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Willian Valiante, sócio líder de varejo da EY na América Latina, analisou as tendências do varejo para o segundo semestre. Com até 55% das vendas concentradas nesse período, o varejo aposta em dados, IA e lojas físicas para atrair o consumidor antes da Black Friday e do Natal.

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Transcrição
00:00O varejo se prepara para o dia dos pais, falta menos de um mês.
00:04E além das vendas para a data em si, existem oportunidades para aproveitar e entender melhor os clientes,
00:10ganhar flexibilidade e ajustar a rota para Black Friday e para o Natal.
00:15Quem vai analisar o setor aqui com a gente é o William Valiante, sócio líder de varejo da UI na América Latina.
00:22Tudo bem, William? Boa tarde, seja bem-vindo.
00:23Boa tarde a todos e boa tarde a todos que nos assistem. Obrigado pelo convite.
00:26Obrigado você pela presença. William, o que se espera para o varejo brasileiro nesse segundo semestre?
00:33Bom, o segundo semestre é sempre bastante importante.
00:36Hoje no varejo, usualmente no Brasil, o segundo semestre é de 52% a 55% do total do que se vende no varejo como um todo.
00:45Para alguns segmentos é muito mais importante, porque você tem, obviamente, Dia das Crianças e Natal,
00:51onde o segmento de brinquedos, por exemplo, é super importante e super concentrado.
00:55Para outros é um pouco mais linear, mas no geral, toda a atenção do varejo,
01:00mais ou menos metade das empresas agora, olham para essa segunda metade que é super importante.
01:05Quais são as mudanças mais recentes no comportamento dos consumidores
01:10e como é que elas podem impactar o varejo nesses próximos meses?
01:15Muito bem. O consumidor cada vez mais se torna consciente do valor do dinheiro.
01:21Então, em todos os lugares no mundo, inclusive no Brasil, nossa pesquisa levantou dados importantes
01:27que mostram como o consumidor olha com mais carinho, onde ele vai colocar o dinheiro dele
01:33e ele experimenta coisas diferentes.
01:35Então, existe sim um compromisso importante com as marcas em 24% dos consumidores, aproximadamente,
01:41e, obviamente, brand sweaters, as pessoas que estão dispostas a trocar de marca e experimentar coisas novas,
01:48praticamente 60% das pessoas.
01:50Esses números são muito parecidos no mundo todo, Brasil, mundo,
01:54enxergam como oportunidade de experimentar uma marca, um serviço, um produto similar,
01:59muitas vezes, um produto produzido por um varejista e não por uma empresa de consumo, normalmente,
02:06como a gente está acostumado.
02:07E existe, claro, aqueles que não se importam, eu não me importo, eu quero o produto.
02:13Quer dizer, o consumidor, via de regra, é uma figura aberta e ele não tem rabo preso com nenhuma marca, é isso?
02:22Cada vez mais ele está muito mais preso à experiência que ele espera
02:26e a experiência varia com o tempo e com o momento desse consumidor.
02:32Então, pessoas mais jovens têm uma expectativa, pessoas de mais idade têm outra expectativa,
02:38mas, no geral, ele está muito mais preocupado com a experiência e o que importa para ele
02:43do que com a marca e com o produto.
02:45Isso é uma oportunidade e, às vezes, também é um ponto importante para todos prestar atenção.
02:50Que margem o varejo tem para fazer ajustes, correções de rota, já para o segundo semestre,
02:58no qual nós já estamos, na verdade?
03:00Isso é bastante importante.
03:02Depende muito do como a empresa se preparou para isso.
03:05O varejo é um setor muito nervoso e muito acostumado com coisas para ontem.
03:10Tudo acontece e tem que ser resolvido para ontem.
03:14Então, o varejo está acostumado com essa dinâmica.
03:17Mas, mesmo assim, existem sempre empresas que se prepararam mais para o inesperado
03:22e outras que se prepararam menos.
03:24Sim, é possível fazer manobras.
03:26As manobras estão muito ligadas à logística,
03:28muito ligado a como eu vou ativar aquele cliente que eu quero,
03:32me comunicar para esse calendário de eventos que acontecem no segundo semestre.
03:37E muito tem a ver com essa outra informação importante.
03:41Ou seja, hoje o consumidor, por mais digital que ele seja,
03:45e ele é muito digital e diferentes faixas etárias,
03:48tem diferente capacidade e, obviamente, penetração nesse canal,
03:54mas a loja é importante e continua sendo importante.
03:57Ainda acontece muito mais coisas na loja,
04:00em sua maioria no varejo restrito,
04:03que é tudo menos materiais de construção e automóveis,
04:07do que no online.
04:08Segmentos diferentes, existem coisas diferentes,
04:10mas a loja continua sendo o centro da experiência.
04:1345% dos consumidores descobrem novas marcas em publicidade nas lojas, é isso?
04:19Nas lojas ou feitas para as lojas,
04:21como, por exemplo, os famosos tabloides e jornais,
04:24e mídias impressas, retail media,
04:27que é uma linha, a parte de mídia em varejo,
04:29que é uma linha de crescimento muito grande hoje
04:32dentro de todos os clientes varejistas.
04:34Displays nas lojas também são super importantes,
04:37e aí é o presencial, né?
04:39É isso, é isso.
04:40É lá dentro que você enxerga essas coisas.
04:42Como você gera esse fluxo?
04:45Hoje, se você compara o primeiro semestre desse ano
04:47com o primeiro semestre do ano passado,
04:50esse ano nós tivemos um fluxo maior de quase 5% nas lojas.
04:54Isso, leia-se tudo, né?
04:55Presença física nas lojas.
04:56Presença física nas lojas.
04:58Se você pega cinemas, batendo recorde todos eles,
05:00os cinemas estão em shoppings,
05:01as lojas estão nos shoppings, você tem fluxo, né?
05:04O que, a oportunidade que existe é conversão.
05:07Nem todos os segmentos cresceram esse percentual, né?
05:10Então existe sim uma possibilidade,
05:12uma oportunidade de conversão dessa massa
05:14que acontece dentro da loja.
05:16E esse aumento no fluxo, ele se deve
05:18às condições econômicas mesmo?
05:20À manutenção de emprego e de renda em níveis altos?
05:23Acho que é uma soma de muita coisa.
05:26Sim, sempre.
05:27O varejo sente a economia para o bem e para o mal muito rápido, né?
05:30As pessoas com dinheiro e confiança vão mais a varejo,
05:34serviços ligados a varejo,
05:36mas tem a ver também com o momento, né?
05:40As pessoas querem experiência, né?
05:41Se você pega pós-pandemia e começa a somar todos os meses
05:46que se passaram até agora,
05:49tem uma crescente de interações.
05:50As pessoas são pessoas, elas gostam de sair,
05:53se o mundo não acabou, né?
05:54Felizmente, não se tem só online,
05:57tem o online muito importante,
05:58é o canal mais importante de muitos segmentos,
06:00mas as pessoas querem ir, ver as coisas,
06:02ver outras pessoas, falar, conhecer.
06:05E aqui, então, percentual das pessoas
06:08que descobrem novas marcas online.
06:11Online, sim.
06:12São percentuais importantes,
06:13mas são menores do que as físicas.
06:15Então, é a soma das coisas, né?
06:17Existem algumas operações que são só online,
06:19não existe o físico,
06:21existem outras operações que são online,
06:23mas criaram o físico e vice-versa também.
06:25Então, é uma soma, é uma estratégia somada, né?
06:28Que cada empresa vai encontrar o seu caminho
06:31de acordo com aquele público que ela quer atingir
06:33ou de acordo com aquele público que reconhece a marca, né?
06:36Ele vai reconhecer a marca, os canais,
06:38como se relacionar com ela.
06:41Quer dizer, é interessante que a gente vê
06:42que a descoberta na loja, presencialmente,
06:45ela é maior do que todos esses itens aqui
06:47de descoberta online, né?
06:50Redes sociais, influenciadores,
06:51tudo isso fica abaixo do papel que tem um display
06:55numa loja, por exemplo, apresentando um produto, né?
06:58Um exemplo, ou ações dentro da loja, né?
07:01Lojas estão se reinventando.
07:03Então, muito vem sendo discutido nos últimos anos
07:06sobre o reposicionamento das lojas.
07:08Existem marcas famosas, globais, de moda, por exemplo,
07:12que criaram cafés e restaurantes dentro da loja.
07:15Então, ela gera um fluxo diferente e novo
07:17dentro dessa loja.
07:18Muitos são clientes que já conhecem a marca.
07:21Muitos, a primeira experiência que teve com a marca
07:22foi tomar um café.
07:24Então, isso gera coisas novas
07:26que, às vezes, no online não é tão simples de fazer.
07:30Parece simples, mas nada é simples no varejo.
07:33William, dados são super importantes
07:36para qualquer negócio, para o varejo não é diferente, né?
07:39Agora, no varejo, qual o papel da inteligência artificial
07:41nessa produção de dados para guiar o negócio?
07:44Crescente.
07:44Não só em produção, mas em análise também.
07:47Então, os casos que nós vemos no varejo no mundo todo
07:50e no Brasil também, tem muito a ver com os dois lados.
07:53Como você usa inteligência artificial dentro de casa
07:55para você analisar melhor dados, criar dados
07:59e gerar ofertas e experiências melhores para o cliente.
08:03Mas também a relação de inteligência artificial com o consumidor final.
08:08Ele também se relaciona cada vez mais,
08:10isso é um fato importante da nossa pesquisa,
08:11que mostra em todo o mundo, todas as faixas etárias,
08:15as pessoas se relacionam cada vez mais com inteligência artificial
08:18de uma forma natural.
08:20Então, isso cria outras coisas que podem acontecer.
08:24Então, hoje, todos os sistemas de relacionamento são feitos
08:28para conhecer o Fábio, o William, a pessoa.
08:31Talvez daqui a um tempo, talvez não tanto tempo assim,
08:34eles tenham que conhecer também o agente que o Fábio usa,
08:36o agente de inteligência artificial que o William usa,
08:39porque o William vai pedir para a gente fazer as compras
08:40e não vai direto mais lá.
08:42Então, tem coisas que podem acontecer,
08:44a gente está vendo um caminho bastante interessante, né?
08:46Sempre tem novidade.
08:48Transformação em andamento.
08:49William Valiante, sócio líder de varejo da UI na América Latina.
08:54Obrigado, William, pela gentileza da presença,
08:56pela análise e uma boa noite para você.
08:59Muito obrigado.
08:59Para você também e para todos que nos veem.
09:01Muito obrigado.
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