, se Flávio não for candidato e nós temos Tarcísio desde o princípio,
24:15e as forças da direita aglutinadas em torno de uma candidatura só,
24:19eu acredito que aí vai ser o embate Tarcísio-Lula.
24:23E Tarcísio tem chances reais de vencer, e eu acredito que, inclusive, é até o favorito.
24:31Agora, se quem passar para o segundo turno, no cenário onde Tarcísio não sai candidato,
24:39se quem vir a passar para o segundo turno for Flávio Bolsonaro,
24:43eu acredito que as chances de Lula aumentam muito.
24:46Então, em suma, se você tem Tarcísio e a direita aglutinada em torno dele,
24:52ele vai para o segundo turno e tem condições de vencer.
24:55Candidato de centro-direita.
24:57Agora, se você tem os candidatos espalhados em diversas candidaturas,
25:04e aí passar um candidato de centro-direita, a centro-direita tem condições de vencer.
25:10Se passar alguém do Clube Bolsonaro, se for o caso de Flávio Bolsonaro,
25:15eu acredito que as chances de Lula aumentam.
25:18É claro que o cenário ainda vai se desenhar,
25:22mas o que a gente consegue enxergar diante do movimento do eleitorado é isso nesse momento.
25:29Pois é, bons exercícios.
25:31Márcio Coimbra, entrevista especial aqui no Jornal Jovem Pan,
25:34cientista político, senhor da Casa Política.
25:36Márcio, seja sempre bem-vindo aqui a Jovem Pan.
25:39Muito obrigado pela gentileza, bom fim de semana e até breve.
25:44Muito obrigado, Daniel.
25:45Vilela é uma satisfação e uma honra estar aqui na Jovem Pan
25:48conversando com toda a audiência do canal.
25:51Muito obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar