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Em 2025, o déficit em conta corrente brasileiro atingiu US$ 73,1 bilhões, 3,4% do PIB, pressionado pelo aumento das importações e remessas ao exterior. Alberto Ajzental explica como essa tendência afeta o câmbio e o fluxo do investimento estrangeiro direto, que já não cobre totalmente o desequilíbrio. Impactos políticos e econômicos podem influenciar o cenário até o fim do ano.

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Transcrição
00:00E a incerteza gerada pelas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos
00:04tem afetado o fluxo de capital para o Brasil, que hoje depende desses recursos
00:10para fechar as contas externas.
00:12Com isso, o déficit em conta corrente do país já supera o volume de investimento
00:16estrangeiro recebido e a tendência é que esse desequilíbrio continue até o fim do ano.
00:22A análise do Alberto Azentau vem aí, ele já está aqui conectado com a gente
00:26para trazer mais detalhes desse assunto, desse recorte.
00:29Azentau, boa tarde para você, bem-vindo.
00:32Boa tarde, Nath, boa tarde a todos, tudo bem?
00:36Tudo certo, espero que com você também, passou bem de fim de semana?
00:40Graças a Deus, sim.
00:41Então tá bom.
00:42O Azentau, conta para a gente, por que você decidiu olhar para esses números
00:46e o que são essas transações correntes, como é que elas andaram aí em junho,
00:53que são os dados mais recentes que a gente tem?
00:54Nath, a gente pode de cara chamar a arte, a primeira arte, porque a gente vai trabalhar
01:02em cima dessa informação.
01:04Três ações correntes diz respeito a balanço, acaba com o balanço de pagamentos, porque
01:13quando o brasileiro compra um bem lá fora, uma empresa compra um bem lá fora, você sabe
01:20que não circula dólar no mercado interno.
01:23Então você põe reais no Banco Central, o Banco Central pega dólares e paga lá fora.
01:28Aí você consegue importar alguma coisa.
01:32E o inverso é verdadeiro.
01:34Então quando você exporta, quem paga lá fora põe dólares no Banco Central e o Banco Central
01:40ele internaliza reais no mercado interno.
01:44Então quem faz essa troca é o Banco Central e isso é o balanço de pagamento, são as
01:52transações correntes e ele serve para as trocas de balança comercial.
01:59Agora é balança.
02:00Balança comercial de bens e serviços.
02:03Também quando você remete alguma renda para fora, a empresa remete renda, remete juros,
02:09se ela tomou empréstimo lá fora, ou ela remete lucros, ou ela remete dividendos.
02:16Então tudo isso passa pelo Banco Central.
02:19E aí essas transações correntes, elas reúnem aquilo que o país gasta e aquilo que ele
02:27arrecada em dólar.
02:29E o que vem acontecendo, e a gente pode perceber por essa arte, as barras azuis, você vê que
02:37elas estão estáveis lá em janeiro, fevereiro, março, abril, e que a partir de maio, quer
02:42dizer, estável, negativo, perto de menos, né, déficit de 24 bilhões, perto disso.
02:50E você percebe que de maio em diante, até junho de 2025, só diminui esse acumulado, só
02:59fica mais deficitário, mais negativo esse acumulado de 12 meses.
03:05Então, em junho desse ano, o déficit acumulado 12 meses é de 73,1 bilhões de dólares, ou
03:143,4% do PIB.
03:18Em junho do ano passado, esse número era duas vezes e meia menor, 28,9 bilhões, ou 1,28%.
03:29Então, o que vem acontecendo é que o déficit acumulado tem piorado mês após mês, desde
03:39maio do ano passado, Nath.
03:42E por que que isso tem acontecido?
03:44Por que esse aumento, assim, né, tão significativo do déficit em 2025?
03:50E qual que é o impacto disso para a economia?
03:52Então, a economia está aquecida, você tem mais, você tem, assim, aceleração nas
03:59importações, na medida que eu importo mais, eu coloco mais reais no Banco Central e ele
04:04tem que pagar mais dólares lá fora, porque eu estou comprando coisas lá fora, tem mais
04:10brasileiros gastando no exterior e tem lucros crescentes.
04:15no final do ano passado, teve muita procura por dólar no mercado interno, muita remessa
04:21lá para fora, lucros crescentes.
04:24Então, você tem uma demanda elevada por serviços, por bens externos.
04:29Então, tudo isso amplia a saída de moeda estrangeira.
04:34E o que acontece é que esse déficit, ele acaba por pressionar o câmbio, porque déficit,
04:40podemos entender, tem menos dólar entrando do que deveria.
04:45Se tem menos dólar, você aprecia o câmbio, encarece os importados, pode elevar a inflação,
04:52se você tem aquele pass-through, porque tudo que a gente importa em dólar, se o câmbio
04:56está elevado, ele pode, ele vai ficar mais caro, pode atrasar cortes da Selic, manter
05:03os juros e crédito mais caros.
05:05É verdade que a gente vê o câmbio apreciando pelo lado do real, mas déficit é uma coisa,
05:15déficit persistente é outro.
05:18E déficit, ele tem aumentado conforme a nossa arte tem mostrado.
05:24Então, esse déficit crescente e persistente, ele ou não permite o real se valorizar,
05:33ou se valorizar quanto poderia se valorizar.
05:37Quer dizer, talvez se não tivesse esse déficit enorme e crescente, o real podia estar valendo
05:43mais e o dólar teria caído mais rápido.
05:47Entendi.
05:47E a Zental já está na tela, e vai voltar na tela, a arte que mostra o investimento direto
05:54no país, que é o chamado IDP.
05:56E nesse caso, nesse contexto, por que o investimento de longo prazo é melhor que o de curto prazo?
06:01E o que aquela arte diz para a gente?
06:05Olha, Nath, olha que interessante.
06:07Na medida em que a gente gasta mais dólares do que arrecada, que é o que a gente acabou
06:13de falar e acabou de mostrar na primeira arte, então eu preciso...
06:18Como é que eu fecho as contas?
06:19Então, o que vem acontecendo, quando um investidor estrangeiro investe no Brasil, ele compra um
06:28terreno, constrói uma fábrica, ele põe dinheiro aqui, então ele pega dólar lá fora, de novo,
06:36ele põe no Banco Central, o Banco Central internaliza reais aqui.
06:41E tem bastante investimento estrangeiro, tem bastante investimento direto no país.
06:47Empresas, pessoas investem no país, multinacionais investem no país.
06:53Isso é muito bom.
06:54Esse investimento, ele é da ordem de 60 bilhões anos, 70 bilhões anos.
07:02Então, acaba que esse IDP, ele equilibra o nosso déficit acumulado.
07:10Ele tem uma grandeza muito parecida, ele acaba equilibrando.
07:16Só que se você pegar dados de junho, o déficit fiscal de 73 bilhões, o IDP ficou 6 bilhões,
07:246,1 bilhões abaixo do déficit.
07:28Então, o IDP, ele não está conseguindo cobrir o déficit fiscal nosso.
07:35O déficit nosso em transações correntes, não fiscal, ele não consegue cobrir.
07:42Então, isso é preocupante, porque um quarto dos investimentos estrangeiros diretos no país
07:49são norte-americanos.
07:52E aí que vem a nossa questão de que forma o tarifácio,
07:57de que forma as rugas, as rusgas, né, entre Brasil e Estados Unidos,
08:03de que forma isso pode fazer com que o IDP caia,
08:08que menos empresas ou pessoas tenham interesse em investir no país
08:13e pode arrumar um buraco nas contas nossas e nas transações correntes nossas.
08:21Esse é o ponto.
08:22E a nossa arte, essa segunda arte, ela mostra exatamente isso.
08:27Ela mostra que a relação entre IDP e PIB vem caindo desde fevereiro,
08:35a relação IDP-PIB.
08:37Mas o IDP, em sim, já cai por dois meses consecutivos.
08:41Ele está em patamares mais baixos do que fevereiro de 2025.
08:46Então, isso é bastante preocupante e a luz amarela acendeu.
08:53Tá certo. Alberto Azental, muitíssimo obrigada, viu,
08:56pelos dados, pelos números e pela interpretação.
08:58Até a próxima. Tchau, tchau.
09:00Até, obrigado.
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