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A Câmara dos Deputados aprovou o PL Antifacção, mas o PT (Partido dos Trabalhadores) entregou 65 dos 110 votos contrários ao projeto. Essa votação retira do Presidente Lula a "munição" de se apresentar como forte combatente do crime organizado, já que seu próprio partido votou de forma majoritariamente contrária.
O corte traz as análises de Wilson Lima, Rodolfo Borges e Ricardo Kertzman sobre o isolamento do PT e a derrota política do Governo na Câmara. No entanto, o texto segue para o Senado, onde deve ser relatado por Alessandro Vieira e poderá sofrer modificações que o deixem mais próximo das expectativas iniciais do Governo Lula.
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O corte traz as análises de Wilson Lima, Rodolfo Borges e Ricardo Kertzman sobre o isolamento do PT e a derrota política do Governo na Câmara. No entanto, o texto segue para o Senado, onde deve ser relatado por Alessandro Vieira e poderá sofrer modificações que o deixem mais próximo das expectativas iniciais do Governo Lula.
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NotíciasTranscrição
00:00A Câmara aprovou nesta terça-feira, por 370 votos favoráveis e a 110 contrários, o projeto de lei anti-facção.
00:07O texto é de autoria do governo, mas foi relatado pelo deputado Guilherme de Ritchie, de oposição.
00:13A iniciativa traz penas mais duras para os crimes cometidos por facções, com penas de até 40 anos de prisão,
00:18e determina a criação de novos instrumentos para combater as facções,
00:22como a criação de um banco de dados com a identificação de todos os grupos.
00:26Agora, a iniciativa segue para o Senado, onde deve ser relatada por Alessandro Vieira.
00:31Vamos entender os principais pontos do PL anti-facção, aprovado ontem pela Câmara.
00:36Olha lá. O texto institui um tipo penal para grupos ultra-violentos, milícias e paramilitares.
00:42O Senado ainda pretende categorizar organizações criminosas como grupos terroristas.
00:47Crime de organização criminosa, composta por facção, passa a ser punido com penas entre 20 e 40 anos de prisão.
00:53As lideranças podem pegar até 66 anos de cadeia.
00:58Agora, a progressão de pena pode exigir 70%, 75%, 80% ou 85% do cumprimento da pena em regime fechado.
01:08Confisco de bens.
01:09O juiz poderá decretar o perdimento definitivo ainda no inquérito,
01:13quando houver risco de dissipação e indícios de origem ilícita.
01:16Destinação de bens apreendidos.
01:20Quando a investigação for estadual, os bens irão para o Fundo de Segurança do Estado ou do DF.
01:25Quando houver participação da Polícia Federal, a parte cabível irá para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
01:31Cria-se o Banco Nacional de Organizações Criminosas Ultra-Violentas.
01:38Extingue-se o auxílio-reclusão.
01:40A audiência de custódia é feita prioritariamente por videoconferência.
01:44Após a aprovação do chamado texto-base, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, falou sobre o assunto.
01:52Vamos ouvir.
01:52Não existiram heróis e vilões.
01:57Os lados políticos podem até fazer valer suas narrativas.
02:03Mas nunca podemos esquecer que o verdadeiro vilão é o crime organizado.
02:10E o herói é o povo brasileiro.
02:14Que sobrevive todos os dias com um crime cada vez mais organizado.
02:21Hoje, nesta data, a Câmara dos Deputados faz história.
02:26Entregamos uma resposta dura contra os criminosos.
02:32Não é uma vitória de A ou B.
02:35É uma vitória do Brasil.
02:36Diante do processo que vivenciamos, cabe ressaltar que a função do Parlamento não é carimbar um projeto que seja apresentado por alguma força política e passar adiante.
02:53O compromisso do Parlamento é debater as matérias e entregar a melhor versão possível.
03:02O cidadão não está preocupado com o número ou a paternidade do projeto, mas com a resolução do problema.
03:13São milhões de brasileiros que sofrem diariamente sob o domínio das organizações criminosas.
03:20Cidadãos que perdem o direito de ir e vir, que vivem com medo, sob a mira de fuzis.
03:29Que se revoltam com os criminosos, cumprindo penas curtas e voltando para as ruas.
03:36O deputado Guilherme Derriti, relator da proposta, também celebrou a aprovação do texto.
03:42Projeto mais duro e eficaz contra o crime organizado que esta nação já viu.
03:47E digo aqui, olhando nos olhos de cada um que está assistindo.
03:51Pela primeira vez na história deste país, aprovamos uma lei que permite que um líder do primeiro comando da capital
03:57cumpra 40 anos de prisão em regime fechado, em presídio federal de segurança máxima,
04:04sem visita íntima, sem progressão do regime de cumprimento de pena, sem indulto, sem anistia e sem liberdade condicional.
04:11Pela primeira vez, um criminoso do comando vermelho, que fecha a favela com barricadas,
04:17que atira com fuzis, que usa drones para jogar granadas contra nossos heróis da segurança pública,
04:24vai cumprir 30, 40, 50 anos de cadeia.
04:26E vai cumprir de verdade.
04:29E pela primeira vez, o filho de um faccionado e um membro de organização criminosa
04:33deixará de receber auxílio reclusão quando seu pai for preso.
04:37Auxílio este que eu defendo para a família da vítima, não para a família de quem escolheu a vida do crime.
04:42Mas o avanço não para por aí.
04:44Esse projeto traz uma inovação gigantesca que muda o jogo contra o crime organizado.
04:50Agora será possível bloquear bens, carros, imóveis, criptomoedas, dinheiro em conta,
04:56cartões de crédito e débito, PIX, tudo, ainda na fase de inquérito, antes mesmo de terminar o processo.
05:04Isso é um divisor de águas.
05:06É cortar o dinheiro do bandido no momento em que ele ainda precisa dele.
05:09O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi outro a comemorar a aprovação do texto.
05:15Para comemorar, porque a aprovação do marco legal de combate às facções criminosas
05:21sepulta definitivamente a era da leniência.
05:25O Brasil resolveu chamar essas facções pelo nome certo e decidiu enfrentar o seu maior inimigo.
05:31O marco legal representa o início de uma nova etapa,
05:34porque aquele que vem dominando o território, levando terror às comunidades,
05:39enfrentando o Estado brasileiro, vai perder.
05:41Aqueles que votaram contra resolveram enfrentar o tema pela lente da ideologia.
05:46Mas o Brasil resolveu enfrentar o tema pela lente da realidade.
05:50Resolveu enfrentar o seu maior inimigo, o crime organizado.
05:54Como resultado, nós temos novos tipos penais,
05:57aderentes à realidade ao dia a dia das facções criminosas,
06:00o endurecimento drástico de penas, a retirada de benefícios,
06:04o fortalecimento da execução penal,
06:06a possibilidade maior de asfixia financeira,
06:09inclusive com o perdimento acelerado de bens e a intervenção em pessoa jurídica.
06:14Parabéns à coragem do presidente Hugo Mota
06:16e também ao trabalho profissional dirigente do Guilherme Derritt, que foi o relator.
06:22A segurança pública voltou ao centro do debate nacional.
06:25E quem não entendeu isso, não entendeu o Brasil.
06:28Wilson Lima, Rodolfo Borges e Ricardo Ketzmann, boa tarde.
06:33Wilson, mais uma derrota na conta do governo?
06:37É, exatamente isso, Guilherme.
06:39Boa tarde para você, Guilherme.
06:40Boa tarde para você, Ricardo.
06:41Boa tarde para você, Rodolfo.
06:42Mas, principalmente, boa tarde para você, meu amigo e minha amiga de ou antagonista.
06:47Quem não está tendo uma tarde muito boa é justamente o governo Lula e a bandidagem.
06:51Porque, de fato, esse projeto endurece de forma substancial o combate ao crime organizado.
06:58Lógico, não era o ideal.
07:01O texto poderia ter sido melhorado.
07:03Ele foi aprovado ali meio que no afogadilho, na pressa do Hugo Mota.
07:07O Hugo Mota queria dar uma resposta nesse tema de combate à criminalidade,
07:14pegando carona na mega operação do Rio de Janeiro de aproximadamente três semanas.
07:19Então, ele queria dar essa resposta.
07:22O projeto, se eu fosse dar uma nota de 0 a 10, ele é um projeto nível 7.
07:26Ele poderia sair daqui da Câmara nível 8 ou 9.
07:31Mas o Hugo Mota, ele preferiu a pressa.
07:33E, de novo, a pressa, nesses casos, ela não ajuda muito.
07:36Aquela frase que eu sempre falo.
07:38Hard cases make bad law.
07:40Quer dizer, legislações ruins, casos complicados tendem a gerar uma legislação ruim.
07:44Não foi necessariamente nesse caso.
07:46Nesse caso, pelo menos, o presidente Hugo Mota e o Guilherme Derritte,
07:50o deputado Guilherme Derritte, e agora ele vai voltar.
07:53O Derritte vai voltar a ser secretário na semana que vem.
07:56Pelo menos entregaram um texto razoável.
07:59Esse texto vai ser lapidado no Senado.
08:01E é esse que é o grande problema de você fazer um trabalho acelerado na Câmara.
08:06Porque, no Senado, o relator da proposta vai ser o senador Alessandro Vieira.
08:11E o Alessandro Vieira já deixou muito claro que ele vai mudar o texto da Câmara.
08:15Assim que ele mudar, esse texto volta para cá.
08:18Sai do Senado e volta para a Câmara.
08:20Então, corre-se o risco de que uma ideia boa, de fato, fique pingando nas duas casas.
08:27Sabe aquele efeito pingue-pongue?
08:28Porque, como o projeto saiu daqui muito na pressa, com várias pontas soltas,
08:35principalmente em relação à Polícia Federal,
08:36então essas pontas soltas vão ser corrigidas no Senado.
08:39Então, assim, mas pelo menos, e aí dá para a gente comemorar sim,
08:43pelo menos já é um indicativo, já é um primeiro passo.
08:45Pelo menos houve um endurecimento no que se refere ao tratamento sobre as organizações criminosas.
08:51Lá no Senado, por exemplo, tem senador que quer colocar a questão
08:54de associar grupos como o Comando Vermelho e também o PCC a igualar esses grupos a grupos terroristas.
09:01É um tema que o PT foge.
09:04Mas, de novo, hoje o governo Lula não tem muito o que comemorar,
09:08porque, como a gente vai falar, inclusive, mais para frente,
09:10toda a bancada do PT votou contra esse projeto.
09:13Mas não votou porque era um projeto todo ruim.
09:15Votou por uma questão meramente ideológica.
09:18Ô, Tolfo, o governo Lula não entendeu o Brasil?
09:23Boa tarde a todos, é o que o Tarcísio está dizendo e essa é uma boa deixa, Guilherme.
09:27Porque o Wilson fez a análise do ponto de vista legal
09:29e é uma análise que vai ser feita ao longo de semanas de tramitação no Senado.
09:35Mas eu queria fazer uma análise do ponto de vista político.
09:37Porque o que está acontecendo do ponto de vista político,
09:39o que aconteceu ontem à noite, é uma coisa absurda.
09:41E eu estou até escrevendo uma análise agora para publicar no Antagonista
09:44para tentar dimensionar isso.
09:45Vamos lembrar o que aconteceu ontem.
09:50Do início, o governo Lula reagiu mal à Operação Contenção no Rio de Janeiro.
09:55Plantou semelha desconfiança.
09:56Até hoje não apareceu nada de críticas de que essa operação tenha pegado ali
10:02alguém que era inocente, uma mulher, uma criança, um idoso,
10:06como o governo Lula sugeriu que teria ocorrido.
10:10Dois dias antes daquela operação, o Lula tinha dado aquela declaração atrapalhada
10:14tratando o traficante como vítima.
10:16Para tentar responder a tudo isso, que estava pegando muito mal para o governo Lula,
10:22eles apressaram o encaminhamento desse PL antifacção,
10:25que era para ser o bote salva-vidas do governo Lula na Segurança Pública,
10:29já que a PEC da Segurança Pública também não tinha emplacado.
10:32E o que aconteceu ontem?
10:33Os governistas votaram contra o projeto que deveria ser o bote salva-vidas do governo Lula na Segurança Pública.
10:40É uma coisa absurda.
10:41E aí quem aparece para posar para foto com o projeto de lei
10:45é o provável adversário do Lula na próxima eleição presidencial.
10:51A gente botou aí, quem está celebrando é o Tarcísio.
10:53Parece que ele virou o rosto desse projeto de lei, que era para salvar o Lula.
10:57Para você ver o nível desse governo, é uma coisa absurda do ponto de vista político.
11:04Você tenta uma alternativa para limpar sua barra
11:07e você acaba favorecendo, entregando no colo dos seus maiores adversários um trunfo político.
11:14Pode ser que a coisa mude no Senado, e a gente vai ver, o Wilson já disse,
11:19pode ser que isso vá ficando pelo meio do caminho, já que era um projeto do governo federal
11:23e acabou sendo adotado pelos opositores do governo federal.
11:27Então pode ser que agora tome um rumo diferente no Senado e que na Câmara
11:31a gente vai ver o que vai acontecer ainda.
11:32Mas o cenário desta semana é, numa derrota retumbante para o governo Lula
11:37naquilo que ele esperava conseguir uma vitória
11:39ou pelo menos diminuir um pouco o impacto muito negativo
11:44que teve para o governo a reação dele em relação àquela operação da polícia do Rio de Janeiro,
11:53a operação contenção, e também por conta dos comentários do Lula.
11:56E ele não deixou de fazer comentários ruins, inclusive, desde que essa operação foi deflagrada.
12:01Ele passou um tempinho calado, mas quando abriu a boca foi para piorar a situação.
12:12Ricardo Kertzmann.
12:13Boa tarde, Guilherme, boa tarde, Wilson, Rodolfo, boa tarde também, queridos amigos antagonistas.
12:20Olha, ufanismos à parte, declarações políticas, autovangloriação de lado a lado à parte,
12:28é necessário, a gente está falando de um projeto, de uma lei que é mais do que bem-vinda,
12:35ela é necessária.
12:36Só que, vamos combinar e vamos ser todos realistas aqui,
12:40ela não resolve o problema da criminalidade brasileira,
12:43ela não resolve o problema das facções organizadas, nem do crime organizado de modo geral.
12:49O nosso buraco, infelizmente, é muito mais embaixo.
12:53O recrudescimento das penas, o maior rigor da lei, obviamente, é bem-vindo.
12:59Mas, repito, não adianta vir o governador Tarcísio, não adianta vir deputado da oposição,
13:05criticando o texto, deputado governista criticando o texto,
13:10deputado da oposição enaltecendo o texto, como se tudo isso, a gente viu o Hugo Mota,
13:16como se tudo isso fosse salvar o Brasil da violência, porque nada disso vai acontecer.
13:21A gente vai continuar tendo problemas seríssimos relacionados ao crime organizado,
13:25porque depende de uma atuação firme, de inteligência policial,
13:30de um efetivo policial, tanto na prevenção, quanto um efetivo policial ostensivo.
13:36Precisamos de forças policiais mais bem equipadas, enfim,
13:40é todo um conjunto que a gente sabe que a gente não tem,
13:43e tão cedo, infelizmente, a gente não vai ter.
13:46Mas, repito, é uma lei mais do que bem-vinda, necessária.
13:50Só que, como vocês mesmos já analisaram,
13:52é uma lei que, muito provavelmente, vai ser bastante alterada no Senado.
13:58A relatoria do senador Alessandro Vieira é um quadro altamente técnico,
14:02altamente qualificado, com muita experiência no assunto,
14:06e que tem uma grande vantagem.
14:08Não milita politicamente ou ideologicamente por A ou B em relação a essa lei.
14:14Ele a observa sob o critério técnico.
14:17Então, se o governo, se a base governista, por exemplo,
14:24não quer, nem pensa em ouvir falar, em equiparar a facção criminosa
14:29a grupo terrorista,
14:31o Alessandro Vieira, a análise dele,
14:35ele já deu uma entrevista para a gente,
14:36no Papo Antagonista, falando sobre isso,
14:38a análise dele é técnica, e acha que não tem que ser equiparado mesmo.
14:42Mas isso não significa que ele é radicalmente contra
14:45e não vai abrir brecha para que algum tipo de acomodação nesse sentido
14:49seja proposta pela oposição e ele consiga equilibrar.
14:54Eu tenho, particularmente, eu tenho a esperança
14:57de que esse texto vai ser reformado para melhor no Senado.
15:02Vai ser melhorado pelo senador Alessandro Vieira.
15:06E aí, quem sabe, quando isso voltar para a Câmara,
15:08volte de uma maneira mais equilibrada,
15:10que, de fato, resulte em leis práticas.
15:14Porque tem isso também, gente, não adianta ficar fazendo leis
15:17que no papel são muito bonitas, mas na hora da execução
15:20ela também não se mostra possível.
15:22Então, é um caminho, que bom que isso está acontecendo,
15:26mas, repito, eu ainda prefiro, prefiro não,
15:29eu, infelizmente, acho que a gente tem um caminho muito longo pela frente.
15:34E só para finalizar, Rodolfo, sobre o seu comentário
15:36a respeito do erro político, mais um erro político do governo Lula,
15:41eu fico com a impressão, eu estava até comentando isso com amigos ontem,
15:45parece que nenhum dos lados, nem o Lula, nem a oposição,
15:49parece que, de fato, quer ganhar a eleição do ano que vem.
15:52Porque a gente vinha com o presidente Lula numa trajetória de queda,
15:56uma trajetória consistente, ladeira abaixo,
15:58aí vem a oposição, com o Eduardo Bolsonaro, os bolsonaristas,
16:02e invertem o jogo, começam a fazer aquele tanto de atrapalhado,
16:06e aí o Lula vai e é alçado, se torna altamente competitivo novamente.
16:11Aí parece que ele não gosta da história,
16:13vem essa operação policial no Rio,
16:16o Lula se coloca de forma contrária,
16:18a operação dá aquela declaração imbecil,
16:20dizendo que um traficante é vítima do usuário,
16:23aí devolve a bola de novo para a oposição.
16:26E aí fica nesse pingue-pongue,
16:27aí a oposição, quando parece que está crescendo de novo,
16:30acontece o que aconteceu na semana passada,
16:33vai o Derrite, Brasília,
16:34e faz uma atrapalhada envolvendo a Polícia Federal,
16:37querendo tirar poderes da Polícia Federal,
16:39querendo que os governadores autorizem as operações,
16:42aí baixa a bola de novo.
16:43Aí agora, vem o governo Lula,
16:46em vez de surfar nessa onda,
16:49vai e devolve a bola à proposição,
16:51ou seja, parece que ninguém está querendo ganhar
16:53essa eleição no ano que vem,
16:54fica todo mundo cometendo o erro um após o outro.
16:56O Partido dos Trabalhadores entregou 65 dos 110 votos contrários
17:02ao projeto de lei antifacção na Câmara.
17:05As bancadas do PCdoB e do PSOL
17:07também votaram de forma unânime contra a proposta.
17:10Vamos ouvir o deputado Glauber Braga, que esperneou.
17:12É verdade que nos cinco, agora seis relatórios,
17:20houve uma intenção de enfraquecer a Polícia Federal?
17:28Sim, é verdade.
17:31E continua, noto ao texto,
17:35ao retirar recursos que são fundamentais
17:39do fundo de segurança
17:41que são utilizados pela Polícia Federal
17:45a partir da lógica da diluição apresentada pelo relator.
17:51O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias,
17:54também se manifestou. Vamos ouvir.
17:56E houve gente de forma oportunista
17:58que quis desvirtuar aquele projeto
18:01para construir uma blindagem,
18:04uma blindagem para setores econômicos,
18:07para gente da política também.
18:10Nós conseguimos vitórias importantes.
18:13Se não fosse o nosso combate
18:15e a entrada da sociedade civil brasileira,
18:20eles iam atrelar as polícias federais
18:23aos governadores dos estados.
18:27Estava escrito.
18:29Isso não é invenção.
18:30Isso não é má interpretação.
18:32Era um novo pacto federativo.
18:38Rodolfo Borges, que vitória é essa que o Lindbergh disse?
18:42Olha, a gente estava falando um pouco sobre isso já.
18:46O PT é o seguinte.
18:48O que ficou escancarado na forma como se resolveu
18:52na Câmara, por enquanto,
18:54esse projeto de lei anti-facção?
18:57O governo só queria o projeto
18:58se fosse o projeto do governo Lula.
19:00E aí o Derrit, depois da aprovação ontem
19:03na Câmara,
19:05ele fez uma manifestação,
19:07a gente até destacou,
19:08está destacado lá no portal do Antagonista agora,
19:10na qual ele disse que
19:12a Secretaria de Relações Institucionais do governo,
19:16o Ministério da Justiça,
19:17nem a Presidência,
19:19nenhum desses órgãos
19:20procurou o Derrit para negociar.
19:22Agora, todos eles estavam falando publicamente,
19:26reclamando do projeto publicamente
19:27em suas redes sociais.
19:28O Lindbergh, inclusive,
19:30também é outro que não procurou o Derrit
19:31para tratar oficialmente dessa questão.
19:34E aí é um problema aí.
19:36Porque eu entendo que o governo Lula,
19:37que os governistas, os lulistas,
19:39tenham se incomodado com o fato
19:41de que o Hugo Mota entregou
19:42esse projeto de lei
19:44na mão de um adversário do governo Lula.
19:47Eu entendo que eles se incomodem com isso.
19:48Mas aí você tem que,
19:50do ponto de vista político,
19:51refazer a sua estratégia.
19:54Eles não refizeram a estratégia.
19:56Eles ficaram, olha,
19:56a gente só vai aprovar se for o nosso.
19:59Mas não é assim que funciona
20:00no Congresso Nacional.
20:01Você tem que conversar
20:02com os parlamentares.
20:04E aí, me parece,
20:06do ponto de vista político,
20:07eles deveriam ter feito, é
20:08tá bom, Derrit,
20:09vamos conversar e vamos tentar se entender.
20:11Obviamente,
20:12tudo isso seria feito de forma cínica.
20:14Mas, eles teriam um argumento
20:16de que eles estão tentando
20:17melhorar a segurança pública.
20:18Hoje, diante do que aconteceu
20:19na noite de ontem
20:21na Câmara dos Deputados,
20:22o que está posto é
20:23o governo Lula não queria resolver
20:25o problema da segurança pública
20:26no Brasil,
20:27que é o que a gente vem dizendo aqui
20:28já faz dias.
20:29O governo Lula queria resolver
20:31o problema da segurança pública
20:32para o governo Lula.
20:34Então, o projeto de lei
20:35só vale
20:35se for da forma
20:37como o governo Lula
20:38propôs.
20:39Por quê?
20:39Porque é o governo Lula
20:40que queria posar,
20:41como fez hoje
20:42o governador de São Paulo,
20:44com esse projeto,
20:45quando ele fosse aprovado.
20:46Então, isso para mim
20:48que é a atrapalhada política
20:49que aconteceu nessa história toda.
20:51Eles tinham uma intenção
20:53e já acho também
20:55que a leitura que eles tiveram
20:57era errada,
20:57porque a gente também falou
20:58isso aqui na semana passada.
20:59Ou foi até
21:00duas semanas atrás.
21:02Eu disse aqui,
21:03é óbvio
21:04que a oposição
21:04não vai entregar
21:05essa vitória
21:06para o governo Lula.
21:07E eles acreditarem
21:10que isso poderia ocorrer
21:11é uma coisa bizarra.
21:13Talvez eles tenham acreditado
21:14e estejam ainda confiando nisso
21:16de que a narrativa
21:17vai ser mais forte.
21:19Só que é uma narrativa
21:20muito difícil de fazer
21:21diante de tudo
21:22que o governo Lula construiu
21:24ou não construiu
21:24sobre segurança pública
21:25até agora.
21:27Então, é um governo
21:27que tem a fama
21:29de ser leniente com o crime,
21:32inclusive por conta
21:33das declarações
21:34do presidente da República.
21:35Então, ele tem que se entender,
21:37ele teria que se entender
21:38com o Congresso Nacional
21:39para tentar sair
21:40menos pior dessa história
21:41e está saindo pior ainda
21:43do que já era.
21:44Então, assim,
21:44para mim,
21:45resumindo tudo,
21:46é uma atrapalhada
21:47política tão grande
21:48que eu acho até difícil
21:50de traduzir.
21:51Porque já era ruim
21:52a situação,
21:54eles tentaram melhorar
21:55e na tentativa de melhorar
21:56pioraram ainda mais.
21:58Wilson,
21:58está faltando habilidade
22:00para a Secretaria
22:01de Relações Institucionais
22:02da Presidência
22:02chefiada pela Gleisi Hoffman?
22:05Não está faltando
22:06é boa vontade, né?
22:07Essa que é a grande verdade,
22:08não está faltando habilidade.
22:09A Gleisi é uma...
22:10Pode sorrir, Guilherme.
22:11Eu sei que às vezes
22:12você vê quando você
22:12segura o rio riso,
22:13mas pode ficar tranquilo, rapaz.
22:14Aqui o programa é livre.
22:16É o que acontece.
22:16O programa de meio-dia
22:17tem essa vantagem, né?
22:18Dá para a gente ser mais leve.
22:20Falta, falta...
22:21Assim, falta a boa vontade
22:22da Gleisi.
22:22A Gleisi, quando ela quer,
22:23ela mexe os pauzinhos dela,
22:25mas quando ela não quer também
22:25ela deixa...
22:26Fica esse discurso trocado.
22:28O PT,
22:29ele apostou nessa história.
22:31Ele imaginou que,
22:32olha, eu vou ganhar no grito.
22:34Eu vou ganhar no grito.
22:35Vou dizer...
22:36Ah, não.
22:36Primeiro eu vou dizer
22:37que esse projeto não presta
22:38porque a Polícia Federal
22:40vai ser sucateada.
22:41Aí depois,
22:41ah, não.
22:42Porque o Derrit
22:43está protegendo o marginal.
22:45Ah, porque não sei o quê.
22:46O PT, basicamente,
22:47nessa proposta,
22:49adotou essa prática
22:50de criar factóides
22:52em relação ao projeto de lei.
22:53E aí ficou esse jogo de empurra.
22:56O PT vai lá,
22:57criava um factóide,
22:58aí vinha o Derrit.
22:59Não, já que vocês estão dizendo isso,
23:00eu vou fazer aquilo,
23:01eu vou ajustar isso aqui.
23:02Aí ficou esse bate-bola.
23:05Primeiro,
23:06dizia que a Polícia Federal
23:06não intervia em crimes
23:08de organização criminosa,
23:09depois falava que
23:10falou que vai reduzir
23:11o financiamento da Polícia Federal.
23:13De fato,
23:14nesse trecho específico,
23:15o texto,
23:15ele dá essa margem
23:16para uma redução
23:17de financiamento
23:18da Polícia Federal.
23:19Mas esse, por exemplo,
23:20como falou o Rodolfo,
23:21era algo muito fácil
23:22de se resolver.
23:23Bem,
23:23já que o projeto
23:24está me tirando um pouco
23:25de financiamento,
23:26vamos organizar aqui
23:26entre os parlamentares.
23:27Olha só,
23:28vamos dar um aporte maior
23:29para o fundo
23:30da segurança pública
23:31para recuperar
23:32esse recurso
23:33da Polícia Federal.
23:33É simples.
23:35Agora,
23:36é muito mais cômodo
23:37para o PT
23:38utilizar esse discurso.
23:41Ah não,
23:41porque o projeto é ruim,
23:42eu vou votar contra?
23:43Então, assim,
23:44não é assim que se faz
23:45uma democracia.
23:47E depois,
23:48fica,
23:48depois vai o Arkleize
23:50ou o Lindbergh chorar
23:51nas redes sociais.
23:52Ah,
23:52porque o projeto
23:53foi aprovado,
23:54não era o meu projeto.
23:55Assim,
23:55desculpa,
23:56mas parece coisa de criança
23:57isso aí, viu?
23:57Ricardo Kertzmann.
24:00Olha,
24:01o Wilson e o Rodolfo,
24:02nenhuma novidade,
24:03né,
24:04isso que a gente
24:04está assistindo agora,
24:05porque esse padrão,
24:06essa mesquinheita
24:07política do PT,
24:09ela é histórica.
24:10Pô,
24:10se a gente retroagir
24:11no tempo,
24:12o PT votou
24:12contra o plano real,
24:14gente,
24:14o PT votou contra
24:15a lei de responsabilidade
24:16fiscal,
24:16o PT vota
24:17contra a teta de gastos,
24:19o PT,
24:19tudo aquilo
24:20que ideologicamente
24:21o partido
24:22ou os manda-chuvas
24:23do partido
24:24são contra,
24:25não importa,
24:27pode ser,
24:27sei lá,
24:28distribuir cesta básica
24:30para necessitados
24:31à noite de Natal.
24:32Se não for uma pauta
24:33que o PT propôs
24:34e ele pode ter ganho político,
24:36ele vai ser contra
24:37e vai acusar
24:38alguma coisa.
24:39Esse é o padrão deles.
24:40E essa mesquinhez política,
24:42que também não é só do PT,
24:44a gente encontra isso também
24:45no lado dos bolsonaristas,
24:48essa mesquinhez política,
24:50a gente só não a assiste
24:51nem de um lado
24:52nem de outro
24:53quando a pauta é em comum,
24:54quando é para poder
24:55aumentar salário,
24:56quando é para poder
24:57aumentar fundo eleitoral,
24:59quando é para poder
25:00aumentar o valor
25:01das emendas parlamentares.
25:03Aí eles se juntam
25:04e se aglutinam
25:05e em 15 segundos
25:06e em 20 segundos
25:07todos aprovam
25:08por maioria
25:09e por unanimidade.
25:10Agora,
25:11o resultado disso
25:12a gente vai ver,
25:14a gente tende a ver
25:15ano que vem.
25:17Todos nós sabemos
25:18e as pesquisas mostram
25:19isso de forma cada vez
25:20mais clara
25:21que o tema
25:21segurança pública
25:23é o principal tema,
25:24é a principal preocupação
25:25do brasileiro.
25:27A oposição vai saber
25:28explorar isso muito bem
25:29e o governo do PT
25:31vai ter que dar
25:33essa resposta,
25:33vai ter que arcar
25:34com esse custo
25:35de chegar ano que vem
25:36e ouvir,
25:37e é verdade,
25:38que eles foram contra
25:39o endurecimento das penas
25:40contra crime organizado.
25:53e aí
25:58o
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