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A Primeira Turma do STF formou maioria no sábado, 4, para rejeitar o recurso do senador Sergio Moro (União-PR) contra a denúncia oferecida pela PGR que o acusa de caluniar o ministro Gilmar Mendes, no caso da piada de festa junina.

A relatora, ministra Cármen Lúcia, foi acompanhada pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

Cármen Lúcia afirmou que “a conduta dolosa do denunciado consistiu em expor sua vontade de imputar falsamente a magistrado deste Supremo Tribunal Federal fato definido como crime de corrupção passiva”.

A defesa de Moro, conduzida pelo advogado Luís Felipe Cunha, argumentou que o senador não teve intenção de ofender o ministro e que se tratou de uma “piada infeliz” fora de contexto.

Também afirmou que o vídeo foi editado de forma “maldosa” por terceiros.

Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:

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Transcrição
00:00A primeira turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria no sábado 4 para rejeitar o recurso do senador Sérgio Moro da União Brasil do Paraná
00:06contra a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, a PGR, na época chefiada pelo Augusto Ares, indicado pelo Jair Bolsonaro,
00:15que acusa o Moro de caluniar o ministro Gilmar Mente no caso da piada de barraquinha de prisão em festa junina.
00:22Pois é, vira calúnia isso no Brasil.
00:25A relatora-ministra Carmem Lúcia foi acompanhada pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
00:30Carmem Lúcia afirmou que a conduta dolosa do denunciado consistiu em expor sua vontade de impultar falsamente a magistrado desse STF
00:38a fato definido como crime de corrupção passiva, o que é mentira.
00:42O Moro estava fazendo uma piada, já analisei bastante em texto e em vídeo aqui.
00:47Vou retomar alguns pontos principais em instante.
00:49A defesa do Moro, conduzida pelo advogado Luiz Felipe Cunha, argumentou que o senador não teve intenção de ofender o ministro
00:54que se tratou de uma piada infeliz fora de contexto.
00:57Também afirmou que o vídeo foi editado de forma maldosa por terceiros.
01:01Vamos lembrar, primeiro foi divulgado nas redes sociais, não pelo Sérgio Moro,
01:05e não tem nenhuma prova na denúncia da PGR de que ele fez isso, de que alguém ligado a ele fez isso.
01:12Era um corte de oito segundos, me parece, no máximo, em que aparecia o Moro respondendo a uma acusação lúdica,
01:22portanto a uma outra piada, de que ele estava subornando o velho, que é a expressão utilizada pela fala,
01:27não sei o que estou chamando, estava subornando o velho de uma barraquinha de prisão em festa junina,
01:31mas que nesse corte não parecia ser festa junina, não parecia ser barraquinha,
01:36parecia ser algum tipo de evento social, mas não estava claro.
01:40Então isso foi divulgado realmente fora de contexto, com aquela piadinha.
01:44Mas mesmo fora de contexto, você nota inteiramente, se você é uma pessoa com um viés,
01:52que as pessoas estão fazendo comentários lúdicos.
01:57E aí depois eu trouxe à tona um outro trecho do mesmo evento,
02:01que aí sim confirma que era uma festa junina, que tinha barraquinhas, etc.,
02:05em que o Sérgio Moro, do lado da atual deputada Rosângela Moro,
02:09estava ouvindo a explicação de uma pessoa presente na festa sobre o procedimento da barraquinha,
02:15sobre as regras da brincadeira de prisão de cadeia de festa junina.
02:20E aí ele estava querendo ir lá para ver, quer dizer, algo que aconteceu antes daquilo que mostra o corte que foi divulgado.
02:28Então vamos assistir aquele vídeo que eu divulguei lá em 2023, para contextualizar.
02:35Olha só, prestem atenção no trabalho aqui do nosso jornalismo,
02:40e não por uma questão de super mérito nosso, mas por uma questão de demérito da PGR.
02:47Então assim, eu, Felipe, com o meu celular, atuando para procurar saber, para monitorar, etc.,
02:56da maneira como um jornalista deve, e claro, não dá para revelar tudo,
03:01mas eu conseguir obter um vídeo que não foi obtido pela Procuradoria-Geral da República,
03:09que fez uma denúncia sem fazer uma investigação mínima que eu, Felipe, fiz do meu celular.
03:14Então, numa noite, depois que veio a denúncia, eu falei,
03:19bom, isso aqui é sério, pode levar um senador à prisão, deixa eu apurar para ver o que eu descobri.
03:23E eu consegui descobrir aquilo que a PGR não descobriu.
03:26Quer dizer, um outro trecho do mesmo evento, em que aparece essa explicação da brincadeira.
03:32E aí eu mostrei, publiquei na rede social, esse vídeo,
03:36que mostra a explicação faltante, seguido do corte que tinha sido divulgado antes, sem o contexto.
03:42Pode soltar.
04:12Então, uma piada no contexto de uma brincadeira de cadeia de festa junina,
04:29e ele está falando na condição lúdica de detido na barraquinha de prisão,
04:35de que ele vai pagar uma fiança para comprar um habeas corpus.
04:40Quer dizer, uma fiança para comprar a liberdade.
04:42E aí ele cita o ministro do STF, que foi aquele, conforme tinha sido noticiado antes dessa festa,
04:48que mais concedeu HC no Supremo Tribunal Federal.
04:52Então, ele não está fazendo uma acusação direta para o Gilmar Mendes,
04:55ele está dizendo, na brincadeira de barraquinha, que ele vai pagar uma fiança,
04:59já vou falar a respeito disso, para comprar sua liberdade na brincadeira.
05:05Sendo que, ainda que se desconsidere isso, quando se fala em fiança,
05:09fiança é um instituto jurídico legal.
05:12A única coisa que ocorre no debate público é que a fiança é criticada
05:16como uma venda institucionalizada de liberdade.
05:19Isso não quer dizer que ela configure uma venda de liberdade.
05:23Então, quando você fala que a fiança foi usada para comprar a liberdade,
05:27você não está acusando ninguém de pagar um suborno.
05:30Você está criticando aquele instrumento que uma pessoa que consegue pagar
05:34usa, nos termos da lei, para responder a um processo em liberdade.
05:40Então, foi tudo que eu já expliquei na semana passada e mais.
05:42Expliquei anos atrás no meu artigo STF, Moro e Compra de Liberdade,
05:47que analisa essa questão por todos os ângulos possíveis
05:51para mostrar o que me parece ser o caso mais grotesco da história recente
05:56do Poder Judiciário Brasileiro e a competição é muito grande.
06:01E, para mim, é o Moro, podia ser o Randolph, podia ser o Lindbergh.
06:05A questão é o princípio.
06:07Como é que você vai tornar réu por calúnia alguém
06:10por uma brincadeira que mistura elementos da regra de cadeia de festa junina
06:16com a realidade e falando ainda num instituto jurídico legal?
06:21Muito bem, restam as manifestações de Cristiano Zanin e Luiz Fux,
06:24que devem inserir seus votos no plenário virtual até 10 de outubro.
06:27E, após o voto de Flávio Dino, o Moro escreveu o seguinte no X,
06:30abro aspas.
06:31A denúncia por calúnia, por piada e brincadeira de cadeia em festa junina
06:35é absolutamente inepta e contrária ao direito, aos fatos e ao bom senso.
06:40A maioria formada perde a oportunidade de corrigir os rumos da injustiça.
06:44Apesar disso, confiamos na improcedência no curso do processo.
06:47Quem tem a consciência tranquila perante a lei, a verdade e a justiça de Deus,
06:51nada tem a temer.
06:52Fecha o aspas.
06:53Deixa na tela, produção.
06:54Só para apontar um detalhe.
06:56Ele chama, você vê que ele aponta o que eu estou apontando,
07:00que piada e brincadeira de cadeia em festa junina.
07:04E aí ele chama a denúncia de inepta.
07:06Isso não vem do nada.
07:08O Gilmar Mendes tem uma decisão anterior, num outro caso,
07:11chamando de inepta qualquer denúncia que não apresente contexto,
07:15que não tenha a data, que não tenha o local,
07:17que não tenha a situação devidamente descrita.
07:20Então, essa é a jurisprudência da corte em decisão do próprio autor da ação,
07:27da representação à PGR, que foi o Gilmar Mendes,
07:30colocando-se ali como vítima de uma ofensa,
07:32de uma acusação, na verdade, porque é calúnia,
07:34você tem uma acusação criminosa.
07:36Sendo que, aí pode voltar para mim, produção,
07:39a acusação não tem qualquer elemento específico.
07:42O Moro não falou que o Gilmar Mendes vendeu uma liberdade,
07:50no caso tal, favorecendo fulano por tanto de dinheiro, etc.
07:54Nada.
07:55Tem uma alegação genérica, que, repito,
07:59com base em fiança e na brincadeira de prisão.
08:01E, para contextualizar essa questão que está em julgamento agora,
08:05só lembrando, a rejeição foi a um recurso.
08:08O recurso era um recurso da defesa.
08:12Como é que era a alegação da defesa?
08:15Era para...
08:16Assim, a defesa estava cobrando que a decisão que tornou o Moro réu
08:22mostrasse que há qualquer prova de que o Moro divulgou o vídeo.
08:28Que não há.
08:29E, diante da cobrança, como nós apontamos,
08:32o Ricardo, inclusive, ressaltou isso na semana passada,
08:35diante da cobrança dos advogados do Moro,
08:38de que os ministros do STF mostrassem, apontassem,
08:41olha, está aqui a prova de que foi o senador que divulgou esse vídeo.
08:46Eles simplesmente não quiseram responder
08:49a alegação apresentada pela defesa.
08:51Eles falaram assim, não, a defesa está querendo
08:53simplesmente comprovar a sua tese para mudar a decisão.
08:56Por que não responderam?
08:58Porque não tem.
08:59A prova não está lá.
09:01Não foi divulgada pelo atual senador.
09:03Então, estava aqui explicando o caso do Sérgio Moro,
09:08houve essa rejeição do recurso dele pela primeira turma do STF,
09:13nessa acusação de calúnia contra o Gilmar Mendes,
09:16quando, na verdade, ele, ao responder a uma acusação lúdica de suborno,
09:20inclusive, negou que estava subornando,
09:22e disse que era a fiança para comprar o habeas corpus do Gilmar Mendes
09:26no contexto da brincadeira de cadeia de prisão de festa de junho.
09:29Então, mesmo no contexto da brincadeira,
09:31ele estava falando de um instituto jurídico legal.
09:33Ricardo, o que a gente já comentou na semana passada,
09:35mas fique à vontade para acrescentar.
09:38Olha, Felipe, só reforçar o que a gente já falou,
09:40o que eu falei, está tudo errado nesse processo,
09:43é indevido, não é justo, está errado.
09:46O Sérgio Moro, o senador Sérgio Moro,
09:48está sendo acusado de algo que ele não cometeu de maneira alguma,
09:52não se tratou de uma ofensa, não teve o ânimo de ofender,
09:55era uma brincadeira entre particulares,
09:59e se eu faço uma brincadeira com alguém,
10:01e esse alguém, sem a minha ciência, sem a minha quiescência,
10:04espalha essa brincadeira,
10:06ainda que ela seja ofensiva, e nesse caso nem isso foi,
10:10eu não posso ser responsabilizado por isso,
10:12eu não posso ser criminalizado com isso,
10:14porque eu não tive o ânimo de ofender.
10:17Isso é que é o ponto, Felipe.
10:18E os ministros sabem do que eu estou falando,
10:21aquilo é muito claro, é patente,
10:23que não houve essa ofensa, não houve o crime.
10:26Esse processo, Felipe, como eu falei semana passada,
10:29isso só prejudica ainda mais a Suprema Corte,
10:32só faz com que a sociedade brasileira enxergue
10:35de forma ainda pior ministros da Suprema Corte
10:38e o próprio STF,
10:40porque fica cada vez mais claro que em diversas situações,
10:43aquelas pessoas que estão lá para poder cuidar
10:46da Constituição do Brasil,
10:47para poder zelar pela Constituição do Brasil,
10:50na hora de trabalhar em pró de si mesmos,
10:53eles acabam flexibilizando essa Constituição.
10:56Está muito errado isso,
10:57e eu vou te falar como cidadão,
10:59independentemente de qualquer tipo de crença ou valor,
11:02é indigno ter que se sujeitar e assistir a algo assim.
11:05Pois é, então reparem que não houve o ânimo de ofender,
11:09até porque Sérgio Moldão estava falando para o Gilmar,
11:12não estava falando publicamente,
11:14ele estava fazendo uma piada no ambiente privado,
11:17que foi filmada por terceiro e divulgada por terceiro,
11:20ou quarto, ou quinto,
11:22seja quem tenha filmado,
11:24seja quem tenha divulgado.
11:26O único ânimo que existiu ali
11:29é o que em direito se prevê como ânimo jocante,
11:33que é justamente o ânimo de você fazer uma fala jocosa,
11:37é de você fazer uma brincadeira.
11:39Ainda, repito, dentro da brincadeira,
11:41não houve qualquer tipo de ofensa,
11:43muito menos acusação criminosa.
11:45Duda Teixeira.
11:46Eu adorei a análise que vocês fizeram na semana passada,
11:50eu estava lá no México,
11:52mas faço questão de me manter bem informado.
11:54Que beleza.
11:55E acrescento alguns pontos aqui,
11:57porque esse vídeo do Moro,
11:59ele circulou em abril de 2023,
12:02e estamos falando de um vídeo de festa junina,
12:05então isso foi na festa junina de 2022,
12:09talvez em julho, talvez em junho.
12:11O que quer dizer que o Moro nem senador era,
12:14porque teve eleição em 2022,
12:16então ele não tinha nem fórum privilegiado.
12:20Então, mostra que esse caso nem era para estar no STF.
12:25Caso o Gilmar Mendes se sentiu caluniado,
12:29ele poderia acionar o Moro na justiça comum,
12:32como ele já faz com vários jornalistas, aliás.
12:35Ele faz muito isso.
12:37E não a PGR se dá a esse trabalho,
12:41um voluntarismo totalmente desnecessário,
12:45que mostra claramente que tem aí uma perseguição política,
12:49e mais.
12:50É uma questão também,
12:53tanto a Lindora,
12:55quanto os juízes que já votaram pela condenação do Moro,
12:58eles têm um objetivo por trás disso,
13:01que é aquele tilling effect,
13:03que é intimidar a sociedade brasileira como um todo.
13:09Para que não ouse falar qualquer coisa negativa.
13:11Não pode, porque senão é uma blasfêmia,
13:14é um ato de lesa pátria,
13:16é um crime você fazer qualquer comentáriozinho jocoso
13:21de algum membro do STF,
13:25da Suprema Corte Brasileira.
13:26Então, assim,
13:27qual que é a mensagem que eles querem passar?
13:29Qualquer pessoa minimamente exposta,
13:32qualquer pessoa razoavelmente conhecida,
13:35tem que se comportar
13:37em uma festa junina,
13:39ou numa festa familiar,
13:41para não falar mal do STF,
13:43porque no futuro você pode ter que pagar por isso
13:45se você tiver algum cargo público.
13:48E também tem uma ironia nessa história toda,
13:54que é a Carmen Lúcia,
13:55que é a relatora dessa história,
13:56é aquela que falou,
13:57cala a boca, já morreu.
13:58Quer dizer,
13:59se posa contra a censura
14:02e faz esse tipo de coisa,
14:05que é mandar uma mensagem intimidadora
14:07para o Brasil todo.
14:09É isso,
14:09que bom que a gente consegue rodar a análise
14:11e ir abordando vários pontos diferentes
14:14aqui no Papo Antagonista
14:15para você ter uma visão completa.
14:17Às vezes a gente precisa sintetizar tudo,
14:20o programa é só de uma hora e meia,
14:21mas acho que a gente abordou vários pontos.
14:23Lembrando que a Carmen Lúcia é muito aliada
14:25de Gilmar Mendes,
14:25Alexandre de Moraes é muito aliado de Gilmar Mendes,
14:27e são os colegas do Gilmar Mendes
14:29que estão decidindo manter réu
14:32aquele alvo da representação do Gilmar Mendes.
14:37Então é isso que está acontecendo no Brasil
14:39nesse momento.
14:40Para quem quiser assistir ao corte de sexta-feira
14:43com a análise que fizemos do caso,
14:44o título no YouTube ficou
14:45o malabarismo contra Moro no caso Gilmar Mendes.
14:48E lembrando que o meu artigo mais completo
14:49é STF Moro
14:51e a compra de liberdade,
14:53esse compra entre aspas.
14:54Legal.
14:55Legal.
14:56Legal.
14:56Legal.
14:57Boa noite.
14:58Legal.
14:58Legal.
14:58Sem��
15:00E aí
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