Entrou em vigor o acordo que corta tarifas de carros e aviões britânicos nos EUA, mas o aço segue com taxa de 25% e há temor de prejuízos à indústria do Reino Unido. Mariana Almeida analisa os efeitos econômicos e políticos do acordo.
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00:00E abrimos o Agora desta segunda-feira com notícias sobre acordos comerciais em meio à guerra tarifária de Donald Trump.
00:07Entre em vigor hoje um acordo comercial que corta tarifas sobre exportações britânicas de automóveis e equipamentos aeroespaciais para os Estados Unidos.
00:16Enquanto isso, os dois lados continuam a negociar taxas sobre o aço.
00:21Conforme um comunicado do Departamento de Comércio do Reino Unido, a partir de hoje os fabricantes britânicos de automóveis e aeroespaciais se beneficiarão de grandes reduções de tarifas ao exportar para os Estados Unidos, o que salvará milhares de empregos.
00:38Londres e Washington chegaram a um acordo em maio para cortar as tarifas norte-americanas sobre carros de 27,5% para 10% com um limite de 100 mil veículos por ano.
00:52O acordo também eliminou completamente uma tarifa de 10% sobre produtos como motores e peças de aeronaves.
00:59Conforme o primeiro-ministro Keir Sturmer, o entendimento comercial entre os dois países beneficia as empresas britânicas e protege empregos.
01:09Ele destacou que as indústrias automotiva e aeroespacial de classe mundial terão tarifas reduzidas, protegendo os setores essenciais para a economia.
01:19Em troca, a Grã-Bretanha concordou em abrir ainda mais seu mercado ao etanol e à carne bovina dos Estados Unidos.
01:26Isso levantou preocupações na indústria química e entre os fazendeiros britânicos, embora a carne ainda tenha que atender aos padrões de segurança alimentar do Reino Unido.
01:36Londres ainda está negociando tarifas mais baixas para suas exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos, que aumentaram suas taxas para 25%.
01:46O Reino Unido destaca que continuará avançando e progredindo em direção a tarifas de 0% sobre os principais produtos, conforme comunicado do Departamento de Comércio.
01:58E o meu bom dia agora é para a nossa analista, Mariana Almeida, que já está aqui conosco no Agora.
02:05Oi, Maria, muito bom dia para você. Tudo bem nessa segunda-feira?
02:08Tudo bem, Eric. Bom dia para você e para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.
02:12Mariana Almeida, entra em vigor hoje.
02:15Acho que é uma das primeiras tarifas acordadas dos Estados Unidos com algum país europeu ou com algum país, globalmente falando.
02:24Mas ainda há preocupação em relação ao aço. O Reino Unido quer alinhar essa questão da tarifa do aço.
02:32É isso que o Kurt Stummer está de olho também, né, Mari?
02:35Pois é. É o primeiro acordo mesmo internacional desse movimento de Donald Trump de ter feito aquele grande anúncio de todo mundo vai para a faca ali.
02:45Todo mundo em crise porque os Estados Unidos colocou várias tarifas lá no dia 2 de abril.
02:50E aí ele disse que abriu a mesa de negociações e essa é a primeira, digamos, saída da mesa de negociações com um acordo.
02:58O acordo, ele tem essa cara, assim, de algumas coisas que parece que ainda não estão exatamente concluídas.
03:02O aço é o principal deles, embora tenha ficado numa situação favorável em relação a outros países,
03:08porque o aço tem uma tarifa de importação agora para outros países de 50% e para o Reino Unido ficou em 25%.
03:15Então, tem uma melhora, mas ainda é pior do que a situação anterior, prévia ao Liberation Day,
03:22e ainda cria um constrangimento ao comércio bastante significativo.
03:27E eu acho que esse é um pouco o ponto, inclusive quando a gente for ver depois quais são os efeitos dentro do mercado em relação a esse acordo.
03:34Tem uma melhora, tem alguns privilégios que acabam tendo acesso para a economia do Reino Unido.
03:40A questão dos automóveis frente às demais indústrias automobilísticas da Europa talvez seja o mais significativo.
03:44Mas é isso, os automóveis, por exemplo, tem uma cota máxima de automóveis que será exportado sem tarifas,
03:51que é mais ou menos a cota do que se exporta hoje já.
03:54Se aumentar, já não dá mais, aí já entra tarifa como no resto.
03:58Então, essa é parte do acordo.
03:59Então, não tem previsão de aumento, tem manutenção sem taxa.
04:02Então, não é propriamente um acordo que, como se teve em outros momentos da história,
04:06que você fazia um acordo bilateral para tentar crescer o comércio.
04:09Aqui é para tentar, pelo menos, não piorar o comércio.
04:12Na melhor das hipóteses, ficar na mesma situação que se estava antes,
04:15mas limitado a isso e dando muito espaço para que a própria economia americana cresça mais.
04:19Esse é mais ou menos o recado que Donald Trump acabou dando,
04:23que a América teria que vir first, teria que sair primeiro,
04:26e teria que ter um certo equilíbrio nas trocas comerciais.
04:29Então, mesmo com o acordo, o recado geral que parece que pode acontecer ali
04:33é uma tendência de menor crescimento das exportações britânicas em relação às exportações americanas.
04:40Vamos ver como isso se desdobra.
04:41De novo, é o primeiro que está saindo, tem muito recado para sair a partir desse primeiro acordo,
04:47mas olhando os detalhes do acordo, entendendo, inclusive, a reação de mercado,
04:50diria que não há euforia para o resto do mundo,
04:54embora a Stammer e a Inglaterra, o Renan, precisassem bastante disso,
04:57mas não tem uma euforia ainda só de bater palma, porque no fundo, no fundo, não é uma melhora,
05:02é uma sustentabilidade, é quase uma redução de danos. Klein?
05:06Você falou de mercado, Maria Almeida, então eu vou até aí contigo no nosso telão
05:10para nós mostrarmos então como que está a reação,
05:14como que abriram as bolsas na Europa diante de uma notícia positiva.
05:20Mas parece que essa notícia não animou muito os investidores por lá,
05:25principalmente o do Reino Unido.
05:27caindo 0,22%, estão muito otimistas, estão meio desconfiados em relação a essa tarifa
05:34que entra em vigor, aliás, a redução da tarifa dos automóveis,
05:38porque o mercado mesmo, a Europa, está de olho muito nessa questão do aço.
05:42O aço está incomodando, a indústria europeia tem o aço também como um produto muito importante deles,
05:51inclusive também para a indústria automobilística, que estão incomodando um pouco.
05:54A gente vê a Alemanha, por exemplo, a DAX também andando de lado, 0,05% de alta e somessa caindo 0,07%.
06:01Pois é, e a Alemanha tem até notícia positiva com a inflação regional saindo um pouquinho menor do que o esperado,
06:07então abrindo espaço para estímulo, então poderia subir até mais no caso da Alemanha.
06:11Agora, esse...
06:12O FTS é 100 do Reino Unido?
06:15Exato, que é o que eu estava falando antes, acho que falta uma...
06:18O que eu falei que não tem euforia, mas tem muita dúvida ainda de qual vai ser o efeito real desse acordo,
06:23porque na prática é isso, você tem uma situação, ele vai para pior depois do anúncio de Donald Trump,
06:29e aí você tem um retorno que não é exatamente a situação original e nem dá sinais de algum grande estímulo,
06:34é só como eu falei, ameniza um risco maior, mas não dá um estímulo.
06:38Meniza um cenário já complicado, um pouco ruidoso.
06:42Exato, é um cenário ruidoso, é um cenário que não tem boa notícia, você tem uma amenização de uma má notícia,
06:50essa aqui é a questão da notícia, era ruim, você ameniza e você fala, ok, podia estar numa situação...
06:54Menos pior, né?
06:54Exato, podia estar muito pior, não estou, mas é isso.
06:57Ainda tem uma tarifa de 25% no caso do aço, o aço que tem uma... ele se espraia por várias cadeias produtivas,
07:03então ele é importante no conjunto da obra, portanto tem efeito sim, não só na indústria do aço, mas em todo mundo que usa.
07:10E o que me chama a atenção, eu estava dando uma olhada em análise de investidores internacionais
07:16ou do mercado internacional de uma forma geral, analistas, operadores, e a percepção deles é que os investidores
07:22estavam migrando para a União Europeia por causa da estabilidade do bloco em relação às preocupações ainda
07:27que persistem nos Estados Unidos.
07:29Mas parece que não estão se refletindo muito nas bolsas europeias ultimamente, né, Mara?
07:33É que na semana passada você teve realmente um movimento, a semana fechou muito boa para a Europa, né?
07:38Então, se foi uma semana onde você teve várias notícias, seja isso, arrefecimento da relação da guerra Israel-Irã,
07:46teve a retirada, teve o encontro da OTAN, que confirmou aí o investimento em defesa e infraestrutura,
07:535% do PIB, o que dá uma animada na própria economia.
07:57O Estados Unidos se comprometeu a retirar da lei que está no Congresso ainda para ser votada,
08:03mas que era uma retaliação à Europa em relação a remessas das empresas que tiveram sem lucro nos Estados Unidos,
08:08remessas para a Europa, isso foi retirado.
08:10Então, assim, teve algumas boas notícias que, frente às instabilidades dos Estados Unidos,
08:15de fato fizeram migrar e as bolsas subiram.
08:17Na segunda-feira está com um sentimento misto aqui, né?
08:20Inclusive, se a gente tivesse pego logo no comecinho, estava todo mundo levemente verdinho.
08:24Verdinho.
08:25Mas aí depois já baixou um pouquinho, então agora estamos esperando.
08:28Provavelmente a Europa aqui agora, falando assim, olha, sim, os investidores migrando para a Europa,
08:32mas precisando entender um pouquinho mais antes de se animar excessivamente.
08:35Então, abriu mais positivo, agora está operando misto.
08:39Então, vamos ver como está, agora não, na abertura aqui um pouquinho, depois já deu uma mudada.
08:46Vamos ver como está neste momento, então, as bolsas europeias.
08:48A gente vai para a Itália com o nosso correspondente Diego Mezzogiorno,
08:51que já está chegando aqui nesse cenário maravilhoso.
08:55Talvez, né, Diego, esse cenário possa animar aí os investidores.
08:58Muito bom dia para você, seja bem-vindo agora, meu amigo.
09:04Bom dia, Klein, bom dia, Mari.
09:06Sim, talvez isso possa dar uma animada.
09:08Aqui, especialmente porque agora a gente está às portas do verão, né, calor de 40 graus por aqui,
09:15então, de repente, o pessoal dá uma animadinha, né.
09:17O que acontece é muito próximo do que a Mari falou.
09:22A gente pode citar o famoso livro, né, o Gato Pardo, o Leopardo, né,
09:25que é mudar bastante coisa para não mudar nada no final das contas.
09:29E é isso que o mercado britânico está entendendo, né.
09:33E há também um temor bastante grande de uma invasão no que toca o agronegócio local, né.
09:41Por quê?
09:42Porque antes, quando faziam parte da União Europeia,
09:45tinha muito mais musculatura para fazer uma negociação desse tipo, né.
09:49Tanto que a Europa consegue fazer frente aos Estados Unidos, né, e a Inglaterra não.
09:54Então, a análise aqui é que o Reino Unido não ganha nada e talvez ainda perca em alguns setores com isso.
10:04Talvez seja mais uma peça propagandista da parte de Donald Trump do que alguma coisa efetiva.
10:10Obviamente, existem outros próximos acordos a serem negociados.
10:16Isso é realmente uma coisa feita muito rapidamente porque Donald Trump queria, digamos assim,
10:22fazer o anúncio de uma grande parceria, né, e ele estava devendo isso para o seu público interno.
10:29Talvez seja isso.
10:30Mas, a princípio, o investidor britânico não gostou nada nada do que entra em vigor hoje, Klein.
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