Como orientar negócios com a ajuda de IA? especialista revela estratégia para futuro do mercado

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Dimitri de Melo, especialista em IA, explicou como empresas podem estruturar equipes e negócios orientados por algoritmos, lidar com dados e superar o gap analítico. Ele também discutiu ética, educação e o papel do Brasil na revolução da inteligência artificial.   🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!   Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil   📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:   🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais   🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562   🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube   🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings   #CNBCNoBrasil  #JornalismoDeNegócios  #TimesBrasilCNBC

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00:00Com a evolução e a popularização da inteligência artificial,

00:03como as empresas podem organizar dados e estruturar equipes e negócios orientados por algoritmos?

00:09É o que a gente vai descobrir agora com o Dimitri de Mello,

00:11que é especialista em IA e autor do livro Homo Algoritmos.

00:15Dimitri, bem-vindo ao estúdio.

00:17Obrigado.

00:18Tudo bem?

00:18Pelo convite.

00:19Legal, imagina.

00:20Dimitri, como toda essa revolução tecnológica,

00:23a inteligência artificial também chegou para mudar a vida das empresas.

00:26O que você descobriu, o que você traz no seu livro sobre isso?

00:28Bom, o meu livro é um apanhado histórico ancestral de como que o ser humano,

00:35as espécies humanas evoluíram correlacionadas com as suas ferramentas.

00:40Desde o Australopithecus, que usou um galho de árvore para alcançar a fruta e estendeu o tamanho da sua mão,

00:47ao Australopithecus, ao Homo sapiens, ao Homo habilis, que usou uma pedra para bater em outra com o seu primeiro algoritmo

00:56e transformou aquilo em uma ferramenta.

00:59Então, desde que o homem é homem, ele traz ferramentas que expandem as suas capacidades físicas.

01:06E pela primeira vez na história, a gente inventou uma ferramenta que amplia nossas capacidades cognitivas.

01:13Isso para as empresas, no ambiente corporativo, é ouro.

01:16A gente tem a capacidade de ter pensantes, seres pensantes, mais pensantes e que conseguem fazer maiores cognições

01:23através de um volume, de um dilúvio de dados que a gente está enfrentando hoje em dia nas organizações

01:29que humanamente é impossível de se analisar, que é o que a gente chama de gap analítico.

01:35Então, a inteligência artificial vem para potencializar as organizações e cada indivíduo,

01:40em cada ser humano ali, ser mais produtivo, ser mais inteligente.

01:46Acho que é isso que a gente traz no livro, é isso que a gente propõe nas organizações que a gente trabalha.

01:52Muito interessante.

01:53Escuta, agora assim, tem aquele temor, sempre que a gente fala de inteligência artificial,

01:56como toda revolução tecnológica, a gente tem sempre o temor que aquilo vai acabar com os empregos

02:01ou vai prejudicar de alguma maneira a sociedade, até pelo menos a curto prazo,

02:06até a sociedade vivenciar essa nova onda.

02:09Você cobre alguma coisa disso?

02:10Você vê esse problema dessa transição para a inteligência artificial?

02:14Eu tenho um olhar bem otimista sobre o futuro do mundo.

02:19É claro que algumas profissões vão ser substituídas,

02:22algumas principalmente que envolvem processos mais simples,

02:28mas nenhuma ferramenta até hoje na história do homem nos anulou,

02:31sempre nos potencializou.

02:32Então o arado nos deixou mais produtivos no campo.

02:36Enfim, ferramentas que nos potencializarem.

02:39Acho que isso é um ganho, vai nos potencializar.

02:44Por um outro lado, existem alguns perigos, alguns riscos

02:47que a gente precisa avaliar, principalmente no Brasil.

02:50A gente parte do princípio de uma ferramenta

02:54que a gente precisa saber conversar, escrever, ler e interpretar.

02:57E o Brasil tem 30% de analfabetos funcionais, 10% de analfabetos,

03:02mas outros 10% que não têm acesso à internet, enfim, o básico.

03:06A gente parte de uma ferramenta com metade da população já fora do jogo.

03:12Como é que a gente não deixa isso virar um novo apartheid,

03:15um apartheid digital de separar a população na metade,

03:20só metade privilegiada e a outra metade não.

03:22Então acho que é um processo coletivo de inserção,

03:28de entrada dessa população dentro de um ecossistema educacional

03:34que aprenda a, no mínimo, interpretar um texto e saber

03:37interagir com a ferramenta e com as ferramentas,

03:40para não ficar para trás e abrir um buraco de desigualdade no Brasil muito grande.

03:44Exatamente.

03:45A gente sempre fala aqui de Televisão e Oficial no contexto também

03:48dessa guerra entre Estados Unidos e China,

03:51os dois buscando aí um avanço na frente e tudo mais.

03:54Então, a gente tem do lado dos Estados Unidos,

03:56a gente tem um modelo de grandes empresas,

03:59OpenAI, Antropic e tudo mais,

04:01e no caso da China a gente tem o Alibaba, Huawei,

04:04outras empresas mais de código aberto.

04:06Como é que você vê essa competição,

04:08o código fechado das empresas americanas

04:09e o código aberto das chinesas?

04:11Como é que eles vão competir entre si?

04:14Bom, são duas estratégias válidas,

04:16acho que é uma nova guerra fria,

04:18a gente está vivenciando que dominar essa tecnologia

04:21dá um salto gigantesco na humanidade,

04:25o que pode trazer grandes evoluções,

04:27mas também grandes perigos,

04:28dependendo de como o homem vai usar isso.

04:31E a China, com o código aberto,

04:34ela tem capacidade de disponibilizar para o mundo inteiro

04:36usuários que podem contribuir com a evolução do seu modelo.

04:41Já os códigos fechados,

04:42vai ficar restrito a um grupo de pensadores

04:44que também tem suas vantagens.

04:47Os dois modelos vão ter vantagens e desvantagens,

04:50ambos são válidos, na minha opinião,

04:52e vão potencializar a velocidade dessas descobertas.

04:58Acho que dentro do meu livro eu falo sobre isso,

05:00a evolução humana do Australopithecus para o Homo Habilis,

05:032 milhões e meio de anos,

05:05e aí o ser humano foi evoluindo cada vez mais rápido.

05:08milhares de anos, séculos, décadas,

05:14e agora a gente está em uma evolução quase que diária.

05:17Então, cada semana tem uma grande novidade

05:19que muda todo o curso do mundo.

05:22Acho que essa disputa,

05:24essa nova guerra fria,

05:26potencializa essa velocidade,

05:27acho que a discussão é,

05:29está rápido demais,

05:30o ser humano consegue acompanhar

05:32esse gap de conhecimento,

05:35enquanto está começando a aprender,

05:36já tem uma nova tecnologia,

05:38precisa desaprender a anterior,

05:41as discussões estão na hora

05:42de reduzir um pouco a velocidade,

05:45eu como um bom mineiro,

05:46é um trem sem freio,

05:47então são discussões que a gente precisa ter e aprofundar.

05:51Com certeza.

05:53Você falou de mineiro,

05:54eu queria trazer a conversa para o Brasil.

05:56Como é que você vê a questão da inteligência artificial no Brasil?

05:58O Brasil deve buscar um modelo de LLM,

06:00por exemplo, de Large Language Models brasileiro,

06:03ou ele deve usar um modelo estrangeiro,

06:06adaptar ao Brasil?

06:06Como é que você vê a questão da inteligência artificial aqui no Brasil?

06:10Eu acho que a gente tem um dever de casa estrutural

06:13e um dever coletivo de unir as instituições privadas,

06:17sociedade civil, governamental,

06:20para diminuir esse abismo educacional,

06:23primeiro, que envolve o uso,

06:25afinal, português,

06:27base, de interpretação de texto,

06:29e aí um outro salto,

06:30que é a matemática.

06:31O Brasil, apenas 3% da população sabe estatística básica

06:36e a inteligência artificial nada mais é

06:38que é uma junção da estatística com capacidade computacional.

06:42Eu acho que o Brasil não tem que buscar

06:44uma plataforma proprietária,

06:48tem que usar o que já tem,

06:49que está na luz, na frente,

06:51e fazer o básico, o dever de casa,

06:54para aprender a usar primeiro

06:56e depois se interagir com a tecnologia na matemática.

07:00Apesar desse gap também,

07:02tem um dado interessante,

07:04eu estive no evento da Open AI,

07:05o primeiro evento da Open AI aqui para desenvolvedores no Brasil,

07:10e o Brasil tem a segunda maior comunidade de desenvolvedores dentro da Open AI.

07:16O que me fez refletir que,

07:18talvez a criatividade do brasileiro

07:19supere um pouco a deficiência matemática, computacional,

07:23e que, quem sabe, pode ser um produto de exportação,

07:26um novo samba, uma nova música,

07:28um novo futebol brasileiro,

07:30onde a gente, com jeitinho,

07:32não um jeito pejorativo,

07:33a gente possa ter um produto de exportação,

07:36onde as máquinas não conseguem ter mobilidade,

07:40adaptabilidade que o brasileiro tem.

07:42É uma questão a gente...

07:43Criatividade, né?

07:44A criatividade, o repertório do brasileiro,

07:46passando por tantas crises,

07:48um país tão diverso,

07:50acho que o repertório é diferencial competitivo nisso,

07:52e o Brasil é um mundo dentro de um país, né?

07:56Então, diversas etnias,

07:58é uma história rica,

08:00diversas etnografias juntas,

08:03pode ser uma ponta de esperança

08:06nessa corrida que a gente está bem para trás.

08:09Com certeza.

08:10Dmitry, é muito interessante, assim,

08:11pelo ponto de vista da evolução, né?

08:13Imagino que você, chamando o livro de homo algoritmos,

08:15você está também ligado nessa questão da evolução,

08:18e a gente tem muito visto também

08:19em relação à questão de robôs humanoides

08:22junto com a inteligência artificial.

08:24Alguns analistas dizem que isso vai ser realmente

08:26o grande passo evolutivo do ser humano.

08:28Como é que você vê a questão, por exemplo, da ética,

08:30a questão dessa disputa de robôs humanoides

08:34com os seres humanos,

08:35a questão do trabalho?

08:35Como é que você vê essa disputa

08:37em relação à ética e o avanço dessa tecnologia

08:43disputando um pouco com o ser humano?

08:46Ótima pergunta.

08:48O título do livro

08:49O Homo Algoritmos é uma provocação,

08:51onde a gente provoca

08:54que a gente está passando de uma espécie de homo sapiens

08:56para homo algoritmos,

08:58porque na teoria da evolução da espécie humana,

09:01o cérebro humano foi aumentando,

09:02a capacidade de reter dados,

09:04fazer sinapses, foi aumentando

09:06e aí chegamos no homo sapiens.

09:08E agora que a gente tem uma tecnologia no bolso

09:10que consegue pensar,

09:12tem capacidade cognitiva,

09:13então estamos com o cérebro expandido,

09:15portanto, uma nova espécie.

09:18É uma brincadeira.

09:19Agora, com relação aos humanoides,

09:21os robôs, a máquina,

09:22e a geral,

09:25que se espera que venha no próximo passo,

09:28generativo,

09:29em breve a geral,

09:31eu não acredito que vai ter

09:33uma substituição do humano por robôs,

09:37porque eu sou bem cartesiano.

09:40Sou otimista.

09:41Sou otimista e cartesiano.

09:42É matemática com capacidade computacional.

09:46Essa estatística que existe hoje,

09:47a machine learning,

09:48aprendizado de máquina,

09:49que existe hoje nos modelos da Open AI,

09:51da Google,

09:52já existem há anos.

09:54Teve uma grande alteração

09:55que foram os modelos Transformer

09:57criados pelo Google em 2017,

10:00mas a matemática disso que a gente está vendo hoje

10:03já existe há muitos anos,

10:05há décadas.

10:06Foi o que levou,

10:07a matemática levou o homem à lua.

10:09E agora,

10:09a capacidade computacional,

10:11simplesmente,

10:11se encontraram no destino.

10:15Então, depende do homem.

10:16A ética vai ser a ética do homem.

10:17O computador não vai conseguir pensar.

10:20Agora,

10:21como o homem vai usar essa ferramenta,

10:23que são outros 500.

10:26Temos na nossa história,

10:27olhando para trás,

10:28ferramentas que foram inventadas,

10:30como a pólvora,

10:31o avião,

10:32que tiveram outros destinos,

10:33para guerras e para fazer o mal,

10:36que desviou o seu propósito inicial.

10:40Então, vai depender tudo da ética humana.

10:42Uma vai estar ligada para a outra.

10:44Eu digo no livro que o IA é espelho.

10:46Ela vai representar o que o homem é

10:49e o que o homem foi no seu passado.

10:51Isso dá um pouco de medo.

10:52Dá medo.

10:53Mas gostei de ver a sua posição otimista.

10:56Super obrigado.

10:56Dmitri de Mello,

10:58escritor, especialista em IA

10:59e autor do livro

11:00Homo Algoritmos.

11:01Dmitri, super obrigado.

11:02Obrigado.

11:03Valeu.

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