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A economista-chefe e CEO da Buysidebrazil, Andrea Damico, analisou o IPCA abaixo do esperado e explicou por que os serviços ainda mantêm a inflação pressionada. Vinicius Torres Freire e Alberto Ajzental discutiram as chances de mudança na taxa Selic e os impactos da desinflação global.

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Transcrição
00:00Eu vou conversar agora com a Andréa D'Amico, ela é economista-chefe e CEO da BySide Brasil.
00:05Andréa, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:08Bom, vamos começar pelo IPCA.
00:10Esse número veio abaixo das expectativas do mercado,
00:14mas como disse o Vinícius, poderia ter sido ainda menor?
00:17E qual é a sua expectativa daqui para frente?
00:21Perfeito, boa noite a todos, boa noite Cristiane.
00:25Bem, sobre o IPCA, de fato a nossa avaliação foi de que, enfim,
00:31foi um dado um pouco melhor na margem, principalmente quando a gente olha para os núcleos de inflação,
00:39que é exatamente aquela variável que o Banco Central gosta de acompanhar
00:45e que, de certa medida, o objetivo dela é projetar a inflação lá na frente.
00:53Então, ser um bom antecedente das inflações futuras.
00:59Então, o que a gente viu foi um núcleo de inflação mais fraco.
01:03Agora, tem dois mundos dentro desse núcleo de inflação.
01:08De um lado, a gente vê os serviços ainda pressionados,
01:13reagindo em grande medida a essa resiliência do mercado de trabalho
01:18e também dos rendimentos, os rendimentos seguem acelerando nas mais diversas medidas
01:25e nos mais diversos indicadores de mercado de trabalho que a gente acompanha.
01:30Mas, de outro lado, a gente vê ali os bens industriais com uma performance muito boa,
01:39ou seja, eles estão desacelerando de uma forma abrupta.
01:44E isso tem ali por trás tanto um cenário de preços de commodities mais fracos,
01:54mas juntamente com o dólar mais fraco, que contribui também para a apreciação do real.
02:00Então, esse componente dos bens industriais, que, enfim, tem automóvel novo, vestuário,
02:09enfim, eletroeletrônicos que tiveram uma desaceleração importante,
02:14esses bens acabaram reduzindo o núcleo de inflação.
02:20Então, acho que essa é uma notícia positiva, ainda que eu concordo ali com o Vinícius,
02:26de que a parte de serviços ainda está muito resiliente,
02:31e dado que o mercado de trabalho segue resiliente,
02:35muito provavelmente a gente vai demorar um pouco para ver o arrefecimento
02:40da parte de serviços na inflação.
02:44Porém, o cenário global já está contribuindo, de certa forma,
02:50com essa desinflação dos bens industriais.
02:54Então, por isso que a gente viu esse arrefecimento do núcleo de inflação
03:02que é tão relevante para o Banco Central.
03:06Andréia, a inflação menor muda o jogo do Copom?
03:09O que a gente pode esperar da próxima reunião?
03:12Bem, o nosso cenário já era de uma estabilidade para a próxima reunião.
03:19Anteriormente, nós tivemos, enfim, os dados de mercado de trabalho,
03:27tivemos até algumas falas um pouco mais duras do Banco Central,
03:33principalmente do presidente Galípulo,
03:36reconhecendo essa resiliência da atividade econômica,
03:41acho que esse é um fator importante.
03:43porém, tanto o Galípulo quanto os diretores têm sinalizado
03:50que a comunicação oficial do Banco Central segue valendo.
03:55Então, portanto, a ata do Banco Central, a ata do Copom, segue valendo.
04:00E na nossa visão, a mensagem que a ata nos traz é a de que,
04:06em primeiro lugar, o Banco Central já fez bastante
04:12e que agora ele precisa observar a defasagem da política monetária,
04:17os efeitos da política monetária do que ele já fez na inflação e na atividade,
04:24isso de um lado, e de outro ele acaba, na nossa visão,
04:28revelando uma preferência por manter os juros parados por mais tempo
04:33ao invés de subir, continuar subindo e depois cair mais rápido.
04:41Então, isso, na nossa visão, é o que a gente tira ali da ata, do Copom.
04:49Então, é por isso que a gente mantém a nossa visão de uma estabilidade de juros.
04:55E esse IPCA de hoje, eu acho que ele, de certa forma,
05:02corrobora essa visão.
05:04Eu acho que não dá para a gente comemorar muito a parte de serviços,
05:10isso eu concordo, a parte de serviços, os preços de serviços ainda seguem pressionados,
05:17porém a gente está tendo uma ajuda global.
05:20O cenário global mais desinflacionário começou a influenciar aqui a inflação brasileira.
05:29Eu vou passar para a pergunta de nossos analistas,
05:31vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
05:33Vinícius, fica à vontade.
05:35André, considerando o cenário, vai, que está muito difícil de prever no mundo inteiro,
05:42você acha que queda de preços de commodities e dólar já deram o que tinham que dar para a inflação
05:48e o resto vai vir de queda de atividade e contenção de salário?
05:52Ou ainda vai ter um chorinho de dólar e queda de commodities para ajudar a inflação brasileira a cair?
05:59Olha, os nossos exercícios mostram que ainda tem um espaço para cair aqui dentro sim, tá?
06:07Porque a gente entende que, na verdade, esse efeito da desinflação global,
06:13ele está apenas começando.
06:15Quando, por exemplo, a gente olha para os IGPs, principalmente os preços no atacado,
06:22que seriam ali os IPAs, eles estão com uma deflação bastante consistente,
06:29tanto ali no campo do agropecuário, que, enfim, a gente já vê ali uma expectativa de safra melhor,
06:38o próprio, alguns sinais um pouco melhores para a tendência de preços de proteínas,
06:47mas ali, olhando também para os industriais, para os bens industriais,
06:54a gente vê ali no atacado ainda um processo, que está acontecendo ainda um processo,
07:03processo, digamos, de desinflação, né?
07:06Que ele ainda não teve o seu, não aconteceu na sua totalidade no atacado
07:13e, por sua vez, também não aconteceu na sua totalidade no varejo, tá?
07:18Então, enfim, eu acho que é ainda um pouco recente esse início de uma desinflação global, né?
07:27Se vê preços de automóveis, por exemplo, a gente vê ainda um preço de importação cedendo bastante,
07:38com certeza tem aí o impacto dos carros chineses no nosso mercado,
07:43então, na nossa visão, isso é uma desinflação global que acaba colaborando aqui para os preços domésticos, tá?
07:54Vou passar agora para o Alberto Azental, Alberto.
07:58André, o item alimentos e bebidas, ele veio abaixo de 0,2,
08:03principalmente em função de alimentação no domicílio, que é gêneros alimentícios,
08:08que teve vários itens com deflação, mas quem puxou acabou sendo alimentação fora do domicílio,
08:16mas, principalmente, para a camada mais pobre da população,
08:22ela consome alimentos de baixo valor agregado, de ciclos curtos de produção,
08:28em grande parte não são commodities e não são dolarizados.
08:32Então, eles acabam ficando fora esses produtos daquele nosso discurso sobre dólar, commodities
08:38e o que acontece com a economia global.
08:41E ela veio forte, alimentos e bebidas ainda está acima de 7.
08:46Então, mesmo com esses movimentos globais,
08:50será que a população mais pobre ainda vai sofrer bastante com a inflação de alimentos?
08:55Em linhas gerais, o nível de preço dos alimentos, ele ainda é bastante elevado.
09:07Então, porque quando a gente fala de inflação, a gente sempre está falando da variação dos preços.
09:13Então, assim, nós tivemos muitos anos, quase ininterruptos,
09:19de altas, de preços de alimentos muito significativas, né?
09:2410% num ano, 8% em outro, enfim, cada ano era, entre aspas, uma desculpa.
09:31Ah, é a pandemia, é a seca, chuva demais, chuva de menos,
09:38em outros momentos, quebras de safra.
09:41Então, você tem, nós tivemos, enfim, nos últimos, digamos, 10 anos,
09:49majoritariamente anos de preços de alimentos pressionados.
09:54Então, hoje, a gente ainda está num nível de preços elevados, tá?
10:00Por mais que ocorra ali uma queda na margem da variação, né?
10:06Ainda o preço do café está caro, ainda o preço do arroz segue caro, tá?
10:12Agora, o que eu estou querendo dizer é que daqui para frente, né?
10:20Embora a gente esteja com nível de preços elevados, tá?
10:25E isso dificilmente vai mudar, quer dizer, o quanto o consumidor gasta
10:31para ali, para, na sua parte de alimentação, né?
10:35Da sua cesta de consumo com alimentação, ainda vai continuar sendo elevado, né?
10:41Por conta disso, porque o nível de preços dos alimentos,
10:45ele cresceu significativamente acima dos outros níveis,
10:50dos outros preços e também acima dos salários.
10:53Então, ele sente ainda essa perda de poder de compra.
10:57Agora, na margem, né?
10:59A gente tem cenários melhores, tem um cenário melhor,
11:02seja por conta da safra, né?
11:05Que está sendo boa, seja por conta da própria apreciação cambial.
11:10Sobre a questão que você falou dos preços,
11:14especificamente ali de hortifrute, né?
11:18Que eu acho que foi uma das surpresas, né?
11:21Uma das explicações para a deflação de alimentos que a gente viu hoje, tá?
11:27Sobre isso especificamente, né?
11:29O que eu colocaria é que a gente está entrando num período, né?
11:34De sazonalidade mais fraca para esses bens, né?
11:40Então, isso é comum, né?
11:43Porque a gente está entrando no inverno, né?
11:46Então, as pessoas naturalmente, né?
11:49E esse friozinho está um pouquinho mais forte esse ano,
11:52e isso naturalmente enfraquece a demanda, né?
11:56Por hortifrute da população.
11:59Então, por isso que os preços também acabaram cedendo, tá?
12:04Então, eu acho que tem esse componente, digamos,
12:07um pouco mais sazonal, tá?
12:11Especificamente para esses bens, né?
12:13Verduras, frutas, legumes.
12:15Muito obrigada pela sua entrevista.
12:19Boa noite para você.
12:21Boa noite, Cristiane.
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