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O presidente em exercício Geraldo Alckmin avaliou como avanço o recuo dos EUA no tarifaço. Converso com Maurício Moura, sócio do fundo ZAFTRA e professor da Universidade George Washington, sobre capital político, lobby setorial em Washington e o impacto para o Brasil em meio à pressão inflacionária americana.

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Transcrição
00:00Estamos de volta. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, comentou hoje a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% sobre alguns produtos brasileiros, mais de 200 aliás.
00:12Alckmin avaliou que foi o maior avanço nas negociações entre os dois países desde que o tarifácio foi implementado, mas que ainda é preciso continuar negociando,
00:24pois alguns setores não foram beneficiados, não pelo menos por enquanto.
00:30Sobre isso eu converso com Maurício Moura, que é sócio do Fundo ZAFTRA e professor da Universidade de George Washington,
00:39a quem eu sempre tenho o maior prazer de reencontrar aqui, mesmo que seja pelas telas, Maurício, bom te rever.
00:45Vamos olhar aí, tem uma expressão que eu uso tanto que ela já ficou desgastada, mas eu não vejo outra melhor porque eu acho que ela é autoexplicativa.
00:53capital político, né? Isso tem endossado o presidente Lula, você que está olhando o Brasil do lado de fora, né?
01:02Nós estamos falando com o Maurício, ele está nos Estados Unidos, essa percepção de que uma certa malandragem,
01:11no melhor sentido da palavra, uma malemolência aqui do governo federal brasileiro, da diplomacia, do Ministério de Comércio Exterior,
01:19que o eleitor conseguiu ali reverter numa situação muito desfavorável para o Brasil.
01:27Tá bom. E o Donald Trump apresentou ali um argumento que faz sentido, que é isso, está pesando no bolso do americano,
01:34atinge ali produtos em que o americano médio ficou mais caro, mexe na inflação, ano que vem tem eleições legislativas nos Estados Unidos
01:42e o eleitor tem um ponto muito sensível que sempre é o bolso, não é o coração, é o bolso, né?
01:49Mexe no bolso, ele vai procurar uma solução de um partido adversário.
01:54Tá bom. Construído esta visão por parte dos americanos, mas eu queria a tua leitura, Maurício,
01:59como é que fica a questão desse capital político e a visão que o Brasil tem aí fora?
02:06Boa noite, Marcelo. Obrigado pelo convite.
02:09Bom, eu queria analisar esse ocorrido de hoje, que eu acho que foi muito favorável para o Brasil,
02:15de algumas dimensões, né? Acho que uma dimensão política interna americana você tocou bem.
02:19O Donald Trump passou por um mês aí com muita pressão, né?
02:24Ele teve problemas eleitorais, como a gente já debateu aqui,
02:27ele teve essa questão dos arquivos do Epstein, que também é uma coisa que é uma constante crise na Casa Branca,
02:34ele está muito aquém do que ele prometeu em termos de resolver conflitos armados e guerras pelo mundo.
02:41Então, ele está havendo uma fase bastante difícil aqui no dia a dia,
02:44inclusive alguns elementos do Partido Republicano que não eram tão...
02:49que não localizavam uma oposição às políticas do Trump começaram a fazer isso aqui em Washington, né?
02:55Então, muito do que foi feito foi feito exatamente pelo que você mencionou.
03:00Existe uma pressão enorme de inflação e foi um dos motivos de ter rotas republicanas
03:05em Nova Jersey, na Virgínia.
03:08Obviamente, o resultado espetacular que teve em Nova York, o Mandami, que inclusive teve na Casa Branca hoje.
03:14Então, ele está pressionado e, obviamente, que os produtos brasileiros são produtos importantes.
03:17Por exemplo, a questão do café, o café é muito importante na mesa americana e tem um impacto enorme na inflação.
03:24Dito isso, é importante dizer que o governo brasileiro sim tem o mérito,
03:27eu acho que não ter colocado lenha na fogueira ou gasolina na relação com o Trump.
03:35O governo brasileiro sempre se mostrou aberto e disposto ao diálogo.
03:39Mas é importante dizer, Marcelo, que o mérito do que está acontecendo nas tarifas em Washington,
03:43seja com o Brasil, seja com qualquer país, está sendo o mérito de lobbies setoriais.
03:48A gente está vendo aqui em Washington uma coisa muito inédita, que são os setores que são afetados
03:53por essas tarifas do Trump se organizando, contratando escritórios de advocacias muito famosos,
03:58muito influentes em Washington e negociando diretamente.
04:01A minha impressão, dado esse contexto que a gente tem essa negociação, não negociação diplomática,
04:07mas uma negociação setorial, é que obviamente, por exemplo, o café e outros produtos que impactam,
04:12como você falou, a inflação americana, eles eventualmente sairiam da lista da super tarifa
04:17que o Trump impôs ao Brasil.
04:19Eu acho que, assim, menos a política brasileira, mais obviamente a questão de não inflar a discussão,
04:25de se colocar próximo diálogo, mas o que realmente tem feito a diferença aqui para baixar as tarifas
04:29é essa abordagem setorial, inclusive no começo lá, as primeiras tarifas que o Trump isentou também
04:35foram essa abordagem setorial.
04:37Então, assim, é importante, obviamente, politicamente o governo brasileiro vai tentar capitalizar
04:41o máximo disso, mas sem perder de vista aqui que o que está fazendo a diferença é o que eu falei,
04:45essa relação direta dos setores empresários direto com a Casa Branca.
04:49Excelente! Por isso que é incrível conversar com você, porque você tem essa visão aí de quem está aí
04:53e vê outros bastidores, outros corredores.
04:57Maurício, agora também a gente consegue prever, e você tem uma certa expertise,
05:01até porque você comanda um fundo aí a partir dos Estados Unidos.
05:06Eu faço as minhas apostas que o telefone da Casa Branca agora deve estar tocando muito,
05:10seja por ligações diretas ou, mais provavelmente, por esses lobbies setoriais que é.
05:15Ó, funcionou lá com o Brasil, né?
05:17Será que nós aqui também não conseguimos entrar nessa cauda de foguete?
05:22A gente não pega o vácuo desse carro de corrida aí e tentemos também abaixar para os nossos produtos?
05:28O vice-presidente, e agora o presidente de exercício geral do Alckmin, falou,
05:32Vitória, mais de 230 produtos foram liberados, mas tem tantos outros que ainda não.
05:39Vamos manter a nossa negociação.
05:41Obviamente que isso abre uma margem de barganha ou argumento para outros países,
05:46também duramente afetados, a exemplo da Índia, que também recebeu 50% de tarifácio aí na cabeça,
05:53de ligar lá e falar, olha, por que ele sim e nós não?
05:56O que a gente precisa fazer para entrar nessa cauda?
05:59E o quanto isso vai desmontando o Donald Trump, que prometeu,
06:03mas acabou tendo que recuar nessa questão do tarifácio.
06:05E aí, a minha maldade, que é pedindo, esquentei a batata, entreguei na tua mão para descascar,
06:11Maurício, a gente tem mais dois minutos de conversa,
06:13porque senão eu não consigo entregar o jornal aqui para a próxima, para a nossa programação.
06:20Bom, eu acho que sim, mas, em primeiro lugar, dá um passo atrás.
06:23Essa questão das tarifas, ela explica bem como é que o Donald Trump opera em Washington.
06:28Essa questão da tarifa, ela atrai muita atenção.
06:31O Donald Trump, ele trabalha muito a atenção, ele busca a atenção,
06:34ele sabe administrar a atenção como ninguém.
06:36A tarifa, ela apreende todos os aspectos disso.
06:38Quando ele lançava essas tarifas, as super tarifas, a imprensa só se falava disso,
06:42seja a imprensa local, seja a imprensa internacional.
06:44Todos os CEOs, os donos de empresas, começavam a fazer fila e ligar para a Casa Branca,
06:48dizendo que o meu setor é especial, o meu setor é diferente.
06:50Com isso, obviamente, o Donald Trump se engajava no nível de atenção máxima.
06:53E, obviamente, os chefes de Estado também começavam a se engajar diretamente com ele,
06:56que foi o caso do Lula e foi o caso de vários chefes de Estado.
06:59Por outro lado, eles estão começando a perceber lá,
07:02e o mercado também está meio que precificando,
07:05que o Donald Trump sempre recua na média,
07:07na média ele sempre vai recuar,
07:09que, obviamente, não dá para trabalhar, fazer gestão de atenção
07:12e gestão de política pública ao mesmo tempo.
07:14E, obviamente, agora, como isso está batendo nos consumidores americanos,
07:18está batendo em setores que foram importantes para a vitória eleitoral dele,
07:21está batendo, inclusive, em resultados eleitorais,
07:23como as derrotas que os republicanos tiveram.
07:25Então, assim, a sensação, Marcelo, é que agora vai se abrir um espaço enorme
07:29para vários recusos, né?
07:31A grande questão é quem vai estar na mira de atenção do Trump em cada dia.
07:35Isso é praticamente impossível de prever.
07:37Um dia ele está com a Índia, um dia ele está com a China,
07:38um dia ele está com o Japão, um dia ele está com o Japão,
07:39um dia ele está com o Europeia, ele é feito para ir para o Brasil.
07:41Então, esses espasmos de ascensão que o Trump dá,
07:45eles têm que ser aproveitados, seja pelo setor privado,
07:47como eu falei, está negociando diretamente,
07:49seja pelos governos que estão negociando diretamente com ele.
07:52Perfeita análise.
07:54Eu só não sabia que isso ia acontecer.
07:56Eu gosto de contar aqui, né,
07:58romper a nossa, vou dizer intimidade,
08:03mas ali uma carapaça de um certo sigilo, né?
08:07Mas eu vou pedir autorização do Maurício já fazendo.
08:11Isso aqui é um reencontro de 30 anos.
08:13Coincidentemente, eu e o Maurício fomos colegas
08:16no que se chamava antigamente ginásio, né?
08:20Hoje ensino médio fundamental.
08:23Já era ali um ponto fora da curva,
08:26a gente vê que foi aí um...
08:29se tornou um enorme profissional
08:31e que é capaz de fazer essas análises precisas.
08:34Ó, último desafio, hein?
08:35Na nossa próxima conversa, você procura nos seus arquivos aí,
08:38que eu procuro nos meus,
08:40vê se a gente acha uma foto juntos de quando éramos garotos.
08:44Opa, vou fazer isso.
08:45Pode deixar, Marcelo.
08:46Obrigado pelo convite.
08:48Perdão aqui pela brincadeira.
08:49Não pedi autorização para contar esse nosso passado,
08:52mas isso, como era ilibado,
08:55então acho que não nos constrangeu.
08:58Isso nada nos constrangeu.
09:00Maurício, prazer revê-lo, prazer reencontrá-lo.
09:03Um ótimo final de semana, até muito breve.
09:06Bom final de semana, Marcelo. Um abraço.
09:07Tchau, tchau.
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