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Ex-ministro da Agricultura e presidente do conselho de administração da Aprobio, Francisco Turra avalia o novo Plano Safra e aponta fragilidades. Para ele, juros altos, falta de seguro e divisão entre agricultura familiar e empresarial comprometem o agro.

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Transcrição
00:00Para analisar o anúncio do governo, a gente vai conversar agora com Francisco Turra,
00:04ele é ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil.
00:13Boa noite para o senhor, muito obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:17O governo destacou esse aumento no valor destinado ao plano safra da agricultura familiar,
00:22que passou de R$ 76 bilhões no ano passado para R$ 89 bilhões.
00:27Na opinião do senhor, é um reajuste realmente significativo?
00:31Qual é a sua avaliação sobre essas medidas, em especial essa questão da taxa de juros?
00:37Bem, Cristiano, eu gostaria de começar dizendo que, para fazer uma análise bem correta sobre isso,
00:45eu começaria dizendo que não haveria necessidade de um plano para a agricultura familiar
00:50e outro plano para a agricultura empresarial.
00:53Eu acho que a agricultura é o mesmo, a função é a mesma, produzir alimentos e o mundo está querendo exatamente isso.
01:01Mas eu te diria que em relação à agricultura familiar, porque isso são números já postos,
01:07eu acho que o volume, para quem imagina a crise que a gente está passando,
01:13eu acho que os números são razoáveis.
01:15Mas o importante é ver se isso tudo vai ser implementado, porque não adiantaria anunciar R$ 89 bilhões
01:23e lá pelas tantas, contingenciar, reduzir ou não ter mais.
01:29Então, isso tem acontecido também.
01:31Mas, de qualquer maneira, considerando a crise, eu acho que é um volume razoável.
01:37Mas um fato que, efetivamente, é intrigante é exatamente juros.
01:42Eu acho que o aumento, nessa hora, é muito negativo para a agricultura familiar
01:47e também para a agricultura empresarial amanhã.
01:51Por quê?
01:52Porque a gente vem de muitas crises.
01:55Aqui no Sul, por exemplo, estiagem cheia, estiagem cheias.
01:59Então, problemas muito sérios, que estão se refletindo no número de recuperações judiciais
02:06que está colocado nos fóruns desse país.
02:10Nunca, como antes, aconteceu um volume tão grande de pedidos de recuperação judicial.
02:19Isso é nocivo, negativo e mostra a fragilidade do setor, a dificuldade.
02:26Há pedidos para renegociar, há pedidos para a securitização,
02:32que eu acho muito complicado porque, efetivamente, não está na mão do presidente Lula,
02:38nem do ministro da Agricultura, mas sim da área econômica do governo.
02:42Isso sempre foi assim.
02:44Eu vivi isso, sei como é.
02:48A ânsia que a gente tem de oferecer um plano mais robusto, melhor, mais suave,
02:52ela às vezes se desfaz com a oposição da área econômica do governo.
02:57Foi e continua sendo exatamente a mesma coisa.
03:02Não há, sim, a noção do quanto o agro está fazendo pelo país.
03:08Observe, Cristiane, que nesse ano que passou,
03:111 trilhão e 400 bilhões foi o resultado do agro na economia.
03:16Quando você olha mês a mês as exportações, você vê que quem salva,
03:22quem tem saldo positivo total é exatamente o agronegócio.
03:27Então, acho que deveria haver um olhar diferente da área econômica
03:31no sentido de amenizar, de ver que há dificuldades,
03:35é uma indústria céu aberto e merece proteção.
03:39Por exemplo, eu vi nesse plano de hoje,
03:44aí, por exemplo, 5 bilhões de reais para o pró-agro seguro.
03:50Precisaria um volume bem robusto, porque houvesse seguro,
03:55nós não teríamos recuperação judicial e nem o desespero do produtor.
04:02E, aliás, a agricultura empresarial teve no ano passado 1 bilhão de reais.
04:07Enquanto você vê aí fundo partidário, 6 bilhões,
04:12emendas, 50 bilhões,
04:141 bilhão para o seguro agrícola é nada.
04:19É dos mais vis que eu vi na vida.
04:23Não tem?
04:24É algo impossível.
04:26Nenhuma resseguradora, sem essa participação do governo no orçamento,
04:31assume o risco.
04:32Nenhuma.
04:32E sem seguro agrícola, a agricultura do Brasil, ela subiu demais,
04:39ela fez milagre, mas ela vai ter muita dificuldade de continuar na mesma velocidade.
04:46Basta alguma crise, e é o que aconteceu,
04:48para a gente viver o que estamos vivendo agora,
04:51um momento um pouco mais difícil, complicado.
04:55Eu vou passar para a pergunta de nossos analistas.
04:58Vamos começar pelo Alberto Azental.
05:00Alberto, fica à vontade.
05:02Turra, eu gostei da tua frase que é uma indústria a céu aberto,
05:06porque vive do clima, mas também o clima é um dos maiores problemas.
05:11A agricultura familiar, ela representa 77% dos estabelecimentos
05:17e 23% da área plantada, ou seja, bem menor.
05:21Ela emprega bastante gente, mas não é a que mais produz itens como milho, trigo, feijão e arroz,
05:29menos do que 20%.
05:31Ela acaba respondendo mais por itens não intensivos, alface, mandioca,
05:36aquilo que dá cor e diversidade para a mesa das famílias.
05:40Queria que se apontasse quais as principais diferenças,
05:44levando em consideração que tudo é agricultura,
05:47quais as principais diferenças e desafios entre a agricultura familiar e aquela intensiva?
05:55Bem, a agricultura familiar, ela é importantíssima porque hortifruti e grangeiros
06:01praticamente é o chão da agricultura familiar.
06:05A pequena agroindústria é idem.
06:07Então, ela é muito importante e necessária pelo seguinte,
06:13o volume, o número de propriedades no Brasil, o tamanho das propriedades
06:18e o número de propriedades mostra que a cada ano a mais nós vamos fatiando,
06:25vamos dividindo heranças, então a área termina sendo muito pequena.
06:31Tem que haver um plano para isso porque há atividades para isso
06:34e elas são diferentes da agricultura extensiva, a grande agricultura.
06:40Então, ela precisa de um acompanhamento melhor, isso é verdadeiro.
06:44Inclusive, juros, condições, tratamento, assistência técnica,
06:50justíssimo que exceder a agricultura familiar um trato bem especial,
06:56porque ela tem um papel importantíssimo, preponderante,
07:00de fazer com que o pequeno tenha uma atividade e possa se tornar alguém empresário.
07:08Pequeno empresário, mas pode.
07:10Porque você plantar soja em 10 hectares é absurdo.
07:14Agora, você plantar couve, batata e etc., é outra coisa.
07:22Você pode, mesmo como integrado da agricultura, da suinocultura, do leite,
07:28você pode operar milagre, produzir por área muito mais do que a grande,
07:33muito mais, sem dúvida alguma.
07:36Então, eu diria que não é que a gente se insurge contra o trato.
07:41Eu acho que, mesmo no plano safra, ter condições melhores,
07:47mais apropriadas para o pequeno produtor,
07:50me parece algo extremamente importante e justo.
07:53Agora, poderia ter sido num plano só,
07:57porque ambos, grande, pequeno ou médio,
07:59cumprem a missão de produzir alimentos.
08:02Alimentos que chegam à nossa mesa ou à mesa de 800 milhões lá fora,
08:07que estão hoje dependendo da agricultura do Brasil para terem alimento.
08:12Essa é a verdade.
08:13Então, deveria até se dar mais ênfase ao plano.
08:17O plano é trabalhado pela Secretaria de Política Agrícola
08:21e ele ouve o que pode,
08:25mas como nesses últimos tempos não há para atender programas especiais,
08:30por exemplo,
08:32quem não sabe que aqui no Rio Grande do Sul
08:34as terras não só foram levadas pelas águas,
08:38mas lavadas?
08:40A matéria orgânica se foi.
08:43Então, tem que haver um plano especial
08:45para recuperar a produtividade,
08:49de recuperação do solo.
08:51Tem que haver.
08:53Como se fazia para o leite,
08:56para calcariamento,
08:58para certas atividades,
09:00esse ano deveria haver,
09:01e tomara que viesse amanhã,
09:03um plano para a recuperação do solo.
09:06Fertilização.
09:08Fertilização.
09:09Por quê?
09:10A nossa luta é pela produtividade.
09:13Menos espaço, mais produção.
09:16E não ter que ocupar mais espaço
09:18para produzir a mesma coisa.
09:21Muito obrigada pela sua participação aqui.
09:23Aguardemos o que virá amanhã.
09:25Obrigada.
09:26Boa semana para o senhor.
09:28Um abraço a vocês todos.
09:29Tchau, tchau.
09:30Tchau.
09:31Tchau.
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