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Roberto Uebel, economista e professor da ESPM, analisou o cenário do emprego no Brasil. Com taxa de desemprego histórica baixa, aumento da renda e postos de trabalho mais qualificados, o consumo ganha impulso, mas desafios como informalidade e juros altos ainda pesam na economia.

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Transcrição
00:00Este setor, o mercado de trabalho no Brasil, mostra um respiro importante, com mais pessoas empregadas, renda em avanço e num momento em que a atividade ainda convive com juros elevados.
00:14Parecem coisas soltas, mas nós vamos amarrar tudo.
00:18O movimento sugere um maior fôlego do consumo e reacende o debate sobre a qualidade desses postos de trabalho e o ritmo da recuperação.
00:26E para destrinchar, vamos unir esses pontos, para destrinchar esse cenário, os desafios daqui para frente, a gente conversa com Roberto Wiebel, que é economista e professor da ESPM, que eu tenho o maior prazer de encontrar aqui, entre telas, aqui no Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:46Professor Wiebel, muito obrigado pela sua participação aqui.
00:49Quando a gente fala de economia, nem sempre olhar apenas para os números nos dá o cenário completo.
00:58A gente tem as linhas, mercados de trabalho aquecido, taxas de desemprego recordemente baixas.
01:08Tá bom, vamos às entrelinhas.
01:10Wiebel, o que isso significa nesse momento?
01:12E, o brasileiro está bem empregado, não basta ter emprego, ele está bem empregado, este avanço de renda tem mexido na qualidade de vida do brasileiro, o que impulsiona consumo e tudo mais.
01:25Vou fazer a mesma analogia que eu fiz com o nosso repórter Rafael Coracini.
01:29Uma fileira de dominós, você bate numa peça, outras vão caindo por um efeito em cadeia.
01:36Pronto, depois que eu fiz essa larga introdução, te passo a palavra com as respostas, Wiebel.
01:41Prazer te reencontrar por aqui.
01:43Prazer, Favale.
01:44Boa tarde a todos que estão acompanhando o Times Brasil CNBC.
01:48De fato, a gente tem que olhar os números sempre com uma perspectiva para além do número, né?
01:55Como você colocou, o caso das entrelinhas.
01:57De fato, essa taxa de desemprego histórica, ela merece ser celebrada.
02:03Que indica que boa parte da população que busca emprego está encontrando este emprego formal.
02:12Mas nós temos que olhar para as entrelinhas.
02:14E eu destacaria aqui três elementos.
02:16Primeiro, você até coloca na introdução aqui da nossa conversa.
02:20A qualidade desse emprego e a remuneração deste emprego.
02:26Uma segunda entrelinha, vou comentar todas na sequência.
02:29Uma segunda entrelinha é também esta formalização do mercado de trabalho.
02:34Estes dados, eles correspondem a trabalhadores com apenas vínculo formal
02:38ou também estão realizando atividades informais,
02:43como transporte por aplicativos, entregas ou outro tipo de prestação de serviço.
02:49Um terceiro elemento que eu acho que é importante também
02:52é o quanto este baixo indicador de desemprego se traduz de fato em aumento de consumo,
03:00redução de inadimplência, ou seja, fazendo uma equação no aumento do poder de compra.
03:07Olhando para cada um, quando a gente olha para o caso da formalização,
03:10este é um número preocupante que vem desde a pandemia,
03:14até um pouquinho antes da pandemia, mas ele se agrava com a pandemia.
03:17Quando a gente tem um grande número, um grande percentual da população brasileira
03:22que se diz empregada, mas que exerce uma função não formalizada,
03:28seja um vínculo público ou privado, ou seja, aquele trabalhador,
03:31aquela trabalhadora que de fato não tem um vínculo formal
03:35e que depende muito até de uma sazonalidade.
03:39E até uma preocupação entre colegas economistas,
03:41este elevado número de pessoas empregadas com um grau de informalidade muito alto,
03:48ou seja, que não contribuem com a Previdência,
03:50não tem qualquer tipo de seguridade social
03:52e que dependem de uma sazonalidade, ou seja, pelo lado da demanda
03:58daquela prestação de serviço.
04:00Então, este é um número preocupante.
04:02Segundo o caso que eu tinha falado, segundo a entrelinha,
04:04que é importante também destacar,
04:06é o quanto isso se reflete no aumento do poder de compra.
04:09A gente viu na reportagem agora, com taxas de juros ainda
04:14num patamar muito elevado, uma pressão inflacionária
04:17e uma inadimplência muito alta,
04:20por exemplo, no caso do Rio Grande do Sul,
04:21com um patamar acima de 50% das famílias,
04:25esse aumento na empregabilidade não vai se traduzir, Favale,
04:30em uma redução na inadimplência e no aumento do poder de compra.
04:34E esse eu acho que é um dado preocupante,
04:36que a gente tem que olhar para o médio e longo prazo.
04:39Porque, ou seja, e aí é o caso que eu falo sempre em sala de aula,
04:42a argentinização da economia brasileira.
04:45Ou seja, você tem uma inflação, vamos lá, quase controlada,
04:48mas um juro muito alto, quase um pleno emprego,
04:51mas uma população empobrecida.
04:54Não significa uma população pobre,
04:56mas uma população empobrecida com relação ao poder de compra.
04:59Eu olharia para esse terceiro ponto.
05:02E hoje a gente tem a Black Friday acontecendo neste momento.
05:05Isso vai ser um indicador interessante para a gente ver, Favale,
05:08o quanto a Black Friday vai conseguir recuperar as perdas dos últimos três anos,
05:14que foram anos, eu diria, ruins, mas muito desafiadores para o setor de consumo
05:19e também até mesmo para o setor de prestação de serviços.
05:22Claro, Wibel, vamos continuar nessa fatiação dos dados?
05:28Claro, a gente não pode deixar de dar a relevância que nós temos uma baixa desempregabilidade.
05:37O número de pessoas ocupadas ganhando está historicamente alto.
05:43Ponto. Ok.
05:45Agora, é claro que esses dados que saíram no final de novembro,
05:49eles refletem mais outubro do que novembro propriamente dito.
05:54É daqui para trás.
05:55Daqui para frente, que nós temos, então, como você falou, Black Friday,
06:00o Brasil adotou esse feriado do comércio, entre aspas,
06:05se espera aí uma efervescência do varejo que se estende até o Natal
06:11e aí arrisco dizer nas festas de final de ano,
06:14porque muita gente também decora a casa para o Réveillon,
06:17os groceries, como dizem os americanos,
06:20você vai comprar alimentos, mantimentos para as festas de fim de ano
06:24e aí depois começa aquele arrefecimento natural do comércio
06:29depois, na primeira semana de janeiro.
06:32Quando que a gente tem que olhar de novo, Wilbel,
06:34os próximos dados do emprego para entender a sazonalidade
06:37ou a permanência dessas pessoas nesse patamar elevado de empregabilidade?
06:43Então, os dados do final de janeiro serão importantes também, né?
06:48Serão muito importantes, Savalha, porque eles refletem, inclusive,
06:51aqueles empregos temporários de final de ano.
06:54E aqui nós temos um sinal de alerta que merece atenção.
06:59Por quê?
07:00Nos últimos anos, a gente via, até mesmo no pós-pandemia,
07:04um aumento daquelas vagas temporárias,
07:06tanto no setor de serviços quanto no setor de comércio
07:09e também até no setor industrial.
07:11E essas vagas temporárias, elas não acompanharam,
07:15não tiveram um crescimento como nos anos anteriores.
07:20É só a gente, isso são dados,
07:21que a gente pode extrair do próprio Ministério do Trabalho,
07:25mas também quando a gente olha andando pela rua,
07:28eu sempre digo a economia real.
07:29A gente sempre vê anúncios em lojas, enfim,
07:32em contratos temporários.
07:34Eu estive recentemente em Porto Alegre e agora moro em São Paulo,
07:37nas duas capitais, eu percebi que não houve um aumento
07:41desta demanda por trabalhadores temporários.
07:44Este dado vai se repetir como faixa exatamente lá em janeiro.
07:48E quando a gente fechar o primeiro trimestre,
07:51aí a gente vai ter um componente maior, o melhor.
07:53Ou seja, se de fato se traduziu no aumento do emprego,
07:58a sazonalidade e no aumento do consumo também.
08:01Vale destacar que tradicionalmente,
08:03aí a gente pega uma série histórica de quase 30 anos,
08:06no começo do ano nós temos as matrículas,
08:10na educação básica, que fomenta o consumo sazonal,
08:15também fomenta a inadimplência de começo de ano,
08:19ou a não inadimplência, ou seja,
08:21pagamento de dívidas e tributos que são exclusivos
08:24do começo do ano, IPTU, IPVA, tributos, matrículas, enfim.
08:29Então a gente vai conseguir ter um dado, eu diria,
08:31mais condizente com a realidade.
08:33Os pés no chão, e claro, o bom português,
08:37no primeiro trimestre do próximo ano.
08:39Então esse primeiro sinal de alerta, a questão da sazonalidade,
08:43e ainda, Favale, a pressão inflacionária,
08:45e também essa pressão pela taxa de juros.
08:50Então a gente vai ter um final de ano,
08:52tentando ser um pouco mais otimista,
08:54esses dados, de novo, tem que ser comemorados,
08:56esses dados históricos do desemprego,
08:58mas a gente precisa ser também muito realista.
09:01Teremos um final de ano, eu diria,
09:03morno, se comparado aos últimos anos,
09:06e é claro, muito melhor que o ano da pandemia.
09:09Mas olhando para frente,
09:12se nós não tivermos nenhuma mudança no sentido
09:14dos juros ou do controle inflacionário,
09:17a tendência é que se continue essa temperatura morna
09:20pelo próximo ano.
09:22E aí tem um outro componente,
09:23que eu acho que daria aqui quase mais uma hora de fala,
09:26que é a questão das pressões externas,
09:29ou seja, essa sensibilidade dos mercados externos,
09:32a questão do tarifácio dos Estados Unidos,
09:35que ainda afeta alguns setores muito estratégicos
09:37aqui da indústria brasileira,
09:39e também afeta, em certa medida,
09:41setores relacionados, como serviços,
09:44agronegócio e comércio também.
09:46Oi, Bel, então já vamos marcar a nossa próxima conversa.
09:48Como você disse, temos argumentos para mais uma hora de papo.
09:51a gente destrincha em outros reencontros
09:54aqui na nossa programação.
09:56Queria agradecer publicamente a conversa que eu tive
09:58com o Roberto Wiebel, economista, professor da ESPM.
10:02É sempre um prazer reencontrá-lo.
10:04Até muito breve, Wiebel.
10:06Até mais.
10:07Até mais.
10:07Tchau, tchau.
10:08Um abraço.
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