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Especialista da ESPM, Alexandre Uehara analisa os impactos da guerra comercial entre China e EUA nas economias globais. A imposição de tarifas elevadas por ambos os países tem causado incertezas econômicas, afetando cadeias de suprimentos e comércio internacional.

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Transcrição
00:00E olha, a guerra tarifária entre China e Estados Unidos continua afetando países e economias pelo mundo.
00:07A gente vai entender os reflexos das novas tarifas e os efeitos nos países vizinhos que integram as cadeias produtivas regionais
00:15com o Alexandre Uehara, que é coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.
00:22Oi, professor, boa tarde para você, seja muito bem-vindo ao Money Times.
00:25Olha, o consumo interno da China já patina aí há duas décadas, né?
00:29E o tarifácio veio como um novo desafio para esse consumo interno.
00:35Olá, boa tarde. Paula, boa tarde, Felipe. Prazer falar com vocês aqui.
00:40De fato, o governo chinês está muito preocupado com isso, porque na verdade o governo chinês já está preocupado
00:45em fortalecer o seu mercado doméstico há algum tempo e tem feito algumas medidas para isso.
00:51E neste momento, até em função dessas tarifas que foram levadas, o governo chinês tem tentado estimular
00:57com alguns benefícios os consumidores para tentar diminuir a sua dependência.
01:03Na parte prática, eu diria que alguns resultados já foram conquistados.
01:07Pela China, que dependia muito mais do mercado americano para suas exportações.
01:13Chegava ali a algo em torno de 16%, quase 17% o volume de exportações chinesas para os Estados Unidos.
01:19E agora eles conseguiram diminuir para um pouco mais de 14%.
01:22Então, existe uma preocupação, sim, do governo chinês com essa dependência do mercado americano.
01:28Felipe?
01:29Professor, a gente viu recentemente que a gente está vendo os índices da China
01:33e está tendo realmente uma crise do consumo ali, principalmente o mercado imobiliário.
01:37Você acha que a China vai ter forças para levar até onde essa guerra tarifária contra os Estados Unidos?
01:44Sim, o mercado imobiliário é um outro problema da China.
01:46A China já vem se debatendo com esse problema, a solidez financeira na China é uma preocupação.
01:53A crise de 2008 teve impacto importante para o governo chinês para tentar manter ali a sua economia dinâmica.
02:00Acabou criando incentivos, houve muito investimento no setor imobiliário.
02:06E surgiram as cidades fantasmas, porque você tinha prédios, residências,
02:10muita coisa que foi construída e que não foi absorvida, não houve consumo.
02:15E, com isso, acabou levando, inclusive, a crise mesmo do setor imobiliário ali.
02:20E, como os bancos foram os financiadores dessas construções,
02:25esses bancos também passaram a ter dificuldades.
02:27Então, é uma situação que o governo chinês está passando, está tentando resolver,
02:32não é uma coisa simples.
02:33E, por isso, até o governo chinês, a gente percebe que, nos últimos anos,
02:37passou a ser muito mais rigoroso na concessão de créditos,
02:40tanto interno como internacionalmente também.
02:42Então, de fato, essa é uma preocupação que a China tem hoje, bem concreta.
02:47Agora, Alexandre, a produção excedente, claramente, vai ter que buscar outros mercados.
02:52Como que o Brasil pode se beneficiar dessa situação?
02:56Sim, acho que tem dois fatores aí.
02:58A China tem, no mercado americano, uma importante parceira, como eu mencionei.
03:04Praticamente, uma parceira significativa ali, quase 17%, 16% das exportações eram processadas no americano.
03:14E, com a redução agora, por causa das tarifas,
03:17isso vai fazer com que essas produções se direcionem para outros mercados.
03:21De um lado, pode ser positivo, porque isso pode causar uma deflação,
03:25uma redução de custos para os consumidores, não só no Brasil, mas também em outros países.
03:30Porém, para os produtores no Brasil, é aumento da competitividade.
03:35Então, em alguns segmentos, apesar do consumidor poder ter algum benefício
03:39com a redução de custos de alguns produtos,
03:41para a indústria nacional, você vai ter um aumento da competitividade.
03:45Então, é uma coisa que o Brasil vai ter que lidar com isso daqui para frente.
03:49Professor, eu queria te ouvir sobre Taiwan,
03:53que é um elemento delicado nessa relação entre China e Estados Unidos.
03:56Ao mesmo tempo que Taiwan tem ali o apoio dos Estados Unidos,
03:59ela está muito próxima da China, enfim, a China exerce uma influência também muito grande ali na região.
04:04Como é que o senhor vê essa disputa, sendo que Taiwan tem uma grande empresa,
04:08a TSMC, que é uma empresa de semicondutores,
04:11que é essencial para a questão da inteligência artificial?
04:13Então, como é que o senhor vê?
04:14Será que Taiwan vai ficar mais do lado dos Estados Unidos nessa guerra comercial
04:17ou mais do lado da China?
04:19Como é que vai ser essa relação, essa triangulação entre esses três países?
04:24Bom, poder dizer que, politicamente, de fato, Taiwan ainda está muito dependente dos Estados Unidos.
04:29É difícil Taiwan pensar a sua posição sem uma base, uma porte de apoio dos Estados Unidos.
04:35Esse apoio americano é importante, existe o acordo entre os dois governos,
04:40vamos dizer assim, para não falar dois países, mas entre os dois governos,
04:43governo de Taiwan e o governo norte-americano.
04:45O grande ponto, nesse instante, é que há uma certa insegurança o quanto, de fato,
04:51o governo Trump sairia em defesa de Taiwan caso houvesse ali alguma ação militar.
04:56Então, esse é um temor que existe de Taiwan.
04:59Então, Taiwan não quer, neste momento, levar a nenhuma situação que, de fato,
05:03haja ali uma incitação, uma provocação maior para a China,
05:08porque existe essa incerteza por parte de Taiwan.
05:12Por outro lado, também vejo que a China não tem interesse nenhum, neste momento,
05:16em criar maior turbulência.
05:17A China é um país, o Xi Jinping tem buscado crescer ainda mais a sua economia,
05:23essa é uma meta da China, e uma maior turbulência agora poderia levar a maiores dificuldades para a China.
05:29A China não está interessada em guerra, está interessada em crescer economicamente,
05:32o Xi Jinping está interessado nisso.
05:33Então, neste momento, eu diria que Taiwan vai ficar aí no momento de expectativa e espera,
05:39porque ninguém quer mais conflito, ninguém quer mais estabilidade.
05:42Então, eu acho que é provável que tenhamos alguma ação, de fato, que está contra Taiwan.
05:48A menos que haja uma provocação muito séria, mas neste momento, eu não vejo nenhum ator interessado nisso.
05:53Agora, Alexandre, isso não significa, todo esse contexto que a gente tem visto,
05:57não significa que o chinês não consome, só que ele consome muito menos do que produz.
06:02Eu acho que esse é um dos grandes problemas da China, não?
06:06Sim, sim, como eu falei anteriormente, a China está preocupada com isso.
06:10Obviamente que o mercado interno chinês cresceu bastante nos últimos anos, nas últimas décadas.
06:15A gente tem hoje a segunda maior economia do mundo, quando a gente pega a renda per capita,
06:19a renda per capita chinesa é maior que a renda per capita brasileira já, dado o tamanho da economia.
06:24Mas, obviamente, que ainda existe um outro aspecto, que é a cultura asiática, de maneira geral,
06:29e também isso envolve a cultura chinesa, que é da poupança.
06:33Então, por mais que os chineses também tenham hoje uma renda per capita maior,
06:37existe uma preocupação dos consumidores chineses em poupar.
06:41Até porque, como nós sabemos, a previdência na China não é como no Brasil.
06:47Você não tem essa aposentadoria como está no Brasil,
06:49se bem que a aposentadoria do Brasil também não é tão boa.
06:51Mas, enfim, não existe ali essa situação.
06:54Então, os chineses se preocupam muito em poupar para o futuro,
06:58e isso faz com que o consumo também seja menor.
07:01Temos que lembrar que a China é um país que está envelhecendo bastante.
07:04É uma preocupação tanto do governo quanto da própria população com esse envelhecimento.
07:08Então, dadas essas estimativas, perspectivas, a população consome,
07:13mas também existe um grau alto de poupança no país.
07:17Felipe.
07:17Professor, diante dessas ameaças do Donald Trump, das tarifas aí,
07:23toda essa sucessão de eventos de ataque contra a China,
07:27a Europa também acabou se afastando um pouco dos Estados Unidos,
07:30e agora a China e a Europa talvez podem se aproximar de uma maneira mais rápida até.
07:37Por outro lado, a gente tem uma questão também que incomoda,
07:40que é a questão da Rússia.
07:41A Rússia e a Ucrânia, essa guerra, a Europa praticamente inteira contra a Rússia nesse sentido.
07:46E daí temos a relação entre Rússia e China, que é uma relação muito próxima.
07:51Como é que o senhor vê essa relação entre Rússia e China,
07:53e ao mesmo tempo que a China tenta se aproximar da Europa
07:55para substituir essa parceria com os Estados Unidos?
08:00Sim, é verdade.
08:01Até recentemente a gente via os países europeus, a União Europeia,
08:05muito preocupada com esse avanço econômico chinês,
08:08com os investimentos chineses, com investimentos em tecnologia pela China,
08:12porque havia muita desconfiança, ainda creio que há desconfiança,
08:15isso não mudou de uma hora para outra.
08:17Mas, de fato, as tarifas que foram levantadas, que subiram nos Estados Unidos,
08:22inclusive com parceiros históricos como os países da União Europeia,
08:26fez com que eles passassem a se preocupar com outras possibilidades alternativas.
08:30E a China agora aparece como uma alternativa dentro desse cenário
08:34para poder compensar, eventualmente, a perda de mercado nos Estados Unidos.
08:38Então, veja que interessante, a China que deveria ser isolada,
08:43pelo menos essa preocupação do Trump em tentar isolar a China
08:46para que ela não crescesse mais,
08:48neste momento, com essas políticas de elevar a tarifa, literalmente,
08:51para o mundo todo, acabou destruindo pontes entre seus aliados
08:57e fazendo com que os seus aliados buscassem criar pontes com, agora,
09:02a China, que era o país que ele queria enfraquecer.
09:05Então, olhando em perspectiva, de fato, eu vejo neste momento
09:08a possibilidade dos países europeus também buscarem agora
09:11uma aproximação da China, tentando superar esse temor que existe
09:16em relação, inclusive, à espionagem industrial e todos os avanços
09:22que a China vem fazendo, por necessidade prática, bem pragmática,
09:26de busca de mercado.
09:28Você acaba de ver aí a entrevista com o Alexandre Oerrara,
09:32ele que é coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.
09:37Muito obrigada pela sua participação e gentileza ao vivo com a gente
09:40aqui no Money Times.
09:41Uma ótima semana para você.
09:44Eu que agradeço, Paulo, Felipe, pelo convite.
09:46Um abraço a todos.
09:46Até a próxima.
09:47E aí
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