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A decisão do Ministro Alexandre de Moraes de determinar o início imediato do cumprimento da pena de Jair Bolsonaro, antes de esgotados todos os recursos, foi criticada por juristas, inclusive por um advogado petista, que classificou o movimento como "afobado". O debate foca no risco político e jurídico do timing da decisão de Moraes.

Além disso, Moraes elevou a pressão sobre o Presidente da Câmara, Hugo Motta, ao determinar que ele declare a perda de mandato do deputado foragido Alexandre Ramagem. Wilson Lima e Rodolfo Borges analisam a saia-justa de Motta, que já havia proibido Ramagem de votar remotamente, e o desconforto de juristas com as atitudes do ministro.

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Transcrição
00:00O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, proibiu o deputado Alexandre Ramagem,
00:04que está foragido nos Estados Unidos, de registrar presença ou usar o sistema de votação remota
00:09enquanto estiver fora do Brasil.
00:11Publicada no Diário da Câmara dos Deputados de terça,
00:13a decisão acolheu integralmente o parecer da Secretaria-Geral da Mesa.
00:17A Secretaria entendeu que deputados federais só podem votar a partir do exterior
00:22se estiverem viajando em missão oficial ou autorizada pela Casa.
00:26Na decisão sobre o trânsito em julgado do processo,
00:28Alexandre de Moraes também determinou a Mota que ele declarasse a perda de mandato de Ramagem.
00:33Mais uma confusão em Rodolfo.
00:36É, e esse é o tipo de confusão que extrapola o bolsonarismo,
00:41que extrapola o processo da trama golpista, porque pega em outros deputados potencialmente.
00:47Sempre que vem, e aí a coisa já não é mais só sobre o Ramagem, é sobre deputados federais.
00:53E aí quando vem para os deputados federais, todos eles, sejam bolsonaristas ou não,
00:57e ainda que digam que estão contra o Ramagem,
01:00sempre vão temer que uma medida contra um deputado possa vir a ser usada contra eles depois.
01:06Então aí, ganha o reforço, o Ramagem e o bolsonarismo, de um sentido de corpo da Câmara.
01:14E aí, não me parece que essa questão vai ser resolvida muito rápido,
01:18porque nenhuma questão sobre cassação de deputado federal é rápida,
01:24mesmo quando esse deputado, vamos lembrar, é acusado e foi preso por ter mandado matar alguém.
01:31Isso aconteceu mais de uma vez recentemente na Câmara dos Deputados.
01:35Wilson Lima, boa tarde. Wilson, o que você destaca?
01:41Boa tarde para você, Guilherme, boa tarde, Rodolfo, mas principalmente boa tarde para você,
01:45meu amigo, minha amiga de O Antagonista, mais um dia quente em Brasília.
01:50As coisas aqui estão... é engraçado, porque chove em Brasília de forma ininterrupta,
01:55desde o início da manhã, então a chuva, de certa forma, tentou arrefecer um pouco os ânimos aqui no Congresso Nacional.
02:02Sobre essa questão do ramagem, esse é um detalhe que vai ficar para 2026.
02:08Trocando mensagem com alguns parlamentares, não há clima, pelo menos nesse momento,
02:12para se ter uma definição sobre a questão da perda de mandato do ramagem.
02:17O que o Hugo Motto já deveria ter feito de cara, e ele já o fez,
02:21que foi determinar que ele não pode votar nesse ano,
02:27não existe mais para ele a questão da possibilidade do mandato remoto,
02:30então ele já vai ter suas faltas, já vai ser contabilizado aí,
02:34já vai ter esse desconto no contra-cheque,
02:36então, tecnicamente, o ramagem já, a partir de agora,
02:41ele já não é mais deputado do ponto de vista operacional.
02:44Falta, de fato, a declaração de perda de mandato,
02:48e isso, é bom lembrar que é melhor para o ramagem
02:52do que uma cassação aqui na Câmara,
02:55porque isso poderia implicar na sua ineligibilidade,
02:58poderia ter um efeito cumulativo na ineligibilidade.
03:02Agora não, agora, na verdade, você tem a ineligibilidade pura
03:06em relação à sentença do Supremo Tribunal Federal.
03:10Ainda sobre a sentença de ontem,
03:11sobre a declaração do trânsito julgado,
03:15e sobre o início das prisões,
03:17eu dei uma apurada hoje, gente,
03:20que teve ministro do Supremo que não gostou dessa história do Alexandre de Moraes.
03:23Aí vem uma questão jurídica, porque é o seguinte,
03:26durante essa semana, vocês que nos acompanham aqui no Médio em Brasília,
03:30vocês devem lembrar que eu sempre bati na mesma tecla,
03:34olha, uma execução de pena só vai acontecer
03:39depois de rejeitados os segundos embargos,
03:42ou rejeitados os embargos declaratórios.
03:45O que fez ontem o Alexandre de Moraes?
03:47Ele ignorou essa fase.
03:49Ele entendeu que não é necessário,
03:53isso é importante, eu vou frisar esse ponto.
03:57Ele disse o seguinte,
03:58não é relevante a rejeição dos segundos embargos
04:02para fim de execução de pena.
04:05De forma muito resumida, foi isso que ele decidiu ontem,
04:08ou seja, já temos os primeiros embargos,
04:11rejeitei os primeiros embargos,
04:12já posso decretar o trânsito em julgado.
04:14Só que isso criou uma confusão no mundo jurídico,
04:17que vocês não têm ideia, porque tem desembargador
04:19que tem chiado, tem juiz que está chiando,
04:22tem ministro da Suprema Corte que também não concordou,
04:25porque isso, apesar de haver uma brecha
04:28na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
04:31isso não é um processo habitual.
04:34Deixa eu lembrar, por exemplo,
04:35o que aconteceu até no caso do Mensalão.
04:38O Mensalão foi julgado em plenário,
04:40houve os primeiros embargos,
04:41depois houve os embargos dos embargos,
04:43aí depois foram analisados os embargos infringentes.
04:45Tudo bem, ah Wilson, naquela época caberia
04:48os embargos infringentes? Caberia.
04:50Nesse caso, cabe? Não, não cabe o embargo infringente.
04:54Só que é necessário esperar o processo,
04:56é necessário esperar a defesa apresentar os embargos infringentes
04:58e depois dos embargos, você rejeitar os embargos.
05:03Aí você discute o trânsito em julgado.
05:05Então, esse detalhe criou de fato uma celebra grande.
05:07E detalhe, eu não sei se a gente já tem na tela
05:10esse print, meus colegas,
05:12até advogado, Lava Jate, até advogado
05:15do Prerrogativas, foi para as redes sociais
05:18criticar essa decisão do Moraes.
05:19Assim, criticar, pero no múltiplo,
05:22mas deu ali uma cutucada no ministro do Supremo Tribunal Federal.
05:25Acho que a gente tem o tweet do Augusto Botelho,
05:27que foi ex,
05:29que é ex-integrante do Ministério da Justiça
05:31e um dos mais vocais aí,
05:34integrantes do Prerrogativas,
05:35que ele falou o seguinte, olha só,
05:36olha só que interessante isso.
05:38Se eu fosse ministro do Supremo,
05:40esperaria, olha só,
05:42se eu fosse ministro do Supremo,
05:43esperaria o prazo dos embargos infringentes,
05:46mesmo entendendo que não são cabíveis
05:48pela jurisprudência atual.
05:49Só depois declararia o trânsito em julgado.
05:52Mas eu não sou ministro do Supremo Tribunal Federal,
05:55e aí ele colocou uma risadinha no seu tweet.
05:58Então, meus caros,
05:59para entregar para você, meu caro Rodolfo,
06:00para a gente discutir um pouco mais esse assunto,
06:03a questão é a seguinte,
06:04tem várias pessoas no Supremo que falam o seguinte,
06:07Alexandre de Amorais se afobou nessa história.
06:10Não precisava,
06:11uma semana mais, uma semana menos,
06:13não ia resolver a questão.
06:15Ele poderia ter esperado,
06:16porque o prazo dos embargos infringentes
06:17é um prazo de 10 dias.
06:20Então, na pior das hipóteses,
06:21com o término do prazo inicial na segunda-feira,
06:24ele já poderia decretar o trânsito em julgado
06:27ali no início de dezembro.
06:29Só que ele resolveu correr com o processo
06:31e agora vai ter que explicar de novo.
06:33Por quê?
06:33De novo, é mais um detalhe que tira um pouco,
06:36que tira a legitimidade do Alexandre de Amorais nesse caso.
06:40Era só esperar os embargos.
06:43Isso era uma coisa simples.
06:44Mesmo que você rejeitasse os embargos na canetada,
06:48espera a defesa se manifestar antes.
06:50E aí você abre essa margem para esse tipo de contestação
06:53e olha, vai ter muita gritaria,
06:55vai ter muita xadeira
06:56e tem muita advogada questionando isso,
06:59porque isso pode ter impacto não só em execuções penais,
07:02como também em outras ações de execução.
07:06É como eu...
07:08Tem uma frase do direito que eu já falei aqui algumas vezes
07:10e vou repeti-la.
07:12Hard cases make bad law.
07:15E esse é o exemplo cristalino disso.
07:19Rodolfo Borges.
07:19É, isso é mais uma inovação aí, né,
07:22o estudo desse processo.
07:23A gente tem falado muito sobre esse tipo de coisa aqui,
07:26porque, assim, a gente...
07:28A grande referência é o mensalão.
07:30Sempre vai ficar como a grande referência
07:31e muita coisa mudou de lá para cá.
07:33Uma delas é de que o mensalão foi julgado
07:35pelo plenário do Supremo Tribunal Federal,
07:38onze ministros.
07:39E esse caso da trama golpista,
07:41que está sendo julgado ainda,
07:42porque foi fatiado, tem vários núcleos,
07:44foi julgado na primeira turma.
07:45É uma mudança que, de fato, ocorreu
07:47no Supremo Tribunal Federal.
07:49Mas o ministro Luiz Fux, por exemplo,
07:51que não está mais na primeira turma,
07:52inclusive, até por causa desse tipo de coisa,
07:56saiu de lá, né,
07:57reclamando que esse caso deveria ter sido julgado
08:00pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
08:02Então, tem várias coisas questionáveis, de fato.
08:06Agora, é aquela coisa também.
08:08Os condenados sempre vão reclamar
08:09de alguma coisa.
08:11Então, vou lembrar, durante a Lava Jato,
08:13daquela condução coercitiva do Lula, por exemplo,
08:15todo mundo foi conduzido coercitivamente na Lava Jato.
08:19Quando aconteceu com o Lula,
08:21o mundo caiu.
08:22E aí, a capacidade também dos advogados
08:25e dos apoiadores de reclamarem
08:26de questões que, às vezes,
08:28nem são tão problemáticas assim.
08:30Agora, essa, de fato, muda,
08:32muda um encaminhamento.
08:35Como vai, provavelmente,
08:36ter repercussões para outros processos,
08:39aí deixa de ser também um incômodo
08:41só dos bolsonaristas.
08:42Tem mais gente incomodada com isso aí.
08:45A CIDADE NO BRASIL
08:51Obrigado.
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