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Com o prazo apertado para um acordo com os EUA, a Índia se recusa a ceder em pontos estratégicos como o acesso ao seu setor agrícola. Mariana Almeida analisa a postura firme de Nova Delhi, que já ultrapassou o Japão como terceira maior economia mundial.

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Transcrição
00:00E vamos a mais um destaque do site da CNBC? Já vai piscar aí na tela pra você, olha só.
00:05À medida que a janela para a Índia selar um acordo comercial com os Estados Unidos se fecha em 1º de agosto,
00:12quando as tarifas devem aumentar pra 26%, Nova Delhi parece não se incomodar com o prazo iminente, disseram analistas à CNBC.
00:22Isso ocorre mesmo quando um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão foi anunciado na quarta-feira,
00:28que abordou pontos de discórdia sobre maior acesso ao mercado para automóveis e também produtos agrícolas americanos.
00:37Como o Japão, a Índia resistiu a um maior acesso ao mercado para produtos agrícolas americanos,
00:43justamente pra proteger os seus agricultores locais, que formam um bloco eleitoral considerável.
00:49Em seu recente acordo comercial com o Reino Unido, finalizado na quinta-feira,
00:54a Índia conseguiu proteger os seus setores agrícolas mais sensíveis de concessões tarifárias.
01:01Bom, Mari, a gente viu então aí no anúncio que a China, a China não, perdão,
01:07a Índia ainda está num prazo iminente em relação ao acordo e, diferentemente do que está acontecendo no Japão,
01:16eles não concordam com algumas questões como o Japão já concordou e já colocou em pauta ali no anúncio, no acordo.
01:22Pois é, a Índia está num movimento bem interessante da gente entender mais a fundo o porquê que ela está desfazendo.
01:29Além desse debate sobre o acordo com os Estados Unidos, vamos lembrar que ainda essa semana
01:33ela também fez conversas com a União Europeia e foi lá colocando suas exigências e suas questões
01:40em relação a um ambiente de livre comércio com a União Europeia.
01:43principalmente o tema que a União Europeia propôs, que era a questão de, em situações de crise,
01:50que parecem ser praticamente permanentes, na verdade, no atual cenário, mas em situações de crise econômica,
01:55não tomar decisão junto com os demais membros do livre comércio, desse bloco que seria criado.
02:00E aí, ou seja, junto com a União Europeia, e aí a Índia se posicionou ali como independente
02:06e o tom que ela está usando também na negociação com os Estados Unidos para seguir essa mesma linha,
02:11que é de tentar identificar quais são, de fato, os seus potenciais e entrar na mesa fazendo a negociação mesmo,
02:18sem necessariamente abrir para tudo que venha como proposta de Donald Trump.
02:22A gente comentou aqui diversas vezes que nesse sistema de construção de acordos,
02:28o que aparece muitas vezes, pelo menos na superfície do processo, é algo muito unilateral.
02:34Quer dizer, o próprio método de enviar cartas dizendo quanto que vão ser as tarifas
02:38é um método que tenta colocar uma relação bastante desigual, de cima para baixo,
02:44onde os Estados Unidos definem e quem puder acata.
02:48A ideia de realmente criar uma negociação, poucos países conseguiram sair com a cara de negociados, né?
02:53E a Índia está tentando ocupar esse espaço.
02:55Vamos lembrar que a Índia, nesse movimento, foi o país que recebeu também a nova fábrica da Apple
03:01quando foi pressionado lá os acordos da China, a Apple rapidamente se moveu da China para a Índia.
03:09Donald Trump questionou, falou, opa, não era isso, era para voltar para os Estados Unidos.
03:13Mas a Apple insistiu, a Índia insistiu e a fábrica foi instalada ali numa tentativa de relocalização
03:21para ter uma maior abertura de negociação.
03:24Índia que tem uma economia muito rural, mas que vem se urbanizando e que tem um foco de tecnologia
03:29também bastante significativo e que fez o país atingir a terceira posição nas maiores economias internacionais.
03:35Então, ela tem aí a sua capacidade, as suas cartas na manga para fazer a negociação
03:41e parece que tem se posicionado como um país que vai usar essas cartas,
03:46ainda que tenha, obviamente, seja um país de renda média, não é um país como os Estados Unidos, né?
03:51De renda alta, mas justamente por isso preocupada com o futuro do seu desenvolvimento
03:56e não disposta a abrir mão dos impactos mais gerais que qualquer acordo pode ter sobre a sua economia local.
04:02Mari, mas muitos analistas, inclusive, comentam que a Índia pode sim se tornar uma superpotência no século XXI ainda, né?
04:09É, então, considerando até esse salto, ela ultrapassou o Japão do ponto de vista do volume geral da sua economia.
04:18O que demonstra fôlego, um mercado importante, um mercado que nesse grande tabuleiro aí
04:24de reorganização das relações comerciais para outros países também, seja a China, seja o Japão,
04:31seja o próprio Brasil, um mercado que é a terceira economia mundial é atrativo,
04:36é alguma coisa, é alguém que está lá e merece ser colocado nas considerações em termos de mercado potencial.
04:42A China tem diversas, a Índia tem, mas tem alguma coisa aqui no universo aqui,
04:47a gente vai falar Índia e fala China.
04:50Desculpa, enfim, a Índia, ela tem muitos desafios internos,
04:55porque se ela já é a terceira economia, ela está longe de ter uma economia desenvolvida de fato,
05:01ela tem a área urbana, a atividade econômica urbana é muito informal,
05:07boa parte dos trabalhadores ali não tem uma estrutura institucional muito consolidada,
05:12então a regulação interna é bastante fluida,
05:15isso inclusive gerou uma atratividade importante em termos de custo mesmo,
05:19produzir na Índia é barato,
05:20mas para pensar em saltos de desenvolvimento, em coordenação mais de ponta,
05:26tem ainda muito caminho para andar.
05:28Então, sim, pode ser uma grande potência, tem tamanho para isso,
05:32tem peso político para isso,
05:34mas vai ter que trabalhar essas questões.
05:37De novo, é uma economia aqui do ponto de vista rural,
05:40ela avançou, ela tem alguns mecanismos que garantem aí a população local,
05:45as condições para a população local importantes,
05:46tem vários sistemas de descentralização e coordenação,
05:51que por um lado provoca uma grande dificuldade,
05:53até linguística, de consideração das diversidades internas,
05:58e ainda é muito forte a agricultura.
05:59Se ela abrir mão, inclusive, nessa relação comercial internacional,
06:03de proteger a agricultura, seria um processo ali,
06:08quase um boliche na região ali, rural.
06:11Então, é problemático, porque ainda é muito rural,
06:13mas vem intensificando e muito rápido o mundo urbano.
06:17E esse processo de atividade urbana mais forte, mais intensificado,
06:21vindo de lugares diferentes e que tinha essa tradição rural,
06:24está ainda se constituindo.
06:26Como que isso impacta a política,
06:27como que isso impacta a atividade mesmo interna e econômica da Índia,
06:34isso ainda está se desenhando,
06:35e num cenário onde tudo muda muito rápido,
06:37e o tempo inteiro de estar sob pressão,
06:39pode fazer a diferença qual vai ser a capacidade institucional
06:42da Índia de se organizar nesses dois mundos que ela acaba vivendo.
06:46Um rural muito protegido, muito consolidado,
06:51e um urbano muito veloz, muito informal,
06:54e com ainda muitas questões sociais para resolver.
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