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O repórter Luciano Teixeira entrevistou Alan Galdeman, co-presidente da Nelly, no Brics+ Nelly Plus Summit, em São Paulo. O evento reuniu 250 especialistas e foi dominado pela reação ao tarifaço anunciado por Trump. Desdolarização, impacto nas exportações e contratos como o da Embraer foram destaques.

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Transcrição
00:00E o impacto da nova tarifa dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros é um dos temas em destaque no Bricks Mais Nelly Plus Summit que acontece hoje em São Paulo.
00:10O encontro internacional reúne cerca de 250 empresários, juristas, representantes de vários países para discutir cooperação econômica, inovação legal e investimentos entre nações emergentes.
00:22Quem acompanha o evento e vai trazer mais informações, mais detalhes para a gente agora ao vivo é o repórter Luciano Teixeira, que está acompanhado pelo Alan Galdeman, que é co-presidente do Conselho da Nelly.
00:33Tudo bem? Boa tarde para vocês dois. Bem-vindos ao Money Times.
00:39E aí, Natália? Boa tarde para você e para quem nos assiste.
00:41Como você falou aí, são 250 especialistas e esse assunto do tarifaço do Trump dominou as discussões.
00:48Estava tudo já pré-agendado, as discussões, os painéis, mas mudou muita coisa durante todo o dia.
00:54E eu estou aqui com o Alan Galdeman, que é co-presidente do Conselho da Nelly.
00:59A Nelly é um fundo organizado pelo New Economy and Legal Infrastructure Center, que é uma plataforma internacional independente com sede em Dubai,
01:08que busca aproximar governo do setor privado de países emergentes sem agendas de modernização legal e facilitação de negócios.
01:16E tem promovido encontros como esse daqui.
01:18Vamos começar falando, Alan, sobre essa mudança toda.
01:24O que muda para vocês? O que muda para essa discussão do direito internacional, do comércio internacional, com esse tarifaço do Trump para o Brasil?
01:32As discussões hoje aqui foram outras completamente diferentes do que vocês tinham programado.
01:37Em primeiro lugar, boa tarde. Boa tarde, Luciano. Boa tarde a vocês.
01:40A gente está fazendo um evento razoavelmente tranquilo acerca de discussões muito em cima do que foi discutido no evento do BRICS no começo dessa semana, no fim de semana, no Rio.
01:55A Nelly promove basicamente a iniciativa privada para entrar nas discussões do BRICS.
02:02A gente faz isso logo em seguida de todos os eventos mais importantes do BRICS.
02:07Esteve agora no Rio, estamos fazendo aqui em São Paulo.
02:10E resolvemos falar sobre tudo em geral.
02:14E hoje o mais importante é o tarifácio.
02:16O tarifácio dominou.
02:17O tarifácio dominou. Só se fala do tarifácio.
02:19Vamos começar falando de um tema que eu acho super importante dentro do BRICS, que o Brasil agora está na presidência, que é a desdolarização.
02:26Você estava me dizendo antes aqui que começou no ano passado, esse ano já tem algumas transações, são feitas direto entre Brasil e China, Real e Yuan.
02:35Como é que está a evolução dessas negociações?
02:37Imagino eu que um tarifácio como esse do Trump acelera esse processo de desdolarização das trocas entre os países do BRICS.
02:45Como é que está essa questão hoje dentro do bloco?
02:47Bom, em primeiro lugar, esse processo já começou no ano passado, como você bem colocou, entre Brasil e China.
02:55Então, basicamente, você negocia direto o Real e o Han.
02:58Você não tem que passar Real dólar e o Han dólar.
03:01E, nesse caso, você barateia, porque você tem menos um câmbio, né?
03:05E tem uma facilidade e é bem mais rápido.
03:07E pé que estão essas negociações?
03:08Isso está avançado?
03:09Tem feito bastante transações via as duas moedas?
03:14Tem crescido bastante.
03:14Hoje em dia, o principal parceiro comercial do Brasil é a China.
03:19Quase 40% da nossa balança comercial hoje são transações para a China.
03:23E isso tem crescido bastante.
03:24Eu concordo.
03:25Eu acho que, a partir do momento que você tem, por exemplo, uma surpresa dessa, como um tarifácio,
03:30que provavelmente, se continuar e se, de fato, acontecer, vai fazer com que os exportadores brasileiros procurem outro dos locais para exportar,
03:39espera-se que vá mais ainda produtos para a China.
03:42Vamos falar um pouco dos produtos que saem do Brasil para os Estados Unidos, que são, por exemplo, um terço do café americano,
03:47vem daqui, o suco de laranja, carnes também.
03:51Como é que fica essa equalização desses produtos?
03:54A gente sabe que, a princípio, vai para o mercado interno.
03:57Se, caso, esse tarifácio vai se concretizar.
03:59Vocês acreditam que esse tarifácio vai se concretizar?
04:02Olha, em primeiro lugar, como é que fica?
04:04Eu respondo, fica mais caro, né?
04:06Agora, eu não acredito que essa tarifa vá ficar.
04:10Eu acho que é um pouco de retórica, é um pouco de recado,
04:14porque, na prática, o Brasil hoje tem uma situação muito privilegiada,
04:18porque de tudo que se exporta em comércio exterior, em termos de comodidades agrícolas,
04:23no mundo, o Brasil responde por 7,5%.
04:26Em primeiro lugar, de longe.
04:28Então, 7,5% de todas as exportações de comodidades agrícolas saem do Brasil.
04:32Eu acho que quem tarifar o Brasil vai acabar sofrendo, talvez, até mais do que o próprio Brasil,
04:39porque precisam da nossa comida.
04:41Como é que ficam esses produtos que vão para os Estados Unidos nesse momento e tal?
04:45O que pode acontecer com eles?
04:46Que soluções estão sendo debatidas aqui?
04:48Então, isso pegou muita gente surpresa.
04:50Eu estou acompanhando algumas discussões.
04:53Obviamente, eu estou aqui, então não está dando para estar presente.
04:56Mas o que eu tenho ouvido é que as empresas estão se reunindo e estão fazendo estratégias.
05:00Primeiro, porque essa tarifa, teoricamente, começa no dia 1º de agosto.
05:04Então, a gente tem mais ou menos ainda um mês para ver isso.
05:06Segundo, obviamente, como você bem colocou também, pode ser, muita coisa pode ser pega pelo mercado interno.
05:14Que tipos de estratégias?
05:15Primeiro, é redefinir o caminho das exportações.
05:20Porque não necessariamente, embora, por exemplo, no caso do café, ou dá um outro exemplo, açúcar,
05:27existe fila, existe fila de mais de dois anos para se comprar o açúcar brasileiro.
05:32O grande comprador de açúcar ainda é os Estados Unidos, vários outros países.
05:36Agora, pode ter uma mudança de destino das exportações.
05:40Então, isso está começando a ser discutido agora.
05:42Mas, eu repito, eu acho que esse tarifácio, pelo menos não nesse patamar, vai seguir.
05:47Vamos falar de um caso particular que é importante para a gente, que é a Embraer.
05:50A Embraer tem um contrato fechado com uma empresa americana de aviação de médio porte,
05:55venda de 50 aeronaves, mais 10, a possibilidade de vender mais 10.
05:59Não dá para mudar ali o invoice, que é uma espécie da nota fiscal, para outra empresa, como o Bombardier.
06:05Esse contrato está fechado.
06:07Como é que isso impacta, por exemplo, em uma empresa como a Embraer,
06:09que é importante para o mercado e para a balança comercial brasileira?
06:12Então, o caso do Embraer é uma coisa interessantíssima, porque o produto é muito caro.
06:17Não é um grão de café, não é um quilo de açúcar, que, às vezes, até 50% ainda continua razoável.
06:23Claro que se jogar 50% em um avião, vai ficar bastante caro.
06:27Por outro lado, tem a questão do direito adquirido.
06:29Isso aqui pode parar nos tribunais, porque, como você bem colocou, você tem contratos assinados,
06:33o próprio comprador, que são as aéreas, nesse caso, as aéreas americanas,
06:37elas não podem substituir por uma Bombardier, por exemplo, ou por uma Boeing.
06:41Quer dizer, tem que seguir com o Embraer.
06:42Então, isso ainda vai dar muito pano para a manga.
06:45Aço, né?
06:46Aço também tem bastante, pode ter bastante problemas.
06:50Pois é, o aço já teve uma ameaça de tarifagem, já se tarifou em 10%.
06:55A questão do aço também é que, muito do aço que a gente exporta é para finalizar a indústria automotiva americana.
07:03Então, de novo, é um tiro no pé dos Estados Unidos, porque eles tarifam o nosso aço,
07:07o aço chega lá mais caro e o carro americano vai ficar mais caro.
07:10Então, de novo, eu continuo achando que esse tarifácio, vamos ver aí, ainda temos uns 20 e tantos dias,
07:15mas eu acho que não vai, pelo menos não nesse patamar.
07:17Nos fóruns comerciais, o que está sendo discutido aqui hoje, vocês têm especialistas jurídicos,
07:22representantes de câmeras de comércio, né?
07:25Como é que pode ser?
07:26O Japão, por exemplo, fez uma força-tarefa ali para negociar com os Estados Unidos.
07:29Diante dessa taxação excessiva que inviabiliza o comércio entre Brasil e Estados Unidos, né?
07:35O que pode ser feito agora nesse primeiro momento, mesmo que essa tarifa não seja cobrada,
07:39o que isso traz de lição e de aprendizado para as empresas brasileiras
07:43e o que pode ser feito aí em uma força-tarefa imediata?
07:46Eu acho que tem, em setores, setores comuns, as empresas vão se unir e vão procurar outros mercados, né?
07:56Existe, como eu falei, existe, a maioria dos produtos brasileiros tem menos oferta do que demanda,
08:02então pode-se substituir as exportações dos Estados Unidos para outros lugares.
08:06Por isso que eu acho que acaba que isso pode ser um tiro no pé dos próprios Estados Unidos.
08:10Mas está sendo feito o conversa, como eu falei, isso tudo aconteceu no fim da tarde de ontem,
08:14ainda muito cedo para ver quais decisões vão ser tomadas e até pelo não necessariamente o fato de se consumar as tarifas no dia 1º de agosto.
08:24Está certo, Alain Leandro. Obrigado aí pela sua entrevista e pela sua análise.
08:27Pois é, o que está sendo discutido aqui, Nath, é exatamente como diminuir essa dependência aí,
08:32principalmente desses produtos aí, dessas exportações para o mercado americano
08:37e fazer a substituição dessas exportações, né?
08:40Como ele está falando aqui, pode ser um tiro do pé do próprio governo americano,
08:43que vai ter menos produtos brasileiros aí.
08:45A gente vai acompanhar essas discussões aí nos próximos dias
08:47e vai debater isso muito aqui na CNBC.
08:51Voltamos com você.
08:52Combinado, então.
08:53Muito obrigada, Luciano.
08:55Obrigada também ao Alan Galdeman,
08:56participando e trazendo vários pontos de vista interessantes para a nossa audiência.
09:01Bom trabalho, bom evento para vocês.
09:03Obrigada também.
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