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O recuo no conflito entre Israel e Irã trouxe alívio aos mercados, mas também abriu espaço para novos riscos e oportunidades. O preço do petróleo caiu dois dias seguidos e voltou a patamares pré-crise — impactando o dólar, a curva de juros e as ações da Petrobras. Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, analisa como esse novo cenário pode influenciar os próximos passos do Banco Central, o comportamento das commodities e o desempenho do Ibovespa B3.

Acompanhe em tempo real a cobertura do conflito entre Israel e Irã, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/conflito-israel-e-ira/

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Transcrição
00:00Vamos entender melhor o que é que determinou esses movimentos dos investidores hoje,
00:05conversando com o Felipe Corleta, sócio da Delinque Investimentos.
00:10Corleta, boa tarde para você. Tivemos essa boa notícia de ontem para hoje,
00:13que foi o cessar-fogo entre Israel e Irã.
00:17Começou já com descumprimento dos dois lados, depois parece que se estabeleceu.
00:21Agora, mesmo num cessar-fogo, num ambiente de cessar-fogo assim,
00:25por que é que o petróleo cai tanto depois de já ter caído tanto ontem?
00:30Boa tarde, Turce. Boa tarde para todo mundo que acompanha aqui o Times Brasil.
00:36É um grande alívio com essa tensão.
00:40A gente teve aí as perspectivas de que haja qualquer tipo de interrupção de fluxo de petróleo
00:46diminuírem muito diante do cessar-fogo.
00:49Isso tirou também a percepção de risco do mercado com relação ao petróleo.
00:53E aí os focos do investidor do mercado de energia voltam para a questão da demanda.
00:59A gente vai olhar o mercado olhando para a atividade econômica, para fatores de demanda de petróleo,
01:04e não para riscos na oferta que são associados a esse conflito no Oriente Médio, pelo menos nesse curto prazo.
01:10Com isso, muitos investidores que estavam comprados em posições importantes de petróleo,
01:15apostando nessa piora do conflito ou se protegendo dessa piora do conflito também,
01:20acabam mudando o lado das suas posições, fazem a venda desses contratos de petróleo,
01:26e com isso a gente tem aí uma queda expressiva dois dias seguidos do preço de petróleo.
01:32Eu sei que a pergunta é difícil, mas dá para dizer que ele tem espaço para cair mais?
01:37É sempre difícil especular o curtíssimo prazo de ativos tão sensíveis como é o petróleo.
01:44Quando a gente fala de petróleo, a gente tem, como eu expliquei antes, questões de oferta,
01:48muito ligadas ao Oriente Médio e à produção de petróleo nos Estados Unidos,
01:53e questões de demanda, mas associadas à atividade econômica global,
01:58bastante ligada aos desempenhos econômicos de China, Estados Unidos e União Europeia.
02:04A expectativa nesse momento é de que essas economias continuem relativamente bem,
02:09inclusive com um possível corte de juros nos Estados Unidos,
02:12trazendo um pouco mais de ânimo para as projeções de PIB globais.
02:16Então, eu não vejo como uma grande oportunidade, por exemplo,
02:20ficar vendido em petróleo nesse atual nível, depois dessas duas quedas.
02:24Então, eu acho que a gente vai buscar um ponto de equilíbrio próximo ao que havia
02:28antes do início desse conflito, que já durou umas duas semanas.
02:33Eu vejo esse patamar de preço de petróleo, 70, 65, como patamares razoáveis,
02:39considerando que esse risco na oferta ficou bastante diminuído.
02:44E essa queda do petróleo hoje, mais uma vez, ajudou a frear o Ibovespa, Coroleta?
02:50Ela ajudou. A gente teve um dia de alta na Bolsa, mas as ações da Petrobras caíram novamente
02:55e evitaram que a gente tivesse uma alta tão expressiva como a que se viu em Nova Iorque.
03:01Então, foi um dia positivo no mercado.
03:04Tivemos uma alta forte nas ações do Itaú, outras ações do setor bancário
03:07desempenhando muito bem aqui no nosso mercado.
03:10A gente teve um fechamento da curva de juros, então, uma queda dos juros futuros.
03:14Também, o dólar, que acabou destoando um pouco, especialmente porque a gente tem uma moeda
03:19muito correlacionada com os preços de commodities, e na medida que o petróleo cai,
03:24ele puxa para baixo todas as outras commodities também.
03:28Então, foi um dia de queda importante nos preços de commodities alimentares,
03:31de commodities metálicas, de commodities energéticas, produtos de exportação do Brasil.
03:36Isso acabou prejudicando um pouco o dia do real.
03:38De fato, o real foi uma das únicas moedas do mundo que não se apreciou ante o dólar
03:46no dia de hoje, muito em função disso.
03:50Então, australiano, norueguês, outras moedas de países exportadores de commodities
03:53também sofreram um pouco mais no dia de hoje.
03:57Então, sim, foi um dia positivo, mas certamente, se a gente tivesse tido Petrobras performando,
04:02melhor a alta da bolsa teria sido mais expressiva.
04:05Ô Corleta, e tivemos hoje também a divulgação da ata do Copom.
04:08A gente falou disso há pouco no radar e ainda vai falar mais, mais em detalhes.
04:12Agora, o que é que o mercado achou dessa ata, do tom da ata?
04:17Olha, Dulce, a minha percepção é que a reação de mercado foi relativamente neutra a essa ata.
04:22Ela foi uma ata que, na minha opinião, ela reforçou muito as visões já ditas no comunicado,
04:28não teve nenhuma grande surpresa.
04:30Se a gente fosse destacar alguma coisa, talvez seria o detalhamento que o Banco Central
04:34deu para a situação da atividade econômica, na medida que ele percebe ali um risco
04:39para essa resiliência da atividade, o que mostra que o Banco Central parou de subir os juros também,
04:44porque está havendo uma desaceleração desse ímpeto de crescimento econômico,
04:49que o Brasil tem mostrado.
04:50E, com isso, a gente poderia analisar que casos se confirmando,
04:55essa desaceleração poderia quebrar um ciclo de inflação e permitir que o Banco Central corte juros.
05:00Mas é uma interpretação muito incipiente ainda, a mensagem do Banco Central é muito clara,
05:05juros não sobem mais e permanecem altos por bastante tempo.
05:09Então, não se fala em corte, mas a barra está muito alta para que o Banco Central faça uma nova alta de juros.
05:15Quer dizer, tem que ter um choque inflacionário, alguma surpresa externa,
05:18alguma coisa efetivamente grande para que o Banco Central volte a subir a Selic para além dos 15% atuais.
05:26Então, a mensagem do Banco Central foi clara, houve um reforço e o que me deixa mais confiante
05:31nessa análise de que a ata do Copom foi relativamente neutra para o mercado
05:35é que a gente viu algumas casas de análise dizendo que foi uma ata mais amigável a subir os juros,
05:41outras casas de análise dizendo que não, que é uma ata mais amigável a cortar os juros.
05:44Então, teve essa falta de consenso entre os analistas de mercado,
05:49também mostra que estamos mais perto da neutralidade nesse documento de hoje.
05:52Na quinta sai, é um outro documento, é o relatório de política monetária,
05:56antigo relatório trimestral de inflação, onde o Banco Central traz ainda mais dados
06:00sobre a forma com que está analisando a economia do Brasil.
06:03Corleta, e nos Estados Unidos? Por lá as bolsas subiram mais, né?
06:08Olha, a gente teve um dia de notícias positivas para a economia dos Estados Unidos,
06:11a primeira delas foi uma declaração do Hassett, que é conselheiro da Casa Branca,
06:17dizendo que no dia 4 de julho pode haver anúncio de uma série de pacotes,
06:22uma série de acordos comerciais, reduzindo um pouco essa expectativa com a política comercial
06:27e com os riscos do tarifácio.
06:30Então, isso começou o dia já com essa notícia,
06:33e aí a gente teve a participação do presidente do Banco Central americano,
06:37o Jerome Powell, na Câmara dos Deputados lá em Washington.
06:42E ele respondendo perguntas de senadores, foi muito pressionado,
06:45foi colocado contra a parede com relação a quando que os juros vão cair,
06:52e ele pela primeira vez deixou em aberto a possibilidade de ter um corte de juros em julho.
06:58Ele falou que o efeito das tarifas na inflação vai se dar ao longo do verão,
07:02a partir, portanto, de agora, a partir de agora de junho,
07:06e que se esse efeito for menor do que o esperado,
07:08isso pode fazer com que o Fed corte antes.
07:10E quando ele fala cortar antes, sabe-se que o consenso do mercado
07:15é de que o juro nos Estados Unidos começa a cair em setembro,
07:18isso trouxe ali para a mesa uma aposta um pouco maior,
07:21de que o juro poderia cair antes disso, quem sabe em julho.
07:25Dessa forma, a Bolsa americana andou muito forte, o dólar perdeu muita força,
07:30e a gente viu um desempenho forte dos mercados desenvolvidos aí na sessão de hoje.
07:35A gente até andou esquecendo que também tem guerra comercial nesses últimos dias, né, Corleta?
07:39Agora, faz tempo que a Casa Branca está prometendo para, daqui a pouco,
07:44anunciar acordos com outros países, né?
07:48Verdade, eu acho que houve uma...
07:49Não só aqui na nossa cobertura e no nosso bate-papo diário,
07:53houve uma mudança de foco, mas talvez nas autoridades lá do próprio Trump,
07:58houve essa mudança de foco nas últimas duas semanas,
08:01diante da eclosão dessa guerra entre Israel e o Irã, certo?
08:07Então, de fato, a gente teve essa perda de foco aí dos mercados,
08:12talvez até das autoridades na guerra comercial,
08:15mas diante desse cessar-fogo, a gente sabe que o equilíbrio no Oriente Médio
08:19é sempre um equilíbrio bastante instável, né?
08:21Vai ter que ficar com isso no radar,
08:23mas acho que agora o foco retorna às negociações comerciais e às questões de tarifas aí,
08:29pelo menos o foco dos investidores aí e das autoridades no lado econômico lá nos Estados Unidos.
08:35A gente viu os analistas econômicos, os conselheiros econômicos se preocuparem em determinado momento
08:40muito mais com os preços de petróleo do que efetivamente o impacto das tarifas.
08:44E agora isso passa a voltar aí para o centro das atenções.
08:49Vamos ver se dessa vez realmente sai um acordo dos Estados Unidos,
08:52um acordo no âmbito comercial com os países afetados pelo tarifácio também.
08:57Corleta, para amanhã, o que observar?
08:59Olha, a gente tem uma agenda econômica bem cheia essa semana.
09:04Acho que o dado mais importante é o IPCA-15, que vai ser divulgado aqui no Brasil
09:09e que pode trazer aí uma mudança mais abrupta de preço para a nossa bolsa ou para o nosso dólar.
09:16Lá nos Estados Unidos vai ter mais um dia de falas do Jerão Paulo, dessa vez no Senado Federal,
09:20e uma série de outros dados econômicos a serem divulgados do mercado de trabalho.
09:27E lá fora a gente vai ficar muito atento à quinta-feira que saem números de inflação.
09:32Especialmente depois dessas declarações do PAU de que se a inflação não surpreender,
09:36o juro pode cair, cria-se uma expectativa muito grande pelos números de inflação
09:41que saem na quinta-feira nos Estados Unidos.
09:43Na medida que esses números saírem abaixo das expectativas do mercado,
09:47essa precificação de que o juro lá fora cai pode ganhar força e, com isso,
09:52animar mercados emergentes, melhorar a questão aqui da nossa bolsa,
09:57quem sabe ver o dólar aí furando efetivamente para baixo esses R$ 5,50
10:01e procurando patamares mais baixos.
10:03Então, certamente a atenção vai estar na quinta-feira nos números de inflação americana.
10:09Felipe Corleta, sócio da D-Link Investimentos.
10:12Valeu, Corleta, obrigado, bom fim de jornada e até amanhã.
10:16Até amanhã, um abraço.
10:17Um abraço.
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