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O Tribunal de Contas da União abriu força-tarefa para analisar nove estatais em dificuldades financeiras, incluindo Correios e Casa da Moeda. Mariana Almeida explicou os desafios de operação, concorrência e aporte público na manutenção dos serviços essenciais.

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Transcrição
00:00E o Tribunal de Contas da União avançou na fiscalização de estatais em dificuldades financeiras.
00:07O órgão anunciou uma força-tarefa para analisar as contas de nove empresas.
00:12Agora, os processos passaram a tramitar no tribunal, que pediu informações ao governo.
00:18A decisão ocorreu após a divulgação de um relatório do Tesouro Nacional,
00:22que apontou riscos para contas públicas devido à situação de nove empresas públicas,
00:28incluindo os Correios, que vive a pior crise financeira de sua história.
00:33Além dos Correios, a Casa da Moeda do Brasil também faz parte da lista de estatais
00:38fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União.
00:42E vamos falar, então, com a Mariana Almeida, nossa analista, que já está chegando conosco no Agora.
00:47Bom dia, Maria Almeida. Tudo bem contigo?
00:49Tudo bem, Cláudio. Bom dia para você. Bom dia para todo mundo que acompanhou agora.
00:52Maria Almeida, a gente está vendo a situação dos Correios.
00:54Agora, a fiscalização, os casos das estatais que estão em dificuldades financeiras,
01:00esses casos foram para o Tribunal de Contas da União.
01:03O TCU vai passar um pente fino.
01:05A gente tem Casa da Moeda também.
01:07Vamos trazer daqui a pouco a situação da eletronuclear.
01:10É uma situação complicada.
01:11A gente sabe que o governo de esquerda resiste um pouco à privatização,
01:17mas tem casos que talvez a junção de, pelo menos, o público e o privado
01:22pode sanar algumas dificuldades. Os Correios parecem que não têm salvação neste momento.
01:27Até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse, por exemplo,
01:30que um aporte seria menor do que o Cugitado, logo inicialmente.
01:34Está difícil de achar ou encontrar quem queira ajudar os Correios.
01:38Pois é, Cláudio, porque se temos questões,
01:40você falou do governo de esquerda, compensar a privatização,
01:44também temos questões hoje sobre as contas públicas,
01:46que têm sido menos colocadas entre direita e esquerda,
01:49porque tem lei, tem estrutura, tem, na verdade, um compromisso assumido
01:53do ponto de vista fiscal, que coloca necessariamente uma obrigação maior
01:57com as contas públicas, seja lá qual for o viés ideológico que se tenha.
02:01Ou seja, tem meta, tem que cumprir a meta,
02:04e aí você vai ter que olhar para saber como vão ser as suas alternativas.
02:07E aí pensar na empresa pública é tentar entender que papel ela vai cumprir.
02:12Porque a gente fica muitas vezes no fla-flu, na ideia de
02:15eu sou contra ou a favor da empresa pública ou de uma empresa estatal.
02:20E fato é que já se evoluiu muito sobre esse debate para entender
02:23qual é a intencionalidade, qual seria a razão, a justificativa
02:27para se ter ocupação de determinado setor com empresas públicas.
02:31Tem alguns serviços que são serviços que não vão gerar lucro,
02:35ou seja, eles são serviços que o privado não tem muito espaço para entrar.
02:38Ou não gera lucro, ou gera lucro a partir de alguma situação muito coordenada.
02:43Os casos típicos de mercados, alguns mercados que são chamados
02:47na economia de monopólios naturais, ou situações que se você não tiver
02:50uma regulação, uma entrada específica, de fato não tem rentabilidade.
02:53Nesse lugar sempre houve espaço para uma empresa pública.
02:56É diferente do caso dos correios, por exemplo,
02:58que a gente falou aqui já algumas vezes.
03:00Os correios têm uma parcela, talvez, do negócio dos correios
03:02que tem uma natureza pública, porque sozinho o privado
03:06não vai fazer chegar o serviço.
03:07O serviço não vai existir.
03:09É o caso de entregas em lugares mais longínquos
03:11para populações que estão mais afastadas dos centros urbanos.
03:14Agora, pensando em logística nos grandes centros urbanos, nas cidades,
03:19isso é uma atividade econômica que durante muito tempo
03:21os correios tiveram quase monopólio e aí tinha uma operação
03:24que tinha que gerar lucro.
03:25Aí não pesa nas contas públicas.
03:26Se a empresa estatal opera, gera lucro com uma situação confortável,
03:31não pesa.
03:32Agora, a partir da concorrência e da entrada de outros players privados,
03:36essa empresa passa a ficar para trás sem condições de concorrência
03:40e demandando aportes para a sua operação,
03:43inclusive na área que deveria gerar lucro,
03:45aí temos um problema e isso precisa ser verificado.
03:48Então, a ideia aqui principal é o que significa do ponto de vista
03:52de bem público que é gerado.
03:53Se essa empresa não está operando de maneira estatal,
03:56o serviço é ofertado?
03:58É ofertado com qualidade?
03:59O privado tem condições de entrar naquele setor?
04:01Então, nesse contexto, não tem por que o Estado entrar.
04:05Tem o setor estratégico?
04:06Tem alguma questão?
04:07Aí é outro debate que muitas vezes se faz.
04:10O Japão, por exemplo, tem um setor de produção de arroz bastante robusto
04:14e público, mas porque é um alimento estratégico que,
04:16mesmo com essa entrada do governo, tem problema lá, por exemplo,
04:19de alta de preço.
04:20Então, tem alguns setores que você pode escolher.
04:21Agora, de maneira geral, você tem que saber que ao escolher bancar
04:25alguma coisa que não seja lucrativa, tem custo,
04:28pesa nas contas públicas, por isso tem que ter significado
04:30e relevância pública.
04:32Para além de ideologia, o público faz melhor, o privado faz melhor,
04:36a pergunta é como está fazendo e qual é o peso que está tendo
04:39para o público em geral, ou seja, para a gente que também paga o imposto.
04:43E analistas avaliam também, analistas do mercado,
04:47de que os Correios acabaram ficando para trás na sua estratégia
04:50com empresas, por exemplo, de entregas atuando muito forte neste segmento.
04:56Talvez não consiga chegar nos rincões onde os Correios entram,
05:00mas, por exemplo, as PPPs, uma parceria público-privada,
05:03poderia ter sido pensada lá atrás para melhorar, por exemplo,
05:06os serviços dos Correios e não deixar que a estatal chegasse a esse ponto,
05:11de que não gera lucro e aí só fecha as contas de forma deficitária.
05:16Entre o público e o privado tem os vários processos possíveis de cooperação,
05:21que pode passar por PPP, pode passar por regulação,
05:24tem, em alguma medida, também tem o campo dos contratos de gestão,
05:29que são possibilidades de oferta do privado em relação a um serviço público.
05:34Então, tem uma menina de alternativas que precisa ser olhada.
05:38De novo, o principal aqui é entender, se for para o privado,
05:41qual a diferença também entre operar no privado e no público?
05:44O conjunto de incentivos que você tem em relação à empresa,
05:47ou seja, concorrência, está gerando inovação, está gerando mais investimento,
05:53tem estímulos para melhorar a performance da empresa?
05:56Se isso é verdade no setor, então é preciso considerar os mecanismos privados para entrar lá.
06:00Se o setor não tem essa possibilidade, se não existe,
06:03não é este tipo de incentivo que vai gerar inovação,
06:06e tem uma demanda, portanto, de novo, não com possibilidade de lucro,
06:10mas que resguarda um direito, aí tem que entrar o setor estatal.
06:14Mas isso é uma conversa que hoje, com a quantidade de ferramentas que se tem
06:18em termos de monitoramento, de avaliação, de conhecimento técnico sobre os setores,
06:22dá para fazer essa conversa com um pouco mais de robustez e menos paixão, viu, Klein?
06:26É, os Correios que acabaram sofrendo aí com alguns sangramentos,
06:31investigações em 2005, por desvios de verbas,
06:35e acho que tudo isso culminou no estado onde a estatal chegou agora,
06:39e na UTI, praticamente, esperando aí um milagre, uma salvação.
06:43E essa é uma questão, a questão de governança, compliance, por exemplo,
06:47também é algo que perpassa tanto o público quanto o privado,
06:49quer dizer, a gente tem aí diversos casos de possíveis fraudes de um lado e de outro,
06:53no fim das contas sempre tem a fraude em si, quando você tem algum grau de corrupção
06:57em uma empresa, quem vai sofrer o dano ou é o consumidor específico daquela empresa
07:02ou, enfim, algum beneficiário, ou é a população em geral,
07:06quando é o caso de uma empresa pública.
07:07Então, de novo, não parece estar simplesmente no ser público ou ser privado,
07:11tem que agir rápido, tem que ter preocupação com inovação,
07:15preocupação com operação e não deixar acumular, acho que é isso.
07:17Tem crise em 2005, teve crises, mudanças no perfil logístico com a digitalização
07:22e a concorrência, isso vem se arrastando há mais de 10 anos e até agora
07:26você não teve uma solução para os correios.
07:28Tapar o sol com a peneira, achando que o debate vai se resolver
07:31com um aporte só pontual, por exemplo, do governo,
07:33essa é a pior situação possível.
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