O presidente americano anunciou tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, alegando que Hollywood foi prejudicada. Rodrigo Loureiro analisou o impacto político e econômico, e as consequências para o cinema brasileiro e internacional.
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00:00O presidente americano anunciou agora há pouco uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos.
00:08O presidente americano disse que a indústria do cinema foi roubada de Hollywood e aponta o governador da Califórnia como responsável pela perda de produções.
00:17Essa medida já provoca reações no setor cultural e também no setor econômico.
00:22Na publicação da rede Truth Social, Donald Trump publicou nesta manhã o seguinte texto, abre aspas.
00:28O nosso negócio de fazer cinema foi roubado dos Estados Unidos por outros países, como roubar doce de uma criança.
00:36A Califórnia, com seu governador fraco e incompetente, foi particularmente atingida.
00:41Portanto, para resolver esse problema antigo, eu vou impor uma tarifa de 100% sobre qualquer filme feito fora dos Estados Unidos.
00:49Obrigado pela atenção. Vamos fazer a América grande novamente. Fecha aspas.
00:54Bom, Rodrigo Loureiro, vamos falar dessa situação aí, dessa tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros que chegam nos Estados Unidos.
01:04Primeiro, é bom a gente pontuar aqui que o governador da Califórnia, o Gavin Newsom, ele é um governador democrata.
01:10E o Trump está com uma cruzada enorme contra os governadores democratas.
01:13Eu estava ouvindo uma análise esse fim de semana que eu achei bem interessante, dizendo que nos Estados Unidos o Trump está tendo um governo cada vez mais autoritário pelo seguinte.
01:23Ele comanda as duas casas, a Câmara e o Senado.
01:26Ele está com muitos tentáculos na justiça, ele tem a maioria da Suprema Corte.
01:30E o que estava impedindo o Trump até agora de avançar ainda mais num projeto que muita gente considera autoritário, é porque nos Estados Unidos os Estados têm muita autonomia.
01:40Então, os Estados estavam funcionando como barreira para o avanço de uma agenda mais, digamos assim, autoritária do Trump.
01:48E por isso que ele está fazendo várias ações contra os Estados agora.
01:51Ele está mandando, por exemplo, a Guarda Nacional com mais frequência para resolver problemas que os Estados teriam perfeita condição de resolver sozinhos.
01:58E agora esse ataque aí ao governador da Califórnia, que é o maior Estado americano, o Estado mais rico.
02:03E que também é um Estado tradicionalmente democrata, onde ele não tem tantos tentáculos espalhados por aí.
02:09Agora, tirando esse aspecto político, Rodrigo, é curioso você pensar que você quer exigir agora que todos os filmes sejam feitos nos Estados Unidos.
02:16Porque o cinema, a arte, não é isso, né?
02:19Você quer ter ali uma visão cosmopolita, você quer saber o que acontece em outros países.
02:22Se a gente fosse aplicar o mesmo no Brasil, a gente ia taxar em 100% os filmes americanos que dominam mais de 50% das nossas salas por aqui, né?
02:31Exatamente.
02:31E seria péssimo, né?
02:32Para o desenvolvimento da arte.
02:34A gente tem visto os últimos anos, inclusive das principais premiações, como o Oscar,
02:40darem cada vez mais espaço para produções feitas fora de Hollywood.
02:45Ainda estou aqui.
02:46É o grande exemplo, né?
02:47Então, um filme brasileiro que concorreu ao Oscar, atrizes brasileiras concorrendo ao Oscar.
02:53A gente viu filmes estrangeiros ganharem o Oscar de melhor filme.
02:57Um exemplo, o Parasita, o filme sul-coreano.
03:00Então, isso tem acontecido e tem deixado cada vez mais gostoso o cinema americano.
03:06Só que agora, Trump quer voltar a fazer tudo dentro de casa.
03:10É aquele protecionismo exagerado.
03:13E é um discurso que, talvez até para desviar um pouco o foco de outros problemas que os Estados Unidos têm.
03:19Problemas tarifários e que fogem muito da questão de cinema, dessas tarifas contra o cinema.
03:26Trump, às vezes, tenta mudar o foco e aí exagera bastante na dose.
03:31Marcelo.
03:31Engraçado que, quando essa guerra comercial começou contra o Brasil, a gente via muita gente falando que um dos possíveis trunfos que o Brasil teria era taxar o audiovisual americano para aplicar uma certa reciprocidade.
03:43Aí, depois, o governo acabou indo por outro caminho, por não aplicar reciprocidade.
03:48Mas agora a gente vê o Trump fazendo isso.
03:50Isso vai encarecer, por exemplo, os filmes brasileiros que estão aí já batendo na porta das distribuidoras americanas.
03:57Tem grandes apostas aí, o filme Manas, por exemplo, agora tem o Agente Secreto também, que deve ser uma grande aposta do cinema brasileiro para o exterior.
04:05Quer dizer, quem for assistir um filme brasileiro, europeu, chinês, num cinema americano, talvez vai ter que pagar o dobro do ingresso agora.
04:14Não sei se vai chegar a repassar tudo isso para o preço do ingresso, mas, enfim, é uma atitude, no mínimo, esquisita.
04:21Eu não sei nem se pode, se você pode cobrar preço diferente para um filme, para um outro filme.
04:26Poder, acho que pode, né?
04:27Não tenho tanta certeza, mas...
04:29É, é livre comércio, imagino, né?
04:31É, aqui no Brasil a gente ainda não tem, né?
04:34É, a gente nunca viu isso, né?
04:35É, a gente nunca viu.
04:36Bom, vamos ver como que vai ficar toda essa história.
04:38De qualquer forma, a produção vai ficar mais cara, né?
04:41E aí, a produção ficando mais cara, a gente vai ter um problema, porque vai precisar trazer novos investidores, vai precisar trazer mais investidores.
04:47A gente sabe como o investimento em arte aqui no Brasil ainda é muito escasso.
04:53E se a gente tiver essa barreira tarifária para colocar os filmes nos Estados Unidos, isso vai ser um grande problema para o Brasil.
04:59Agora que a gente está vendo um desenvolvimento acelerado do cinema brasileiro fora do Brasil, né?
05:05A exposição maior fora do Brasil, Trump quer colocar essa barreira que vai afetar não só o Brasil, vai afetar diversos países,
05:12mas afeta, claro, afeta o Brasil que está com grandes nomes.
05:16Pode ganhar até um Oscar agora com o Wagner Moura, vamos ficar torcendo, enquanto pelo menos Donald Trump não coloca os tentáculos dele no cinema.
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