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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, detalha os desafios fiscais do Brasil e sua relação com as taxas de juros, destacando a importância de medidas estruturantes para garantir a sustentabilidade da dívida pública. Galípolo também aborda o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado de títulos públicos e as perspectivas para o futuro.

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Transcrição
00:00Vamos agora a Brasília, onde o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fala sobre o relatório de política monetária de junho.
00:07Entre o que é a taxa de juros mais de longo prazo e o que deve ser a taxa de juros que realmente corresponde ao que é a política monetária.
00:16Essa confusão sobre essas duas taxas talvez aqui no Brasil seja intensificada pelo fato de a gente ter títulos públicos aqui que são selicados, vamos chamar assim,
00:26que tem uma correlação com a selic e aí muitas vezes você acaba juntando ali o que é o juros que é pago pelo setor público com a selic.
00:37Mas de verdade, como está demonstrado no BOX e como é no resto do mundo, essa taxa de juros de longo prazo ou de médio e longo prazo vai responder muito mais a outros fatores
00:46que correspondem ao fiscal até pela dinâmica de oferta e demanda que a gente tem no mercado de títulos públicos do que a política monetária em si.
00:55O fato, e a vida e o trabalho do meu amigo Serão lá no Tesouro não é simples de você fazer essas colocações dos títulos,
01:04mas o fato de você ter muitas vezes uma elevação do pedaço da dívida pública que está alincada à taxa selic,
01:11reflete justamente que talvez essa seja uma taxa mais atrativa do que as de outros papéis que estão oferecendo
01:17com uma taxa de juros pré ou pós mais longa.
01:20Então, o Tesouro com certeza quer rolar a sua dívida ao menor custo possível e ele ao escolher um papel que de alguma maneira
01:28atrelha a selic é porque essa se revela talvez como a estratégia para ele mais interessante naquele momento.
01:34Então, essa separação é bastante importante fazer.
01:36Olhando para essa separação e olhando para o debate de fiscal, eu já falei isso algumas vezes,
01:44eu acho que existe hoje um tema sobre estrutura e sustentabilidade de mercado de títulos públicos de ordem meio global.
01:53Hoje em dia, alguns jornais especializados de economia internacional fizeram até documentários recentes, longos,
02:01sobre esse tema, sobre um desequilíbrio que ocorreu nos últimos anos entre oferta e demanda no mercado de títulos públicos.
02:09Como você teve uma oferta crescente, dado todo o esforço fiscal que foi necessário ser feito nos últimos anos,
02:15a gente geralmente vê esse tipo de esforço fiscal em períodos excepcionais, como foi durante a Segunda Guerra Mundial,
02:22e agora a gente teve uma sucessão de períodos excepcionais.
02:25A gente teve uma crise, como foi a crise de 2008, depois a gente teve um choque com a pandemia da Covid,
02:31tensões geopolíticas, e isso foi demandando um esforço fiscal que foi feito até de maneira mais exuberante,
02:39vamos dizer assim, pelos países avançados, eles que aumentaram mais a sua dívida,
02:44e isso ampliou a oferta, uma rolagem de dívida maior,
02:48seja porque você fez um esforço fiscal inicial para essas questões excepcionais,
02:52seja porque depois você também foi obrigado a subir a taxa de juros,
02:55pelos motivos que o Diego estava comentando ali, de primeira oferta, depois demanda,
02:59então você ficou com um custo de dívida mais alto e com um estoque de dívida mais alto.
03:04Então isso de um lado aumenta a oferta.
03:06Do outro lado da demanda, tem uma série de discussões que ocorreram,
03:10seja no curso regulatório, de quanto você reduziu a participação de bancos,
03:14enquanto demandantes, participantes dos leilões de títulos públicos,
03:18seja um processo atuarial de envelhecimento da população,
03:23que muda, por exemplo, o cálculo atuarial de boa parte dos fundos de pensão,
03:27que tinham muitas vezes e eram justamente os compradores dessa ponta mais longa
03:31do mercado de títulos públicos.
03:33Então esse desequilíbrio, vamos chamar assim,
03:36ou esse novo equilíbrio entre oferta e demanda do mercado de títulos públicos,
03:40tem sido um processo absolutamente global,
03:42que levanta as discussões sobre sustentabilidade das dívidas públicas.
03:48No caso brasileiro, eu acho que o ponto positivo é você dizer
03:55que está ocorrendo uma discussão sobre esse tema.
03:59O tema central que está sendo debatido e ocupando boa parte das páginas
04:04que cobrem a economia é justamente como endereçar esta questão
04:10de você ter medidas estruturantes para permitir uma sustentabilidade
04:15da evolução da dívida pública.
04:19Então eu acho que isso é um ponto muito positivo.
04:21Quando você pode comparar com outros países,
04:23talvez a crítica que você vai ver de quem está acompanhando
04:29é dizer que isso não é um tema,
04:31ou isso não está dando a devida centralidade ou devida importância.
04:33Acho que isso que a gente não pode dizer.
04:34Esse é o tema que tem ocupado de maneira bastante clara aqui o debate.
04:38Eu também já disse que muitas vezes esses debates acontecem com avanços e bloqueios
04:43de maneira menos linear, porque é próprio do processo democrático.
04:46E acho isso, eu prefiro o processo democrático do que qualquer outra alternativa.
04:51Essas dores do processo democrático me parecem serem bem-vindas.
04:56E a gente chegou e repetiu primeiro na ata e no comunicado
05:00que sempre, como você bem disse, a gente está olhando para como é que as questões fiscais
05:06repercutem na inflação corrente e nas expectativas.
05:09É quase sempre uma avaliação, é um juízo sobre um juízo.
05:13Eu estou olhando como aquilo impacta o mercado, os atores econômicos,
05:17para a gente entender o juízo que eles estão tendo sobre isso.
05:22E a gente afirmou ali que vê com bons olhos o debate sobre medidas estruturantes
05:29que possam dar uma sinalização positiva para este debate da sustentabilidade da dívida.
05:35Especialmente no cenário que a gente está vivenciando hoje.
05:38Num cenário hoje de tamanha incerteza internacional, com revisão de portfólios,
05:42de quanto você vai fazer de alocação em algumas economias centrais.
05:46E com as vantagens competitivas que o Brasil pode oferecer num cenário como esse,
05:51do ponto de diversificação de parceiros comerciais,
05:54e com as novas correlações que a gente tem assistido,
05:56uma sinalização nesse sentido me parece que pode oferecer uma vantagem competitiva
06:01bastante relevante para o país.
06:03Presidente, só um ponto.
06:08É que o debate está evoluindo.
06:11Há algumas semanas eu acho que estava mais próximo dessas suas palavras,
06:15agora dessa sua fala.
06:17Agora, nas últimas horas, realmente mudou.
06:19Então, essa discussão, ela está sendo muito mais prejudicial do que benéfica,
06:23porque não tem medida estruturante em nenhum longo prazo,
06:25e o governo só está perdendo em todas as propostas que faz.
06:28Então, o quadro fiscal nesse aspecto, no curtíssimo prazo, ele não é positivo.
06:34Eu gostaria de insistir nesse ponto, porque esse é um ponto que o mercado entende,
06:40temos uma eleição em 2026, é o quadro que vocês estão olhando do ponto de vista
06:45de perspectivas futuras da inflação.
06:47e como lidar com isso?
06:49O senhor, de certa forma, fica no meio desse tiroteio de mãos atadas?
06:52Não.
06:53Como eu disse, o Banco Central vai consumir essas informações e vai fazer o seu trabalho,
06:58que é a persecução da meta,
06:59demonstrar o seu compromisso com a persecução da meta,
07:03como a gente vem fazendo.
07:04Agora, eu, em todas as oportunidades que eu tive de interlocução,
07:12seja com o presidente Lula, seja com o ministro Fernando Haddad,
07:15seja com o presidente Hugo, seja com o presidente Davi,
07:19sempre encontrei uma disposição muito grande
07:22a buscar construir soluções, propostas,
07:28para que se possa apresentar uma sustentabilidade
07:31e propostas estruturais para os temas fiscais.
07:35Então, eu talvez fique bastante encharcado
07:39dessa relação e desse convívio e desse diálogo
07:44que todas as vezes demonstrou bastante proatividade,
07:51desejo e inclinação para buscar uma solução nesse sentido.
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