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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, divergiu do colega André Mendonça a respeito da autocontenção do Judiciário.

Mendonça afirmou na sexta-feira, 22,, durante evento do Lide no Rio, que “o bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo”.

Horas depois da declaração, no mesmo evento, Moraes associou a autocontenção a autocracias e afirmou que um “Judiciário vassalo e covarde não é independente”.

Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:

Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, divergiu do colega André Mendonça a respeito da autocontenção do Poder Judiciário.
00:07Como mostramos aqui, Mendonça afirmou durante o evento do LIDE no Rio que o bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo.
00:14Horas depois da declaração, no mesmo evento, Moraes associou a autocontenção a autocracias.
00:20A gente chegou a falar isso no programa de sexta-feira, mas o vídeo só saiu depois. Então a gente mostra hoje. Pode soltar.
00:25Porque nessas autocracias, sobre o falso lema de que deve haver uma contenção de determinados setores, imprensa, judiciário,
00:44se acabou com a liberdade de imprensa, se prendeu ou foram afastados milhares de juízes e promotores, como na Hungria,
00:55sobre o falso lema de que eles precisam se autoconter, porque eles estão barrando o ataque à democracia.
01:16Estão barrando tudo o que eu quero fazer. Isso é coisa de autocrata.
01:20Isso é coisa de ditador.
01:25E esse método não funcionou, não vai funcionar, e aqueles que tentarem no Brasil serão responsabilizados.
01:40Não se pode atentar contra a democracia, e se der certo, é uma ditadura.
01:49Se não der certo, desculpa, volto para casa para me reorganizar.
01:58É liberdade com responsabilidade.
02:02Quem não quer ter responsabilidade é porque não tem coragem de assumir os seus atos.
02:10O Moraes é ambíguo até quando ele fala.
02:16Eu acabei de reparar isso, Duda Teixeira, porque quando a gente noticiou a fala dele aqui na sexta-feira,
02:21eu tive certeza, porque estava vendo a fala por escrito,
02:24e quando ele fala assim, isso é autocrata, autocracia, isso é coisa de ditadura e tal,
02:30ele estava se referindo às pessoas que estavam cobrando a autocontenção do poder judiciário.
02:36Mas me parece, quando a gente vê o vídeo, e fica ambíguo, não estou dando uma conclusão específica,
02:44e ele está dizendo assim, não, as pessoas ficam cobrando autocontenção,
02:48porque o poder judiciário está barrando os planos dela de acabar com a democracia.
02:56E aí, aí seria essa a interpretação, o que ele está querendo dizer é que essas pessoas ficam chamando
03:02de que isso é autocrata, isso é ditador, quer dizer, como se os bolsonaristas chamassem ele,
03:08e chamam de autocrata e de ditador, mas não que ele, Moraes, esteja atribuindo
03:14às pessoas que reclamam essa pecha de ditador e de autocrata.
03:19De uma maneira ou de outra, o que a gente vê é o Moraes defender aquilo que ele mesmo está fazendo
03:27sob uma saraivada de críticas e, eventualmente, de ataques também, principalmente desses grupos mais radicais.
03:34Mas tem muitas críticas legítimas, como nós fazemos, outros jornalistas, até juristas,
03:39a respeito das suas decisões e do seu voto.
03:43Pula Teixeira, depois eu falo mais.
03:44O Moraes, ele está defendendo as suas atitudes, ele, o conceito que ele tem, as ideias, não mudaram nada,
03:55ele continua entendendo, o André Mendonça falou antes dele, falando ali que, olha,
04:00precisamos ter autocontenção, parar com o ativismo judicial, para ter equilíbrio entre os três poderes.
04:06O Moraes não pensa assim, o jeito que ele pensa é que o STF tem que ser, sim, proativo, tem que ir para cima,
04:16ele já escreveu, tem que ir para cima dos inimigos, porque se não fizer isso, não defender a democracia,
04:22aí vão vir aqueles autocratas e fazer um golpe de Estado.
04:26Então, volto aqui, Felipe e Ricardo, a primeira pauta do programa,
04:31que a gente estava falando, puxa, será que o Moraes vai dar agora um passo além, né?
04:37Ele pode agora querer transformar a prisão domiciliar do Bolsonaro numa prisão preventiva
04:44e botar o Bolsonaro num regime fechado?
04:48A resposta é, pode, é só assistir o vídeo dele, ele continua na mesma linha, né?
04:54Você não vê no Alexandre de Moraes, ele pensando, ele recuando, né?
05:02Aliás, acho que foi ele que falou, né?
05:04Eu não recuei um milímetro, foi uma entrevista que ele deu para o Washington Post.
05:09Então, e a gente vê que ele continua seguindo.
05:13O julgamento do Bolsonaro começa dia 2, terça-feira que vem, acho que são cinco dias,
05:19então a expectativa é de duas semanas, a gente ainda vai ter o 7 de setembro no meio
05:25e pode ser que o Moraes continue sendo ainda mais agressivo, ainda mais truculento.
05:33Aliás, no último final de semana, ele pediu a extradição do Eduardo Tagliaferro,
05:38que era um ex-assessor dele e que vazou ali várias mensagens
05:44que mostrariam ali um trabalho de fichar, fazer ficha das pessoas que foram condenadas no 8 de janeiro
05:51e aí supostamente elas teriam mais facilidade ou não para sair da prisão
05:56a depender das opiniões delas nas redes sociais.
05:59Mas é isso, agora a gente tem o Alexandre de Moraes pedindo a extradição de uma pessoa
06:04que nem foi condenada, que vazou informações que se forem ali investigadas e avaliadas
06:14que são críveis, são informações de interesse público, mas ele continua,
06:21estou dizendo que ele nunca recua, ele sempre está prestes a dar mais um passo
06:26e o vídeo mostra exatamente isso.
06:29Ricardo Kertzmann.
06:29Olha, a data máxima vene, o ministro se enrolou todo, se confundiu todo,
06:36ou pelo menos na hora de expressar seus pensamentos, ele acabou misturando tudo.
06:40Porque a fala anterior do André Mendonça é muito clara no sentido da autocontenção,
06:45ou seja, os próprios ministros se conterem.
06:48Aí o Alexandre de Moraes foi e levou o caso para autocratas, para tiranos,
06:53que em nome de conter os abusos do poder judiciário em seus países,
06:58acabam usurpando a democracia, acabam atacando a democracia.
07:02São coisas completamente diferentes.
07:04É óbvio e é necessário e é mais do que pretendido pela sociedade
07:10que o judiciário, que os ministros do STF se autocontenham, sim.
07:14Aliás, quem diz isso é a própria sociedade brasileira que se manifesta nesse sentido
07:20em diversas pesquisas, que mostram de forma muito clara como a sociedade,
07:25como a opinião pública enxerga o STF, como a opinião pública enxerga as decisões
07:30de alguns ministros.
07:31Isso tem trazido uma perda gigantesca de credibilidade, ou melhor,
07:35uma descredibilização da Suprema Corte.
07:38Agora, se os juízes não reconhecerem, se os ministros não reconhecerem isso
07:42e atuarem nesse sentido, a coisa só vai piorar.
07:44O Ricardo Kershman estava fazendo a sua análise, ficou um pouquinho pendurado
07:47aí no intervalo, mas era sobre a declaração do Alexandre de Moraes,
07:52que pareceu ali rebater a declaração anterior do André Mendonça,
07:57seu colega de Supremo Tribunal Federal, que tinha pregado a autocontenção
08:00do judiciário.
08:02Eu falei aqui na sexta-feira que nós, historicamente, pregamos a autocontenção
08:06do poder judiciário e que aquelas palavras do Mendonça são bonitinhas.
08:11É claro que você tem um histórico de práticas dele que não são exatamente
08:15dessa maneira.
08:18Conteúdo em si, de uma maneira genérica, ok, defendemos várias coisas ali
08:23que ele disse.
08:24Mas, por exemplo, para salvar o Silas Câmara, deputado federal bolsonarista,
08:28que estava sendo alvo ali de votos pela condenação à prisão por mais de cinco anos,
08:34ele fez um monte de manobras ali com o ativismo judicial e era um aliado dele,
08:38que tinha defendido a candidatura dele para ser ministro do STF,
08:42passando, evidentemente, pela sabatina do Senado.
08:46Então, o Moraes fez um discurso mais de defesa da atuação do STF,
08:52principalmente dele, nesses últimos tempos.
08:55E, no final, depois de fazer aquele embate ali sobre os bolsonaristas,
08:59que estão tentando derrubar a democracia,
09:01então esperam que o poder judiciário fique mais contido, mais omisso,
09:07para deixar eles derrubarem a democracia, ele fala,
09:11aí é muito fácil, porque você faz um movimento para dar um golpe,
09:15e aí, se der certo, bom, não tem mais poder judiciário,
09:19então eles mandam no país.
09:20Se não der certo, ah, todo mundo tem que ser contido,
09:23foi mal aí e tal.
09:25E, nesse ponto, nesse ponto, se, da mesma forma que eu falei para o André Mendonça,
09:33se a gente esquecer que é o Moraes que está usando essa tese
09:36para justificar uma série de arbitrariedade que ele comete,
09:40é uma tese genérica,
09:43e, claro, que ao adaptar a um episódio específico,
09:45você precisa conferir todas as nuances,
09:47mas que não está errada.
09:48Então, assim, eu entendo isso,
09:51e se você tem uma iniciativa para dar um golpe de Estado,
09:56se você consegue, não tem mais poder judiciário para te julgar.
10:00E se você não consegue, se alguém recusa,
10:04se o comandante do exército recusa,
10:06se o comandante da aeronáutica recusa,
10:07e você não tem, então, o tanque na rua,
10:09mas você quis, você ficou a um sim de conseguir,
10:13aí você diz, não, mas então não teve nada e tal, não sei o quê.
10:18Essa conduta de que você poderia se tornar um ditador, um autocrata,
10:25mas você não se tornou até, às vezes, por uma recusa alheia,
10:28então você diz que não tem nada a ver e tal, não sei o quê,
10:31é uma conduta muito cínica também.
10:34E é preciso apontar isso.
10:36Claro que no episódio específico envolvendo o Bolsonaro,
10:38ou em qualquer outro, porque aqui a gente atua por princípio,
10:42eventualmente pode acontecer no futuro,
10:43de um presidente consultar as Forças Armadas,
10:45ou até chegar, botar tanque na rua,
10:47qualquer coisa que o valha,
10:49e a gente vai ter que manter esse princípio.
10:51Então, no episódio específico, pode ter uma discussão,
10:54mas o que é só um pensamento, o que é uma ação,
10:57o que é a iniciativa,
10:58essa discussão que a gente já mostrou aqui,
11:00que existe há muito tempo,
11:01e que a gente vai acompanhar em todas as suas minúcias,
11:04durante o julgamento, em setembro.
11:06Mas a tese, a tese, ela é, ela não está errada, ela é legítima.
11:12Só que o Moraes usa algumas teses legítimas para justificar uma série de manobras,
11:19o desempenho ruim, as falas ambíguas, as regras kafkianas que ele impõe para os outros cumprirem.
11:26Então, assim, é preciso analisar com muita calma nessa hora.
11:29Ricardo, você quer concluir com calma? Fique à vontade.
11:33Eu já tinha concluído, Felipe. Obrigado.
11:35Eu dizia que se os ministros do STF não reconhecerem seus excessos,
11:39a má imagem do próprio Supremo perante a população só vai piorar.
11:44E caminhando no sentido de seu comentário, Felipe,
11:46concordando integralmente com ele, só querendo fazer um breve acréscimo,
11:50é possível e é desejável que se combata tudo isso que você falou,
11:55mas estritamente dentro das leis,
11:57estritamente dentro do que diz a Constituição,
12:00imputando aos criminosos aquilo que eles de fato fizeram,
12:05como a gente sempre fala a respeito daquelas pessoas
12:08que depredaram a sede dos três poderes em 8 de janeiro de 2023.
12:12É necessário individualizar as condutas, proporcionalizar as penas,
12:16ou seja, culpar e condenar as pessoas na medida de seus crimes,
12:21e não o tempo todo de forma alargada e fazendo um puxadinho daqui e dali,
12:26porque isso só deslegitima o próprio processo.
12:29Agora, só um detalhe, se ainda houvesse alguma dúvida
12:32de que o Moraes vai votar pela condenação do Jair Bolsonaro,
12:37e parece que a reiteração desse tipo de comentário,
12:40de que, ah, você tenta, aí você não consegue,
12:43você vai para casa e fala foi mal aí e tal, que não pode ser assim,
12:46ela mostra que o voto do Moraes tende a ser de condenação do Jair Bolsonaro.
12:52Duda.
12:53Esse julgamento que vai começar agora, dia 2 de setembro,
12:57ele já tinha um desafio gigantesco, que era de aplicar pela primeira vez
13:03para um caso relevante, esse novo Código Penal de 2021,
13:09que traz esses tipos penais de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito
13:15e isso tem tentativa de golpe de Estado.
13:18Então, é agora...
13:18Aprovado durante o governo Bolsonaro.
13:20Com o governo Bolsonaro.
13:22Porque é agora que o tribunal ia dizer,
13:26olha, isso daqui, minuta na gaveta, não é tentativa.
13:31Estou dando um exemplo, tá?
13:32Minuta na gaveta não é tentativa,
13:33mas falar com militares, aí sim a gente vai considerar que é tentativa.
13:38Enfim, qualquer coisa que fosse decidido aqui ia ser válido para sempre, né?
13:48De você criar, então, uma jurisprudência para todos os outros tribunais.
13:51Falar assim, agora que a gente vai julgar esse caso,
13:54vamos lembrar daquele lá de 2025.
13:56Mas essa falta de autocontenção do Alexandre de Moraes,
14:01que fica clara nesse vídeo,
14:03mostra que durante todo esse período,
14:05na verdade, se criou, se criaram,
14:08mas um monte de outras questões, de problemas, né?
14:11De debates que distorcem muito da coisa
14:16e fica todo mundo mais perdido.
14:18Então, a gente já falou aqui, medidas cautelares,
14:21agora tem que incluir rede social.
14:23Ah, não, mas rede social de terceiro.
14:25Não, mas agora WhatsApp é rede social.
14:29Ah, qualquer pessoa agora pode ser acusada
14:32de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito,
14:36porque agora é isso, né?
14:37Trocou mensagem com alguém que está em prisão domiciliar,
14:40você já está tentando derrubar o Estado Democrático de Direito.
14:42Então, é...
14:43Assim, é mais...
14:45E aí vem Lei Magnitsky,
14:47e aí vem Tarifás.
14:48Quer dizer, é muito por...
14:50É claro que tem coisas aqui que são
14:52responsabilidade do governo americano,
14:55do Eduardo Bolsonaro, do Jair Bolsonaro,
14:57mas o STF também é culpado por essa confusão gigantesca
15:03que se criou agora, às vésperas, desse julgamento.
15:06Em outro momento, Alexandre de Moraes afirmou
15:08que um judiciário vassalo e covarde não é independente.
15:12Vamos acompanhar esse trecho.
15:14Nós temos, então, a imprensa livre,
15:17nós mantivemos eleições livres e periódicas,
15:23e, apesar de todos os ataques,
15:29nós mantivemos um poder judiciário independente no Brasil.
15:36Só um poder judiciário independente é respeitado.
15:43O respeito se dá pela independência.
15:46Um judiciário vassalo, covarde,
15:52um judiciário que quer fazer acordos
15:55para que o país momentaneamente
16:00deixe de estar conturbado,
16:04não é um judiciário independente.
16:07E o judiciário no Brasil é um judiciário independente.
16:11O judiciário que não é independente
16:15não tem o direito de ser chamado judiciário.
16:21Eu posso garantir aos senhores e às senhoras
16:23que no Brasil o judiciário é independente
16:27e é corajoso.
16:29Os ataques podem continuar a ser realizados,
16:32de dentro ou de fora, pouco importa.
16:36O juiz que não resiste à pressão
16:41que mude de profissão
16:43e vai fazer outra coisa na vida.
16:47O judiciário, ele cresce com a pressão,
16:52porque essa função do juiz,
16:55julgar e decidir.
16:58Manter a democracia e o Estado de direito.
17:02E é isso que nós chegamos agora em 2025.
17:06O judiciário que não é independente
17:11não tem o direito de ser chamado de judiciário.
17:14Foi mais ou menos isso que o Alexandre de Moraes disse.
17:16Ele falou assim,
17:17eu garanto que o judiciário é independente no Brasil,
17:21que é o país ao qual ele está se referindo,
17:23está se referindo ao judiciário do qual ele faz parte.
17:26Quer dizer, é la garantia sojou.
17:28É a garantia sojou.
17:30Ah, se o Moraes garante...
17:31Ah, então, peraí.
17:33Se eu, se qualquer um aqui,
17:35se os nossos espectadores,
17:37qualquer cidadão brasileiro,
17:39se vocês acham que o judiciário não é independente,
17:42saibam, o Moraes garante que o judiciário é independente.
17:46Ah, agora eu estou muito mais tranquilo.
17:49Então, assim, tem determinadas falas do Moraes
17:51que são visivelmente oriundas do seu fígado.
17:54Ele está nitidamente reagindo às declarações do André Mendonça
17:59quando ele fala da questão do respeito,
18:00que a frase do Mendonça foi
18:02Bom juiz é conhecido pelo respeito e não pelo medo.
18:07Sintetizando aqui, foi isso.
18:09Bom juiz é conhecido pelo respeito e não pelo medo.
18:12E aí o Moraes falou
18:13que o que dá respeito ao poder judiciário é a independência.
18:18E a independência do poder judiciário,
18:21obviamente, é maculada
18:23por uma série de condutas dos ministros do STF,
18:27quer dizer, a percepção de independência na sociedade,
18:32uma série de condutas dos ministros do STF
18:34que vivem numa promiscuidade interinstitucional
18:40com as cúpulas dos outros poderes
18:43em reuniões fechadas, fora da agenda oficial,
18:46churrasco, almoço, jantar,
18:50bodas, festinhas, privadas,
18:53aniversário da esposa de um,
18:55estão lá todos juntos,
18:57autoridades que decidem no mesmo processo,
18:59inclusive políticos blindados
19:01pelos próprios ministros do STF,
19:04na casa deles.
19:06Imagine isso no âmbito da Lava Jato,
19:09o que eles diriam
19:11a respeito se tivesse imagem dos juízes
19:14recebendo ali pessoas envolvidas
19:17naquela investigação,
19:19na festinha de aniversário da esposa
19:20dentro de casa.
19:22Então, são essas atitudes,
19:25inclusive em eventos de lobby,
19:28inclusive em eventos que fazem supostamente
19:31uma ponte entre o setor público
19:33e o setor privado,
19:34esses eventos em que empresários
19:36que têm processos em curso
19:38no tribunal,
19:40então, assim,
19:41essas participações também ajudam
19:43a macular a percepção de independência
19:46do poder judiciário.
19:48Bom, esses são só alguns elementos aqui
19:50para observar,
19:50para cada um ter aí os seus destaques.
19:52Ricardo Kershman.
19:55Felipe, há alguns anos,
19:56num programa de TV,
19:57o ministro Marco Aurélio,
19:59invertendo a posição de entrevistado,
20:01entrevistador,
20:02ele perguntou para um jornalista,
20:04para o José Neumann,
20:05se ele não acreditava,
20:06se o José Neumann não acreditava
20:08na Suprema Corte.
20:10E o jornalista respondeu que não,
20:12que não acreditava.
20:13pegando carona nesse fato,
20:16se hoje o ministro Alexandre de Moraes
20:18perguntasse para mim,
20:19para Ricardo Kershman,
20:20se eu acredito na independência
20:22da Suprema Corte,
20:23eu diria de forma muito tranquila,
20:24não, não acredito na independência
20:26da Suprema Corte.
20:29Pois é.
20:29Duarte, Xer.
20:30E essa percepção de vocês,
20:32ela aparece nas pesquisas
20:34de opinião pública.
20:36Metade dos brasileiros
20:37não confia na Suprema Corte
20:39e não confia nos ministros
20:41da Suprema Corte.
20:42por que que isso acontece?
20:45É porque eles não têm a percepção
20:47de que a gente tem
20:48um judiciário independente.
20:50Porque se as pessoas achassem
20:52que a gente tem um judiciário
20:53imparcial,
20:55elas aprovariam muito mais
20:57o trabalho dos nossos juízes.
20:59Isso não acontece.
21:01E olha,
21:02exemplo aí de parcialidade
21:05nas decisões,
21:06a gente tem a rodo, né?
21:09Toda semana aqui
21:10a gente traz vários casos.
21:12A gente
21:12há uma influência
21:15muito grande
21:15não só
21:16do presidente
21:17da República
21:18no trabalho
21:20e nas decisões
21:21dos ministros,
21:22como também
21:23a gente vê muitas vezes
21:24interesses
21:26de clientes,
21:27de escritórios
21:28de advocacia
21:29que acabam
21:29também repercutindo
21:31de um jeito
21:31ou de outro
21:32nas nossas
21:33Suprema Corte
21:34a depender
21:35se tem ou não
21:36algum parente envolvido.
21:38E interesse
21:38dos ministros
21:39em decisões
21:40e nomeações
21:41principalmente,
21:42especificamente,
21:43feitas pelo
21:43presidente da República?
21:45Como perceber
21:46o poder judiciário
21:47como independente?
21:48Se você teve
21:49uma matéria de jornal
21:50noticiando
21:51que o Moraes
21:52no casamento
21:53do filho
21:54do então
21:55corredor-geral
21:56de Justiça,
21:58ele estava reclamando
21:59que o Lula
21:59não o recebia.
22:00E dias depois
22:01o Lula,
22:01o presidente da República,
22:02recebeu
22:03o Alexandre de Moraes.
22:05E, logo em seguida,
22:06o Lula nomeou
22:07dois aliados
22:08do Alexandre de Moraes
22:09para o Tribunal Superior Eleitoral.
22:12E, curiosamente,
22:13a partir daí,
22:14eles estiveram
22:14muito afinados
22:15na defesa
22:16de projeto
22:18contra as supostas
22:21fake news
22:21e uma série
22:23de outros
22:24alinhamentos
22:25que a gente viu.
22:26Então,
22:27o Moraes,
22:27ele fala
22:28com todo aquele
22:30sentimento
22:30acumulado,
22:31mas com muita
22:32pouca capacidade
22:33de articulação,
22:35de substância
22:36de argumento.
22:36de mistério
22:37e, logo em que o
22:38abençoe
22:39temem.
22:40Tchau, tchau.
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