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Os novos dados do IBGE mostram queda expressiva da pobreza e da extrema pobreza, impulsionada por programas sociais e avanços no mercado de trabalho. Vinicius Torres Freire analisa impactos econômicos, desafios estruturais e tendências que devem influenciar decisões de negócios e políticas públicas.

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Transcrição
00:004,43, o número de pessoas vivendo na pobreza no país voltou a cair de 2023 para 2024.
00:08Foi a terceira queda seguida.
00:108,6 milhões de pessoas deixaram essa faixa definida pelo Banco Mundial como aquela em que a renda familiar per capita
00:18fica abaixo de 6,85 dólares por dia, o que dá 694 reais por mês.
00:26Da extrema pobreza saiu 1,9 milhão de pessoas.
00:31O Banco Mundial classifica como extremamente pobre quem vive com menos de 2,15 dólares por dia ou 218 reais por mês.
00:40A pesquisa do IBGE ressalta a importância dos programas sociais nesse movimento.
00:46A extrema pobreza seria quase três vezes maior sem esses benefícios.
00:50Vamos ver os números que o IBGE divulgou hoje, então, entre os benefícios sociais.
00:56Números sociais, indicadores sociais.
00:59A curva de cima em azul representa, então, o percentual de brasileiros na pobreza e a curva de baixo em laranja a pobreza extrema.
01:07Em 2012, quando começa essa série histórica do IBGE, a gente tinha 34,7% de brasileiros na pobreza e 6,6% na extrema pobreza.
01:17Esse número atinge o pico em 2021 sob os efeitos da pandemia, 36,8% na pobreza e 9% na extrema pobreza.
01:27E, desde então, vem caindo sem parar.
01:282022, 23 e 24, apontando para baixo nessas duas medições.
01:33No ano passado, eram 27,3% na pobreza, aliás, no ano retrasado, e aí, no ano passado, caiu para 23,1%.
01:42E, na extrema pobreza, eram 4,4% em 2023 e passaram a ser 3,5% em 2024.
01:50Para a gente falar mais sobre esse movimento da sociedade brasileira, Vinícius Torres Freire já está aqui de volta.
01:58Vinícius, um dado importante, dados importantes, pobreza em mínimas históricas, agora o caminho é longo ainda, né?
02:07Muito longo.
02:08Para começar, era bom a gente lembrar que teve um pico em 2021, que foi ainda na epidemia,
02:14e foi quando parou de ser pago o Auxílio Brasil.
02:18Foi no pior ano de miséria em muito tempo, né?
02:22Que a gente pode ver aí.
02:23Foi um desastre e, provavelmente, isso deve ter derrotado a candidatura do então presidente e agora preso, Jair Bolsonaro.
02:31Segundo, é muita coisa, né?
02:34Você tem 23% das pessoas em pobreza, quer dizer o quê?
02:37O que quer dizer pobreza?
02:39Agora, é uma família de quatro pessoas com um arrendimento total de menos de 2.800 reais.
02:45Chegando ali em 2.800 reais.
02:48Quatro pessoas, 2.800 reais.
02:50Essa pessoa não consegue viver em São Paulo, a cidade como São Paulo vive muito, muito mal.
02:55E, na miséria, é uma família de quatro pessoas, e muitas vezes as pessoas nem têm famílias tão grandes,
03:00vão dizer que seja de quatro pessoas ganhando menos de mil reais por mês.
03:04Não dá.
03:04Segunda coisa importante, mas a gente está vendo pelo menos uma queda.
03:09Segunda coisa muito importante, a gente fala muito de pobreza e desigualdade, né?
03:14E, às vezes, as pessoas não se atentam muito o que é uma coisa e o que é outra.
03:19O Brasil é um país desigual.
03:20É um dos dez, está sempre perto dos dez mais desiguais do mundo.
03:25Do mundo inteiro, gente.
03:27Do mundo inteiro, o Brasil está entre os dez mais desiguais.
03:29E o IBGE fez uma conta, que não é uma conta econômica, mas é uma conta mais estatística,
03:33dizendo o seguinte, se você parasse de pagar todos os benefícios sociais,
03:37Previdência, BPC, Bolsa Família, tudo,
03:40a desigualdade caía de 0,54, sairia de 0,50 para 0,54.
03:47Quer dizer, a diferença seria muito pequena.
03:49Seria relevante, mas é muito pequena.
03:51Então, faz a gente pensar.
03:52Quanto mais desigualdade a gente pode diminuir com recurso do Estado?
04:00A gente pode, deve, tem que tentar e tem muita coisa para corrigir.
04:03Por exemplo, tributação.
04:04Os mais ricos pagam muito pouco e os mais pobres pagam mais.
04:07Não faz sentido.
04:08Então, tem que mexer por aí.
04:09Mas, um país pode ter a mesma desigualdade,
04:13durante uma década fica a mesma coisa,
04:16e as pessoas podem viver muito melhor se a renda crescer.
04:18A desigualdade é a mesma, mas a renda delas dobrou.
04:20Então, a gente tem que pensar nisso.
04:22A gente está falando menos de crescimento e pouco de desigualdade.
04:27Terceira coisa.
04:29Na média do país, 70% dos rendimentos das pessoas, 72%,
04:34varia um pouco com o ano, vem do trabalho.
04:37Não é que os outros 28% vêm de benefício social.
04:42Vêm de aluguel, vêm de outras coisas mais.
04:44E, por último, essa medida de desigualdade que o IBGE faz,
04:47não é que ela é errada, mas ela tem uma distorção
04:49que é causada pelo fato de que as pessoas subdeclaram renda
04:53e as pessoas mais ricas subdeclaram ainda muito mais
04:55porque não têm noção do tamanho ou não são entrevistadas.
04:58Então, essa medida de desigualdade do IBGE,
05:00ela é contestada pelos fatos,
05:03não é que o IBGE é fraude nada, pelo amor de Deus.
05:06Mas, quando você vê os dados do Imposto de Renda,
05:07que você pode ver a renda das pessoas,
05:10não declaradas da pesquisa, mas declaradas no IR,
05:13aí você vê que a desigualdade brasileira é ainda maior.
05:17Então, é um progresso.
05:19A gente está... é a melhor fase desde 2012.
05:23E em 2012 não era melhor.
05:25Antes disso não era melhor.
05:26Então, assim, deve ter a melhor distribuição,
05:29quer dizer, a menor quantidade de pobreza da história.
05:32Então, isso é importante.
05:33Mas tem muito para ir, muito para a gente andar.
05:35Vinícius, pedi para você ficar,
05:37para a gente tratar de mais aspectos dessa pesquisa do IBGE
05:40sobre questões sociais,
05:42porque esse levantamento também atualiza
05:45a desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro.
05:49A gente vai falar desse assunto agora,
05:51é um outro recorte dessa pesquisa.
05:53Em 2024, a remuneração dos homens
05:55foi, em média, 27,2% maior do que a das mulheres.
06:00E eles também seguem sendo a grande maioria
06:02nas posições de chefia.
06:04Aqui a gente tem um recorte por algumas categorias
06:07de posições no trabalho
06:09e como é que essas categorias estão preenchidas
06:11por homens e mulheres.
06:12Diretores e gerentes,
06:142,1 milhões de diretores e gerentes são homens.
06:171,4 milhão são mulheres.
06:20Aí profissionais das ciências e intelectuais,
06:23aí você tem uma inversão,
06:245,2 milhões homens, 7,6 milhões mulheres.
06:28Funcionários de apoio administrativo,
06:313,3 milhões são homens,
06:325,2 milhões são mulheres.
06:35E o que o IBGE chama de ocupações elementares,
06:388,2 milhões de homens,
06:418,1 milhões de mulheres.
06:44A desigualdade racial é pior ainda.
06:47Em 2024, o rendimento dos brancos
06:49foi 65,9% maior do que o da população negra,
06:54que inclui pretos e pardos.
06:56E da mesma forma, brancos seguem sendo
06:59maioria esmagadora nas posições de comando.
07:02Agora aqui, aquela mesma comparação,
07:04mas por brancos, pardos e pretos.
07:07Diretores e gerentes,
07:082,3 milhões são brancos.
07:121 milhão, pardo,
07:140,2 milhão, ou seja,
07:16mais ou menos 200 mil pessoas,
07:17são pretas.
07:19Técnicos e profissionais de nível médio,
07:214,5 milhões são brancos,
07:233,2 milhões pardos,
07:250,9 milhão são pretos.
07:28Em apoio administrativo,
07:304 milhões de brancos,
07:313,5 milhões de pardos,
07:320,9 milhão de pretos.
07:34Ocupações elementares,
07:374,8 milhões de brancos,
07:398,8 milhões de pardos
07:41e 2,6 milhões de pretos.
07:44Lembrando que a população preta no Brasil
07:45é bem menor do que a população parda.
07:50Vinícius, e aí?
07:52Tem duas desigualdades,
07:53tanto entre brancos, pretos e pardos,
07:55quanto entre homens e mulheres.
07:57Primeiro que, mesmo em funções
07:59que você pode considerar muito parecidas
08:01ou as mesmas,
08:02tem disparidade salarial,
08:03mas ela é menor do que as outras.
08:06Qual é essa outra disparidade?
08:08Mulheres,
08:09mulheres negras em especial
08:11vão ocupar profissões que pagam mal.
08:14Não é que naquela profissão
08:16ela ganha menos.
08:17Mas existe essa disparidade ponto a ponto.
08:20Elas vão ocupar profissões que pagam menos.
08:22Por exemplo, no Brasil,
08:24mais de 1 em 20 trabalhadores
08:28é empregado doméstico.
08:30Quer dizer, 5, 6% da força de trabalho do Brasil
08:32ocupada
08:33é empregada doméstica.
08:36Quem é a força de trabalho doméstica?
08:3892% mulheres.
08:40E o salário das empregadas domésticas,
08:42entre outros problemas
08:43da situação laboral,
08:46é menor.
08:47Então, tem duas desigualdades ao mesmo tempo.
08:49E a que pesa mais,
08:50de maneira mais brutal,
08:52não que seja mais ou menos injusta
08:54que a outra,
08:54a que pesa mais na estatística,
08:56é o fato de que as mulheres vão
08:57para essas...
08:57Muitas mulheres vão para esses empregos
08:59que pagam menos.
09:00E acontece com preto,
09:01e acontece com pardo.
09:03Eu falo preto porque eu tenho dificuldade
09:04de falar negro,
09:05porque tem muito negro
09:06que gosta que seja chamado de preto.
09:08Mas vamos lá.
09:09O negro inclui os dois, né?
09:10O negro é preto mais pardo.
09:11E a rinô no IBGE é negro e pardo.
09:14Eu tenho dificuldade com pardo.
09:15Preto e pardo.
09:15Porque eu sou pardo,
09:16e eu lembro sempre de papel de embrulho.
09:18Eu falo assim,
09:18mas gente,
09:19esse nome não é bonito,
09:20mas tudo bem.
09:21Vamos lá.
09:21É uma classificação estatística só.
09:23Então tem essas duas desigualdades.
09:25E é uma coisa que ninguém fala.
09:26Eu sempre gosto de falar
09:27dos empregados domésticos,
09:28que é assim,
09:295%,
09:30um de cada fim de trabalhadores
09:32é empregada doméstica,
09:33e a gente não fala de empregada doméstica
09:34como se elas não existissem.
09:36Isso é um problema social grande.
09:37Então é essa desigualdade.
09:39É aí que está a explicação.
09:40Tem disparidade ponto a ponto
09:41e tem disparidade na alocação das pessoas.
09:43Elas vão,
09:44mulheres,
09:45negros e pardos,
09:46vão para profissões piores
09:47quando conseguem trabalhar,
09:49que é um outro dado
09:49que a gente está a falar aqui.
09:50é porque
09:51a pobreza
09:53entre quem está ocupado
09:55é 11%.
09:56Entre quem não está ocupado,
09:58quem não está em trabalho,
09:59é 44%.
10:01Então a gente vê que
10:02uma parte grande da pobreza,
10:04da miséria
10:04e da desigualdade
10:05também no Brasil
10:06é o fato de a pessoa
10:08nem ao menos conseguir trabalhar.
10:10Não é que ela está ganhando pouco.
10:11Ela não tem trabalho.
10:13Esse é um problema muito, muito grave.
10:16Obrigado, Vinícius.
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