O Presidente Lula sancionou o projeto que proíbe o uso de expressões em linguagem neutra, como "Todes" e "Amigue", na Administração Pública em todo o país. A lei obriga os órgãos públicos a seguirem a norma culta da Língua Portuguesa, desagradando a militância mais à esquerda, mas sendo bem recebida pelo Centrão e por parte da opinião pública.
O corte traz a análise de Rodolfo Borges e Wilson Lima sobre a decisão, que é vista como um aceno político de Lula. A proibição da linguagem neutra é classificada como uma medida que dá ao presidente "mais um argumento para se aproximar do Centrão" e evitar pregar apenas para a base ideológica.
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00:00O presidente Lula sancionou a lei que proíbe o uso de expressões em linguagem neutra como TODES e AMIG na administração pública.
00:07Publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira, a regra determina que órgãos públicos em todos os níveis como União, Estados e Municípios
00:14sigam a norma culta da língua portuguesa.
00:17Entre outros pontos, o artigo 5º diz para não usar novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa
00:23em contrariedade às regras gramaticais consolidadas ao vocabulário ortográfico da língua portuguesa e ao acordo ortográfico da língua portuguesa.
00:32Rodolfo Borges, enfim, uma decisão correta do governo Lula?
00:38Olha, é meio absurdo ter que ter uma legislação para dizer que as pessoas do funcionalismo devem usar o português correto.
00:47Essas palavras surgiram em um contexto de militância política e a gente até pode entender as razões pelas quais essas coisas são feitas.
00:57É um discurso de diversidade, mas isso acaba dificultando a comunicação, porque nem todo mundo está inserido
01:03nesses contextos de militância política e vai entender essas flexões e até outras palavras que são inventadas.
01:12Não é só a flexão, é uma palavra inventada que não faz sentido que você use do ponto de vista do funcionalismo público, de uma autoridade pública.
01:21Eu estou curioso, na verdade, para saber se a Janja e as ministras do governo Lula, os ministros, vão continuar usando isso em discurso,
01:29porque aí realmente vai ter uma contradição.
01:33O governo, e aí o presidente sancionou isso, ele está dizendo que essa é a melhor forma de se comunicar.
01:39Agora, quando um ministro for falar, ele vai falar todos, ou vai falar todos e todas, senhoras e senhores, como sempre foi.
01:48Então, estou esperando os próximos discursos para ver se vai ter uma diferença entre aquilo que o pessoal do governo tem que escrever em documentos
01:56e aquilo que eles falam na rua.
01:59E aí, assim, para finalizar só o comentário, isso é relevante no contexto em que a coisa tomou,
02:05porque é a dimensão que essa coisa tomou, porque virou um ativismo tão pesado
02:11que chegou ao ponto de um parlamentar ter que propor um projeto de lei
02:16e ele ter que tramitar.
02:19E a gente fala aqui de problemas que o país tem,
02:22e que como, por exemplo, agora o PL da facção, antifacção, vai tratar.
02:26E aí eu me questiono, o tempo que os parlamentares gastaram
02:31para produzir um documento como esse,
02:35até que ele virasse lei,
02:37e para estabelecer o óbvio,
02:39que é comunique-se da forma mais clara possível,
02:41para que todos possam entender.
02:44Wilson Lima.
02:45Olha, eu vou só confirmar aqui aquilo que o nosso Rodolfo destacou, né?
02:55Meus amigos, minhas amigas, meus amigues,
02:58ou é minhas amigues, eu não sei.
03:01Novo, admito minha ignorância nessa parte,
03:04não sei se é meus amigos, minhas amigas, não sei.
03:07Eu acho que isso ilustra muito bem o que o Rodolfo está falando,
03:10de você ter que legislar o óbvio.
03:13Então, de novo, a gente não está falando aqui,
03:16ah, por que isso?
03:18Porque essa é uma postura de você não dar direitos à comunidade LGBTQIA+.
03:25Não, não é isso.
03:26Não é disso que se trata.
03:28Você pode conceder direitos,
03:29você deve conceder direitos à comunidade LGBTQIA+.
03:32A questão é que você tem uma norma de língua culta.
03:35E na administração pública,
03:39você tem que adotar como norma de linguagem a língua culta.
03:45Assim como é no jornalismo, a gente adota a norma de língua culta.
03:48Logicamente que temos aí algumas licenças poéticas,
03:51alguns textos, mas via de regra é a linguagem culta.
03:55Então, assim, enquanto não há um acordo ortográfico,
04:01Brasil, Portugal, Angola, Moçambique,
04:03que, ou alguma legislação que determine no dicionário
04:10que agora já é uma linguagem oficial,
04:15você estabelecer no dicionário a linguagem neutra,
04:20essa medida do governo federal, de novo,
04:21fala o óbvio e fala aquilo que a gente, de fato,
04:24vivencia na prática.
04:25Agora, tem um detalhe, Rodolfo,
04:28que, assim, só para fechar o comentário,
04:29tem um detalhe interessante do ponto de vista político dessa medida.
04:32De fato, o Lula vai de encontro ao que reclama,
04:35ao que conclama a militância.
04:38Ele vai de encontro àquilo que determina a militância do PT.
04:42Ela que tem essa questão identitária e fica lá o tempo todo
04:45apontando isso, inclusive teve seminários do PT,
04:48acho que, se não me engano,
04:49acho que um dos primeiros eventos do presidente Lula
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