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Marcelo Favalli explica como a saída relâmpago do premiê Sébastien Lecornu aprofunda a crise política e econômica da França. Com dívida pública projetada para 116% do PIB e impasse no parlamento, Macron enfrenta seu momento mais delicado no poder.

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Transcrição
00:00E a gente continua aqui. Depois de menos de um mês no cargo, Sébastien Lecornu renunciou ao cargo de primeiro-ministro da França,
00:08aumentando a pressão sobre o governo do presidente Emmanuel Macron.
00:12Marcelo Favalli, apresentador do Conexão, já está aqui com a gente e vai explicar o contexto dessa crise,
00:18que é tanto política quanto econômica na França.
00:21Favalli, boa noite para você. Veio correndo aqui enquanto o Weber não entrou. Obrigada.
00:27Olha, não sou aqui nenhum tampão. Não sou nenhum tampão, né? Como são os primeiros ministros franceses.
00:34Você tem o seu lugar aqui de protagonista.
00:39Bonsoir, mademoiselle, como ça va? Très bien.
00:42É, porque agora devemos entrar no clima da França.
00:45Eu não queria estar na pele nem do presidente Emmanuel Macron, nem do primeiro-ministro,
00:49que desde a Quinta República, que remonta aí a décadas, séculos,
00:54um primeiro-ministro jamais ficou tão pouco tempo no cargo, não deu nem um mês,
01:00não conseguiu receber nem um salário completo.
01:02E é uma crise política, econômica, as duas andam de mãos dadas.
01:07Já explico. Cris Pelágio, boa noite.
01:09Boa noite para você também, que nos acompanha.
01:12Primeiro, vamos entender aqui, preparei uma série de gráficos,
01:15como a gente faz semanalmente, diariamente, melhor dizendo.
01:19Primeiro, para mostrar o tamanho minúsculo da permanência de Sébastien Lecornu,
01:27só fazendo um traço do que foi o governo de Emmanuel Macron,
01:33que vai, daqui a pouco, chegar a 10 anos.
01:35Ele foi eleito, reeleito.
01:37Na França são cinco anos cada mandato.
01:39Então, enquanto o Emmanuel Macron, as cores querem dizer aqui a quantidade de aliados
01:48que o presidente Emmanuel Macron tem na Assembleia Nacional,
01:53o parlamento leia o legislativo francês.
01:55A partir do momento em que os parceiros políticos de Emmanuel Macron
02:01estavam, na maioria, dentro da Assembleia Nacional,
02:04ele tinha uma vida muito mais tranquila,
02:06o que é uma prerrogativa de outras democracias no mundo.
02:12A partir de maio de 22, as dores de cabeça do Emmanuel Macron,
02:17não vou dizer que começam, elas se ampliam.
02:20Ele começa a perder a maioria absoluta e passa a ter uma maioria simples.
02:26Depois de 2024, quando houve uma dissolução da Assembleia Nacional
02:32pelo próprio presidente, com vocação de novas eleições e uma reformulação da Assembleia Nacional,
02:40aí o Macron começa a ficar meio um pato manco,
02:46sem nenhum tipo de apoio sólido dentro da Assembleia Nacional.
02:51E aí começam, como a gente pode ver aqui,
02:54temos um primeiro-ministro mais longevo,
02:56depois outro que fica um tempo considerável,
02:59e a permanência dos primeiros ministros começa a ficar muito menor,
03:05até que a gente chega aqui ao ridículo mandato de Sébastien Lecornu,
03:10que na história contemporânea da França,
03:12ninguém ficou tão pouco tempo no cargo, pouco mais de 20 dias.
03:17Agora, é muito importante a gente explicar qual é a função de um primeiro-ministro
03:21dentro de um país, como a França, que é presidencialista.
03:26Ele é um braço do Executivo dentro da Assembleia Nacional,
03:31que é um parlamento unicameral.
03:34É uma extensão do Palácio do Governo,
03:38é aquele que comanda, faz as conexões do Executivo com o Legislativo.
03:43Com um outro detalhe, o primeiro-ministro é o chefe dos ministros.
03:48O que significa que ele cai, todo o gabinete também tem de ser substituído,
03:57o que atravanca ainda mais as questões políticas de um país que enfrenta uma crise econômica.
04:04Daqui a pouco eu vou linkar as duas coisas.
04:06Eu vou pedir a próxima arte, só para a gente contextualizar,
04:09é que para nós fica um pouco distante essa questão do primeiro-ministro.
04:12Seria mais ou menos como um ministro-chefe da Casa Civil com aquele que faz
04:18o movimento institucional do Palácio do Planalto dentro do Congresso Nacional Brasileiro.
04:25Estou fazendo aqui uma grosseira comparação com o sistema brasileiro.
04:29Então, está aqui.
04:30Qual é o poder do primeiro-ministro da França?
04:32É um bloco único, liderado pelo primeiro-ministro, este conjunto do gabinete.
04:38A existência do governo depende diretamente da permanência do primeiro-ministro no poder.
04:45Se o primeiro-ministro renuncia, como eu falei, é desmontado todo o gabinete.
04:50Então, imagina o Lecornu, que ficou 25, 26, se a gente contar desde o dia da posse,
04:56no máximo 27 dias, houve toda uma troca de gabinete que esses ministros mal se adequaram ali na cadeira,
05:04eles vão ter que ser substituídos de novo, o que atrasa toda uma formulação de novas políticas
05:10e aplicação das ordens executivas do presidente Emmanuel Macron.
05:15Por enquanto, eles continuam trabalhando até que se escolha um próximo primeiro-ministro.
05:20Não é que o gabinete todo, o conjunto de ministros e o primeiro-ministro, eles ficam vazios.
05:26Não, eles funcionam interinamente e o gabinete, então, permanece funcionando apenas para temas urgentes.
05:35Eles vão tocando o que está na pauta, eles não propõem novas ações.
05:41A nomeação de um novo primeiro-ministro, de novo pelo presidente Emmanuel Macron,
05:46ele vai ter que escolher alguém que tenha uma posição de liderança dentro da Assembleia Nacional.
05:53Se é na teoria, na prática, é algo que Emmanuel Macron não está conseguindo.
05:59E aí vem a pergunta, por quê?
06:01Porque agora chegamos na crise econômica, esse é o ambiente da crise política,
06:07que está diretamente ligado com a crise econômica.
06:09Deixa eu pedir a próxima arte, porque a França,
06:14segunda maior economia da zona do euro, da União Europeia,
06:18tem uma dívida que está ficando preocupante aqui.
06:23Vamos voltar para o início do ano.
06:25A dívida, 3,34 bilhões, para ser mais fácil assim.
06:39O PIB da França é de 3,14, 3,15 trilhões de dólares.
06:46Então, já no início de 2025, no primeiro trimestre,
06:52a França já começa o ano devendo 3,34 bilhões de um PIB na casa dos 3 trilhões.
07:02Parece pouco, mas não é.
07:05Primeiro, neste ritmo, a França, repito, segunda maior economia da zona do euro,
07:12deve terminar 2025 com uma dívida equivalente a 116% do seu PIB.
07:22Ou seja, toda a riqueza que o país produz durante um ano,
07:26se ela não gastasse nem um centavo, o que é totalmente impossível,
07:31e fosse deslocada apenas para pagar a dívida,
07:33o país ainda deveria 16%.
07:36E isso é um sistema de bola de neve.
07:38Conforme essa dívida vai aumentando, ela tende a piorar muito no acumulado dos anos.
07:44Até o começo do ano, quando a gente olha para essa dívida,
07:48o cálculo é que terminaria 2025, a França, com uma dívida de 114%.
07:55Não, agora os cálculos estão sendo refeitos e já estão sendo refeitos
08:01para uma projeção de 116% do PIB de dívida.
08:05É o terceiro país mais endividado da zona do euro.
08:09A questão é que é um país rico endividado.
08:135,4% do PIB é o maior déficit fiscal da zona do euro.
08:20O déficit fiscal é o quanto o governo gasta pela diferença da sua arrecadação.
08:27Neste ritmo, se ele continuar, em 2027 chega a 120% ou ultrapassa os 120% do PIB.
08:37Em 2027 não está tão longe assim, convenhamos.
08:42E aqui já acende uma necessidade de uma interferência do Banco Central Europeu.
08:48E aí a gente começa a agravar a situação, o preocupante vai sendo amplificado.
08:54Deixa eu avançar, transformar esses números um pouco num gráfico
08:58para a gente entender o tamanho da crise política.
09:01Está aqui, olha, desde 1980, a entrada da França no euro,
09:08essa dívida pública só cresceu.
09:11Tudo bem que a gente tem aqui uns imponderáveis no meio do caminho,
09:14Covid, guerra na Ucrânia,
09:16mas nesse momento a gente não tem nem pandemia e uma guerra que já entrou no cálculo da Europa.
09:24A crise só continua a crescer, a dívida só continua a crescer.
09:29E aqui é o déficit fiscal.
09:32Você deve pensar, ah, 5 pontos alguma coisa, não é tanta coisa assim.
09:37É que a gente tem que pensar que é um déficit fiscal que vem se acumulando a partir de outros.
09:44Então, é como uma pilha que vai crescendo porque se coloca uma camada em cima da outra.
09:50E a grande preocupação é quando essa dívida se tornar impagável.
09:55Eu vou pedir a próxima arte aqui para, vamos começar a pensar agora fora da França,
10:00quais seriam os desdobramentos para o país e para o resto do bloco.
10:04Primeiro, vamos olhar consequências para a França.
10:08Juros mais altos, os juros sempre drenam recursos que seriam colocados para os colchões sociais.
10:16Mas por que juros mais altos drenam recursos?
10:19Porque como a França pede dinheiro emprestado para credores internos e externos,
10:24vai crescendo a dívida, tem que pagar juros.
10:27E esse dinheiro que poderia ser aplicado para um crescimento interno e colchões sociais vai para o pagamento de juros.
10:34Risco para a Europa, instabilidade financeira na França pode afetar todos os países que usam o euro.
10:41Um problema numa estrutura de vários países que tem a mesma moeda,
10:46alguém vai desvalorizando a moeda, se estende para o resto do bloco.
10:52E uma instabilidade política, essa que nós estamos vendo aí de cor e salteado.
10:57Corte de gastos.
10:59Então, diante daquela dívida, os diferentes blocos políticos que estão dentro da Assembleia Nacional
11:06não chegam a um acordo de algo que é preciso fazer, cortar na própria carne, apertar o cinto.
11:13É preciso cortar gastos desnecessários para diminuir a dívida, diminuir o déficit.
11:19Tem que cortar gastos, de colchões sociais, de investimentos.
11:25Os partidos não chegam a um acordo e o primeiro-ministro não se sustenta.
11:30Ou ele cai por pressão dos colegas ou ele renuncia.
11:34Aumento de impostos é outra solução para acabar com o déficit.
11:37Também não chegam a essa conclusão.
11:39E essas trocas de gabinetes, que a gente tem visto aí recorrentemente na França,
11:45acabam atravancando qualquer possibilidade de uma aplicação de política.
11:53Trocando em miúdos, a França está num mato sem cachorro.
11:57Eu ia fazer uma piada, ia fazer essa tradução para o francês, mas eu não sei.
12:01Xia!
12:04Obrigada!
12:04Até já!
12:05Xa xa!
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