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O advogado criminalista Fernando Castelo Branco avalia o início do cumprimento da pena de 27 anos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na sede da Polícia Federal (PF). O criminalista defendeu a legalidade do processo judicial, afirmando que "Houve uma tramitação firme e bem ajustada" no Supremo Tribunal Federal (STF).
Castelo Branco ressaltou que a condenação por liderar a trama golpista seguiu o "devido processo legal".

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/ulS9-F5PD0s

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Transcrição
00:00Sobre a conclusão do processo pela Trama Golpista, o nosso entrevistado agora é o criminalista,
00:05professor de processo penal pela PUC de São Paulo, Fernando Castelo Branco.
00:09Sempre uma honra te receber aqui, professor.
00:12Eu lembro que no começo de todo esse processo a gente conversou com o senhor aqui,
00:16é claro que a análise é sempre técnica, jurídica, sem politização.
00:20E eu pergunto para o senhor, do ponto de vista jurídico,
00:23esse processo da Trama Golpista do Núcleo 1, o Núcleo Crucial, como se chama,
00:29foi um processo legítimo, um processo que demorou muito, demorou pouco.
00:35Que leitor a gente pode fazer? Muito obrigado mais uma vez.
00:39Tiago, em primeiro lugar, agradeço mais uma vez o seu gentil convite.
00:43É sempre um prazer enorme estar com você, com a Dora, com o Cristiano.
00:48E digo a você o seguinte, sim, foi um devido processo legal.
00:54Claro que, diante do devido processo legal,
01:01podem haver determinadas circunstâncias de, diríamos assim, de turbulências,
01:08e que são sanadas pelo próprio processo penal.
01:12E acho que foi o que aconteceu, ainda mais num processo de âmbito colegiado,
01:19onde prevaleceu a vontade da maioria.
01:23Então, eu acho que houve, sim, uma tramitação, não digo que serena,
01:29mas firme e bem ajustada.
01:31E que, ao final, chegou a uma prestação jurisdicional e a celebração da justiça.
01:38Professor, vou trazer já os nossos comentaristas.
01:40Deixa eu chamar aqui a Dora Kramer para fazer a próxima pergunta.
01:43Dora.
01:43Boa noite, professor.
01:47Eu vou sair um pouco de Bolsonaro e vou para o Ramagem,
01:52porque eu estava querendo entender qual é a situação dele.
01:56Porque esse processo está lá, ele, e como for agido,
02:01eu acho que no fim vão pedir extradição, está certo?
02:04Como é que funciona lá?
02:06Passa pelo Departamento de Estado.
02:08O Departamento de Estado é comandado pelo Marco Rubio,
02:12que tem simpatia por esse pessoal.
02:15Pode haver essa injunção?
02:16Quer dizer, a posição, a situação dele é similar à da Carla Zambelli?
02:23Ou como é que é?
02:24Em que palpos ele está?
02:26De aranha ou não?
02:30Boa noite, Dora.
02:31Também um prazer revê-la.
02:32Dora, veja, eu acho que existe uma ingerência política extremamente deletéria
02:42no que vem acontecendo nos Estados Unidos.
02:46Ou seja, é uma ingerência dentro de uma questão que tem a ver com o poder judiciário
02:55e com a soberania de um outro país, de decidir pelas suas regras
03:00o que deve ser cumprido ou não num Estado democrático de direito.
03:05Então, assim como aconteceu com Carla Zambelli,
03:07eu não vejo nenhuma diferença, nenhuma discrepância nisso.
03:11A única diferença é que, talvez seja até de gênero,
03:17seja a única diferença, porque realmente a Carla também já está condenada
03:21e aguarda essa tramitação.
03:25E, é claro, a única diferença é que ela está na Itália
03:27e ele está nos Estados Unidos.
03:31Talvez a célula protetora, a célula protetiva do governo norte-americano
03:38ainda esteja aparecendo aqui e gerindo algum efeito
03:46para dificultar esse processo de extradição,
03:52que seria o caminho legítimo entre Estados democráticos de direito.
03:59Professor doutor Fernando, agora aqui comigo Denise Campos de Toledo,
04:02que também faz uma pergunta. Denise.
04:04Professor Fernando, boa noite.
04:06Eu queria voltar ao tema dos três da situação, do processo,
04:11porque os advogados de Bolsonaro, também de Ramage e de Anderson Torres,
04:14eles pretendiam apresentar embargos infringentes.
04:17Eles falaram que ficaram surpresos com a decisão de hoje,
04:21com o trânsito e julgado dessa ação,
04:23porque eles contavam com até 3 de dezembro.
04:26Seria apenas um prazo protelatório,
04:29porque não haveria chance de aceitação desse embargo.
04:32Como é que o senhor vê essa posição do ponto de vista jurídico também,
04:36como o Tiago colocou,
04:37que é importante que não fiquem arestas em relação a esse processo,
04:41que nós já tivemos várias revisões de processos no passado,
04:45inclusive envolveram, no caso, o ex-presidente Lula.
04:49Então fica aquela desconfiança.
04:50Tem alguma coisa errada no processo
04:52que deixa aí uma fresta para algum questionamento mais à frente?
04:57Boa noite.
04:58Eu acho que não.
04:59Eu acho que o posicionamento do colegiado no Supremo Tribunal Federal
05:03é muito sólido.
05:06Claro que ele, ao sabor dos ventos e dos tempos,
05:09nós já tivemos essas mudanças de temperatura e até de opiniões.
05:16Mas atualmente o posicionamento no Supremo Tribunal Federal
05:19em relação aos embargos infringentes
05:21é muito sólido e muito claro.
05:24Para que haja a possibilidade dos embargos infringentes,
05:26são necessários ao menos dois votos para a absorção.
05:29E nós facilmente recordamos que o único votante pela absolvição
05:36foi o ministro Fuchs,
05:38o que invalidaria quantitativamente a possibilidade
05:42da imposição desses embargos.
05:45O que eu acho que, claro, a defesa usa como uma estratégia
05:50é sempre deixar uma fresta argumentativa
05:54diante da evidente impossibilidade de novos recursos
06:00para que amanhã, de alguma forma,
06:04pelo menos politicamente,
06:06isso possa ser uma fonte de argumentação.
06:10Mas eu acho que a situação está absolutamente sedimentada.
06:14Hoje foi o trânsito em julgado
06:16e nós estamos aguardando os votos restantes
06:19que certamente virão
06:21para a convolação desse trânsito em julgado,
06:25acredito eu, ainda na noite de hoje.
06:29Viano Virela.
06:30Professor, boa noite.
06:32Professor, bom, tendo agora a prisão,
06:34especialmente no caso do ex-presidente Bolsonaro,
06:37não havendo qualquer tipo de mudança de regime
06:41por conta domiciliar,
06:42por conta de questões de saúde, um hospital,
06:45pensando realmente no cumprimento comum
06:47da prisão do ex-presidente Bolsonaro.
06:51Quanto tempo teria
06:52até que pudéssemos falar
06:54numa progressão de regime
06:56por parte do ex-presidente?
06:57Algo estimado, naturalmente.
07:00É uma ótima pergunta,
07:02porque agora a gente transpondo
07:04esse momento de discussão processual,
07:08de processo de conhecimento,
07:10discussão de mérito,
07:12votação por parte dos ministros,
07:14e indo para uma fase de execução da pena,
07:18passa a ser, obviamente,
07:20a matéria relevante a ser discutida.
07:23Cristiano, então, nesse momento,
07:26eu acho que agora é exatamente esse cálculo
07:28político e jurídico que está sendo feito.
07:33E posso lhe dizer com determinada clareza
07:36que para os crimes praticados
07:38com violência ou grave ameaça,
07:41abolição, tentativa de abolição
07:43do Estado Democrático de Direito,
07:45crime organizado e tentativa de golpe,
07:49nós teríamos, que são praticados
07:51ou com violência ou com grave ameaça,
07:54nós teríamos ao menos 25% da pena
07:57tendo que ser cumprida nesse regime
07:59inicialmente fechado.
08:01O que daria uma média
08:03mais ou menos de seis anos e dez meses,
08:07não chegaria a sete anos de reclusão
08:10no regime prisional fechado.
08:13Agora, vale lembrar o seguinte,
08:15ele estava num regime de prisão domiciliar,
08:22nós já tínhamos, pelo menos,
08:24precedentes que poderiam até validar
08:27essa situação que era o precedente
08:30do ex-presidente Fernando Collor,
08:34e talvez o Bolsonaro tenha dado
08:37uma ferroada na própria tornozeleira,
08:41deu, na verdade, um tiro no próprio pé,
08:43ao dificultar, de maneira circunstancial
08:49e evidente, a possibilidade da manutenção
08:53dessa prisão domiciliar até por viés humanitário.
08:59Hoje, a decisão do ministro,
09:01pela decretação do início do cumprimento
09:03da pena na Polícia Federal,
09:07outorgou absoluto e integral acesso
09:10à equipe de saúde que cuida
09:13da saúde do presidente,
09:15para qualquer horário do dia ou da noite,
09:19para estar ao lado do presidente
09:21e para qualquer eventualidade.
09:24Então, não haveria uma justificativa,
09:26ele não está no sistema prisional normal,
09:29não está interagindo com outros presos
09:32que pudesse haver uma periculosidade.
09:35Então, está se protegendo o risco da fuga,
09:38que parecia iminente,
09:40pelas circunstâncias trazidas pelo próprio Bolsonaro,
09:44e está se protegendo o viés humanitário,
09:47que me parece também altamente pertinente.
09:49Professor, duas perguntas em uma.
09:52Primeiro, o senhor pessoalmente acredita
09:55que, se não fosse o episódio da tornozeleira,
09:57ele já poderia, com a conclusão do processo,
10:00ficar em prisão domiciliar?
10:02Essa é uma questão.
10:03E, em segundo lugar, ele ainda corre o risco?
10:07Tem a possibilidade dele ir para o sistema prisional?
10:09Ou a decisão do ministro Alexandre de Moraes
10:12dele, entre aspas, continuar na PF,
10:14trocando um caso pelo outro, vamos dizer assim?
10:16Eu me valeria de dois precedentes,
10:21envolvendo dois ex-presidentes da República,
10:24e, no caso, o ex-presidente agora atual,
10:27e novo presidente,
10:28para sustentar as duas respostas.
10:31Eu acho que, em primeiro lugar,
10:33as comorbidades trazidas pelo Bolsonaro,
10:37talvez até em grau mais elevado,
10:39e pelos vieses pelos quais ele passou
10:44até ao longo da campanha presidencial e etc.,
10:48talvez, com muito mais propriedade,
10:50justificassem essa prisão domiciliar.
10:54Então, acho que, por esse lado,
10:57nós teríamos um precedente altamente indicativo
11:01para a adoção e para a indicação da prisão domiciliar.
11:05Repito, o que atrapalhou essa condução,
11:10que talvez até seria um processo natural de manutenção,
11:14foi exatamente as ações destrambelhadas dele,
11:19do filho e da assessoria política,
11:22que me parece.
11:23E essa me parece aí a principal questão.
11:27E a manutenção dele na Polícia Federal
11:31vale também o precedente do presidente Lula,
11:36enquanto preso naquela superintendência.
11:40Ou seja, me parece que esses dois precedentes
11:44se encaixam para convalidar a manutenção do Bolsonaro
11:48na superintendência da Polícia Federal,
11:51afastando os riscos inerentes à saúde
11:54e os riscos inerentes à própria segurança pessoal do apenado.
12:00E para a gente fechar, mais uma questão, Vilela?
12:03Professor, nós temos aí os três últimos presidentes da República
12:06já tendo passado pela prisão.
12:09O presidente Jair Bolsonaro agora,
12:11o atual presidente Lula já ficou preso por um ano e meio,
12:14e Michel Temer também já passou um tempo preso.
12:17Na sua visão, estamos vivendo nos últimos anos
12:20uma excessiva criminalização dos atos dos presidentes da República,
12:25talvez até com uma certa politização desses atos,
12:28ou na sua visão, cada caso é um caso
12:30e tem determinadas circunstâncias
12:32onde se justifica esse tipo de apenamento?
12:36Xano, eu acho que, obviamente, cada caso é um caso.
12:41Eu acho que são circunstâncias totalmente diferentes
12:45que envolvem o ex-presidente Michel Temer,
12:49o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
12:52e o presidente Bolsonaro.
12:55Na questão relacionada ao ex-presidente Bolsonaro,
13:01o que me parece evidente
13:04é que nós tivemos um devido processo legal
13:07que foi convalidado,
13:10que foi celebrado dentro de um viés
13:14do contraditório,
13:16da ampla defesa,
13:18da produção de provas,
13:20do exercício e do direito ao recurso,
13:23e que esse processo
13:25findou um reconhecimento
13:27da culpabilidade do apenado.
13:29E agora vai se iniciar
13:30o cumprimento da pena.
13:33Diferente do que foi relacionado
13:35aos outros dois ex-presidentes aqui citados.
13:41Hoje é um dia,
13:43muito tem se dito,
13:44e hoje o dia inteiro ouvi,
13:45ah, é um dia histórico,
13:46é um dia histórico importante,
13:49que as páginas dos livros vão contar
13:52e vai ficar marcado na nossa memória.
13:56Mas é um dia também muito triste,
13:59é muito difícil,
14:00é muito doído
14:03a gente pensar
14:04que o nosso país
14:05de tão recente democracia
14:07passou por uma experiência
14:10tão amarga
14:11quanto essa
14:13de uma tentativa de golpe
14:15celebrado
14:16pelo mandatário da justiça,
14:19pelo mandatário do poder executivo.
14:22Então,
14:22eu acho que a nossa democracia
14:25sai, sim, fortalecida,
14:27o nosso judiciário
14:29sai, sim, fortalecido,
14:31apesar da amarga experiência.
14:35Professor Fernando Castelo Branco,
14:36criminalista,
14:37professor da PUC de São Paulo,
14:38como sempre,
14:39obrigado pela gentileza,
14:40volto sempre e um abraço.
14:42Um abraço,
14:43muito obrigado para vocês.
14:44Bom, girando os nossos...
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