A Netflix amplia 'Stranger Things' para produtos, parcerias e experiências físicas, mirando o modelo Disney de franquias. Guilherme Ravache, analista de negócios, analisa como a estratégia fortalece a propriedade intelectual e impulsiona competitividade no streaming.
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00:00A Netflix está transformando Stranger Things em uma franquia para além da série.
00:05A empresa segue o caminho da Disney ao ampliar o universo com produtos, parcerias e até versões do teatro.
00:12Para a gente saber mais sobre essa estratégia no streaming, vou conversar aqui com o nosso analista de negócios, Guilherme Ravache.
00:18Fala, Ravache, tudo bem?
00:19Tudo ótimo.
00:20E aí, está seguindo aquilo que a Disney, aquele caminho que a Disney mostrou então e vem mostrando muito bem?
00:25Todo mundo quer ser a Disney, quando a gente fala de propriedade intelectual e grandes franquias, como é o caso de Stranger Things.
00:33Netflix tem 30 anos, quase 30 anos de existência e uma coisa que a gente descobre é que construir franquia de grandes marcas é muito difícil.
00:45A Disney tem o Mickey, tem todos os personagens que a gente conhece, tem Star Wars e a Netflix, em comparação, apesar de três décadas, tem pouco.
00:54Tem Stranger Things, que hoje provavelmente é a principal franquia, tem Round 6, tem Bridgerton, mas a gente sente falta daqueles nomes, né?
01:03Que quando você comenta, fala todo mundo entende o que é ou do que você está falando.
01:10Mas a Netflix tem Stranger Things, é uma franquia muito poderosa, muito eficiente.
01:16E por que ela funcionou?
01:17Para mim, o segredo está na nostalgia, né?
01:20É uma história que faz muita referência aos anos 80, né?
01:24Tem várias marcas, várias histórias.
01:30Ela conseguiu trazer música muito bem para a conversa.
01:33Um elenco infantil, né?
01:35Que quando a série começou, cativou as pessoas.
01:38Uma história que tem vários gêneros.
01:40Então assim, a história é boa.
01:41Mas tem um trabalho de marketing muito eficiente da Netflix.
01:45Até por não ter a mesma quantidade de franquias da Disney, ela conseguiu trabalhar isso de uma maneira eficiente, investindo muito, muitas parcerias, né?
01:56Então hoje, desde bala até carro, a gente tem com Stranger Things.
02:00Aqui no Brasil foi lançado, por exemplo, um Fiat com a marca Stranger Things, né?
02:04Uma versão com a marca Stranger Things.
02:07Tem protetor labial, tem bala, enfim.
02:11O que você imaginar de Stranger Things, você encontra.
02:14E tudo isso, a Netflix também mostrou que ajuda a acelerar a marca.
02:18Isso permitiu que a Netflix tivesse, por exemplo, experiências físicas, né?
02:24Ano passado, por exemplo, teve a casa da Netflix no Brasil e tinha uma experiência ali com Stranger Things, né?
02:32Você teve interações que acontecem dentro da casa, bonecos, personagens.
02:39Até no final, tinha uma praça de alimentação com personagens ali, referências a Stranger Things, por exemplo.
02:45Então isso, né?
02:46É uma característica da Disney que tem grandes franquias, leva para o mundo real.
02:50E a Netflix está tentando fazer isso e talvez seja bem sucedida.
02:55Mas não é tão fácil.
02:56Uma prova disso é que a Netflix é uma das empresas que está tentando comprar a Warner Bros.,
03:02que é um estúdio aí centenário dos mais tradicionais e tem muitas marcas, né?
03:08Franquias muito conhecidas.
03:10E aí essa compra da Netflix, da Warner, provavelmente é para ter mais títulos, marcas que têm o mesmo potencial de Stranger Things.
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