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Com queda de até 70% nas exportações após tarifa de 50% dos EUA, o setor pressiona por crédito emergencial. Aniella Banat, diretora de comercialização da Abipesca, alerta para risco de demissões e cobra reação do governo. Entenda o impacto da medida no comércio exterior.

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Transcrição
00:00O vice-presidente Geraldo Alckmin deve dar continuidade na semana que vem
00:03às negociações com os setores afetados pelo anúncio das tarifas de 50%
00:08impostas pelos Estados Unidos.
00:10O Brasil já se reuniu com representantes da indústria e do agronegócio
00:14para discutir estratégias de mitigação.
00:16Em uma dessas reuniões participaram integrantes da ABPESCA,
00:20Associação Brasileira das Indústrias de Pescados.
00:23Sobre os próximos passos dessas tratativas e os detalhes do que foi abordado no encontro,
00:28eu converso agora com a Aniela Banati, que é diretora de Processamento e Comercialização da ABPESCA.
00:33Boa noite para você, Aniela. Seja muito bem-vinda.
00:37Boa noite, Marcelo. Uma satisfação a ABPESCA estar tendo essa palavra,
00:41falar de um tema tão importante aqui com a Times Brasil.
00:44Eu queria saber quais foram os principais pontos que vocês discutiram nessa reunião com o governo, Aniela.
00:51Bom, Marcelo, os principais pontos foram tratados em relação ao prazo que a gente tem
00:56para entrar em vigor dessa nova tarifa de 50%, que tanto nos preocupa.
01:03Nós tivemos também temas relacionados à explanação ao vice-presidente,
01:08então ministro também do MDIC, em relação à questão dos setores tão impactados
01:15que seriam para essas exportações.
01:18Nós temos aí o mercado do pescado, também como outros setores,
01:23tendo um direcionamento das exportações para esse mercado americano.
01:27Então foi um momento de escuta por parte do governo,
01:31das sensibilidades que hoje os setores envolvidos estão vivenciando
01:37e sobre o que a gente espera que o governo faça em relação
01:41aí os próximos passos dessa diplomacia e dessa comunicação que deve acontecer nos próximos dias.
01:47E o que vocês esperam?
01:51Bom, primeiramente, Marcelo, cada setor trabalha com uma estratégia.
01:55A AVE Pesca vem fazendo solicitações a respeito, claro, da postergação desse prazo de entrada em vigor,
02:02juntamente para até entrar numa estratégia de reorganização de mercado.
02:09Para o pescado, as exportações para os Estados Unidos representavam 70%,
02:13então nós temos aí uma grande quantidade, um grande volume que já estava previsto
02:20dentro das operações, dentro de um curto prazo, para serem enviadas para esse país
02:26negociações que foram canceladas, contratos que foram paralisados.
02:31Então nós temos aí esse pleito de prorrogação, mas também, como última medida,
02:36nós tivemos um pleito ao governo federal solicitando uma linha de crédito específica
02:42para os exportadores de pescado que tem um histórico relacionado para a exportação aos Estados Unidos,
02:50um histórico comprovado dessas exportações, para que se haja um custeio a ponto de se reorganizar
02:57a estratégia de distribuição de mercado.
03:00Logo, essas exportações não ocorrendo, nós não estamos tendo o pagamento desses contratos.
03:07Logo, também, as contas não deixam de chegar.
03:11Então, dentro desse capital de giro necessário e que foi pego de surpresa por todas as indústrias de pescado,
03:18nós precisamos desse prazo e solicitamos também essa linha de crédito que subsidie por um período
03:26essa nova estratégia de distribuição comercial que não acontece do dia para a noite.
03:31Mariana Almeida.
03:32Obrigada, Marcelo.
03:34Bom, Aniela, obrigado por você estar aqui com a gente hoje.
03:37Uma das estratégias que o governo também pediu, tentando criar até uma convergência de esforço
03:43entre setor privado e governo nessa negociação, foi justamente falar com os setores
03:47para eles entrarem em contato com os seus contrapartes, pensando nos importadores,
03:51no caso dos Estados Unidos, de pescado, para até furar um pouquinho,
03:55demonstrar as contradições para o próprio mercado interno americano da colocação da tarifa.
04:00Queria te perguntar em relação a isso, quer dizer, como é que o lado de lá está recebendo essa notícia
04:05e quais as alternativas?
04:07Tem uma dos grandes concorrentes, no caso da tilápia, por exemplo, é a própria China,
04:11que em tese é um outro alvo também de Donald Trump, embora já tenha o acordo,
04:15mas politicamente, como esse pacote político está muito aí no centro do debate,
04:19não seria uma migração razoável.
04:21Quer dizer, como é que tem sido essas conversas no campo privado,
04:24nas alternativas para substituir, por exemplo, o pescado brasileiro?
04:28Bom, Mariana, ótima pergunta, inclusive, todo o mercado comprador americano também foi pego de surpresa.
04:41Tratar de compra de pescado, o Brasil é um dos players, porém, não de destaque para os Estados Unidos.
04:49Nós temos muitos concorrentes de mercado, por exemplo, para a tilápia própria China,
04:54próprio Vietnã, que atualmente estão com tarifas muito mais abaixas do que as 50% aplicadas ao Brasil.
05:01Se nós formos reverter ao nosso principal produto de exportação,
05:05em quesito de valor agregado, que é a lagosta,
05:08nós competimos com outros países do Caribe que também têm um produto similar a ser exportado.
05:15Sem dúvidas, os Estados Unidos, tendo essa compra,
05:19que agora está estagnada por parte do Brasil, vão buscar outros mercados,
05:25já iniciaram as comunicações, inclusive, com outros países,
05:29para suprir a demanda que eles têm interna do país.
05:33O país deles, eles já fazem essas compras de forma regular, que era do Brasil,
05:38e ela não pode se interromper.
05:40Essa quebra de compra, essa quebra de oferta de produto no mercado americano,
05:44já ficou claro para aqueles importadores, que não vai ser por uma espera de algo que está tão incerto
05:54por parte dos governos brasileiros e americanos, para que se tome uma atitude.
05:59O setor privado, no que lhe cabe, não vai esperar sanções ou liberações sem uma previsibilidade.
06:08E isso que nos preocupa, Mariana, essa falta de previsibilidade,
06:11a gente está percebendo uma falta de estratégia por parte do governo,
06:16numa diplomacia à parte da área.
06:19Nós estamos falando de um setor que gera empregos, que gera renda,
06:23que as indústrias, que são as exportadoras, muitas delas já estão executando férias coletivas.
06:31E a gente sabe que o cenário, a partir desse momento,
06:34não se havendo uma resolução em curtíssimo prazo,
06:39a gente tem certeza que, pelo menos no setor do pescado, mas não longe dos outros setores,
06:44teremos demissões em massas nos próximos meses.
06:47Então, a nossa preocupação é muito grande para que essas comunicações
06:51entre o governo e entre os governos aconteçam da melhor forma possível.
06:56Se as exportações para os Estados Unidos forem interrompidas,
06:59o Brasil vai vender para quem?
07:00O mercado interno consegue absorver uma parte, pelo menos?
07:03Boa pergunta, Marcelo.
07:06O que acontece é que hoje a demanda no Brasil já é atendida.
07:10O pescado não é o principal produto a ser consumido aqui no Brasil
07:15quando a gente está falando de proteína.
07:17Por mais que seja uma proteína saudável,
07:19isso vem crescendo, mas de forma tímida, esse consumo brasileiro.
07:24Muitos produtos que eram destinados ao mercado dos Estados Unidos
07:27atendem a características de interesse e de consumo dos americanos
07:32que não são as mesmas características que a gente tem aqui no Brasil.
07:36Hoje, atualmente, o único mercado que poderia trazer um acesso a ser direcionado,
07:43esses produtos, ter esse acesso a esse produto que não vai mais para o mercado americano,
07:48seria a União Europeia, fechada, embargada desde 2017.
07:52Então, hoje, a gente está limitado aos países que hoje a gente já tem uma exportação
07:58que também está com uma demanda atendida.
08:02Nós temos um crescimento sendo percebido pelos setores aqui das áreas do pescado,
08:09mas de forma tímida, e todo esse contingente, logo 70% das nossas exportações,
08:15não haveria uma distribuição que fosse efetiva ou que fosse rápida de se fazer.
08:22Por esse motivo, nós também pleiteamos junto ao governo,
08:26além desse crédito de subsídio para essa redistribuição de produtos
08:32antes direcionados pelos Estados Unidos para novos mercados,
08:36para que se haja uma efetiva comunicação com o mercado da União Europeia,
08:41para que se haja os trâmites da missão a qual a gente espera há tanto tempo
08:46e que não tem previsão para acontecer.
08:49Essa é a nossa grande preocupação.
08:51Nós solicitamos ao governo federal que haja essas tratativas retomadas
08:56com muita efusividade para a questão da reabertura para o mercado europeu,
09:01para que a gente tenha, sim, um outro canal de consumo.
09:05A comunidade europeia é um dos principais consumidores de pescado do mundo.
09:09Logo, nós não podemos ficar com esse mercado fechado.
09:12Vocês estão torcendo, então, para um fechamento do Acordo Brasil,
09:15aliás, Mercosul e União Europeia, né?
09:18Perfeito.
09:19Tanto na parte comercial é de interesse do pescado,
09:23mas também a questão sanitária que hoje a gente tem esse gargalo embargado
09:27e que é uma grande solicitação realizada ao governo federal
09:30para que se tomem as medidas diplomáticas cabíveis
09:34para a celeridade do que se tange o tema, né?
09:38Hoje o pescado, ele está de joelhos diante desse mercado dos Estados Unidos
09:42com essa tarifa de 50%.
09:44Aniela Banati, diretora de processamento e comercialização da Abipesca,
09:49Associação Brasileira das Indústrias de Pescados.
09:52Muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Jornal Times Brasil
09:55e boa noite para você.
09:58Obrigada, Marcelo. Obrigada, Mariana.
10:00Times Brasil, contem com a Abipesca
10:01porque sempre precisarem de assuntos de pescado.
10:04Muito obrigado.
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