O preço do petróleo subiu mais de 5% nesta quarta-feira (11) devido à tensão entre Irã e Estados Unidos. O âncora Marcelo Favalli explicou como o clima geopolítico na região do Oriente Médio impactou o mercado global.
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00:00Estou de volta. O preço do petróleo subiu mais de 5% nessa quarta-feira em meio a alta tensão entre Irã e Estados Unidos.
00:09O mercado reagiu a informação de que o governo americano estaria preparado para esvaziar a embaixada americana no Iraque por causa do clima de instabilidade na região.
00:19O apresentador do Conexão, Marcelo Favalli, já está aqui para explicar o que está por trás disso. Favalli, boa noite para você.
00:25Boa noite, Cris Pelágio. Essa história é tão antiga e o tema é tão sensível.
00:30Parece que é déjà vu, né?
00:31Voltamos à década de 70, nos anos 80.
00:35O tema é tão sensível que apenas a informação de que os Estados Unidos estaria protegendo o seu corpo diplomático no Iraque, e aí tem um terceiro elemento, já causou um pânico nos mercados.
00:47Boa noite para você também que nos acompanha.
00:48Nenhum exagero, porque tanto o petróleo Brent, que é negociado em Londres, quanto o Light, que é negociado na Bolsa de Valores de Nova York, ambos subiram mais do que 5%.
00:59Então, não é apenas uma especulação do mercado, é um clima de tensão geopolítico real.
01:06Vamos olhar aqui, porque a gente tem que entender três personagens.
01:09Embora a notícia envolva Estados Unidos e Irã, tem o Iraque no meio do caminho e ele começa a ser importante a partir destes números.
01:19Produção de petróleo mundial passa por essa região majoritariamente ali no Oriente Médio, os grandes bolsões de petróleo do mundo, com exceção da Venezuela.
01:30Nós temos aqui, vamos olhar para o Iraque primeiro, produção atual do Iraque, 4 milhões 100 mil barris de petróleo por dia.
01:40E o Iraque está com uma tendência de aumento que pode chegar a 6 milhões de barris de petróleo por dia até o ano de 2029.
01:50O que figura o Iraque continua colocando esse país ainda como um dos grandes players da exportação.
01:56Então, estão aqui os principais, disparado em primeiro lugar a Arábia Saudita, depois a Rússia, o Canadá, os Estados Unidos.
02:04Os Estados Unidos, embora produzam muito, tem capacidade de exportação, mas consome muito.
02:10Então, ele não é um player tão importante.
02:13O Iraque produz muito e exporta mais do que consome.
02:17Está aqui, em quinto lugar, abastecendo pouco menos de 8% do mercado internacional de petróleo.
02:26Parece pouco, mas olhando globalmente é bastante coisa.
02:30Não à toa que está em quinto lugar.
02:32Eu vou pedir a próxima arte para a gente ver aqui, então, os países que eu estou mencionando.
02:37Agora vai fazer mais sentido quando a gente jogar o Irã nessa equação.
02:42O Irã também é um enorme produtor de petróleo.
02:45Só que desde 2017, na primeira gestão do governo Donald Trump, o Irã passou a ser muito sancionado.
02:54Então, diversos países pararam de comprar ou foram proibidos de serem abastecidos pelo petróleo iraniano.
03:02Então, 2017, todos estes países, a lista era bastante extensa.
03:07E agora se resume.
03:09A China, que consome 91% das exportações do petróleo iraniano.
03:13Venezuela e Iraque.
03:15Que, claro, a Venezuela e o Iraque também produzem petróleo, mas tem baixa ou menor capacidade de refino.
03:21Então, o Irã também comercializa para esses países os derivados de petróleo, petróleo refinado.
03:28O Irã é importante no mercado internacional?
03:30É.
03:31Mas, por causa das sanções, ele não é um player internacional de peso, tirando para a China.
03:36Agora, vamos colocar a questão de segurança internacional e o Irã cada vez mais subindo o tom de um suposto ataque,
03:46uma capacidade de uma retaliação militar contra Estados Unidos, contra Israel e os aliados desses dois países.
03:53Vou pedir a próxima arte para a gente colocar agora o critério de segurança sobrepondo estas questões do petróleo.
04:01Está aqui.
04:01Não adianta só produzir o petróleo.
04:03Você tem que atravessar o petróleo.
04:05O petróleo só faz sentido se ele chega no seu comprador.
04:09Então, a gente tem os grandes gargalos da travessia do petróleo.
04:14O Bósforos, que fica na Turquia, o canal de Suez, no Egito.
04:19Mas eu peço a atenção de todo mundo para o Estreito de Hormuz, que fica aqui no final do Irã,
04:26por onde passam impressionantes quase 21 milhões de barris de petróleo por dia.
04:32Olhando o fluxo naval de mercadorias, são pelo menos 103 navios de carga, sejam petroleiros ou não, por dia só no Estreito de Hormuz.
04:47Olha o tamanho do fluxo de petróleo.
04:50E isso agora faz sentido quando a gente fala de segurança.
04:52A próxima arte para a gente colocar qual é a capacidade de ataque, por exemplo, do Irã.
04:58Está aqui.
04:59Entre os mísseis que o Irã já provou ter, o chamado SA-26 e o SA-5, os círculos, eles mostram a capacidade de ataque.
05:10Ou seja, disparos chegariam facilmente aqui no Golfo Pérsico e no Estreito de Hormuz,
05:18ameaçando o fluxo de entrega de petróleo ou de qualquer outro tipo de navio mercante nessa região.
05:29Por isso, com este temor de uma guerra, de um conflito armado, de uma retaliação armada do Irã,
05:35o preço do petróleo acabou subindo por um temor no final desse fluxo.
05:41Vou pedir a próxima arte, porque aí nós estamos falando de Estados Unidos.
05:46O cerne dessa notícia toda, os Estados Unidos protegendo os seus diplomatas no Iraque.
05:54Lembrando que ainda existe uma enorme presença militar dos Estados Unidos no Iraque.
05:59E não só.
06:00Esta é a presença militar dos Estados Unidos no Oriente Médio,
06:05entre bases navais militares com direito a submarinos chamados submarinos táticos,
06:12que numa leitura militar significa que são capazes de levar ogivas nucleares.
06:17Então, um conflito envolvendo o Irã, os Estados Unidos e, eventualmente, Israel,
06:23os americanos estão fortemente armados nesta região com capacidade de resposta do Irã.
06:29E, para encerrar, a última arte, para a gente lembrar esse contexto envolvendo Irã, Iraque e Estados Unidos.
06:36Porque toda essa turma aí já entrou em conflito na história recente.
06:40A guerra de Irã e Iraque dura ali dos anos 80 aos anos 90, de 80 a 88,
06:49disputas fronteiriças e disputas por fontes de petróleo.
06:53A guerra Irã e Iraque.
06:55Depois, houve uma invasão dos Estados Unidos, uma ocupação dos Estados Unidos no Iraque,
06:59na chamada Guerra ao Terror, depois do 11 de setembro de 2001.
07:03A ocupação começa em 2003.
07:05Combate ao terrorismo, que era a gestão de George W. Bush,
07:09e a queda de Saddam Hussein.
07:11E, para completarmos, existe essa tensão latente.
07:15Desde 1979, na Revolução Islâmica do Irã,
07:19a revolução que fez um rechaço ao Ocidente, principalmente aos ingleses e americanos,
07:24em 79, algo que perdura aí há 46 anos.
07:28E o acordo nuclear, que durou de 2016 a 2018,
07:33começa no governo Barack Obama, mas na primeira gestão de Donald Trump,
07:37ele tira os Estados Unidos do acordo nuclear.
07:39O Irã, então, fala,
07:40Ah, Estados Unidos, vocês não estão mais?
07:42Eu me reservo o direito de retomar o meu programa nuclear,
07:47inclusive com uma versão bélica.
07:49E daí, os Estados Unidos subiram o tom de novo,
07:52na segunda gestão do presidente Donald Trump,
07:55e agora o Irã criou uma áurea de ameaça,
07:59e os americanos diplomatas que estão no Iraque,
08:03eventualmente, podem ser um dos primeiros alvos.
08:07Sempre, gente, economia e política andam de mãos dadas.
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