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Hudson Bessa, especialista da Fipecafi, analisou o impacto da entrada de R$ 20 bilhões em capital estrangeiro na B3, que levou o Ibovespa a superar 140 mil pontos. Apesar da alta, o alerta é para a volatilidade global e sinais de cautela do BC e Fed.

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Transcrição
00:00E durante a semana, o volume de negócios na Ibovespa B3 bateu recorde e passou dos 140 mil pontos.
00:07A entrada de capital estrangeiro foi o principal motor deste movimento de retomada da tendência de alta.
00:13Os investidores internacionais representam mais de 50% do volume de negociações no mercado à vista de ações.
00:21Mesmo assim, os economistas alertam para um posicionamento de cautela.
00:25Hoje, por exemplo, os índices operam mais em baixa aqui no Brasil e a pontuação de volume de negócios também apresenta uma ligeira queda.
00:33E quem vai nos ajudar a compreender melhor este sobe e desce no cenário econômico e o que esperar para os próximos dias
00:40é o Hudson Bessa, especialista em mercado financeiro da Fipecaf, ele que já está aqui conosco.
00:46Boa tarde, Hudson. Tudo bem com você? Seja bem-vindo agora.
00:49Boa tarde, Eric. Tudo bem? Como vai? Obrigado pelo convite. Prazer estar aqui com vocês.
00:54Prazer é nosso de recebê-lo aqui no Radar.
00:57Hudson, a gente viu ontem uma Bovespa voando aí em céu de brigadeiro.
01:03No intradia bateu aí os 140 mil pontos, fechou um pouquinho abaixo, né?
01:08A gente teve uma alta grande.
01:11A gente sabe que o fluxo, né? A entrada de investimento estrangeiro foi bastante importante.
01:15Depois que a Moody's reduziu o rating dos Estados Unidos, né?
01:19De AAA para AA1.
01:21Isso fez com que os investidores lá de fora tivessem um pouquinho mais de apetite para mercados emergentes e o dólar caiu.
01:29Hoje, a Bolsa está andando meio de lado, o dólar subindo.
01:33É um ajuste ou o que está acontecendo neste momento com o mercado aqui no Brasil, Hudson?
01:38Bem, Erika, vamos lá, né? Acho que o mundo vive um período de grande volatilidade, né?
01:44Desde que o Trump entrou, principalmente depois do dia da libertação, né?
01:49Então, acho que a gente está tendo uma Bolsa volátil.
01:52O mercado, quando está volátil, a gente viu a questão dos trejos americanos também,
01:56que as taxas abriram, depois cederam e tal.
01:59E o que você falou é muito verdadeiro, né?
02:02Está tendo uma saída de recursos americanos, não é só apenas depois da Moody's.
02:06A gente foi perceber, depois do dia da libertação, a gente vem vendo dinheiro da Bolsa americana
02:11indo, migrando para outras Bolsas, inclusive a brasileira.
02:14Aqui no Brasil, as estimativas são que a gente recebeu já nas últimas semanas 20 bilhões de recursos estrangeiros.
02:21Isso, obviamente, causa uma demanda maior para os ativos brasileiros.
02:25A Bolsa estava barata também, embora a gente nunca saiba onde é que é o fundo do poço, né?
02:29Diz que ela estava barata e aí você vai recebendo recursos e esses recursos estão movimentando a Bolsa,
02:36estão fazendo o preço das ações subir.
02:38Então, acho que é um momento de volatilidade, mas a gente tem que comemorar, né?
02:41Porque o dinheiro está vindo para cá, ainda bem, né?
02:44É isso.
02:45Hudson, a gente preparou aqui uma arte, eu queria te convidar para acompanhar conosco,
02:49para mostrar os fatores dessa entrada de capital estrangeiro aqui no Brasil.
02:55Então, olha, fatores para a entrada de capital estrangeiro no mercado de ações.
02:59Então, o fluxo de capital saindo dos Estados Unidos, por quê?
03:02Tem uma incerteza nos Estados Unidos, por causa de tarifácio, também esse rebaixamento aí do rating dos Estados Unidos.
03:10Então, investidores buscam oportunidades em outros países e mercados emergentes.
03:15Esse é o primeiro fator, preços atrativos, empresas brasileiras negociadas a preços atrativos,
03:22múltiplos abaixo da média histórica, mas com fundamentos sólidos.
03:26Então, as empresas sólidas, isso faz com que o investidor venha e invista aqui nas empresas brasileiras.
03:32E o terceiro fator, a expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil tenha se encerrado em maio.
03:38Porém, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinalizou que a Selic deve aí se manter em patamares ainda restritos,
03:48ou muitos restritivos, 14,75%, então sinalizou que não vai ter mais alta, mas que vai continuar ali num patamar alta.
03:59Então, Hudson, esses são fatores para a entrada de capital estrangeiro.
04:04E eu queria complementar com o seguinte, com esse rebaixamento da MUDS, da nota de crédito dos Estados Unidos,
04:12tarifácio, você teve no mês passado um PIB aí recuando, por lá, tudo bem, por causa da importação, adiantaram importações.
04:21Você perde, ofusca um pouco ou fica um pouco, a credibilidade dos Estados Unidos fica com ruído.
04:28E a gente até percebe que, por exemplo, o ouro voltou a subir hoje, já está na casa de novo dos 3.300 dólares.
04:35Então, o investidor deixa o dólar um pouquinho de lado, procura um hedge, procura uma proteção em ouro.
04:41Tudo isso faz parte dessa incerteza com o mercado dos Estados Unidos?
04:46Eu não tenho dúvida.
04:48Eu acho que a gente precisa separar os movimentos em o que pode ser curto prazo e o que pode ser longo prazo, Teg.
04:54Eu acho que de curto prazo, é claro que o Trump cria volatilidade com esse jeito de um avanço, dois recuos, ou dois avanços, um recuo, tanto faz.
05:02Eu passo para frente, um passo para trás.
05:05Ele cria muita incerteza.
05:07Por outro lado, ele tem um plano, que é um plano que é inflacionário, com certeza, tarifas são inflacionárias.
05:14E essa ideia de que você vai conseguir trazer a indústria americana de volta, se for verdade, não será de curto prazo.
05:22Então, talvez ela seja recessiva também.
05:25Então, isso é um contexto para hoje que agita muito o mercado.
05:29Mas também está a questão de longo prazo.
05:31A fragilidade das instituições americanas, ou a maneira como o Trump vem fragilizando as instituições americanas,
05:37o rompimento das alianças, que são alianças históricas pós-segunda guerra,
05:42vão tornando os Estados Unidos um parceiro pouco confiável.
05:44e vão deixando alguns questionamentos pelo caminho sobre até onde o dólar pode continuar com a sua hegemonia,
05:51até onde os Estados Unidos podem ser o único porto seguro do mundo.
05:55E aí é uma questão mais de longo prazo.
05:57E a gente vai demorar um tempo ainda para conseguir separar o que é curto prazo do que é longo prazo.
06:02Ou seja, o que é uma volatilidade por conta desses avanços, recuos e o jeito Trump de ser?
06:09E o que pode ser?
06:10O que esse jeito pode ter causado de fissura na credibilidade das instituições americanas?
06:16Pode ter fragilizado a tal ponto que os investidores comecem a pensar que
06:21não é que eu vou tirar, não é que vai ter uma fuga maciça dos Estados Unidos,
06:25mas que talvez a gente precise diversificar um pouco mais os Estados Unidos,
06:28não seja o único porto seguro do mundo, o único destino do dinheiro do mundo.
06:33Acho que a gente vai ter que esperar um tempo para ver o que é curto prazo,
06:36o que é médio e longo prazo.
06:38Por isso que aí a gente cai no primeiro fator,
06:40que aí os investidores procuram outros países, mercados emergentes,
06:44para diversificar a cesta de apostas, né, Hudson?
06:48Com certeza.
06:48Uma outra coisa que eu queria comentar com você, pedir a sua análise,
06:53a gente viu Banco Central da Europa reduzindo a taxa básica de juros por lá
06:59para 0,25% de redução.
07:03Agora o Banco da China reduzindo também juros.
07:06A gente viu na Austrália o Banco Central reduzindo juros de 4,1% para 3,85%.
07:12E a gente tem Federal Reserve e Banco Central brasileiro
07:16bem cautelosos em relação aos juros.
07:19Jeremy Powell está se segurando aí para um corte de juros por lá.
07:24E o Galípolo também, olhando os fundamentos da economia brasileira,
07:28fica também em compasso de espera, querendo ver ali uma inflação, né?
07:32É um pouco diferente.
07:33Aqui a gente só olha a inflação e lá nos Estados Unidos
07:36olha a inflação e atividade industrial.
07:38Por que que fora consegue-se reduzir os juros?
07:41A China fez isso para fomentar a economia, trazer investimento
07:45e também fazer com que cresça o PIB por lá.
07:48Por que Estados Unidos e Brasil ficam tão cautelosos?
07:53É, vamos lá, vamos por partes.
07:56Estados Unidos, por exemplo.
07:57Estados Unidos, ele não tem um sinal claro de que a inflação vai convergir para a meta.
08:03Ele até tinha uma expectativa de que isso acontecesse
08:06antes do tarifácio do Trump.
08:07Como falei, o tarifácio é inflacionário.
08:10O que leva o Jeremy Powell, o Banco Central americano, a ser mais cuidadoso.
08:14É hora de pensar em abaixar o juros, já que há sinais, sinais são difusos
08:18e a questão do tarifácio é com certeza um fator inflacionário.
08:23Nesse ponto, falta substância, falta fundamento
08:26para você ter a tranquilidade de começar a rebaixar a taxa de juros.
08:31Não vamos esquecer que os Estados Unidos, o Banco Central americano,
08:33foi acusado de ficar atrás da curva, de ter começado a subir os juros atrasados.
08:38É difícil você agora correr o risco de ser acusado de ter começado a cortar antes da hora.
08:43Então, os Estados Unidos têm inflação que não está descendo, cedendo,
08:47como se imaginava, principalmente agora, nesse contexto atual.
08:51E, portanto, há que tomar o quê?
08:53Cuidado, porque a atividade econômica americana continua robusta
08:57e os sinais de inflação não são sinais que criam tranquilidade.
09:00Já no caso brasileiro, a gente tem um desemprego muito baixo,
09:06em mínimas históricas, ainda uma pressão de demanda,
09:10saiu recentemente dados tanto da Fundação Antônio Vargas,
09:13quanto do IBGE, ainda com pressão de demanda,
09:17crescimento do IBCE-BR, que é o indicador do Banco Central,
09:19acima do que o mercado esperava.
09:22Ou seja, há sinais de uma economia forte no Brasil.
09:25desemprego fraco, economia forte e expectativas de inflação desancoradas,
09:31expectativas de inflação acima do topo da banda da meta,
09:355,5, acima do 4,5, que seria o teto da meta de inflação.
09:40Ou seja, não são sinais tranquilizadores.
09:42Por outro lado, a gente ainda tem um governo que vem procurando,
09:47propondo políticas para fiscais ou políticas para implementar,
09:52incrementar o crédito, que vai trazer mais pressão para a demanda.
09:56Quando a gente olha, no caso do Brasil, expectativas desancoradas de um lado
10:00e demanda pressionando do outro, não é tranquilo.
10:05Para o Banco Central tomaram a decisão de redução de taxa de juros.
10:09Então, nesse momento, melhor ter prudência, melhor esperar.
10:12E é o que o Galípolo sinalizou, até porque o mercado começou a especular
10:17que talvez tivesse um momento de começo de corte,
10:19se ele já preferiu já dar uma alinhada nas expectativas.
10:23Então, acho que o Brasil está com economias fortes
10:26e ainda não tem sinais claros de que a inflação converge para a meta,
10:30o que acho que é diferente dos outros países.
10:33Está certo.
10:34Hudson Bessa, recebi aqui o especialista em mercado financeiro da Fipecaf.
10:40Queria agradecer a sua presença aqui no Radar.
10:42Obrigado, Vilma.
10:43Ótima tarde para você.
10:45É, Miguel.
10:45Muito obrigado.
10:46Mais uma vez, um prazer.
10:47Tudo bom para você.
10:48Tchau, tchau.
10:49Obrigado.
10:49Tchau, tchau.
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