Em entrevista ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, Alexandre Pires, professor do Ibmec São Paulo, explicou que o Copom deve manter a Selic em 15% e analisou os impactos no diferencial de juros, na inflação e na expectativa de cortes em 2026. Já nos EUA, a expectativa é de corte nos juros. pelo Fed.
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00:00E aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária, o COPOM, do Banco Central, também se reúne e deve manter a taxa Selic atualmente em 15% inalterada.
00:09Para entender melhor o que podemos esperar dessa super quarta, eu converso com o professor de Relações Internacionais e Economia do IBMEC São Paulo, Alexandre Pires.
00:18Boa noite, Alexandre. Tudo bem com você?
00:20Boa noite, Felipe. Tudo bem. É um prazer conversar com você novamente.
00:23Ah, com certeza. Alexandre, bom, é aquela coisa, né? A gente não sabe, a reunião ainda não foi, mas é isso mesmo.
00:30Provavelmente o Banco Central aqui, a reunião do COPOM, deve manter os juros em 15%. Fala se você acha que eles vão manter e explica por quê.
00:39Nós temos que lembrar o seguinte, Felipe. Quando nós mantemos os juros aqui e os americanos baixam os juros lá,
00:48significa que nós, no diferencial de juros, estamos ficando mais caros, estamos pagando um prêmio maior.
00:57Então, é como se tivesse havendo um aumento, né? Ou seja, a não redução aqui faz com que o diferencial para o Brasil fique mais atraente.
01:07Então, é como se o nosso Banco Central pudesse jogar parado.
01:12Isso é sempre algo a ser observado quando se trata dessas taxas básicas.
01:17A expectativa, sim, é essa. A inflação não chegou ainda dentro da banda ali da meta, ou seja, a banda superior é 4,5.
01:29As expectativas são que nós entremos nessa faixa, em torno de 4,4, 4,5.
01:36A economia não está tão acelerada, apesar de haver uma certa expectativa de aumento.
01:40E, além de tudo, nós tivemos esse empurrãozinho do dólar que também caiu.
01:47Então, as nossas importações ficaram mais baratas, aliviando ali os itens que compõem o IPCA que são importados.
01:54Então, a tendência é ser essa a previsão mesmo e lá, no caso dos Estados Unidos, se confirmar um corte ali de 0,25.
02:01Legal, Alexandre. Agora, olhando para o plano do Banco Central, o plano do Banco Central com esses juros tão altos,
02:08é justamente que a economia desacelere um pouco. E é mais ou menos isso que a gente tem visto.
02:12Então, quer dizer que o plano do Banco Central está dando certo?
02:15Quer dizer, a gente pode esperar que os juros caiam, talvez, no primeiro semestre de 2026?
02:20Sim, o Banco Central ficou um pouco tranquilo esse ano, porque o nível de emprego estava se mantendo forte
02:29e isso não fez com que a inflação entrasse numa trajetória ascendente.
02:35Esse pouso que foi feito para entrar na meta continuava acontecendo.
02:40Então, você tinha uma economia real ainda contratando, com o aumento do salário médio,
02:47e, ao mesmo tempo, a inflação lentamente convergindo para a meta.
02:52É claro que o Banco Central está querendo que chegue no centro da meta, muito provavelmente, no final de 2026.
02:59Então, nós estamos hoje, Felipe, só para os espectadores entenderem,
03:04nós estamos ali pagando em torno de 10% de juros reais.
03:11Os americanos estão caminhando ali para algo em torno de 1%.
03:15Então, nós temos um diferencial aí de 9%, ou, para falar na linguagem do mercado,
03:20900 pontos base, base points.
03:23O Brasil, nos últimos 20 anos, é em torno de 800 base points, 8% de diferencial.
03:30Então, eu acho que esse ajuste suave aí que o Banco Central vai procurar,
03:34por isso que todo mundo vai prestar mais atenção no comunicado e depois na ata
03:39do que, de fato, se o juro vai subir ou não.
03:42Todo mundo quer saber se o Banco Central brasileiro vai começar uma trajetória de cote
03:47já na primeira reunião de março.
03:50Agora, Alexandre, uma outra coisa que a gente também nota é que, nos Estados Unidos,
03:54os juros baixando lá, o capital, que é um pouquinho mais especulativo,
03:58acaba indo para países com taxas de juros mais altas.
04:01A gente pode esperar isso aqui no Brasil?
04:03É o que já está acontecendo.
04:05Nós tivemos esse fluxo enorme, a Bolsa batendo o recorde.
04:09Isso aí é tudo capital se aproveitando desse diferencial de juros.
04:13Ou seja, a Bolsa brasileira, em termos concretos,
04:16deveria estar em torno de 130, 140 mil pontos.
04:19Quando ela chega aí nos números que chegaram nessa semana e na semana passada,
04:24obviamente é o capital especulando aí nesse diferencial de juros e aproveitando essa onda.
04:31Nós temos que lembrar que também existe uma incerteza muito grande com relação ao FED, Filipe.
04:36Por quê?
04:37Lá eles vão estar prestando atenção exatamente na divergência que vai ser colocada.
04:46Já houve uma divergência e agora eles estão fazendo conta para ver se vão ter mais ali
04:50governos, né, o Borde ali, os diretores do FED,
04:56divergindo com relação à velocidade da queda dos juros americanos.
05:01Então nós estamos num momento em que o mercado está muito feliz ali
05:05em tentar trabalhar com essas várias taxas de juros que o mundo está praticando.
05:10Agora, Alexandre, uma coisa que eu sempre fico meio curioso, queria ouvir sua opinião,
05:14é que assim, nos Estados Unidos a gente tem um pouco diferente, a gente tem um mandato duplo, né?
05:18O Banco Central estava de olho nos empregos, mas também na inflação.
05:21No caso dos empregos, de certa forma, está meio que estável, teve uns números ruins,
05:26mas enfim, não estava tão catastrófico quanto se imaginava que poderia ter por causa de tarifas e tudo mais.
05:32Mas no caso da inflação, vem uma inflação de 2,9, acumulada nos últimos 12 meses, 2,9, 2,8,
05:38que é bem acima da meta deles, que é de 2%, e eles não têm o sistema de,
05:43como aqui no Brasil, um pouco mais flutuante.
05:45Mesmo assim, você acha que o Banco Central lá vai baixar, vai cortar esse 0,25?
05:50Corte, tem números bons para isso, né?
05:53Ou seja, a inflação americana tem se acomodado e, sobretudo, o mercado imobiliário desacelerou demais, filho, demais.
06:02E isso tem uma repercussão enorme na economia, não dava para manter.
06:06Nós temos que lembrar que o mandato lá, na verdade, é triplo, né?
06:09Porque quando eles falam de emprego, na verdade, é emprego dos fatores, então não só mão de obra, né?
06:16É também capital, tudo.
06:18Então, no final, acaba sendo um mandato para manter as pessoas trabalhando, a economia crescendo
06:23e a inflação, o poder aquisitivo, é sob controle, é estável.
06:29Então, é uma dinâmica diferente, inclusive o índice que eles usam não é exatamente o similar ao nosso.
06:38Eles têm um índice similar ao nosso, que é o CPI, mas eles usam o PCE, que é um outro índice ligado mais,
06:44que pega uma gama diferente de produtos.
06:47Então, tem algumas peculiaridades, mas a lógica é muito parecida.
06:51Por que eu digo isso?
06:52Porque o grande problema dos Estados Unidos nos últimos 4, 5 anos foi a inflação.
06:57Então, essa era, sim, a prioridade do Banco Central americano.
07:03Legal.
07:04Eu conversei com o professor de Relações Internacionais e Economia do BMX São Paulo, Alexandre Pires.
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