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Você provavelmente já deve ter se sentido ansioso e logo em seguida sentiu um mal-estar no estômago também? No Jovem Pan Saúde desta semana, a apresentadora Soraya Lauand, conversou com a neuropsicóloga Daniela Tonelotto, e com o coloproctologista, Ricardo Ratti, sobre como a saúde mental afeta o nosso sistema digestivo. Saiba quais os fatores e tratamentos.
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NotíciasTranscrição
00:00Jovem Pan Saúde. Olá, tudo
00:07bem? Espero que sim, seja
00:09muito bem-vindo a mais um
00:10Jovem Pan Saúde. Você sabia
00:12que cuidar da saúde mental
00:14também é cuidar do aparelho
00:15digestivo e isso vice-versa.
00:18O intestino é um dos órgãos
00:19mais sensíveis às emoções e
00:21por isso é até chamado de
00:23segundo cérebro. Alterações
00:25emocionais podem mexer com um
00:27funcionamento intestinal e um
00:28intestino em desequilíbrio
00:30também pode impactar o nosso
00:32humor. Vamos entender melhor
00:33como tudo isso funciona, como
00:35a ansiedade pode impactar
00:37diretamente na saúde do nosso
00:39intestino com o coloproctologista
00:41o Ricardo Ratti e também a
00:44neuropsicóloga Daniela Tonelotto.
00:47Sejam muito bem-vindos. Quero
00:48começar essa conversa com o
00:50doutor aqui pra gente entender
00:52né? Como que esse intestino
00:54ganhou esse apelido de segundo
00:56cérebro? O que acontece lá
00:58dentro quando a gente tá muito
01:00ansioso ou estressado demais?
01:02Bom, primeiro bom dia a todos
01:04né? O que acontece, a gente até
01:07fala muito na profissão que todo
01:11proctologista, todo gastroenterologista
01:14ou todo cardiologista também, ele é
01:17um psicólogo por natureza, tá? A
01:20relação ela é direta, é uma
01:21relação hormonal, tá? Tanto na
01:24produção de serotonina que é um
01:26hormônio que a gente produz muito no
01:28intestino, 80, 90% dessa produção é
01:31feita no órgão intestinal, no
01:33intestino grosso e tem a flora
01:36microbiota, que são trilhões de
01:39bactérias que circulam ali e que tem
01:41uma relação direta com ansiedade, com
01:44depressão, com a parte emocional
01:47mesmo. E doutora Daniela, pensando por
01:50esse aspecto mental mesmo, né? Como que
01:53as emoções influenciam esse
01:56funcionamento? Então, ansiedade, como
01:58que a depressão também podem se
02:00manifestar com uma dor de barriga de
02:02repente, né? É, o corpo ele vai reagir
02:06às vezes de um modo exercebado pra uma
02:09situação que se mostra maior do que
02:13ela de fato é, né? Então, é, desde
02:17quando a pessoa, por exemplo, vai
02:18viajar e às vezes não consegue usar o
02:21banheiro, até quando ela tem um
02:23desarranjo e isso piora, é, muito
02:26porque ela tá imaginando ali uma
02:29situação que ela não tem o menor
02:30controle e isso dá um recado pro
02:33cérebro de que as coisas não vão
02:36bem. Então, existem várias técnicas, né?
02:39Principalmente respiratórias, pra que a
02:42gente possa, é, baixar essa ansiedade,
02:45né? Ter um, um controle ali, melhor
02:48estar no aqui, presente e se sentir
02:51melhor. E a ansiedade é muito isso, a
02:52pessoa acaba antecipando um resultado,
02:55né? Então, a senhora deu um exemplo,
02:58né? Ai, tô ali com uma viagem marcada,
03:00já fico imaginando que não vou conseguir
03:02chegar ou que vou chegar atrasado, aí
03:04tem um imprevisto no meio do caminho e
03:06tudo isso vai me gerando essa ansiedade
03:08que pode ser sentida, né? Com esse
03:11sintoma intestinal. Exatamente. Seria
03:14isso, basicamente, né? E aí, a senhora
03:16até disse que existem técnicas pra
03:20tentar controlar isso, ou pelo menos
03:22amenizar, porque a ansiedade, às vezes,
03:24é difícil de controlar, né? A pessoa não
03:26consegue controlar aquela emoção. Sim. A
03:29ansiedade, ela é um sentimento, uma
03:31emoção que ela é válida, ela é importante
03:34em N situações. O que, o problema é
03:38justamente quando ela está exercebada,
03:41né? Então, ela acontece de uma forma
03:43quando coisas não estão sob o meu
03:45controle e, na verdade, poucas coisas
03:47estão sob o nosso controle, né? Muito
03:49menos do que a gente gostaria ou
03:51imagina. E, então, o nosso corpo reage
03:54com sudorese, com batimento cardíaco
03:58acelerado. As pessoas em crise de
04:00ansiedade, elas acham que estão tendo
04:02um ataque cardíaco, né? Então, quando a
04:06gente se concentra no aqui e agora,
04:09então, observar os arredores, por
04:12exemplo, se eu tô no trânsito, contar o
04:15número de carros vermelhos, fazer
04:18contas de cabeça, existe uma série de
04:21estratégias pra gente tirar a atenção
04:25das respostas do nosso corpo, das
04:28respostas límbicas, digamos assim, e
04:31controlar a ansiedade voltando aos
04:34poucos a um estado de tranquilidade.
04:37A gente vai falar daqui a pouquinho
04:38mais sobre essas dicas, né? Até em
04:40relação a tratamento, o que a pessoa
04:42pode fazer pra conseguir diminuir
04:44todos esses sintomas, mas falando de
04:46fato de sintomas ainda, né? Tem até
04:49estudos que mostram que pessoas que
04:51são ansiosas, né? Tem esse problema
04:54intestinal e até, enfim, quem tem
04:56depressão também, né? Além de doenças
05:01que são conhecidas como a síndrome do
05:03intestino irritável, né? Eu queria
05:04pegar um gancho. Claro. Porque aqui a
05:07gente tava falando um pouco sobre
05:09consequências, eu queria falar um pouco
05:11sobre causas, né? Que acabam levando a
05:14esses desarranjos intestinais, que eu
05:16acho que talvez seja interessante pra
05:17nós aqui. A gente tá falando aqui,
05:21quando a gente fala de sintomas, a gente
05:22fala de hábito intestinal, tá? Então,
05:24cada ser humano tem o seu hábito
05:26intestinal. Então, a gente considera
05:28normal desde uma pessoa que vai ao
05:30banheiro uma vez a cada três dias,
05:33até uma pessoa que vai até três
05:35vezes ao dia ao banheiro. Isso é
05:36normal. Então, esse ínterim todo, ele
05:39pode ser considerado o normal da
05:41pessoa. A pessoa tá habituada a isso.
05:44Quando a gente fala das alterações
05:45mentais provocando esses sintomas
05:48intestinais, a gente fala em mexer com
05:51esse hábito intestinal. Então, a pessoa
05:53começa a ter o que a gente chama,
05:55né? Popularmente de prisão de ventre.
05:58Então, a pessoa fica travada mesmo, né?
05:59Ela não vai. E aí, os estudos mostram,
06:02os estudos psicológicos mostram que
06:05geralmente isso tá muito relacionado a
06:08pessoas que têm dificuldade com
06:09mudança, pessoas que se
06:12autobloqueiam, pessoas que se
06:14autocontrolam demais, que não deixam as
06:16emoções virem. Então, ela trava e o
06:19intestino dela trava também. Ao passo
06:22que o desarranjo intestinal contrário,
06:24que a gente aqui popularmente chama
06:26de diarreia, posso dizer o nome assim,
06:29mas o desarranjo intestinal, a pessoa
06:30começa a ir, ter o hábito intestinal
06:33mais frequente, como a gente fala, tá
06:36ligado a, por exemplo, hoje já tem
06:39estudos que mostram que tá ligado a
06:40sensações desagradáveis, a emoções
06:43descontroladas, a pessoa querer colocar
06:47pra fora. Então, o organismo coloca pra
06:49fora mesmo, né? Através da alteração
06:52do hábito intestinal. Então, com relação
06:54a sinais e sintomas, isso hoje é uma
06:57questão muito vista em consultório,
07:00muito vista no dia a dia nosso. Eu
07:03brinco que eu falo, um proctologista
07:04não pode atender, ser um psicólogo do
07:06lado, porque a gente já vai falar de
07:08síndrome do intestino irritável, das
07:10colites autoimunes, e todas elas, em
07:13maior ou menor grau, estão relacionadas
07:16à parte emocional.
07:17Doutora Daniela, apesar de se falar
07:19muito, hoje em dia, a respeito do
07:21assunto, tem muito preconceito? As
07:24pessoas ainda lidam com uma coisa de,
07:26ah, isso é coisa da minha cabeça, vai
07:28passar, eu não preciso de tratamento
07:30pra isso, eu tava ansioso mesmo, mas
07:32já passou, não vou olhar, não vou cuidar.
07:35É, existe bastante preconceito, né? Eu
07:38faço avaliação neuropsicológica, né? E
07:40quando os pacientes procuram, geralmente
07:43procuram por uma orientação médica,
07:45mas se eles puderem fugir, eles fogem,
07:49né? Porque tem uma preocupação de
07:52pensar, ah, se eu preciso de uma
07:54avaliação desse tipo, algo não vai
07:57bem com a minha cabeça, né? Então, sim,
08:00tem bastante preconceito. Doutora, em
08:02que momento a pessoa precisa ver que
08:04aquele sinal de alerta, que ela pode
08:07estar em, seguindo um caminho pra
08:10infecção, que não é algo ali
08:12momentâneo só porque ela passou por
08:14uma situação ali de ansiedade ou de
08:16estresse, né? Eu acho que é muito
08:19subjetivo, acho que cada um suporta
08:23de um jeito os desequilíbrios do
08:25corpo, né? Mas é um estado de
08:27desequilíbrio biopsicossocial, né?
08:30Então, a partir do momento que tá
08:31afetando a produção de vida dela do
08:33dia a dia, ela tá tendo dificuldades
08:36no convívio familiar, no convívio
08:38social, né? A gente tá falando aqui de
08:40bem-estar social, psicológico e
08:42emocional, né? Eu acho que a partir do
08:44momento que há uma quebra do
08:46equilíbrio, vamos dizer assim, é, esse
08:48é o momento de procurar. Até porque
08:51geralmente quando desanda muito
08:53intestino, por exemplo, leva um estar
08:55de desidratação, leva a quadros de
08:58desnutrição, isso pode ser um sinal de
09:00alerta de um, de uma doença tumoral,
09:03não só de uma doença inflamatória
09:05comum, como a retocolite, como a
09:07doença de Crohn, que são mais
09:09famosas, ou a síndrome do cólon
09:11irritável, né? Que se fala muito na
09:14sociedade, mas pode ser o início de uma
09:17manifestação de um tumor. Então, a
09:20pessoa acho que deve procurar sempre
09:22que houver o desequilíbrio. Então, eu tô
09:24tendo diarreia, não passa uma semana,
09:27cinco dias, tô tomando remédio, tô
09:31mudando a alimentação, sei, me conheço
09:35o meu corpo, tá fora do normal, procura
09:37ajuda, psicológica e médica, né? E o
09:42médico também tem que ter juízo,
09:45também, que é muito isso, né? É de
09:47achar que é só o médico que cura, que é
09:50só remédio que cura, quando na verdade
09:52é isso mesmo, eu não dá pra ter
09:56consulta a cada dez pacientes
09:58proctológicos, nove precisam de
10:00acompanhamento psicoterapico em
10:02conjunto. A síndrome do intestino
10:05irritável, ela tem relação com
10:07ansiedade? Tanto tem, que o
10:09tratamento é ansiolítico, você tem
10:12que passar um ansiolítico pra pessoa,
10:14o remédio que você passa pra pessoa
10:16é um ansiolítico, ela tem que entender
10:18que ela tem que mudar o hábito, o
10:20hábito alimentar, né? Então, a dieta
10:23da pessoa, você tem que fazer um
10:24estudo na dieta da pessoa, um estudo
10:27nos costumes da pessoa, porque ali
10:28você consegue pegar, às vezes, o que
10:31que tá saindo do equilíbrio e
10:32causando o desarranjo intestinal e
10:36é batata, não tem, não tem, é cinco
10:40minutos de consulta, você já percebe
10:41que o acompanhamento psicoterapico é
10:44mistério, né? Que a gente chama, ele
10:46é obrigatório. E o que que
10:49caracteriza essa doença? A pessoa vai
10:51muitas vezes ao banheiro? Isso, lembra
10:53do estresse, né? O estresse produz o
10:55cortisol no cérebro, estimula, esse
10:57cortisol atua no intestino, quebra
10:59a barreira, então ela começa a ter
11:01processo inflamatório, então, às vezes
11:03sai sangue, né? Às vezes tem diarreia
11:06com muco, com pus, com sangue, às
11:09vezes prende o intestino da pessoa
11:11ficar vinte dias sem ir no banheiro.
11:13Pode ser ao contrário, não só que solta,
11:15mas também que prende, né? É, muda o ritmo.
11:17Tá. Eu acho que a grande sacada aqui
11:19é isso, mudança de ritmo. Às vezes a
11:22pessoa vai demais e começa a ir de
11:25menos, e o contrário também. Esses dois
11:28sinais são considerados sinais de
11:29alarme. O tratamento, basicamente, é um
11:33ansiolítico, né? De entrada, você tem
11:35alguns no mercado, que eu acho que não
11:37convém aqui, não é a nossa pauta, né?
11:39Sobre a medicação em si, mas você entra
11:43com o ansiolítico, tenta estudar o que
11:45que dá pra mudar na dieta da pessoa, e se
11:48tiver algum remédio, algum sintomático
11:50mesmo, ah, tenho muita cólica, porque isso
11:52pode cursar com cólica, com episódio
11:54de febre, com desidratação, desidratação
11:57você hidrata, cólica você dá o remédio
11:59pra cólica, mas o acompanhamento
12:01psicotérpico, ele é fundamental.
12:04E junto com a terapia, né, doutora? O
12:07ansiolítico sozinho não vai fazer o
12:10trabalho completo. Não vai fazer o trabalho
12:12completo. E uma outra coisa, que é o papel
12:15da atividade física, né? Porque a atividade
12:17física, ela vai ter um impacto tanto na
12:19saúde mental, quanto na saúde intestinal,
12:23né? Me corrija, se eu te ligar.
12:24É isso aí. Atividade física, a gente sempre
12:26fala aqui, é bom pra tudo, né? Acaba sendo um
12:29parte do tratamento também, né?
12:32Até porque a atividade física, ela também
12:34estimula uma certa produção hormonal
12:36também, que combate, é uma guerra lá dentro
12:39do corpo da gente, e a atividade física, ela
12:41também atua na defesa, né? Além da
12:45atividade física, eu acho que a correção
12:47da dieta, né? A dieta ocidental, ela é uma
12:51dieta muito rica em alimentos embutidos,
12:55enlatados, alimentos processados, né? E você
12:59tem hoje os prebióticos e os probióticos,
13:02não são a mesma coisa, né? Os prebióticos,
13:04basicamente, você tem cebola, alho, batata,
13:09banana, feijão, aveia, são alimentos muito
13:14bons pra regulação, pra regulação do
13:17intestino. E você tem os probióticos, né?
13:20Que a gente fala dos iogurtes em geral,
13:22das fibras produzidas ali e do, por exemplo,
13:25quem come muita comida coreana ou japonesa,
13:27o quinti, que já ouviu falar do quinti, o
13:31quinti é muito rico em probióticos, por
13:33exemplo. E tem as fórmulas, né? Então, você
13:36hoje faz avaliação nutricional, então,
13:38assim, o tratamento completo é o médico,
13:41o nutricionista, o psicólogo, sabe? Tem
13:44todo esse acompanhamento em conjunto.
13:47Doutora Daniela, você já teve casos ali
13:49que a pessoa acabou, de alguma forma,
13:51desenvolvendo até hábitos alimentares
13:54ruins por conta da ansiedade, né?
13:57Distúrbios alimentares, de repente?
13:59É, quando a gente faz a avaliação
14:02neuropsicológica, é uma entrevista onde a
14:04gente procura saber sobre a vida da
14:06pessoa ali, desde a rotina, como ela se
14:08alimenta, do que ela se alimenta, como
14:10ela dorme, né? O papel do sono, enfim.
14:13E aí, é muito frequente que venha esse
14:17descontar na comida. Então, é super
14:20frequente e, principalmente, alimentos
14:22super palatáveis, que traga ali um
14:24problema imediato. É, a gente sempre
14:26fala, né? Ai, tô ansioso, quero comer,
14:29aí vai no chocolate, nos fast foods,
14:32enfim, e por aí vai. E aí, pro
14:34intestino também não é bom isso, né,
14:36doutor? Eu tenho um exemplo que foi
14:37muito interessante, que uma vez foi um
14:39paciente que, ah, tô muito estressado,
14:41muito estressado, o que que aconteceu,
14:43tal? Ah, doutor, o que que eu fiz? Eu
14:45agora desconto no sorvete e no leite
14:47condensado. Nossa, foi tudo errado.
14:49Eu fico viciada em sorvete com leite
14:50condensado, com banana, a banana ainda
14:53era a parte boa, mas a pessoa consumia
14:56de caixas semanais. Então, é muito
15:02engraçado que, assim, o estresse, ele
15:03primeiro te leva às saídas, né, aos
15:06vícios, aos escapes, que a gente chama,
15:10que nada mais é do que isso, né, os
15:11vícios são isso, são os escapes, que
15:14depois levam a consequências físicas e
15:17levam a um distúrbio
15:18fisiopatológico, e aí você desenvolve
15:21doenças. E quando a gente fala desses
15:23distúrbios, né, a ciência já fala em
15:26eixo intestino-cérebro, como que essa
15:28comunicação acontece? É uma
15:31comunicação hormonal, acho que a doutora
15:32até pode falar, talvez até melhor, por
15:34ser neuro, né, especialista no cérebro
15:36mesmo. O que que acontece? É uma
15:39comunicação direta entre o que é
15:41produzido no intestino, porque o
15:42intestino grosso, a gente tem que
15:44começar lá atrás, ele é um órgão de
15:46absorção, basicamente, tá? Então ele
15:49absorve e o resto ele joga fora, o que
15:52a gente não usa, ele joga fora. Então
15:54ele tem uma relação direta com a
15:57coluna vertebral, com a parte
15:58neuronal e que leva pro cérebro.
16:01Então tem uma conexão direta entre
16:03produção de hormônio e o que é
16:05reabsorvido pelo intestino, uma coisa
16:06avisa a outra, um órgão avisa o
16:08outro. E aí eles atuam em compasso,
16:12né, de equilíbrio. Quando ocorre o
16:15desequilíbrio é que vem a toda
16:17manifestação clínica. E aí doutora,
16:19como trabalhar o corpo e a mente, né,
16:22pra esse equilíbrio? Exatamente, porque
16:25é esse eixo, né, a alimentação,
16:28atividade física e essa auto-percepção
16:31que vem do autoconhecimento. Então
16:34entender que as, porque é muito
16:35frequente que as pessoas se acostumem
16:37com o mal-estar, né? Então trabalhar
16:39esse autoconhecimento pra aprender a se
16:41perceber melhor e saber quando precisa
16:44procurar. Não precisa passar por aquilo
16:46tudo, né? Aquela sensação ruim, aquele
16:48mal-estar no dia-a-dia. Isso. Tem um
16:51caminho. E o tratamento, ele é
16:53individualizado? Sim, sempre, sempre.
16:56Na neuropsicologia a gente faz diversos
16:59encaminhamentos. Muitas vezes o paciente
17:01ele precisa de uma consulta com um
17:03psiquiatra, ele precisa de uma avaliação
17:06psicológica para a terapia, né, que é
17:09diferente da neuropsicologia, onde a
17:11gente faz diagnóstico e reabilitação
17:14linguístico-cognitiva, mas é o momento
17:18ali de você encaminhar essa abordagem
17:21que precisa ser transdisciplinar.
17:23Ele vai passar a aprender a lidar com
17:26essas emoções e em algum momento ele
17:29vai, entre aspas, ganhar uma alta do
17:33remédio ou também da terapia?
17:35Com certeza, com certeza. O sujeito, ele
17:38precisa trabalhar a aceitação do que ele
17:42está sentindo, porque reconhecer é um
17:44passo muito importante, até para ele
17:47saber como agir, mas esses tratamentos
17:50todos eles são para ter um começo, meio e
17:53fim. É. Na verdade, até complementando
17:57aqui, eu acho que quando a gente está
17:59falando no intestino, ela, acho que a
18:02doutora citou bem a parte emocional, que
18:04ela realmente você consegue ter alta. A
18:06parte do intestino, ele é meio ingrato,
18:09porque enquanto a gente está tratando
18:11de sinais e sintomas, ou seja, o
18:13desarranjo intestinal, curou a parte da
18:16ansiedade, cura o desarranjo, ok? Quando ele
18:19se transforma fisiopatologicamente numa
18:22doença, então é a síndrome do intestino
18:25irritável, retocolite ulcerativa, doença de
18:29Crohn, que são as principais, pessoas com
18:32fibromialgia, todo mundo conhece uma
18:34pessoa que fala que tem fibromialgia. São
18:36dores escandalosas associadas a
18:39desarranjos intestinais monstruosos. Então
18:42assim, quando você desenvolve o processo
18:44inflamatório infeccioso, basicamente você
18:48não fala mais em cura no intestino, você
18:51fala em períodos de remissão e
18:54exacerbação. Então aquele intestino fez a
18:57memória imunológica daquele caso, daquele
19:00tipo de situação de desarranjo cerebral e
19:03toda vez que você desarranjar por algum
19:05motivo emocionalmente, você vai ter a
19:09consequência no intestino. Então você
19:11não se livra, não é... Não vai ter uma cura
19:14em algum momento. Não é uma doença, por
19:16exemplo, um sarampo que cura, não é uma
19:20gastrite que você cura. Ali no intestino
19:23você já não parte mais pra cura, você
19:25parte pra estado de remissão ou estado de
19:27exacerbação, que chama. Exacerbação
19:30quando tá tudo muito aflorado, aí você
19:32tem que entrar com medicação, voltar
19:33toda a terapia e estado de remissão
19:36quando a pessoa fala, ah, faz cinco anos
19:38que eu não tenho mais nada. Ah, eu tô
19:39curada. Não, não é curada. Você tá em
19:42estado de remissão. Assou naquele, aquele
19:43processo de crise, ela não tem mais. E tem
19:46mais, assim, só complementar, tem mais um
19:48estudo que fala, hoje, né, a gente falou
19:50lá no começo sobre os desarranjos
19:51intestinais, o que que tá ligado, as
19:54inflamações e as infecções intestinais
19:57que são diferentes. Infecção quando
19:59você tem algum sinal clínico aparente
20:01junto, febre, né, alguma, é, a dinamia
20:05assim, você fica prostrado, é, tem
20:08leucostose, que é um exame de sangue
20:10alterado, tal, isso é um processo já
20:12infeccioso, que muitas vezes requer
20:14antibiótico. Às vezes fica só no estado
20:16inflamatório, você trata com
20:18anti-inflamatório, ansiolítico, muda a
20:20dieta e resolve. Os estados
20:22inflamatórios, hoje, eles estão muito
20:24ligados aos desarranjos emocionais, em
20:28geral. E os estados infecciosos, hoje,
20:31que tem um estudo, tem estudos que
20:33falam sobre isso, eles estão ligados
20:35com sensações negativas. Então,
20:39pensamentos de morte, pensamentos
20:42negativos, é, negações, é, mágoa,
20:47rancor, então, desenvolve muito processo
20:50infeccioso intestinal. Então, às vezes, você
20:52deveria ter só um processo
20:54inflamatório, pela questão da
20:56ansiedade, pela questão clínica, e você
20:59não, você desenvolve febre, você precisa
21:01internar, tomar antibiótico, porque você
21:05tá atravessando algum problema emocional
21:06negativo.
21:08Doutor, esse processo exige uma mudança
21:11de hábito no dia a dia, além de remédio,
21:13enfim, da terapia, mas também questão do
21:16sono, de alimentação, atividade física,
21:20às vezes, até uma técnica de relaxamento?
21:22É, como a doutora aqui já até comentou
21:24mais ou menos sobre isso, é, é, é o
21:27equilíbrio, a busca do equilíbrio em
21:28todos os setores. Então, é dietético,
21:31comportamental, psicológico, é, a parte
21:35de você obedecer, se entender que você
21:39tem esse desequilíbrio, porque às vezes,
21:42passa muito pela pessoa entender isso,
21:44né, quando a pessoa entende isso, ela
21:47ativamente vai trabalhar pra que isso
21:50não ocorra.
21:50Existe a terapia cognitivo-comportamental,
21:53porque, é, na neuropsicologia eu faço
21:56essas indicações, né, como eu comentei,
21:58não faço a terapia, então, existe a
22:01terapia cognitivo-comportamental que vai
22:03trabalhar aspectos práticos do dia a dia,
22:06pra que essa pessoa, é, consiga modificar
22:10esse estilo de vida e consiga também, é,
22:13regular as emoções diante do, das coisas
22:17que acontecem, que a gente não tem o
22:18menor controle, né.
22:20Tem alguma técnica que a senhora
22:21poderia compartilhar com a gente?
22:23Tem. Nas crises de ansiedade, que
22:26também são bastante confundidas com as
22:28crises de pânico, é que o pânico,
22:30geralmente, a pessoa, ela pode até
22:31acordar, ela tá dormindo e acorda em uma
22:34crise de pânico. E a crise de ansiedade é
22:36aquela coisa de ficar pensando muito
22:38sobre algo, né, e já, é, pensando no
22:41resultado. O resultado.
22:42Pode dar errado, geralmente.
22:43No CIS, né, mas e se tal coisa
22:45acontecer? Mas se eu fizer isso, e você
22:47vai criando aquele roteiro na cabeça, e
22:50quando você viu, você já passou o dia
22:51inteiro pensando numa coisa.
22:53Exatamente, é, e a crise em si é aquela
22:55coisa bem corporal mesmo, que a pessoa
22:58pode ter taquicardia, sudorese, é, uma
23:01sensação de que ela vai ter uma
23:04questão cardíaca ali, né. E, então, a
23:07dica que eu acho que é muito
23:10funcional, porque às vezes a pessoa vai
23:11pro pronto-socorro e não há exatamente
23:13muito o que fazer num pronto-socorro,
23:16numa crise de ansiedade, né. Porque o
23:19que ela precisa fazer é tirar a
23:21atenção dos sintomas corpóreos e
23:25colocar essa atenção em algo
23:27externo, né. Ela precisa...
23:29Como fazer isso?
23:30Exatamente, ela vai precisar reconhecer
23:32eu estou em crise, isso é importante, e
23:35aí ela vai trabalhar a respiração.
23:38A respiração, ela tem um poder de
23:41trazer a gente pro momento aqui, agora,
23:44que é fora de série. Então, conforme a
23:46gente puxa o ar, e não aquela
23:48respiração curtinha aqui em cima, uma
23:50respiração suave, profunda, que eu
23:53inunde o meu cérebro de oxigênio, né.
23:56Então, traz mais clareza mental, e na
23:58hora que eu vou expirar, eu expiro
24:00devagarzinho, de um modo que eu
24:04encolha o abdômen e eu consiga expulsar
24:07todo o ar que eu inspirei. E conforme eu
24:10vou fazendo esse trabalho de inspiração, e
24:12aí tem diversas técnicas, como por
24:14exemplo, uma que a gente inspira em
24:17quatro tempos, segura o ar quatro
24:19tempos nos pulmões, solta em quatro
24:22tempos, e segura com os pulmões vazios em
24:26quatro tempos. Só o tempo que você está
24:28colocando sua atenção nesse processo de
24:31respiração, sua ansiedade, que numa
24:34escala de zero a dez, estava em dez, já
24:36baixou pra quatro. E aí...
24:38Coloca a sua atenção no exercício da
24:41respiração, e até acaba esquecendo o
24:43que você estava... Na contagem, no processo,
24:46no sentir o ar. Antes da gente
24:48encerrar, doutora, eu acho importante a
24:50gente dizer em que momento eu devo
24:51procurar ajuda médica, e qual o
24:53especialista, nesse caso, que a gente
24:55está tratando, né? É. O principal
24:57especialista é o gastroenterologista, ou
24:59proctologista, né? Coloproctologista, é
25:02um profissional da área cirúrgica, tem o
25:05gastroenterologista na área clínica
25:07também, de qualquer forma, é um médico,
25:10até pra você poder reconhecer, né,
25:12sinais e sintomas e possíveis sinais de
25:14alarme de alguma doença principal,
25:17alguma doença mais grave. Além disso,
25:20deve ter um acompanhamento
25:21psicoterápico, conjunto, um
25:24acompanhamento nutricional, isso mudou
25:27muito. Quando eu comecei a fazer
25:29consultório há 20, 25 anos atrás, era
25:32um pouco diferente, a gente reconhecia,
25:34o paciente reconhecia, mas não tinha
25:37essa ideia. Hoje, o que a gente vê em
25:38consultório, são as pessoas já bem mais
25:42familiarizadas com isso, com esse tipo
25:45de assunto, com esse tipo de patologia,
25:47com esse tipo de consequência, que a
25:49gente pode chamar assim, elas hoje
25:51entendem mais isso, entendem que tem
25:55que fazer, recorrer a esse tipo de
25:57terapia e aceitam mais, né. Existe
26:03muito mais mulheres do que homens, né,
26:06que procuram? Tem, ainda tem, porque a
26:09mulher realmente... Tem aquela parte
26:10hormonal, né. 4, 5 tarefas ao mesmo
26:12tempo, é um mundo louco mesmo, né, e
26:17assim, tem uma parte hormonal muito
26:19mais acentuada do que o homem, então
26:23acaba tendo mais desarranjos, não
26:25ter nada a ver com fraqueza, não ter
26:26nada disso, é com relação de dia a
26:29dia, mesmo de relacionamento. E é
26:32nesse momento, desarranjou, tem que
26:34procurar e tem que aceitar. Acho que
26:37esse é o principal passo, né, doutora,
26:38que você falou, tem que aceitar, né.
26:41Hoje, muitos exercícios físicos são
26:43moldados pra respiração, por exemplo,
26:47meu filho faz uma arte marcial e ele
26:49aprendeu a respirar, aprendeu esse
26:50controle todo dentro da arte marcial,
26:53não foi na escola, não foi com os pais
26:55médicos, não foi com nada disso, foi
26:58lá aprendendo, né, a respirar, aprendendo
27:01a ter concentração, né, e yoga, essas
27:04terapias hoje alternativas que existem
27:07bem mais massificadas, elas têm um
27:10resultado excelente. Quero agradecer
27:12mais uma vez a doutora Daniela, também
27:14doutor Ricardo pela participação, por
27:16terem aceitado o nosso convite e a
27:18você que nos acompanhou, obrigada
27:19também. Se tiver alguma dúvida,
27:21sugestão de tema, mande um e-mail
27:22pra nós, é o saúde arroba jovempan.com.br
27:27E pra rever essa e outras entrevistas,
27:29só acessar o nosso canal no
27:31YouTube ou o aplicativo da Panflix
27:33pra Android ou iOS. Cuide da sua
27:36saúde mental e também física, a gente
27:38se encontra na semana que vem. Tchau.
27:42Jovem Pan Saúde
27:45A opinião dos nossos comentaristas não
27:50reflete necessariamente a opinião do
27:53Grupo Jovem Pan de Comunicação.
27:55Realização Jovem Pan
28:00A grandeza Jovem Pan de Comunicação.
28:04Obrigada.
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