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No Jovem Pan Saúde desta semana, a apresentadora Soraya Lauand conversou com o endocrinologista e presidente da ANAD, Fadlo Fraige Filho, e com a nutricionista Vanessa Giglio, sobre causas e tratamentos da Diabetes. Entenda quais os tipos de alimentação e prevenção da doença.
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NotíciasTranscrição
00:00Jovem Pan Saúde
00:04Olá, seja muito bem-vindo a mais um Jovem Pan Saúde.
00:10O mês de novembro é dedicado à conscientização sobre o diabetes,
00:15uma condição muitas vezes silenciosa que pode causar sérias complicações
00:20se não for tratada e controlada de forma adequada.
00:23De acordo com a Federação Internacional de Diabetes,
00:26mais de 16 milhões de pessoas têm a doença no Brasil.
00:30Um número alto, né? Mas olha, apesar disso, algumas pessoas nem sabem que tem a doença.
00:35Mas afinal, como o corpo avisa que algo não vai bem?
00:38Quais são os sinais? E como é possível viver bem com o diabetes?
00:42Para conversar conosco sobre esse tema, eu recebo hoje o doutor Fadlo Frais de Filho,
00:47que é endocrinologista, também presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes.
00:52E também a doutora Vanessa Giglio, nutricionista clínica, funcional e nutrigenômica.
00:59Agradeço a participação de vocês.
01:02Queria começar essa nossa conversa, doutor, te perguntando justamente sobre o que é de se na nossa abertura, né?
01:08Muitas pessoas têm o diabetes e nem fazem ideia ou não percebem.
01:13O corpo consegue dar algum tipo de sinal de alerta e que às vezes a maioria das pessoas ignora, né?
01:18Infelizmente, não.
01:21Esse é o grande problema, é o grande desafio, né?
01:24Porque essa doença, ela evolui 5 a 7 anos silenciosamente.
01:30Nessa fase que chama-se de pré-diabetes, esses indivíduos não estão diagnosticados.
01:35Estima-se que as pessoas com pré-diabetes é o mesmo número de pessoas que têm diabetes.
01:41Então, o número se eleva muito.
01:44Então, esses sintomas não esperem.
01:47Os sintomas clássicos de diabetes é aquilo que as pessoas precisam estar mais atentos.
01:54Mas, para aparecer esses sintomas, é depois de muitos anos e quando a glicemia já está muito alta.
02:01Então, beber muita água, urinar muito, perda de peso sem causa aparente, né?
02:09E muito rápida.
02:10E muito rápida e infecções frequentes.
02:13Então, são sinais que a doença começa a mostrar.
02:19Aí, aí se faz o diagnóstico, mas já tardiamente.
02:22Tem estudos feitos na Inglaterra, que nesse primeiro diagnóstico, já tem 50% dos pacientes já têm complicação.
02:31Significa o quê?
02:32Que foi feito o diagnóstico tardio.
02:35Por isso, justifica-se campanhas, justifica-se que as pessoas que são parentes de diabetes,
02:44pessoas obesas, pessoas da terceira idade,
02:48mães que deram à luz a criança com 4 quilos ou mais,
02:51ou que tiveram diabetes gestacional, enfim, que façam, mesmo sem sintoma nenhum,
02:58façam seus exames periodicamente para ver se detectaram a doença.
03:03Antes da gente, então, avançar no tema, o que é de fato a diabetes?
03:07A gente sabe, ou pelo menos ouve falar que tem dois tipos, né?
03:11E o que acontece com o corpo quando a glicose fica fora de controle mesmo?
03:16Bom, nos dois tipos, o excesso de glicose no sangue, por falta da entrada na célula,
03:25porque a glicose é como se fosse nosso combustível, é importante.
03:29Então, toda célula precisa desse combustível.
03:33Para entrar na célula, ela tem que ter uma portinha.
03:36Existe um hormônio que a insulina tem que abrir o seu receptor para a glicose entrar.
03:46Esse processo está emperrado com dificuldade,
03:50embora exista insulina, não tem esse processo adequado no diabetes tipo 2.
03:56Esse é o defeito do diabetes tipo 2.
03:58O diabetes tipo 1 simplesmente não tem insulina,
04:03porque as células que fabricam insulina no pâncreas foram aniquiladas por autoanticorpos.
04:12Então, praticamente não existe produção de insulina.
04:15Então, o tratamento já se fala.
04:18Um, você tem que dar insulina, que é o tipo 1.
04:21Não tem?
04:21O outro, você tem que dar medicação que facilita essa entrada da célula, da glicose na célula.
04:30Então, esses são os dois tipos, basicamente, de diabetes.
04:34E por que a glicose alta é extremamente deletéria para o organismo?
04:43Porque ela altera todas as endotelias, as partes de dentro das artérias.
04:50Ela ataca os nervos como se fosse uma desmininização.
04:57Isso, para a pessoa entender, é como se tivesse um fio e a capa do fio foi toda destruída,
05:03que dá neuropatia.
05:05Ela dá problemas com relação aos microvasos na retina,
05:10que formam pequenas dilatações, que a gente chama de microaneurismo,
05:16que quando eles se rompem, eles formam um ponto cego.
05:20E aí, isso progressivamente, progressivamente, aliado à hipertensão arterial,
05:26que vem da mesma lesão no rim, vai se...
05:31É um ciclo vicioso que vai complicando.
05:34Então, você tem aí as doenças provocadas pelo excesso de glicose.
05:40E você tem junto, na alteração das artérias, a camada interna das artérias,
05:48você tem outro inimigo, que é o colesterol alto,
05:52que vai depositando lá placas, formando uma obteração dos pequenos vasos.
05:59Você citou aí o colesterol, que tem tudo a ver com a especialidade da doutora Vanessa,
06:05e a importância da alimentação, papel enorme na prevenção de uma série de doenças,
06:11e também no controle da diabetes.
06:13Doutora, como que a alimentação, ou seja, os principais erros alimentares,
06:19que as pessoas acabam cometendo no dia a dia,
06:21e que podem favorecer o surgimento da diabetes?
06:25Sim, exatamente. A alimentação é muito importante no controle da diabetes.
06:30Então, o paciente diabético, ou que já apresenta aí uma resistência à insulina,
06:34precisa priorizar uma alimentação minimamente processada.
06:38Então, deve evitar ali os alimentos ultraprocessados, né?
06:42É muito importante também fazer a troca do carboidrato simples para o carboidrato complexo,
06:49ou seja, preferir os alimentos integrais.
06:51Arroz integral, pão integral, amassa integral, pelo teor de fibra,
06:56que vai ajudar no controle glicêmico.
06:58A proteína também é muito importante.
07:01Então, a gente fala que a proteína, ela tem que estar em todas as refeições do paciente diabético,
07:06porque junto com a fibra, ela vai ajudar nesse controle glicêmico, né?
07:11Então, a alimentação aí é muito importante.
07:14E uma série de estratégias que a gente usa na dieta para minimizar e reduzir a carga glicêmica do alimento.
07:23Então, por exemplo, uma das estratégias é iniciar a refeição com uma fonte rica em fibras.
07:30Então, começar por um bom prato de saladas, né?
07:33Então, alface, legumes, verduras, depois ir para a proteína e deixar o carboidrato por último.
07:41Então, essa é uma forma mais natural de baixar a carga glicêmica do prato.
07:47E como sobremesa, a fruta, né?
07:49Que também é muito demonizada e não tem problema.
07:53Até a causa do açúcar?
07:54Exatamente, por conta da frutose, né?
07:57Então, ela não é proibida, mas ela precisa ser usada com estratégia, né?
08:01Então, a gente fala, por exemplo, que aquele lanche da tarde que o paciente fala,
08:05ah, eu vou comer uma fruta, né?
08:07Então, a gente fala, ok, mas eu preciso de uma fonte de proteína junto.
08:12Então, coloca ali um iogurte, põe as frutas dentro desse iogurte,
08:16coloca ali uma aveia, um farelo de aveia, que é a fonte de fibra, vai ajudar no controle glicêmico.
08:23O que a gente precisa evitar no diabetes?
08:26Um pico e uma queda brusca de glicemia, né?
08:30Então, fazendo esse controle de carga glicêmica, a gente consegue fazer esse manejo.
08:35E muita gente acaba associando o diabetes ao consumo do açúcar, mas não é só isso.
08:40Não é só isso.
08:42Inclusive, não é proibido, né?
08:45Mas a gente realmente precisa ter um teor bem menor do açúcar.
08:48Ou seja, o diabético, ele pode ou poderia consumir um bolo, por exemplo, mas em menor quantidade.
08:55Exatamente. O que a gente fala?
08:57Não existe alimento proibido, mas quantidades importam.
09:02E como que eu vou consumir aquele alimento?
09:05Em que momento?
09:06E quantidade.
09:08Eu percebo no consultório, o paciente diabético, ele até tem uma noção do que ele deve comer.
09:14Ele não sabe principalmente a quantidade.
09:19Então, eu preciso de um diagnóstico nutricional pra saber em que fase que esse meu paciente tá.
09:25Ele tá com sobrepeso?
09:27Ele tá com obesidade?
09:28Ele tá eutrófico?
09:29Ele tá com baixo peso?
09:31Então, eu preciso fazer esse diagnóstico.
09:33Eu preciso fazer um cálculo da quantidade de caloria que ele precisa.
09:36Então, ele faz atividade física?
09:40Quantos anos tem esse paciente?
09:42Como é que tá a composição corporal dele?
09:45E aí eu vou chegar num número calórico.
09:48Chegando nesse número de calorias que ele precisa consumir ao longo de um dia.
09:53Aí nós vamos fazer as estratégias nutricionais.
09:56Quantas refeições ele vai ter?
09:58Como que é a rotina dele, né?
10:00Até porque sedentarismo, imagino, o estresse do dia a dia, tudo isso influencia, né?
10:05Exatamente.
10:06Muitos pacientes acham que, nossa, mas eu fiz a minha alimentação perfeita.
10:11Mas tá com nível elevado de ansiedade, de estresse, cortisol alto, vai dificultar o controle do diabetes.
10:18E como saber que a pessoa está com diabetes, já que a gente falou que os sinais, às vezes, não são tão perceptíveis, né?
10:26Então, a pessoa, quando ela tem o diagnóstico, por exemplo, já tá avançado.
10:31Bom, é simples.
10:32Mas, primeiro, aqueles que são de grupo de risco, que eu citei anteriormente, tem que fazer exames periódicos, né?
10:39Aliás, exame periódico, só a mulher que faz, né? O homem não faz, né?
10:45Eu costumo dizer que a mulher aprendeu a fazer a prevenção de doença e tal.
10:51O homem aprendeu a fazer a prevenção do cara.
10:55Então, ele faz revisões, ele troca o óleo e tal, mas o que tem que ser feito é fazer exames periódicos para fazer a glicemia.
11:05Você tem, hoje, facilidade.
11:08Hoje, você tem os glicosímetros.
11:09Ó, gotinha de sangue, você faz um exame em cinco segundos.
11:17Qualquer glicemia, a qualquer hora do dia, mesmo depois da alimentação, acima de 200, já é diagnóstico de diabetes.
11:24E, além dos glicosímetros, hoje, nós disponibilizamos de sensores, que, nesses casos, ajudam muito no diabetes tipo 1,
11:34que você evita aquelas picadas, substitui o sensor, vai mandando, vai fazendo continuamente a glicemia, vai mandando para o seu celular.
11:44E você vai vendo, principalmente, o que você falou, as incursões pós-alimentares.
11:50Por quê? A gravidade das complicações estão relacionadas com os picos de hiperglicemia que ocorrem depois que você come.
12:02E aí é que mede a hemoglobina glicada.
12:06É bom falar um pouquinho da hemoglobina glicada, porque ela é a média das glicemias.
12:12E ela mede exatamente esses picos.
12:16Então, ela é relacionada com os picos.
12:17Três meses é o, vamos dizer, é o videotape da glicemia de três meses atrás.
12:26Tem que ter essa vigilância ao longo do dia.
12:27Exatamente. E vai um recado aí, pessoal.
12:30Tem que ter essa glicada, tem que ficar abaixo de 7%.
12:33Isso é uma coisa importante. Por quê?
12:36Os estudos mundiais mostraram que se você tem uma hemoglobina glicada abaixo de 7%,
12:45você não vai ter nenhuma complicação.
12:48Se você consegue, a cada 1% que você abaixa, você consegue minimizar em 20% as complicações.
12:56Então, a luta não é por sintoma.
13:00A luta por tratamento do diabetes é por meta.
13:04Meta de hemoglobina glicada abaixo de 7% ou perto de 7%.
13:07Agora, doutora Vanessa, a gente tem visto cada vez mais jovens e crianças tendo esse tipo de condição.
13:15O diabetes sendo diagnosticados.
13:17O que está acontecendo?
13:19E como que os pais, de alguma forma, podem ajudar essas crianças?
13:22Sim, por conta da alimentação rica em ultraprocessados, que a gente tem uma grande disponibilidade,
13:30os fast foods, então essa rapidez da entrega é tudo muito fácil.
13:35E cozinhar em casa, para a maioria das pessoas, acaba dando um pouco mais de trabalho.
13:40Então, recorre a fast foods, a comida pronta, ultraprocessada.
13:45Então, a gente precisa avaliar isso muito bem.
13:48Eu costumo dizer que uma das principais coisas no controle da diabetes é organizar as refeições.
13:56Quando você já sabe o que você pode comer, quando comer, ter um horário fixo de alimentação,
14:03isso é muito importante para o controle.
14:06Principalmente para o insulino dependente.
14:08Ele precisa ter uma educação nutricional.
14:11Saber quanto ele precisa consumir de carboidrato para a dose de insulina.
14:15Então, são detalhes do dia a dia muito importantes.
14:19E quanto mais organizado, mais fácil vai ser essa rotina.
14:24Agora, doutor, tem tratamento?
14:26Os dois tipos?
14:27Sim.
14:29De que forma?
14:30Remédio?
14:30Você falou do diabetes tipo 1, né?
14:32Que estava começando.
14:33Então, tratamento do diabetes tipo 1 é reposição de insulina.
14:36Mas tem que ser reposição de insulina de acordo com a fisiologia.
14:42A pessoa que não tem diabetes, ela tem uma secreção basal do pâncreas, que vai soltando um pouquinho.
14:49De repente, a pessoa come café, almoço, jantar.
14:52Ela solta a insulina já de acordo com a quantidade de carboidrato que a pessoa comeu.
14:58Então, o que a gente tem que fazer?
15:01Fazer uma insulina que a gente chama de ação prolongada.
15:05São os análogos de insulina de ação prolongada.
15:08E os análogos de ação rápida, que imitam o que o pâncreas natural faria.
15:14Esse é o tratamento do diabetes tipo 1.
15:15Então, e cada vez mais a gente tem insulinas que se aproximam desse tipo de secreção basal e secreção bolos.
15:30O diabetes tipo 2, que você perguntou, o tratamento é melhorar aquela interação do hormônio com o receptor.
15:42Vamos dizer, eu consigo ativar melhor essa relação.
15:47Então, diversos medicamentos são, vamos dizer, um grande arsenal.
15:52E desse arsenal, ultimamente, o que a gente tem visto são os análogos que imitam um hormônio intestinal que chama GLP-1.
16:04Seriam os injetáveis agora.
16:06São, exatamente.
16:07As canetinhas.
16:08Vêm os injetáveis, porque ele tinha um injetável de um dia.
16:15Não sei se vocês lembram.
16:19A Lalira Gutida.
16:20Não vou falar o nome comercial.
16:22Agora, essa molécula foi feita e estendida para você aplicar uma vez por semana.
16:28O que se verificou é que, além de melhorar esse hormônio, ele é dependente, ele vai agir na hora que você come.
16:40Além de ele melhorar a glicemia, ele tem uma ação que tira o apetite, diminui o esvaziamento gástrico, diminui o apetite no centro.
16:51Então, ele funciona como também um emagrecedor.
16:55Por isso que ele está sendo usado aí como emagrecedor.
17:00Pois não.
17:01Eu ia perguntar para a doutora Vanessa se, de fato, o diabetes tipo 2 é possível controlar só com alimentação, com atividade física ou, ainda assim, com medicação.
17:12É, precisa ser avaliado, né, por um médico, a necessidade do medicamento, né, e o nosso organismo, ele é complexo, né, ele é interligado.
17:23Então, não adianta falar que só a alimentação vai resolver o problema.
17:27A gente precisa avaliar outros fatores, né.
17:29Então, se pratica atividade física, como é que está o sono desse paciente, se está estressado ou não.
17:36Então, a gente precisa olhar o paciente como um todo para conseguir fazer essa avaliação, né.
17:43É muito importante uma consulta multidisciplinar que a gente fala, né.
17:48E não é simplesmente porque existem uns mitos, né, se associar o diabetes com açúcar.
17:53Então, ah, só cortar o doce e pronto.
17:55Não vai resolver.
17:57Não vai resolver, né.
17:58É, vai ajudar muito, mas não só isso, né.
18:02Na prática, doutor, é, para quem é que precisa de insulina e como que funciona no dia a dia, né.
18:10Tem horário certo para tomar, precisa de fato dessa vigilância ao longo do dia.
18:17Então, você está falando das crianças, vamos falar de diabetes tipo 1, né.
18:20Realmente precisa, tem que ter um controle e as insulinas têm que ser dadas de acordo com os índices da glicemia.
18:29Então, não existe dose fixa de insulina, tem que ser variável conforme que você está verificando como está a sua glicemia.
18:37Você acorda com ela alta, você tem que aumentar as suas insulinas, tanto a basal quanto aquela rápida, né.
18:43E tem que ser também, evidentemente, tem que ser, não, o índice glicêmico, ele é uma composição entre o que a pessoa come ou vai comer e o que ela gasta de exercício, né.
18:59Então, isso tudo tem que ser levado em consideração e repondo as insulinas.
19:04Essa, essa, nós estamos caminhando uma coisa muito interessante com sensores hoje em dia, principalmente para a mãe.
19:10A tecnologia tem ajudado, né.
19:12Pois é, o que que acontece?
19:14Antigamente, as mães ficavam de noite de plantão, porque as insulinas anteriores, que ainda são fornecidas pelo SUS, que é a NPH regular, são insulinas que não fazem aquele ciclo natural fisiológico.
19:31E as crianças, por exemplo, que vão também para a escola, as mães têm que ir para a escola para fazer o teste, para aplicar insulina.
19:41Quer dizer, hoje em dia, com sensores, de casa, a mãe já sabe quanto está a sua glicemia, pode ligar para a criança, pode ligar para o professor, olha, ela está precisando fazer a sua insulina.
19:57Nós estamos com um projeto na Câmara Federal de aprovar uma série de situações, principalmente para crianças com diabetes tipo 1, na escola, para ter uma série de facilidade, de poder usar um celular, de ter alimentação adequada,
20:17das educadoras, dos professores entenderem o que é essa doença que tem que ser monitorizada, entendeu.
20:26Então, essa é o diabetes tipo 1, né.
20:30O diabetes tipo 2 também toma insulina.
20:33Quando?
20:34Quando.
20:35Quando.
20:36Na verdade, quando os comprimidos não fazem mais efeito.
20:39Então, a gente vê no consultório, muitos pacientes que vêm tomando 4, 5 comprimidos, e com a glicada alta, com a glicemia alta.
20:47Não, isso aí está na hora de você fazer a insulinização.
20:51Aliás, a gente dá mais insulina para o diabetes tipo 2, porque eles são um número maior do que do diabetes tipo 1, que é 5% de todos os diabetes.
20:59Então, outra situação de insulina, como você perguntou, é que o diabetes tipo 2, tomando o comprimido, ele, por alguma razão, por exemplo, dieta, estresse,
21:12ou então, infecções frequentes, que, por exemplo, isso pode descompensar a glicemia.
21:18Está a hora de você fazer o que a gente chama de insulinização oportuna.
21:21Quer dizer, você dá 10, 15 dias de insulina, depois melhorou aquele surto, você retira, volta os comprimidos.
21:30Então, uma série de coisas.
21:31Por exemplo, paciente tipo 2 internado em hospital, a gente tem que dar insulina, porque não adianta você manter os comprimidos.
21:37Por que está internado?
21:38Por alguma razão, que é alguma intercorrência grave, porque está internado.
21:43Então, a insulina também.
21:45Agora, doutora, quando a gente fala de diabetes, é uma doença crônica, né?
21:49Não tem cura.
21:50Isso mexe muito com o emocional daquele paciente, né?
21:54E ainda ter que lidar com mudanças na alimentação.
21:57Como que você lida com esse cenário com seus pacientes?
22:02Sim.
22:03Aumenta muito a ansiedade, o que acaba piorando, né?
22:06Aí a pessoa quer comer mais, né?
22:08Então, a gente realmente precisa ter esse apoio ao paciente, multidisciplinar.
22:13O paciente, quando ele entende que é possível fazer esse controle, ele também se acalma, né?
22:23É muito importante também, eu sempre falo, ter atividades que te tragam prazer, né?
22:27Então, caminhar, tomar sol, sair com amigos, né?
22:32Isso também ajuda o tratamento, né?
22:34E uma outra coisa importante que eu acho é o conhecimento, aprender a ler os rótulos dos alimentos.
22:42Isso eu acho uma coisa muito importante, né?
22:44Outro dia também um paciente me falou, olha, eu tô tomando esse suquinho, mas olha, ele não tem açúcar.
22:51Porque no rótulo tava escrito, sem adição de açúcar.
22:55Eu falei, não, mas sem adição de açúcar não significa sem açúcar.
22:59Porque já existe o açúcar natural de algum elemento que tá ali dentro.
23:04Então, os rótulos, realmente, eles não são fáceis, a gente precisa ler com calma.
23:09Se tiver dúvida, mostrar pro médico que acompanha, pra nutricionista, isso é um fator muito importante também.
23:16E pra quem já tem o diagnóstico, a alimentação pode reverter casos mais leves ou não?
23:22Eu acho que a alimentação é muito importante, mas realmente acho que só um médico vai conseguir responder melhor essa pergunta.
23:31Então...
23:32É possível, doutor?
23:33É possível, sim.
23:34Não, indivíduos que, por exemplo, aquele estado de...
23:37E que eu falei que fica quatro, cinco anos de evolução lenta da doença, que a gente chamava de pré-diabetes.
23:45É...
23:45O termo é inadequado.
23:48Porque, como falou um cliente pra mim,
23:49Bom, o senhor já que falou que sou pré, então não sou.
23:52Eu falei, não, o senhor é.
23:53Já é, né?
23:53Já é.
23:54É início da doença.
23:56Nesses casos, estudos feitos pela Associação Americana de Diabetes mostrou que
24:01esses indivíduos, que geralmente 80% são obesos,
24:06quando você faz uma dieta e simplesmente você perde 7 a 8% do peso,
24:12essa glicemia retorna ao normal.
24:14Então, é o que a gente chama de reversão da doença.
24:19Mas, quer dizer, não curou.
24:21Ela tá lá.
24:22Se você engordar de novo, se você tiver estresse, se você tiver...
24:25Tomar cortisona, se você tiver outros problemas, pode aparecer de novo.
24:30Ela fica quase que meio que adormecida por um tempo.
24:33Mas, se você retornar com seus hábitos alimentares, enfim, tudo que a gente falou, né?
24:39Os ultraprocessados, gordurosos, pode voltar.
24:43Engordou de novo, vai voltar.
24:44Porque a obesidade, o tecido adiposo, ele faz uma resistência à ação do soleno.
24:51O pâncreas tem que trabalhar muito mais quando a pessoa é obesa, entendeu?
24:54E, enfim, nessa situação você pode regredir.
25:02Agora, você falou da, vamos dizer, da doença crônica.
25:12O diagnóstico de uma doença crônica.
25:15Ele não é...
25:16A maioria das pessoas pode, puxa, eu vou morrer disso, vou morrer daquilo, vou ter isso, vou ter aquilo.
25:23Assusta quando a gente fala doença crônica, né?
25:25Isso. É o resto da vida.
25:26É.
25:27Só que tem uma coisa.
25:28Pra aqueles...
25:29E essa mensagem principal que eu gostaria de deixar aqui.
25:32Aqueles que se cuidam, aqueles que fazem o seu tratamento adequado,
25:37aquele que fazem a sua dieta adequada, fazem o exercício e cumprem as tarefas
25:43que o endocrinologista deu pra ele, que é o especialista que trata a diabetes,
25:48ele vai ter uma vida normal.
25:51Põe a glicada embaixo, ele vai ter uma vida normal.
25:54E tem estudos mostrando isso, né?
25:56Eu mesmo tenho um cliente que é diabetes tipo 1, comecei a tratar ele com 10 anos.
26:01Hoje ele tem 59.
26:03Aí eu falei pra ele, o ano que vem nós vamos fazer bodas de ouro, né?
26:07Então, sem complicação.
26:09Por quê?
26:09Com qualidade de vida, né?
26:10Com qualidade de vida.
26:11Então, o que eu quero deixar bem claro?
26:15Tudo que vocês ouvem, que é isso, comparação, vai fazer aquilo, vai fazer as complicações do diabetes,
26:22que eu não gosto de falar.
26:24Eu gosto de falar, se você se cuidar, você vai ter uma vida normal.
26:29É a prevenção, né, doutor?
26:31Exato.
26:31A prevenção das complicações, se tratar adequadamente o diabetes.
26:35Doutora Vanessa, eu também queria que você deixasse uma mensagem, né?
26:38O que é essencial, importante lembrar quando a gente fala em diabetes e, claro, qualidade de vida.
26:46Perfeito.
26:47Eu colocaria como os principais pontos, né?
26:50Um consumo adequado de proteína, fibras, alimentos integrais são muito importantes.
26:57As proteínas magras, né?
26:59Principalmente o peixe, eu colocaria como priorial, né?
27:04Redução de ultraprocessados, redução de açúcar, começar a diminuir.
27:11Então, se você está acostumado com uma determinada quantidade de açúcar, já mudar para o adoçante.
27:17E ir diminuindo também a quantidade do adoçante, porque por mais natural que ele seja, ele também é ultraprocessado.
27:24Aos poucos, você vai acostumando com o sabor natural dos alimentos.
27:30Então, isso eu acho muito importante.
27:32Aos poucos, com pequenas metas, você vai conseguindo se acostumar a um chocolate com alto teor de cacau, né?
27:41E sem açúcar.
27:43Isso é muito importante.
27:44Eu também diria, para evitar um jejum prolongado, agora com a moda do jejum intermitente para o diabético, é complicado, né?
27:56Inclusive, para quem janta também muito cedo, vai dormir no dia seguinte também, é complicado esse controle.
28:05Então, ter várias refeições ao dia, tracionado, eu acho que seria um bom caminho.
28:11E cada um olhando para si, né? Porque são diagnósticos parecidos, mas cada um com a sua particularidade, né?
28:18Exato.
28:19Eu queria agradecer a participação aqui do doutor Fadlo, também da doutora Vanessa.
28:25Muito obrigada pela presença de vocês, por todas as informações.
28:29E para você que está em casa, olha, o diabetes pode ser uma doença silenciosa,
28:34mas com diagnóstico precoce, alimentação equilibrada, acompanhamento médico sempre, é possível viver muito bem.
28:40Se você tiver alguma sugestão de tema, alguma dúvida, mande um e-mail para nós, é o saúde.jovempan.com.br.
28:48Se você quiser rever essa e outras entrevistas, é só acessar o canal Jovem Pan na internet
28:54ou o aplicativo da Panflix para Android ou iOS.
28:57E a gente se encontra na semana que vem. Até lá.
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