Em entrevista ao Real Time, Diogo Olher, co-fundador da Social Digital Commerce, explicou como lojas temporárias estão transformando o varejo no Brasil, combinando digital e físico, engajamento e experimentação de produtos, com destaque para lançamentos de moda, cosméticos e tecnologia.
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00:00O conceito de lojas temporárias, as chamadas pop-ups, está mudando o jeito de fazer varejo no Brasil.
00:06Espaços que nascem com prazo de validade, com alto potencial de vendas e engajamento.
00:11São marcas digitais, de moda, de cosméticos e tecnologia, que usam o modelo para testar pontos físicos e ficar mais próximos do consumidor.
00:20Para entender esse novo movimento do mercado, a gente conversa agora com o Diogo Euler, que é cofundador da Social Digital Commerce.
00:27Bom dia para você, Diogo. Seja muito bem-vindo ao Realtime.
00:32Muito bom dia. Muito obrigado, Marcelo, por oportunidade.
00:35Eu queria que você explicasse para a gente por que está havendo uma espécie de explosão desse modelo de lojas temporárias no Brasil.
00:42Você acha que é uma tendência passageira ou vem, de fato, um novo padrão do varejo se consolidando no Brasil?
00:50Com certeza é uma consolidação.
00:53A gente sabe o quanto o digital nos últimos anos veio crescendo, mas até as marcas que nasceram digitalmente, elas conseguiram entender que a experiência física é muito importante para o consumidor.
01:08E quando você tem a oportunidade de montar uma pop-up store, você acaba tendo um custo baixo, um período curto para que você faça uma experiência com esse consumidor,
01:24para que você consiga mostrar um novo produto, mostrar sua marca, gerar ativação, ter engajamento e não utilizar somente mais o digital,
01:36mas também no varejo, que o varejo não morre.
01:40Ele se reinventa e continua mais forte do que nunca com as pop-up stores.
01:45Eu queria que você desse alguns exemplos de pop-up stores para a gente.
01:49Vem uma na minha cabeça aqui, que a Sasha, filha da Xuxa, lançou recentemente aqui em São Paulo, no Shopping Guatemi,
01:55uma loja que ficou aberta por um período de um ou dois meses, se eu não me engano.
01:59Isso daí ela estava lançando uma coleção específica dela e talvez não quisesse ter a loja depois da coleção.
02:04Esse é um possível exemplo, então, de uma pessoa que está lançando uma coleção específica.
02:10O que mais que você coloca nessa mesa aí, nessa lista?
02:13Exato. Nós temos alguns clientes, inclusive, aqui dentro.
02:16Nós temos uma marca, por exemplo, de leite vegano, chama Naveia.
02:22E como é um produto bastante diferente, é um produto de nicho, nós também trabalhamos com uma pop-up store,
02:30que pode ser, inclusive, utilizada não somente em shop centers.
02:35Shop centers é um local, mas a gente consegue fazer isso num evento, você pode fazer dentro de um aeroporto.
02:42E com essa marca nós fizemos justamente a prova desses produtos,
02:47os clientes, que inclusive não veganos puderam experimentar os produtos,
02:51e ver que o leite, inclusive, é muito bom e eu recomendo.
02:56Agora, quando a gente pensa em planejamento logístico para essas lojas pop-ups,
03:01o jogo muda completamente.
03:02Você não vai ter ali, obviamente, um contrato de aluvial de longo prazo.
03:06Talvez você tenha que recorrer para um certo compartilhamento do espaço ali.
03:11Como é que funciona isso?
03:12Sem dúvida, sem dúvida.
03:15O conceito da pop-up store é que seja realmente um espaço pequeno.
03:19E você tem algumas opções.
03:22Você pode ter uma logística descentralizada e alimentar essa pop-up store conforme a necessidade.
03:30Para isso, você tem operações logísticas ali terceirizadas que você consegue utilizar,
03:35como a nossa, ou até o seu próprio estoque ser a base de alimentação de estoque ali de uma pop-up store.
03:47São muito menos produtos do que numa loja física comum.
03:53Então, esse abastecimento costuma até ser bastante rápido,
03:56porque a pop-up store promove muito mais uma experimentação,
04:01ela promove muito mais um engajamento do que somente a venda.
04:04Então, a tendência é que esses produtos vão saindo ali de forma muito rápida
04:10e que você esteja pronto para abastecer ali rapidamente também a loja.
04:15No caso dos shoppings, como que funciona?
04:17Porque imagino que o lojista não vai ter que pagar luvas tão altas,
04:21como ele pagaria se ele estivesse ali comprando um espaço fixo.
04:25Exato, exato.
04:26O contrato é de tempo curto, geralmente de alguns meses.
04:31Essa época agora que nós estamos é uma época super quente para essas pop-up stores,
04:37porque você tem um momento de compra e um fluxo muito alto nos shoppings,
04:42para as compras de Black Friday, para as compras de Natal.
04:45Então, é um período, por exemplo, que você pode realizar um contrato curto de dois ou três meses,
04:50e para um espaço muito menor, que é o famoso kiosque,
04:55aquele espaço de kiosque dentro do shopping.
04:59Então, a negociação já é diferente e preparada para esse tempo curto,
05:03para que você não tenha ali um grande risco dentro do modelo de contrato.
05:09Agora, você me deixou curioso.
05:10Tem pop-up store que só abre na Black Friday?
05:14Tem pop-up store que só abre na Black Friday.
05:17Vai depender muito da estratégia da marca.
05:20Se você pretende fazer um lançamento de um produto em Black Friday,
05:25e além de fazer a promoção online,
05:30permitir que o seu cliente tenha acesso a esse produto de forma física,
05:34você pode fazer durante esse período.
05:36E como eu disse, aí vai da criatividade.
05:39O shopping center é um dos locais,
05:41mas você pode fazer, inclusive, dentro de outras lojas,
05:45que chamam de shopping shop, por exemplo.
05:48Você pode fazer dentro de um local no aeroporto,
05:51você pode fazer dentro de eventos fixos ali,
05:56que geralmente tem com espaços de comida,
05:58food truck.
05:59Então, assim, tem vários locais onde você pode planejar,
06:02em parques, por exemplo.
06:04Então, são vários lugares que você pode planejar
06:06e que permite, inclusive, ser mais curto o espaço de tempo.
06:09Diogo Ohler, da Social Digital Commerce,
06:13muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time.
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