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O ex-secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, avaliou como positivo o encontro entre Trump e Xi Jinping. O acordo prevê retomada de compras de soja, avanços em terras raras e redução de tarifas, gerando impacto direto nos mercados globais e no agronegócio brasileiro.

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Transcrição
00:00O ex-secretário de Comércio dos Estados Unidos avaliou como positivo o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping.
00:08Segundo ele, a reunião recoloca as relações entre as duas maiores economias do mundo num eixo de cooperação.
00:15Carlos Gutierrez foi ouvido com exclusividade pela CNBC Internacional e aponta avanços em setores estratégicos,
00:22como terras raras, agronegócio e controle de exportações. Vamos ver aí.
00:30Acho que foi uma reunião muito boa e ambos os lados conseguiram o que queriam, pelo menos algumas das questões importantes.
00:39Mas não há dúvida de que as terras raras se tornaram uma questão importante para a China em termos de ferramenta de negociação.
00:47E eles estão usando mecanismos muito semelhantes aos controles de exportação dos Estados Unidos.
00:53Há um processo de verificação de para quem elas serão vendidas, se estão sendo usados para uso militar.
01:01Há uma certa burocracia, que é basicamente o que os Estados Unidos têm feito.
01:06Não há dúvida de que as terras raras se tornaram uma ferramenta de negociação muito importante.
01:12Os Estados Unidos conseguiram isso.
01:14O presidente Trump conseguiu as terras raras e a suspensão dos controles de exportação,
01:20bem como, o que é importante, a compra de soja.
01:25Os agricultores americanos não estão satisfeitos.
01:28Agora, os detalhes precisam ser definidos.
01:31Temos que ver a rapidez com que as compras serão feitas.
01:35Temos que ver com que rapidez as exportações de terras raras para os Estados Unidos acontecerão.
01:40A China, por outro lado, conseguiu uma suspensão e redução das taxas portuárias,
01:46bem como as tarifas de fentanil.
01:48Houve um pouco de jogo de cintura.
01:51Os Estados Unidos queriam que a China se comprometesse com uma fiscalização mais rigorosa dos precursores de fentanil.
01:59A China queria que os Estados Unidos reduzissem as tarifas antes de assumir um compromisso.
02:04E parece que eles chegaram a um meio termo e se estabeleceram em 10%, o que considero bom.
02:13Parece haver um compromisso de ambos os presidentes em fazer com que o relacionamento funcione.
02:18Isso pode ser tão importante quanto qualquer acordo específico.
02:21Sim, vamos retomar esse assunto, secretário Gutierrez, porque o presidente Trump indicou que iria à China em abril
02:35e falou sobre a possível visita do presidente Xi aos Estados Unidos.
02:40O senhor acha que esse foi um anúncio muito importante, um gesto importante?
02:48Sem dúvida.
02:50E o fato de eles anunciarem agora que irão em abril, daqui a seis meses, acho que é extremamente importante.
02:58Esse compromisso com o relacionamento e o fato de que o presidente Xi irá aos Estados Unidos
03:03são coisas muito, muito importantes.
03:06O mercado vai adorar isso.
03:08As empresas americanas vão adorar isso.
03:10Essa é uma notícia muito, muito boa.
03:13Também é interessante que a Rússia, o petróleo russo, a China,
03:17está começando a reduzir as compras marítimas de petróleo russo.
03:21Esse é um grande negócio.
03:23Eu achava que seria muito difícil conseguir isso.
03:26Parece que os dois lados estão tentando dar um ao outro motivos para se aproximarem.
03:32Isso só pode ser bom para a China, os Estados Unidos e o mundo.
03:37E vou me alongar um pouco sobre a questão do petróleo,
03:44porque também estamos ouvindo os refinadores da Índia começarem a falar em reduzir sua dependência
03:50e diversificar o uso do petróleo russo.
03:54Acho que essa é uma história muito interessante que está surgindo nas últimas semanas,
03:58no último mês, sobre a questão do petróleo russo e as sanções.
04:03Qual é a sua opinião sobre isso?
04:06O fato de que está havendo progresso em termos do impacto das sanções
04:10e da mensagem que está sendo enviada, não apenas pelos Estados Unidos,
04:15mas também pela União Europeia?
04:19Acho que essa é uma conquista muito importante,
04:24porque normalmente as sanções de países terceiros não funcionam bem,
04:29porque você está essencialmente aplicando sanções extraterritoriais a países que não gostam delas.
04:36A China não gosta disso.
04:38A Índia não gosta que lhe digam o que pode fazer e com quem pode fazer negócios.
04:44Portanto, acho fascinante que a Índia parece estar se movendo na direção de,
04:48pelo menos, reduzir ou suspender ou fazer alguns gestos
04:52que vão na direção solicitada pelos Estados Unidos.
04:55É também um reflexo de que o comércio entre os Estados Unidos e a Índia é importante.
05:02O que também será importante nessa discussão serão as compras agrícolas.
05:06A Índia não concordou com isso.
05:08Essa é uma questão importante para os Estados Unidos.
05:11Mais uma vez, as exportações agrícolas serão muito importantes para os Estados Unidos
05:17do ponto de vista político e econômico.
05:20E isso é algo muito sensível para a Índia.
05:22Mas parece haver desejo de avançar, o que considero muito bom.
05:28Há pouco você mencionou a soja.
05:31O interessante é que os detalhes são importantes.
05:34Então, inicialmente tivemos um anúncio sobre a compra de soja.
05:38Ele foi divulgado antes da reunião.
05:40Mas parecia que essas compras de soja eram em grande parte simbólicas.
05:44Não eram vastas em sua natureza.
05:46Em que tipo de números realmente precisamos pensar?
05:48Porque quando se trata dos detalhes de qualquer acordo ou de qualquer coisa que resulte dessas
05:53negociações, precisamos que seja de uma natureza mais substantiva, não é mesmo?
05:59O compromisso é que a China comprará 12,5 milhões de toneladas de agora até o final do ano.
06:0625 milhões no próximo ano.
06:08Isso é muito importante.
06:09Mas como você disse, qual é o plano real?
06:13E como será a execução?
06:16Algo que não foi discutido e não houve realmente um grande anúncio sobre isso é o controle de exportação dos Estados Unidos sobre a China.
06:25Esse talvez seja o principal problema da China com os Estados Unidos, uma questão estratégica.
06:31Isso não foi discutido.
06:34Há muitos membros do Congresso, bipartidários, que não concordam com o fato de que os Estados
06:39Unidos não podem se envolver em uma questão política, bipartidários que não gostam da
06:45ideia de abrir mais exportações para a China, os chips de altíssima qualidade como os Blackwells
06:52da NVIDIA.
06:53Portanto, acho que isso é algo que ainda não foi anunciado, mas continuará a ser sensível.
06:59E a China pode estar esperando que façamos progressos nesse sentido.
07:04E esses são os tipos de coisas que podem atrasar as compras de soja, podem atrasar as
07:09exportações de terras raras.
07:11Isso precisa ser resolvido e é por isso que essa pausa de um ano é importante.
07:16Isso também é algo que a China queria para fugir dessa ameaça mensal de tarifas de 100%.
07:22É difícil fazer negócios dessa forma e acho que essa também foi uma conquista da
07:27reunião.
07:28Mas a nuvem que paira sobre isso, muito importante, serão os controles de exportação dos Estados
07:34Unidos para chips especiais de alta tecnologia para a China.
07:395 horas 56 minutos.
07:46Como nós vimos aí na reportagem, um dos pontos desse entendimento entre Estados Unidos e China,
07:54enquanto os dois países discutem um acordo comercial, diz respeito a uma retomada da
08:00China de compras da soja americana.
08:03Esse é um ponto que afeta diretamente o Brasil, porque no contexto da guerra comercial, quando
08:09a China deixou de comprar soja dos Estados Unidos em reação ao tarifaço americano, passou
08:15a comprar da nossa soja.
08:18Agora que uma das condições para essa trégua é que a China retome essas compras, o que
08:23vai acontecer com a venda, portanto, da soja brasileira para o mercado chinês?
08:28Sobre esse assunto, eu vou conversar agora com o Marcos Jank, coordenador do Centro Insper
08:34Agro Global.
08:36Marcos, boa tarde para você, obrigado pela gentileza aqui da sua participação.
08:39Qual deve ser o reflexo direto aqui no Brasil, então, sobre essa trégua, mais essa trégua,
08:44entre Estados Unidos e China, no que diz respeito à soja?
08:49Boa tarde, Pabllo, e a todos que estão aqui nos ouvindo.
08:52Na verdade, nós estamos voltando ao normal.
08:57O Trump, mais uma vez, se mostra especialista em colocar um bode cheiroso na sala e depois
09:05tirar esse bode e as coisas ficarem exatamente como estão.
09:09Foi exatamente o que houve na soja, certo?
09:12Na verdade, desde 2017, que os Estados Unidos elevou, a China elevou as tarifas para a soja
09:19americana, as exportações caíram bastante, depois eles deram uma isenção, desde que
09:25a soja fosse importada por empresas da China, e aí voltou ao normal, e agora, em 2025, por
09:34conta da nova guerra comercial, eles não estavam conseguindo vender soja, porque essas tarifas
09:40estavam acima de 25%, altíssimas, saiu pouquíssima soja dos Estados Unidos para a China.
09:47Mas o que ocorre na soja é que você tem dois hemisférios que estão produzindo, certo?
09:54Os americanos produzem e exportam no segundo semestre, Brasil e Argentina exportam no primeiro
10:00semestre por causa das alternâncias de clima, né?
10:04E sempre foi assim, e sempre foi muito bom para a China que fosse assim, porque eles
10:09podem comprar num hemisfério de um local e no outro de outro local, não tem que fazer
10:14tantos estoques, facilita a logística, certo?
10:18Sempre foi assim.
10:19E o que vai acontecer agora é uma volta a isso, que é o normal.
10:23Eles vão comprar da gente prioritariamente mais soja.
10:27Nós estamos hoje exportando 100 milhões de toneladas de soja e a China compra aí 60
10:34milhões, certo?
10:35Os americanos normalmente vendem 40 milhões, atualmente estão vendendo quase nada e pela
10:45promessa nos próximos anos eles vão para 25 milhões, quer dizer, eles vão para menos
10:50do que eles já venderam no passado, mais do que venderam esse ano.
10:53Eles não têm soja adicional para vender.
10:57A China veio buscar aqui no segundo semestre a soja que ela precisava.
11:01Então, é uma distorção completa que vai voltar ao normal.
11:05Isso não vai afetar o nosso mercado, nós estamos crescendo muito mais do que os Estados
11:08Unidos, tanto em soja como em milho, certo?
11:12E a gente, se não conseguir vender para a China, porque amanhã ou depois tem algum
11:16outro tipo de política, a gente vai vender para outros países que os americanos não
11:20vão vender.
11:20É tudo vasos comunicantes, commodity é assim, né?
11:24Então, eu acho que é uma volta ao normal com a China depois de um ano, que pela primeira
11:29vez ela estava sem comprar soja americana no segundo semestre.
11:36Agora, pela sua leitura, a gente ainda poderia ficar com uma, vamos dizer, uma herança positiva
11:42dessa guerra comercial ou a nossa venda para a China voltaria exatamente para o mesmo patamar
11:47de antes?
11:49Olha, eu acho que não volta porque a gente hoje representa 60% da exportação mundial e
11:55a China representa 28%, né?
11:58E ela não tem muita condição de fazer a substituição nossa, porque eles estão usando
12:04muita soja internamente, inclusive para fazer biocombustíveis, né?
12:09Então, eu acho que eles vão ficar nesses 25 milhões para a China, talvez uns 35, no máximo
12:1440 para o mundo, que é o que eles sempre fizeram, né?
12:17Então, eu acho que não vai afetar, a gente vai estar crescendo mais do que eles, desde
12:22que existam mercados para isso.
12:25Outro produto que a gente também cresce super bem é no milho, né?
12:28Porque você veja que esse ano a gente fez uma safra de soja de 170 milhões de toneladas
12:33e de milho de 140.
12:35O milho já está na cola da soja e é capaz até de passar a soja lá no futuro.
12:40Então, nesses dois produtos a gente cresce muito mais do que os Estados Unidos e por
12:45uma razão, a gente produz os dois na mesma área, no mesmo ano agrícola, coisa que os
12:50americanos nunca vão conseguir fazer, né?
12:52Então, eu não fico preocupado com isso.
12:54Eles também estão fazendo pressão para conseguir exportar mais carnes, né?
12:59Os americanos.
13:00Mas eles também estão num momento muito difícil da carne, é o pior momento dos últimos
13:0470 anos e a verdade é que o tarifácio do Trump prejudicou principalmente os produtores
13:11americanos, porque eles perderam o mercado de soja e de carne, né?
13:16Porque a China colocou aí barreiras.
13:19Eles têm hoje um aumento de custos de fertilizantes, de sementes, de defensivos, porque são muitos
13:25produtos importados, máquinas também, e estão com dificuldade de mão de obra pelo fato
13:30dos americanos, de haver as restrições de mão de obra lá nas fronteiras.
13:35Então, os custos dos americanos subiram e eles perderam mercados e foi exatamente a
13:41população que votou no Trump, né?
13:44E pela ótica do mercado, como eles estão com pouco produto, né?
13:48Com várias dificuldades, os preços acabaram subindo, tanto no caso do hambúrguer de carne
13:54como no caso do café, né?
13:56Então, eu acho que o feitiço virou a conta o feiticeiro, né?
14:01Até aqui, a leitura que eu faço é que esse mundo que joga as tarifas para cima e para
14:09baixo o tempo todo é muito ruim, é muito perigoso, né?
14:12E eu espero que isso seja, de alguma maneira, solucionado.
14:15Mas a verdade é que, por enquanto, o maior impacto do tarifácio é negativo sobre produtores
14:22rurais e consumidores americanos.
14:24Marcos Jank, coordenador do Centro INSPER AgroGlobal.
14:28Marcos, muito obrigado pela sua análise aqui.
14:30Um bom fim de semana para você.
14:32Muito obrigado.
14:33Sempre à disposição de vocês.
14:35Muito obrigado.
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