O plástico está em todos os produtos exportados, diz presidente Abiplast sobre efeitos do tarifaço

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Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta quinta-feira(14), José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), destacou que “o plástico participa do processo produtivo como componente e também é utilizado como embalagem. Em exportações de alimentos, por exemplo, a embalagem plástica representa entre 15% e 25% do preço final do produto”.

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00:00A indústria do plástico alerta para os efeitos colaterais do tarifácio.

00:05Embora não esteja entre os setores diretamente atingidos,

00:08o segmento é fornecedor estratégico de embalagens e insumos para exportação.

00:13A Abiplast avalia as medidas anunciadas nesta quarta-feira para ajudar os setores

00:18e o que ainda falta para proteger a cadeia produtiva.

00:22E quem conversa com a gente agora para falar sobre este setor é o José Ricardo Roriz Coelho,

00:27presidente do Conselho da Abiplast.

00:30José Ricardo, muito bom dia para você. Tudo bem? Seja bem-vindo aqui ao Real Time.

00:36Bom dia, Eric. Bom dia a todos que nos assistem.

00:39José Ricardo, qual é o efeito esperado para a indústria do plástico

00:42que atua como fornecedora em várias cadeias produtivas?

00:47Bom, o plástico é vendido aos Estados Unidos como um produto final,

00:52como um produto intermediário, ele participa do processo produtivo como um componente

00:57e também o plástico é utilizado como uma embalagem.

01:01Quando você, por exemplo, exporta um alimento, o alimento é exportado com uma embalagem plástica.

01:07E a embalagem plástica tem um custo na fabricação entre 15% a 25% do preço do alimento final.

01:18Então, o plástico praticamente entra em todos os produtos que são exportados nos Estados Unidos,

01:25já que ele tem uma correlação com o PIB de 95%.

01:28Onde tem PIB, tem plástico.

01:30Então, os produtos que são exportados, de uma forma ou de outra, tem um produto plástico presente.

01:36E as medidas apresentadas pelo governo ontem com crédito e adiamento de impostos,

01:41tem potencial de amortecer os danos do setor?

01:45Bom, o ponto central é a gente diminuir esse imposto de importação de 50%,

01:52se não conseguirmos voltar até 10%, que seja 15%, 20% ou alguma coisa que não seja 50%.

01:59Porque 50% praticamente vai tirar a nossa competitividade para exportar para os Estados Unidos.

02:07Essas medidas, elas ajudam por um curto espaço de tempo.

02:12São medidas que são necessárias para que essas empresas não tenham dificuldades

02:17ou possam mesmo até vir a parar sua produção, demitir pessoal.

02:22Mas o fato mais importante é que nós não podemos deixar de exportar para os Estados Unidos,

02:28que é um dos mercados mais importantes do mundo.

02:30E são os melhores consumidores, porque os Estados Unidos são uma população muito grande,

02:34é uma população consumista, é uma população que tem uma renda alta,

02:39tem uma logística de exportação muito fácil para exportar para os Estados Unidos

02:43e qualquer empresa, ela gostaria de estar exportando para aquele mercado.

02:49Você falou aí de uma redução do tarifácio de Trump.

02:54O senhor vê uma redução a médio ou até curto prazo dessa taxa de 50%?

03:00Eu acho que deve ser o foco central de tudo que está sendo negociado.

03:06Você tem duas coisas em paralelo, eu acho que tem uma discussão política muito grande em cima disso,

03:13mas o foco tem que ser na discussão comercial, resolver essa questão comercial

03:18e separar essas duas coisas, para que a gente possa, com objetividade,

03:23voltar a ter condições de exportar para os Estados Unidos.

03:25É certo que alguns segmentos industriais tiveram a redução da sua alíquota em relação ao que foi anunciado,

03:33mas nós não podemos, como eu falei anteriormente,

03:37deixar de que na grande maioria das empresas brasileiras,

03:41você tem o mercado americano como algo para a gente exportar.

03:45Nós já exportamos muito pouco, nós temos em relação ao PIB do Brasil,

03:50o que o Brasil exporta é muito pouco, o Brasil é um país fechado.

03:53E logo os Estados Unidos, que é o nosso segundo maior mercado,

03:56se a gente deixar de exportar para ele, vai comprometer bastante toda a nossa competitividade internacional.

04:03E caso o tarifácio se mantenha aí num longo prazo, ou se prolongue,

04:07qual que é a estratégia para redirecionar a produção, evitar perdas e manter empregos no segmento?

04:14O dano vai ser muito grande.

04:15E outra coisa, num momento como esse, a maioria dos países também tiveram um aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos.

04:24Então, essas empresas também estão procurando outros mercados.

04:27Elas estão, o que deixaram de vender nos Estados Unidos, estão tentando levar para outros mercados.

04:33Agora, para você desenvolver um produto novo, você leva quase que um ano.

04:37Você tem que desenvolver todos os canais de distribuição local, você tem que observar os clientes,

04:44você tem que testar o seu produto, você tem que ver frequências de navio, portos, etc., custo de transporte.

04:51Isso leva de um a dois anos.

04:53Então, não vai ser fácil, porque a competição está muito acirrada,

04:57de todos os países que vão deixar de exportar alguma coisa para os Estados Unidos,

05:01e estão procurando outros mercados.

05:02E, além disso, você precisa de um tempo para desenvolver novos clientes em outros mercados.

05:08José Ricardo Roriz Coelho, queria muito agradecer a sua participação aqui no Real Time.

05:13Muito obrigado, viu? Uma ótima quinta-feira para o senhor.

05:16Eu que agradeço o convite de estar participando do programa com vocês.

05:20Até mais.

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