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José Niemeyer, economista e professor de Relações Internacionais do Ibmec - RJ, analisou a ligação de Trump para Lula. Ele destacou que a iniciativa americana indica interesse em negociar e manter uma boa relação política e econômica.

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Transcrição
00:00Um dos agitos do dia se deve à conversa tão esperada e prometida entre Lula e Trump que finalmente aconteceu.
00:07O presidente dos Estados Unidos ligou para o líder executivo brasileiro nesta manhã.
00:11A conversa durou 30 minutos e durante esse tempo Lula relembrou a relação amistosa de 201 anos entre Brasil e Estados Unidos
00:20e pediu a revogação da sobretaxa de 40% sobre produtos nacionais e também das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
00:29A gente vai repercutir mais sobre essa conversa, esse telefonema.
00:33Então, Felipe Machado, nosso analista, já se juntou a nós.
00:35Felipe, boa tarde.
00:36Boa tarde, Natália. Boa tarde. Boa tarde a todos.
00:39E juntos a gente vai conversar com o economista e professor de Relações Internacionais do IBMEC do Rio de Janeiro, José Niemeyer,
00:46para saber o que se pode esperar do desenrolar dessa ligação.
00:49Tudo bem, professor? Boa tarde. Bem-vindo mais uma vez ao Fast Money.
00:53Oi, Natália. Obrigado pelo convite. Um abraço ao teu, Felipe, o assinante da TPC.
00:59Obrigado.
01:00Obrigada, professor. Bom, já falamos aqui sobre as expectativas, o que se podia esperar.
01:07E aí, de fato, aconteceu esse telefonema tão esperado, depois daquele encontro lá positivo, cheio de boa química lá na ONU.
01:17Como o senhor avalia até agora o que a gente sabe desse telefonema?
01:21Lembrando que a gente só teve as informações por parte do governo brasileiro,
01:25nenhuma manifestação até agora por parte dos Estados Unidos, né, professor?
01:30Pois é, Natália. É interessante. Em qualquer negociação, quem toma a iniciativa da conversa, numa conversa específica,
01:37é porque está interessado. E o presidente Trump, parece, a informação que nós temos, ele ligou para o presidente Lula.
01:44Então, é o chefe de Estado dos Estados Unidos ligando para o chefe de Estado brasileiro.
01:48Isso já mostra um caminho bom para a negociação.
01:52Uma outra coisa, eles conversaram sobre como eles estão conversando bem.
01:58Quer dizer, eles usaram um momento no telefone para falar tanto do bom encontro nas Nações Unidas,
02:03como da própria conversa que estavam tendo ali.
02:06Era como se eu ficasse conversando com você e elogiando a nossa própria conversa.
02:10Ambos elogiando a conversa.
02:12Então, é algo que não se conversa sobre o sério da questão, mas tem-se ali um momento interessante
02:19para trocar uma boa energia, né?
02:22E o outro ponto fundamental, o terceiro, é que o presidente Lula e o presidente Trump
02:27decidiram que não vão conversar tecnicamente sobre o assunto, tarifácio, leis extraterritórios,
02:36leis norte-americanas que estão sendo colocadas na realidade jurídica brasileira,
02:43e vão deixar isso para os técnicos, que são o ministro das Relações Exteriores, no caso do Brasil,
02:48o vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem uma experiência grande e é ministro na área de comércio exterior,
02:53indústria, comércio, e o ministro Haddad.
02:56Achei muito interessante o ministro Haddad participar dessa nova conversa no futuro,
03:05com também chefes das agências norte-americanas, o ministro Haddad participar,
03:11porque Haddad não vinha participando muito das questões ligadas ao tarifácio,
03:16diretamente na negociação.
03:18Era mais o ministro Alckmin, vice-presidente.
03:20E agora o presidente Lula convoca o ministro Haddad para participar.
03:24Isso pode mostrar vários caminhos para o futuro, inclusive com relação à eleição de 2026 no Brasil, na minha opinião.
03:34E, professor, enquanto a gente conversava aqui, o presidente Trump postou na rede dele, Truth Social,
03:40então vamos conferir juntos essa postagem de dois minutos atrás.
03:43Ele fala assim,
03:44Essa manhã eu tive uma ótima conversa telefônica com o presidente Lula, do Brasil.
03:49Nós discutimos muitas coisas, mas o foco principal foi economia e o comércio entre os dois países,
03:57nossos dois países.
03:59Teremos novas discussões e nos encontraremos num futuro não muito distante,
04:04tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
04:08Eu gostei da conversa, enjoy the call.
04:10Nossos países se darão muito bem juntos.
04:12Que mudança, hein, professor?
04:14É, eu acho, Thalian, que está havendo que, por mais que os Estados Unidos da América
04:20sejam a superpotência mundial,
04:22o presidente Trump está sendo muito pressionado dentro do governo norte-americano,
04:26pelas estruturas do Estado,
04:28pressionado do ponto de vista de conselhos diferentes.
04:31Alguns acham que ele deve fazer algo mais ameno,
04:34outros acham que ele deve ser mais agressivo com relação ao Brasil.
04:37Isso começa a pesar para ele, até porque ele tem que decidir questões
04:41que eu considero mais sérias do que eu tarifácio com relação ao Brasil,
04:45que é a guerra na Ucrânia,
04:47o novo posicionamento da China nos assuntos de segurança,
04:51as questões internas.
04:53Nessas semanas, o orçamento não está fechando nos Estados Unidos.
04:57Isso é gravíssimo no ponto de vista da governabilidade,
05:00os democratas pressionando, como a reportagem também mostrou.
05:03Então, eu tenho a impressão que hoje, quando o presidente Trump acordou,
05:07mesmo antes de conversar com seus assessores,
05:10ele conversou com ele próprio e disse, para ele próprio,
05:13eu acho que eu tenho que diminuir o peso nas minhas ações
05:18com relação ao governo brasileiro e com relação ao Brasil mesmo,
05:21porque o Brasil é um parceiro importante.
05:23Eu acho que isso acaba surgindo na cabeça do líder,
05:26de acordo com a conjuntura que ele está vivendo.
05:28E a conjuntura do presidente Trump, por vista da decisão,
05:32é muito complexa nesse momento.
05:34Bons pontos mesmo.
05:35Felipe, sua pergunta agora.
05:37Professor, boa tarde, mais uma vez.
05:39Professor, muito interessante essa relação entre os dois,
05:43o presidente Trump e o presidente Lula,
05:45aquele encontro, o que será que aconteceu naquele encontro na ONU
05:48para eles ficarem tão amigos,
05:49para ter mudado de uma maneira tão radical essa relação entre os dois países.
05:53Então, isso é tudo muito positivo.
05:55A única coisa que eu achei curiosa é que, em relação à nota que o governo brasileiro soltou,
06:01eles disseram que, a partir de agora,
06:02claro, os presidentes pretendem se encontrar,
06:04falaram que talvez no encontro da ASEAN, que vai ser ainda esse ano,
06:08mas o que eles disseram na nota é que, a partir de agora,
06:12o Marco Rubio, o secretário de Estado do Marco Rubio,
06:15vai dialogar com o vice-presidente-geral do Alckmin.
06:19Enfim, mas a questão que parece é que, assim,
06:21se fosse o Scott Bass, que é secretário do Tesouro,
06:24eu imaginaria uma relação um pouco mais voltada para a economia,
06:27talvez o Scott Bass com o vice-presidente Alckmin
06:30ou com o próprio ministro Fernando Haddad.
06:32Quando ele coloca o Marco Rubio, que é o secretário de Estado,
06:34que tem uma postura um pouco mais radical,
06:36um pouco mais agressiva em relação à América Latina,
06:39de uma maneira geral, e ao Brasil em específico,
06:41de acordo principalmente com as postagens que ele vem fazendo ao longo do tempo,
06:45me dá uma certa preocupação.
06:46Qual que é a visão do senhor?
06:48Você tem razão, porque eu falei aqui, na primeira parte da nossa conversa,
06:52que, por parte do Brasil, vão conversar o chanceler Mauro Vieira,
06:56o vice-presidente Alckmin e o ministro Haddad.
06:59Três interlocutores de peso e com muita experiência em negociação,
07:03em números ali para mostrar.
07:05Por parte dos Estados Unidos, você colocou bem,
07:08vai estar lá o chanceler, o secretário de Estado, Marco Rubio,
07:13que é um radical, principalmente com relação à interpretação
07:16do que ocorre na política da América Latina.
07:19Ele é um radical com relação à Venezuela, outros países,
07:22parece que está cada vez mais radical com relação ao Brasil.
07:25Só que aí vai ser mais uma conversa,
07:28e não vai ser entre o presidente Trump e o presidente Lula.
07:30Eles vão se retirar, e aí vai ser uma conversa,
07:33uma perspectiva mais técnica.
07:35E acho, inclusive, que para esse tipo de conversa mais política,
07:39tanto o Mauro Vieira quanto o Alckmin, o vice-presidente Alckmin,
07:42tem muita competência para conversar.
07:44E depois devem ter outras conversas, aí talvez com os outros secretários
07:48que estão mais envolvidos com a área de comércio.
07:51Eu não acredito, Filipe, que vão baixar todas as tarifas impostas
07:55aos produtos brasileiros.
07:57Eu não acredito nisso.
07:58Até porque já sabemos que boa parte dos produtos que foram taxados
08:02já estão sendo muito bem negociados com outros mercados.
08:06O governo brasileiro foi muito eficiente, o Tamaraty,
08:09e o vice-presidente Alckmin, muito eficiente se buscar nossos mercados
08:13para esses produtos.
08:15Então, o tarifácio, depois desse tempo todo, quase alguns meses, eu imagino,
08:21nós podemos dizer que não foi algo tão duro para a economia brasileira.
08:26Até fez com que surgissem novas oportunidades de comércio
08:30e novos parceiros para o Brasil.
08:32Mas, voltando à sua questão, é difícil conversar com o Marco Rubio,
08:36que é um radical, é um radical do ponto de vista da questão
08:39Ocidente, Oriente, liberalismo, comunismo.
08:44Ele tem uma visão muito, na minha opinião, segmentada
08:49a respeito dessas ideias e conceitos.
08:52Então, é difícil conversar com ele.
08:53Ele sempre vem com uma...
08:55Você vem com uma tese, ele vem com uma antítese o tempo todo.
08:58Mas, como eu disse, não imagino que seja só uma conversa
09:01com o Marco Rubio daqui para frente.
09:03Eu acho que ela pode se desdobrar para conversas mais técnicas.
09:06E aí, o papel do ministro Haddad também será muito importante.
09:11Certo.
09:11Vamos aguardar, então, né?
09:12E repercutindo conforme as coisas avançarem.
09:15Quero agradecer a José Neymar, economista e professor de Relações Internacionais
09:19do IBENEC, do Rio de Janeiro, pela participação aqui ao vivo no Fast Money.
09:23Obrigada, viu, professor?
09:25Volte sempre.
09:26Natália, eu que te agradeço.
09:28Um abração a você, ao Felipe e aos assinantes da CNBC.
09:32Até a próxima.
09:33Tchau, tchau.
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