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O Ibovespa B3 passou de 125 mil para mais de 158 mil pontos em um ano, enquanto o dólar caiu para R$ 5,30. O economista Alexandre Chaia analisou os fatores que reduziram incertezas, melhoraram o humor do mercado e moldaram as expectativas para 2026.

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Transcrição
00:00Bom, chegamos ao último mês de 2025. Há praticamente um ano, no dia 2 de dezembro de 2024,
00:07o Ibovespa fechava o dia a 125 mil pontos, e o dólar era cotado a R$ 6,06.
00:22Hoje, o Ibovespa está acima dos 158 mil pontos. O câmbio na casa dos R$ 5,30.
00:30Quais os principais fatores responsáveis por esses números?
00:34Quem vai responder essa e outras questões é o economista Alexandre Chaia,
00:38que é professor de finanças no INSPER e gestor da Carmel Capital.
00:43Alexandre, boa noite. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:46Vou te fazer uma pergunta que, evidentemente, você precisaria de muito tempo para responder,
00:51mas eu conto com a sua capacidade de resumir.
00:55Como é que você avalia o ano de 2025 no mercado financeiro?
01:01Boa noite, Chani. É uma boa pergunta.
01:03Na verdade, a gente mudou completamente o que a gente estava na virada do ano.
01:08Acho que a virada do ano foi um conjunto, uma convergência de fatores ruins.
01:13A gente teve, por um lado, a descoberta que o Brasil tinha acabado com a sua capacidade ociosa
01:22e estava tendo uma pressão inflacionária, além do esperado,
01:25que todo mundo descobriu no último trimestre com aumento de importação.
01:29Aumento de importação associado àquele movimento errático do governo
01:35de alteração da parte de OEF, preocupação com discussão de meta fiscal,
01:43de mostrar realmente que tinha um objetivo de reduzir gasto.
01:49E mais no final de ano, que você tem, naturalmente, um impacto de saída de capital do país,
01:53o endividuo fez com que o dólar disparasse e o humor ficasse muito ruim.
01:58Tudo isso no caldeirão de eleição do Trump e que ninguém sabia exatamente o que ia acontecer.
02:02Acho que passado um ano, acho que o que mudou foi diminuir a incerteza.
02:08O governo, de alguma forma, conseguiu colocar o barco no rio andando.
02:15Necessariamente não servia que ele melhorou o cenário fiscal,
02:17mas pelo menos a gente não tem mais aquele horizonte de estouro que estava esperado.
02:22Por outro lado, a incerteza do Trump, que era o grande diferencial, acabou não existindo.
02:27Até o próprio Galípulo falando sobre isso, que, na verdade, as pessoas esperam
02:31que os investidores olharam muito a ideia da inteligência artificial associada
02:37a um choque de preço que não vai se perpetuar, isso não vai gerar inflação.
02:42Então, toda aquela incerteza sobre o rearranjo da economia aconteceu
02:47e, principalmente, acho que as pessoas estão mais otimistas.
02:50E no mercado do Brasil, você está conseguindo manter, de alguma forma,
02:54a taxa de juros que contém, de alguma forma, a inflação e incentiva a dólar,
02:58fez o dólar cair. Por outro lado, você não teve aí uma quebradeira geral,
03:04a economia não está bem, mas também não está mal,
03:06e a mão de obra produzindo mais, você está tendo os menores níveis de desemprego.
03:11Tudo isso, junto, faz com que o humor, no final do ano,
03:14seja um humor mais positivo do que estava no final do ano.
03:18Mas eu acho que ainda é um cenário ainda bem complexo,
03:21porque ele está tendo, o que eu vejo hoje de complicação,
03:24é que ele está tendo uma divergência. As pessoas estão achando que a inadimplência
03:29está aumentando e, por outro lado, você está tendo o menor nível de desemprego.
03:34Você está tendo a Bolsa crescendo, mas você está tendo um aumento de RJs,
03:39de empresas entrando em dificuldade.
03:41Quer dizer, essa incerteza que faz com que o próprio Banco Central,
03:45e o Galil, está falando, é que alguns negadores são positivos, outros negativos.
03:49Então, nesse momento, como eu sou um cara mais medroso, eu não vou fazer nada.
03:53Eu vou ficar no mesmo lugar e não vou alterar a taxa de juros,
03:56que eu acho que é o principal argumento que ele está falando.
03:59Eu não vou mexer nos juros, enquanto eu não tiver um cenário claro
04:02que a inflação vai convergir para o patamar que eu quero.
04:06Tem algo no radar do mercado que possa provocar mudanças significativas
04:11nesse atual cenário nacional?
04:13Ah, sim, eleição.
04:17Eleição, acho que ano que vem, é um grande desafio.
04:20Não sabe como o governo federal, o executivo e os partidos em geral,
04:26não estamos só falando de governo como um todo,
04:29mas o meio político vai agir ano que vem com, por um lado,
04:33uma contenção de gasto.
04:36O Haddad tem falado que ano que vem é o último ano
04:39que ainda vai sobrar algum dinheiro, 2027 vai ser um ano
04:43onde não vai ter mais dinheiro para poder fazer nenhuma expansão de investimento.
04:47Então, é o finalzinho do dinheiro disponível
04:50e, por outro lado, uma preocupação em querer expandir gastos
04:53para poder fazer reeleição.
04:56Então, esse conjunto é, acho que, o principal problema para o ano que vem,
05:01como a gente vai se comportar e como isso vai influenciar a inflação ano que vem
05:05e, aí sim, o Banco Central agindo em prol de manter a inflação sob controle
05:10e isso vai fazer a taxa de juros subir mais.
05:12Eu acho que esse é o principal gargalo.
05:15Obviamente que o humor da cabeça do Trump, as idas e vindas da economia mundial,
05:21mas eu acho que, até nesse ponto,
05:23parte daquele ímpeto do Trump inicial de tentar contestar tudo,
05:29ele viu que não dá para acontecer.
05:31Porque o caso do Brasil foi um caso bem emblemático.
05:35O Brasil, ele não cedeu e o Trump descobriu que a inflação nos Estados Unidos estava aumentando
05:40e que estava piorando a popularidade dele.
05:42Então, ele voltou atrás.
05:43Então, acho que ele, muito daquele ímpeto dele de tarifa, ele voltou atrás.
05:47Então, o mundo já está convergindo para uma situação mais de Estado.
05:51Agora, o que eu acho que é o grande dilema do mundo hoje
05:54é o quanto a inteligência artificial e parte do que o Galipo está falando
05:58vai realmente trazer produtividade e vai fazer com que os preços caiam
06:02e que a economia cresça sem necessariamente pressionar aumento de salário.
06:08Eu vou passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
06:10Vinícius.
06:11Alexandre, a gente, todo mundo, você falou de eleição brasileira no ano que vem.
06:18Isso, obviamente, é importante.
06:20Agora, dentro do cenário que a gente tem hoje, vai ter uma candidatura de esquerda,
06:24vai ter uma candidatura da direita.
06:28Não vai ter, a não ser que apareça um novo color de uma hora para outra,
06:34a gente não vai ter um novo candidato.
06:35A gente sabe mais ou menos para que lado as pessoas vão
06:38e eles não vão esclarecer nada a respeito de fiscal, de outra mudança,
06:42de alguma reforma importante, porque não se faz isso na eleição,
06:46ainda mais em termos fiscais.
06:47Então, pensando na eleição, que sim, ela é importante, vai ter impacto,
06:50mas pensando na campanha, no desdobramento da eleição no ano que vem,
06:54que desdobramento pode ter impacto?
06:56Porque a gente sabe que é importante.
06:58Mas, ao longo do ano, esse desdobramento da eleição pode ter algo de impactante,
07:03a não ser que a gente tenha um cenário que a gente imagine candidaturas
07:06que vão propor coisas muito estapafúdias ou fora do previsto.
07:11Então, vamos lá.
07:12Primeiro que eu acho que esse ano não é um ano de outsider.
07:15Então, um Bolsonaro, um colo, com ideias sem nexo econômico,
07:20acho que vai ser muito pouco digerido pelo mercado.
07:25E nem acho que o mundo político está disposto a entrar mais numa aventura esse ano.
07:29Como você falou, eu concordo com você.
07:30Quando eu falo eleição, eu não estou falando especificamente da polarização
07:34ou da existência de ideias muito heterodoxas para o futuro.
07:40Eu acho só que a eleição em si, o político brasileiro está acostumado
07:46a usar a máquina pública para a eleição.
07:48E eu acho que uma das preocupações que tem,
07:50a gente já está num nível de emprego muito bom,
07:53sem ter uma grande pressão inflacionária.
07:55E se eu acho que se começar a se jetar dinheiro nas campanhas,
07:59tentando fazer benesses, tanto níveis estaduais como níveis federais,
08:04isso pode gerar um impacto inflacionário,
08:07o que vai fazer o Banco Central, sim, ser mais conservador.
08:12A palavra não gosta de conservador,
08:13mas ser mais diligente do ponto de vista de evitar que expanda a economia
08:18além do ponto necessário.
08:19Mas eu concordo, eu acho que a minha preocupação não é a eleição,
08:22e sim as consequências econômicas geradas pela eleição,
08:26que são o aumento de gasto público.
08:29Alexandre, muito obrigada.
08:30Sempre bom ter você aqui com a gente.
08:33Volte mais vezes e boa semana para você.
08:35Boa noite.
08:35Obrigado.
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