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Os Estados Unidos completaram 34 dias de shutdown no Congresso, com impactos em voos, benefícios sociais e saúde. Ao mesmo tempo, houve avanços nas negociações com China, Japão e Brasil. O professor Carlos Braga, associado da Fundação Dom Cabral e ex-diretor do Banco Mundial, comentou os efeitos internos e externos para a primeira economia mundial.

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Transcrição
00:00Os Estados Unidos estão vivendo um período de altos e baixos.
00:03Por um lado, Trump está avançando com as negociações com os países asiáticos, com o Brasil.
00:08Só que, por outro lado, os Estados Unidos estão em shutdown no Congresso há 34 dias.
00:14O que esperar das perspectivas para o país nessa semana?
00:17O professor associado da Fundação Dom Cabral e ex-diretor do Banco Mundial, Carlos Braga,
00:23já está aqui conectado com a gente, direto dos Estados Unidos, inclusive,
00:26para comentar mais sobre o que está acontecendo com a primeira economia mundial.
00:30Tudo bem, professor? Ótima tarde, bem-vindo.
00:33Boa tarde.
00:35Prazer receber você aqui. Felipe Machado, nosso analista, participa da conversa também.
00:40Bom, professor, começando pelo cenário interno aí, né?
00:43Os Estados Unidos estão em shutdown há 34 dias devido a uma falta de consenso, né?
00:48Entre Casa Branca, parlamentares.
00:50Quais são os principais impactos econômicos e políticos desse impasse para o país?
00:54Bem, esse shutdown vai amanhã bater o recorde do shutdown mais prolongado que ocorreu em 2019,
01:08também na primeira administração Trump, né?
01:13E os impactos começam a se acumular.
01:16Uma das observações que vocês acabaram de fazer com relação a atrasos de voos, né?
01:25Isso, a expectativa, por causa do pagamento dos controladores de voo que estão em furlough,
01:33quer dizer, não estão recebendo nesse momento,
01:37isso começa a ter um impacto.
01:39Muita gente começa a alegar motivos de saúde para não aparecer no trabalho.
01:45No meu voo, eu vim para cá no sábado, não tive problema aterrissando em Dallas,
01:53o aeroporto de Washington.
01:54Mas, como foi mencionado, já há vários aeroportos,
01:59O'Hare e outros, que estão observando atrasos nos voos.
02:05Mais significativo é o que muito provavelmente vai acontecer
02:10com o programa de ajuda alimentícia, o SNAP,
02:16o Substantial Nutrition Assistance Program,
02:19que basicamente fornece subsídios para famílias de baixa renda.
02:25E, teoricamente, a partir desse mês,
02:30por causa do shutdown, não há uma extensão dos benefícios.
02:34E isso, naturalmente, pode ter um impacto bastante significativo.
02:39Também, centros educativos que precisam de subsídios do governo federal
02:46estão sendo impactados.
02:50A questão do aumento dos prêmios de saúde do Obamacare
02:55vão começar a ter um impacto.
02:58Então, tudo isso vai começar a se acumular nesse mês de novembro
03:03com um impacto negativo para a administração Trump.
03:08Como vocês observaram, a maioria da população nos Estados Unidos
03:13coloca a culpa no Partido Republicano.
03:18Se bem que isso, naturalmente, é algo que a gente pode debater
03:23e, na realidade, amanhã, quando teremos eleições em alguns estados,
03:29vai ser interessante ver como os eleitores vão reagir.
03:35É verdade.
03:35Felipe, você é a sua pergunta.
03:37Professor Carlos.
03:37Professor, tudo bem? Boa tarde.
03:39Professor, claro que a gente vai estar de olho nessas eleições de amanhã
03:43para ver o resultado direto, a consequência direta
03:46que esse shutdown vai ter nas urnas.
03:48Agora, de uma maneira prática, você está nos Estados Unidos,
03:51o senhor está nos Estados Unidos,
03:52aí acho que está sentindo um pouco melhor o clima.
03:54Quanto tempo os Estados Unidos aguentam mais dentro desse shutdown?
03:57Porque começa a ter uma questão até de segurança, né?
04:00Imagina se, por exemplo, cai um avião, por exemplo,
04:03alguma outra consequência mais impactante, mais forte mesmo,
04:08devido a esse shutdown.
04:09Quanto tempo mais os Estados Unidos aguentam
04:11nesse impasse entre republicanos e democratas?
04:15Difícil dizer, né?
04:16Mas, certamente, como eu já mencionei,
04:19nessa terça-feira, a gente atinge o recorde de shutdowns na história americana.
04:27Então, vão ser, então, 35 dias, que era o recorde anterior.
04:34E os vários programas que eu já mencionei,
04:37à medida em que eles são impactados,
04:39a população, de uma maneira geral,
04:41vai começar a observar esses resultados.
04:44Existem aqueles que acreditam que o Partido Democrata
04:49estará disposto a flexibilizar suas demandas
04:53após as eleições de amanhã, né?
04:56Temos eleições importantes a nível de governo
05:00em Nova Jersey e Virgínia.
05:03Em ambos os casos, os democratas devem vencer, né?
05:07Essa é a expectativa das pesquisas de opinião nesse momento.
05:11Mas existem várias outras implicações das eleições.
05:17Por exemplo, na Califórnia, a questão da mudança dos distritos eleitorais.
05:24Isso é uma resposta do governador da Califórnia
05:28às medidas que o Texas e outros estados controlados pelos republicanos adotaram.
05:34No caso do Texas, o redistritamento vai aumentar potencialmente
05:40o número de deputados republicanos.
05:42Na Califórnia, é o oposto.
05:44Provavelmente, se aprovado amanhã,
05:47vai aumentar em cinco cadeiras as posições dos democratas
05:52na Câmara de Deputados eleitos pela Califórnia.
05:57Então, tem uma série de questões aí
06:00que provavelmente vão aumentar a pressão para um acordo
06:05nas próximas semanas e existem aqueles que acreditam
06:10que a estratégia dos democratas é esperar os resultados das eleições.
06:14Temos também a eleição para prefeito em Nova Iorque,
06:18onde nós temos uma situação inusitada, né?
06:22O candidato Mandami, um muçulmano de propensão, digamos assim, socialista, né?
06:29Que muito provavelmente será eleito, né?
06:33E tudo isso vai certamente influenciar, vamos dizer,
06:40o clima para as eleições.
06:42Aí sim, eleições de grande impacto,
06:45que são as eleições de meio de termo para o Congresso no ano que vem.
06:53Então, é isso.
06:54Vamos esperar que essa situação, esse impasse, seja resolvido rapidamente.
07:01Mas é muito difícil fazer uma previsão nesse momento.
07:07E, professor, queria olhar junto com o senhor para o cenário externo agora,
07:12já falamos bem do cenário interno dos Estados Unidos,
07:14porque a gente tem avanços importantes nas negociações com China,
07:18também negociações com o Japão e o Brasil nessa história.
07:21Quais temas e setores estão no foco dessas negociações
07:25e como o senhor está avaliando o ritmo em que elas estão acontecendo?
07:29A gente teve detalhes no fim de semana do acordo com a China.
07:33Pois é, o acordo importante nesse contexto é o acordo com a China,
07:38que certamente aí no dia 30 de outubro,
07:42o encontro do senhor Trump e do Xi Jinping e delegações dos dois países levaram uma trégua.
07:54Na realidade, não é um acordo definitivo, é muito mais um framework de uma série de medidas.
08:01De um lado, a China indica que, sim, vai flexibilizar a questão das exportações das terras raras,
08:11porque a China tem, basicamente, o monopólio da produção de imãs e vários minerais extraídos a partir das terras raras.
08:22E isso, certamente, é uma questão crítica para a indústria automobilística, por exemplo,
08:31para indústrias de defesa, e é uma grande questão para os Estados Unidos nesse momento.
08:37Então, isso foi um avanço do ponto de vista dos Estados Unidos.
08:42Outro avanço, a China se comprometeu a comprar,
08:46nos meses de novembro e dezembro, cerca de 12 milhões de toneladas métricas de soja,
08:53porque, praticamente, a China não vinha comprando soja dos Estados Unidos desde abril.
09:00E isso estava colocando uma pressão muito significativa sobre o setor agrícola,
09:06os, basicamente, eleitores do senhor Trump, no meio-oeste europeu.
09:15Desculpe, americano.
09:17Pois bem, então, esse é um resultado positivo e também a China se comprometeu a aumentar,
09:24a voltar a comprar cerca de 25 milhões de toneladas métricas de soja no período 2026-2028.
09:33Só para colocar isso em perspectiva, o Brasil, hoje, exporta cerca de quase 90 milhões de toneladas métricas para a China.
09:44Nós, basicamente, substituímos não apenas os Estados Unidos, mas vários outros países.
09:51Nós, hoje, respondemos por cerca de 80% das importações de soja dos Estados Unidos, da China.
10:01E isso não vai mudar.
10:02Então, sim, é um avanço, diminui as tensões.
10:07Do outro lado, os Estados Unidos se comprometeu a tomar algumas medidas com relação às tarifas.
10:16Por exemplo, diminuiu as tarifas 10%, eram 20% por causa da tese de que a China não estava impedindo a exportação de químicos necessários
10:32para a produção de fentanil, principalmente no México, né?
10:36Então, tinha imposto 20%, agora caiu para 10%.
10:40Moral da história, a tarifa média dos Estados Unidos sobre a China caiu de cerca de 57% para cerca de 47%.
10:50Também com relação aos semicondutores mais sofisticados, aqueles da NVIDIA, por exemplo,
10:59teoricamente vai relaxar as restrições dos Estados Unidos, mas ainda não há clareza sobre isso.
11:06Então, foi aí um avanço nesse sentido, mas é, na realidade, uma trégua.
11:15Obviamente, o que isso indica é que os Estados Unidos, quando confrontado por um país que tem poder de mercado,
11:24que é o caso da economia chinesa, ele é muito mais cuidadoso em termos da imposição de medidas restritivas ao comércio internacional.
11:34Professor Carlos Braga, associado da Fundação Dom Cabral e ex-diretor do Banco Mundial,
11:40muito obrigada pela participação ao vivo aqui no Fast Money.
11:43Ótima tarde para o senhor.
11:45Foi um prazer.
11:46Até a próxima.
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