O presidente Lula reforçou a expectativa de assinar até o fim do ano o acordo Mercosul-União Europeia. José Ronaldo Souza Jr., professor de economia do Ibmec, analisa os entraves políticos, o impacto das tensões com Donald Trump, o papel do México e o atual cenário econômico da UE, com destaque para Alemanha e Itália.
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00:00O presidente Lula compartilhou uma postagem do vice-presidente da República, o Geraldo Alckmin,
00:05afirmando que a União Europeia deu mais um passo, e o que o Alckmin chamou de decisivo,
00:11para aumentar o comércio, os investimentos e também os empregos.
00:15Lula escreveu, abre aspas,
00:17Isso mesmo, companheiro Geraldo Alckmin, até o final do ano, em nossa presidência do Mercosul,
00:23este acordo estará assinado, beneficiando produtores e consumidores do Mercosul e da União Europeia, fecha aspas.
00:32Para a gente falar sobre os impactos que os acordos comerciais entre União Europeia, Mercosul e México
00:38podem gerar na economia global, e também a gente fala sobre a União Europeia de um modo geral,
00:45eu converso agora com o José Ronaldo Souza, que é professor de economia do IBMEC,
00:50a quem eu começo aqui o nosso papo, saudando ou agradecendo a presença aqui na nossa programação.
00:58Professor José Ronaldo, eu queria começar com essa notícia que é mais quente.
01:03Agora, professor José, eu uso muito essa expressão, parece que eu sou o pessimista da sala, mas não é isso.
01:12Preciso me apegar aos fatos, né?
01:14Essa história, ela avança, mas parece que ela sempre patina no mesmo ponto.
01:18Nem todos os países, os 27 integrantes, são favoráveis.
01:24A reportagem aí, o pronunciamento do nosso correspondente na Europa falava de França e Polônia.
01:30E também sei da regra que se houver uma negativa, todo esse esforço vai por água abaixo.
01:37Porém, nós temos um novo fato agora na economia mundial, um novo personagem agora no século XXI,
01:43chamado Donald Trump, que está redesenhando as relações entre os países.
01:49Seria Donald Trump aí o fiel da balança para colocar a bandeja de prata nessa assinatura
01:56dessa suposta maior zona de livre comércio do mundo?
02:01Será que o tarifácio do Trump pode fazer com que França e Polônia mudem de ideia?
02:07Boa noite mais uma vez.
02:09Boa noite, obrigado pelo convite.
02:13Sim, essa mudança de política externa dos Estados Unidos,
02:17ela favorece essa união entre a União Europeia e Mercosul por duas vias.
02:23Tanto o Brasil agora tenha o maior interesse em fazer esse acordo,
02:31como a própria União Europeia, para tentar confrontar essa situação,
02:36no sentido de tentar ampliar suas conexões com outros países, com outras regiões,
02:44de forma também a diversificar a sua área de influência e se contrapô um pouco a essa política dos Estados Unidos.
02:53Então, eu diria que esse problema do tarifácio está dando aí um empurrão para esse acordo.
03:00E é bom lembrar que esse acordo pode ser muito bom para as duas partes.
03:05A gente pode falar isso aqui um pouco mais, mas são regiões que têm complementariedade e isso poderia ser positivo para ambos.
03:14Agora, professor José Ronaldo, antes da gente falar, queria a sua ajuda para a gente fazer um raio-x da União Europeia.
03:20A gente teve dados ontem da economia brasileira do PIB e também dados recentes do PIB da Alemanha e da Itália.
03:27Para um segundo momento, só queria fechar essa questão da possibilidade de um acordo entre Mercosul e União Europeia.
03:34Eu falei de um outro personagem que é o Donald Trump, mas agora a gente tem um quarto elemento, né?
03:39Depois de Mercosul, União Europeia e Donald Trump, o México entrou nessa equação.
03:44Ele pode mais ajudar ou mais atrapalhar o Brasil?
03:47É um outro país latino, tem ali um perfil relativamente tropical, não tem as mesmas commodities agrícolas que nós temos, tem outros produtos, mas está desse lado aqui do Atlântico.
04:00Nesse sentido, é um aliado ou é, não vou dizer inimigo, mas pode ser uma pedra no nosso sapato?
04:05Eu confesso que é difícil saber agora qual vai ser essa influência, até porque o México depende muito dos Estados Unidos.
04:14Para o México seria interessante esse tipo de diversificação, mas ele está muito ligado aos Estados Unidos e dificilmente o México vai confrontar os Estados Unidos.
04:23E não sabemos, então, ainda se isso vai ser bom ou ruim para o acordo e até mesmo se vai depender disso ou não, tá?
04:32Porque pode ser que saia o acordo com o Mercosul sem vingar o acordo com o México.
04:37Claro.
04:39Professor José Ronaldo, virando a página, né?
04:42Variações do mesmo tema, sem sair do tom, queria olhar para a economia da União Europeia.
04:47Fazendo um paralelo, pela coincidência das datas, ontem nós tivemos a publicação aqui dos dados do segundo trimestre do PIB brasileiro,
04:56um pequeno aumento, 0,4, houve um aumento, porém, desacelerado, se esperava 0,3, vem um pouquinho acima,
05:06um crescimento acumulado do nosso PIB 2,2, mas o nosso papo não é sobre o Brasil, é sobre a União Europeia.
05:12É só para fazer um paralelo, porque eu também tenho esses dados, por exemplo, da Itália,
05:17que houve um retrocesso, um encolhimento de 0,1% do PIB no mesmo período,
05:25terceira maior economia da zona do euro, da União Europeia,
05:29e mais preocupante ainda, a grande locomotiva econômica da União Europeia,
05:34a Alemanha, que teve aí uma queda de 0,3%, porque a energia que vinha antes mais baratinha da Rússia ficou mais cara,
05:46então essa dependência energética que os alemães tinham da Rússia ficou mais cara,
05:49teve um impacto no setor industrial.
05:52Diante dos seus conhecimentos, professor José Ronaldo,
05:56Alemanha com menos 0,3%, Itália com menos 0,1%.
06:00Isso é um amarelo piscante de atenção para o que pode vir aí a ser um encolhimento da economia da União Europeia?
06:11A gente tem que tomar cuidado olhando o dado de um trimestre,
06:16mas certamente a Europa vive um momento não muito positivo.
06:21Ela tem aí ficado decadente relativamente aos demais países,
06:28a economia da Europa tem crescido pouco,
06:33a locomotiva, como você mesmo mencionou, tem sido a Alemanha,
06:38mas a Alemanha agora está com esse problema grave,
06:41que é esse aumento de custos da energia.
06:44A Alemanha fez uma troca, ficou sem as usinas nucleares,
06:50já há algum tempo e passou a depender muito do gás importado da Rússia.
06:57Eles tinham acabado até de construir outro gasoduto
07:00no momento que eclodiu a crise internacional com a Rússia.
07:04Então, isso aumentou muito o custo deles e eles não têm alternativa de curto prazo.
07:09Até mesmo no longo prazo, pode ser que haja alguma parceria com o Brasil
07:14em relação a isso, para importações de drogues em verde,
07:16mas também não é barato, também não ia ajudar a, digamos,
07:21a melhorar esse cenário em termos de preços.
07:26Entendi.
07:27Senhor José Ronaldo, como a gente viu,
07:28essa novela, no melhor sentido, inclusive, da palavra, da expressão,
07:33entre Mercosul e União Europeia,
07:35ainda vão gerar muitos outros capítulos.
07:37Vou pedir para o senhor sempre estar com o telefone ligado aí,
07:41perto do coração, para nos atender sempre que necessário.
07:45Talvez tenhamos novos desdobramentos muito em breve.
07:49Enquanto isso não acontece, eu encerro aqui o nosso papo
07:52agradecendo muitíssimo os seus conhecimentos,
07:56o seu tempo dedicado aqui a nós.
07:58Conversei com José Ronaldo Souza,
08:01professor de Economia do IBEMEC.
08:03Professor José Ronaldo, espero que tenha sido
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