Luis Felipe Vital, estrategista-chefe de macro e dívida pública da Warren Investimentos, analisou no Real Time os impactos da decisão do Copom. Com inflação ainda fora da meta e cenário externo incerto, a taxa deve seguir em 15% por mais tempo. Cortes só devem começar em 2026.
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00:00Esta semana é semana de reunião do Copom, anúncio de taxa básica de juros e o Banco Central deve anunciar na quarta-feira como fica a Selic de agora em diante.
00:10A aposta da maioria dos analistas de mercado é na manutenção do juro em 15% ao ano e aí interrompe uma sequência de sete altas consecutivas.
00:20Vamos conversar então sobre os impactos da taxa com o Luiz Felipe Vital, ele que é estrategista-chefe de macro e dívida pública da Warren Investimentos.
00:31Oi Luiz Felipe, muito boa tarde agora para você, seja bem-vindo aqui ao Real Time, tudo bem?
00:37Erick, boa tarde, é um prazer estar aqui com vocês.
00:39O prazer é todo nosso de recebê-lo.
00:41Luiz Felipe, o Copom tem uma missão nada fácil porque recebe um pouco de pressão ali do governo para cortar a taxa de juros, porque aí você destrava a economia, aí é possível fazer mais investimentos com uma taxa menor, mas por outro lado a inflação ainda não está controlada e é o instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação e trazer aqui para o teto da meta.
01:05A gente viu hoje no boletim Focus que a inflação ainda está estourando o teto da meta, a projeção dos analistas é de R$ 5,09 para R$ 2.025.
01:13E aí fica cada vez mais fácil de achar um cenário para corte de juros, o Banco Central então deve manter 15%, segundo o Galípulo, ainda por um período bem longo, não é isso Luiz Felipe?
01:25Perfeitamente, acho que esse talvez seja um dos copons mais fáceis de se prever a decisão, porque o mercado todo e a comunicação do Banco Central também foi muito clara no sentido
01:35que o Banco Central encerrou esse ciclo de altas e a partir do encerramento desse ciclo de altas ele pretende manter a taxa nesse nível que é bastante restritivo
01:47por um período bastante prolongado. E o que a gente quer dizer com esse período bastante prolongado?
01:52O Banco Central veio de um ajuste que foi bastante rápido e forte, ele aumentou a taxa de juros desde o último semestre do ano passado em 450 pontos
02:03e existe uma defasagem entre a decisão do Banco Central e o tempo que isso leva para ter reflexo na economia.
02:10Então o Banco Central faz essa pausa nesse momento justamente para vamos aguardar, vamos ver qual vai ser o efeito disso na economia
02:16para saber os próximos passos. Então acho que para a maior parte do mercado, para os economistas, a decisão de manter a taxa de 15% está dada,
02:25mas todo mundo vai querer buscar ali na decisão quais serão os próximos passos, o que é bastante prolongado para o Banco Central,
02:32em que momento ele começará a cortar juros? Vai ser desde 25, vai ser desde 26? Então está aí o principal ponto de debate dessa decisão de quarta-feira.
02:41Prevê uma taxa de 15%, então não haveria corte até o fim do ano, a projeção é que é a partir de 2026.
02:52Agora, existe espaço ou depende muito ainda do cenário principalmente externo e do fiscal aqui?
02:59Porque a gente não sabe como vão ficar as tarifas de Donald Trump, até sexta-feira ainda uma margem de negociação.
03:06Por aqui, o governo ainda precisa entregar uma política fiscal. Você acredita também que vai se manter esses 15%
03:15que não haverá corte até pelo menos o fim de 2025?
03:20Perfeito. No cenário da hora de investimentos, os cortes começam após o primeiro trimestre do ano que vem.
03:26E por que a gente diz isso? A gente tem uma quantidade bastante grande de incertezas no cenário.
03:32Então, quando a gente olha, vou dar um exemplo mais claro, as expectativas de inflação.
03:37As expectativas de inflação seguem desancoradas. O que quer dizer seguir desancoradas?
03:42Quer dizer que a maior parte dos participantes do mercado não acredita que para o ano de 2026
03:47o Banco Central conseguirá cumprir a meta.
03:50Se a gente olhar o dado que saiu hoje pela manhã da inflação do ano fechado IPCA 2026,
03:56ela caiu na margem. Ela está em 4,44% para um centro da meta que é de 3%.
04:02Então, a maior parte dos economistas acreditam que a inflação em 2026 continuará alto.
04:07E a gente tem um Banco Central que é preocupado com sua credibilidade.
04:10E um Banco Central preocupado com a credibilidade cortaria juros com o mercado todo achando
04:16que o centro da meta ainda continua distante?
04:19Então, esse é um ponto.
04:20O outro ponto é que atividade econômica, a gente passa por um processo de desaceleração
04:24da atividade econômica até desacelerar a inflação.
04:28Os primeiros sinais começam agora.
04:30A gente tinha sinais bem incidentes, agora a gente já observa alguma moderação.
04:34E essa semana, inclusive, teremos mais indicadores de atividade de mercado de trabalho.
04:39Então, a gente está indo para uma desaceleração mais lenta.
04:42E essa desaceleração mais lenta, ela mostra que talvez ali no final do primeiro trimestre,
04:48até o segundo trimestre de 2026, a gente já tenha condições para que o Banco Central
04:51corte juros, mantendo essa credibilidade, mantendo ali a busca pelo centro da meta,
04:57que é super importante para o Banco Central.
04:59Agora, Luiz Felipe, a gente também tem reunião lá no FED nos Estados Unidos.
05:04E a previsão também é de manutenção nessa próxima reunião.
05:07Quer dizer, é uma super quarta que não é tão super.
05:10A gente estava comentando que é mais fraquinha, apesar da taxa de juros,
05:14porque a gente meio que o mercado já espera manutenção, tanto aqui no Brasil quanto lá.
05:19Porém, há uma projeção, uma previsão de que o FED comece a cortar os juros a partir de setembro.
05:25E aí você tem alguns mercados cortando.
05:27Então, seria isso.
05:28Estados Unidos, se cortassem a partir de setembro, você já tem China, a Europa, Reino Unido, enfim.
05:34Não dá para ficar muito atrás desses outros países, porque senão você perde competitividade.
05:39Aí é mais uma pressão para o Banco Central brasileiro em relação aos juros?
05:45Perfeito.
05:46O Banco Central americano decide juros também essa semana e num ambiente bastante incerto.
05:50A gente tem o presidente do Banco Central americano com pressão para cortar juros.
05:55A gente acredita que o Banco Central vai seguir essa política mantendo juros por mais um período,
06:00mas corta juros antes do Brasil.
06:03Enquanto o Brasil corta em 2026, o Banco Central americano corta antes.
06:07E isso também mostra, quando a gente olha a curva de juros dos Estados Unidos,
06:10o mercado também precifica, de forma geral, um corte de juros mais cedo.
06:14É um fator positivo que ajuda ali o Banco Central a querer buscar o corte de juros,
06:19mas a gente vê vários elementos que estão ajudando o cenário para que o Brasil corte juros de forma segura.
06:27O movimento do real contra o dólar, a taxa de dólar, do dólar, a taxa de câmbio, como a gente vê aqui,
06:33que tem caído e cair ajuda bastante a inflação e, ao ajudar a inflação,
06:40também cria um cenário para que o Banco Central consiga cortar juros com mais seguranças.
06:44E aí a gente traz a questão das tarifas.
06:47Eu acho que a maior parte dos cenários que a gente analisa sobre tarifas vão dizer o seguinte,
06:52no cenário onde o Brasil não retalia, no cenário onde o Brasil consegue negociar,
06:56a implantação da tarifa pode ajudar a inflação também.
07:03Então, mais um fator que ajudaria a inflação e faria o Banco Central cortar juros antes.
07:08Mas, mesmo assim, a gente ainda tem uma folga bastante grande ali de inflação até o centro da meta.
07:13Levaremos mais um tempinho para ver os reflexos na economia,
07:16atividades acelerando com condições para poder cortar juros.
07:19Luiz Felipe, queria agradecer muito a sua participação aqui no Real Time.
07:23Obrigado, viu, por nos entender também, ou nos fazer entender esse movimento da taxa de juros.
07:31A decisão do Copom é praticamente uma unanimidade no mercado que vai se manter,
07:35mas para a gente entender daqui para frente a longo prazo.
07:38Uma ótima segunda, uma boa semana e um abraço para você.
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